O grande povo de Amrita estava alvoroçado aguardando o pronunciamento do líder Danesh. Estava calor e aquele grande amontoado de pessoas não facilitava a circulação de ar. Mas ninguém ousava sair do seu lugar, mesmo que abafado, e perder o que o tão respeitado e venerado líder tinha a dizer.
Amrita é como um grande povoado, mas com estilo de cidade; relativamente organizada, com um líder atuante e bastante povoada. Sua arquitetura, seus costumes, seu povo, quase tudo em Amrita é diferenciado das demais regiões circunvizinhas. Amrita é especial e tem lá seus mistérios.
A região tem um clima muito quente, principalmente nessa época do ano. Mas, como dito antes, ninguém se importava com o calor. Queriam mesmo é saber as novas que o grande líder tinha para falar.
–Povo de Amrita!–Danesh surge com os braços erguidos incitando gritos de saudação, e assim o povo o faz.
Danesh está vestindo a típica capa de celebrações do líder, onde a mesma é feita de couro preto e se arrasta pelo chão. Uma capa com detalhes em dourado simulando uma chuva de pingos grossos. Era tão majestosa que seu brilho se via de muito longe.
O líder, assim como a maioria dos homens em Amrita, estava vestindo apenas uma calça rústica de cor marrom. Seu tronco quase em sua totalidade estava marcado por tatuagens simbólicas, mas uma em especial é a marca de Amrita. Uma flor em azul e preto com um pingo de um líquido branco escorrendo de dentro do seu centro alaranjado.

Todo homem em Amrita, obrigatoriamente, precisa ter essa tatuagem. Ela é a marca dos homens Amritêses, é como uma identidade em forma de desenho. Podendo ser colocada em qualquer parte que o homem escolher. O do líder é no abdômen, do lado direito.
–Hoje, com muita honra, serão apresentadas a vocês, povo de Amrita, as minhas irmãs, filhas de Kabir Badour e enviadas do Deus Hadaedd.–Ensadecidos, os homens solteiros de Amrita gritam em comemoração.
As irmãs do líder Danesh, que são trigêmeas, jamais foram vistas por estranhos. Só as acompanhantes das ladys e a família viram suas verdadeiras faces. Os outros se contentavam em tentar adivinhar como eram por baixo do véu que obrigatoriamente teriam que usar ao se apresentar em público a partir dos 10 anos de idade.
–Apresento-vos Lady Kali, Lady Shanti e Lady Anala. A tríade que permitirá que Amrita seja ainda mais abençoada pelo Deus Hadaedd.
Três mulheres surgiram na imensa e luxuosa varanda do Palácio de Amrita. Seus trajes eram charmosos, sensuais e brilhosos. As Amritêsas costumavam se vestir como dançarinas do ventre quando alcançavam a idade de ser cortejadas. Suas barrigas estavam à mostra, algumas pedrarias estavam penduradas nas pequenas blusas que cobriam seus seios e nas suas cabeças repousavam tiaras com pedras e jeitos diferentes.
As trigêmeas de Amrita eram super sensuais e não eram nada parecidas. Lady Kali tinha a pele mais escura, olhos quase laranjas e cabelos pretos ondulados que iam até sua cintura. Lady Shanti era um pouco mais clara que Kali, seus olhos eram azuis e seu cabelo levemente alaranjado emoldurava perfeitamente seu rosto. E Lady Anala era simplesmente branca, olhos extremamente verdes e cabelos loiros.
Elas eram as primeiras trigêmeas nascidas em Amrita. Eram um presente, por isso foram oferecidas ao Deus Haddaed, que é o Deus que visitou e batizou a cidade de Amrita.
Elas acenavam enquanto os homens tentavam a todo custo, mesmo que em meio a uma multidão, fazer com que as três ouvissem seus galanteios.
Líder Danesh faz um sinal com as mãos, pedindo para que o povo se cale e ouça as palavras que serão proferidas por ele. O povo atende ao seu líder.
–Queridos Amritêses, as minhas irmãs são as primeiras trigêmeas da história do nosso povo. São praticamente uma divindade, assim como eu, o líder escolhido por Deus para vos governar.–Danesh olha com cautela para suas irmãs, que caladas e sérias permaneceram desde que foram chamadas. Obediência era o que mais Danesh prezava.
–Ao alcançar a maioridade, elas agora estão prontas para ajudar a expandir os horizontes de Amrita. Nosso povoado precisa aumentar em terras, e para isso, as divindades Amritêsas casarão com estrangeiros que oferecerem boa proporção de terras ao redor de Amrita.
Um burburinho sem tamanho foi iniciado e foi quase que impossível de ouvir até seu próprio pensamento. Não era regra, mas quase ninguém de Amrita se relaciona com estrangeiros. Amrita tem seu próprio jeito, sua própria maneira de conduzir a vida. Estranhos quase nunca são bem-vindos.
As trigêmeas estavam se entreolhando, elas estavam terrivelmente assustadas. Será que é verdade o que ouvimos?
Queriam uma resposta, mas já a tinham. Danesh olhou para elas e assentiu.Antes de morrer, o líder e pai deles, Kabir Badour, deixou escrito e aprovado pelo quarteto ancião de Amrita o futuro das bênçãos do Deus Hadaedd, ou seja, o futuro das trigêmeas.
Como seria Danesh a liderar o grande povo, as trigêmeas poderiam servir para a expansão territorial de Amrita e consequentemente abençoar outros povos com seu ventre divino.
As trigêmeas darão filhos fortes e com qualidades especiais. Elas são o poder de Haddaed divido em três. Foi dito através dos anciãos que seria através das ladys que Amrita será verdadeiramente conhecida mundo à fora. O pai das mesmas interpretou como quis, e assim determinou o futuro de cada uma delas. Elas iriam para fora de onde nasceram, casadas com estrangeiros para que Amrita aumente e seja ainda mais reconhecida.
Quer sacrifício mais grandioso que esse?
Mas não era tão positivamente assim que as garotas pensavam. Enquanto Danesh concluía sua fala, mostrando ao povo que essa ordem veio do falecido Kabir e se desculpando com o povo Amritês; as trigêmeas foram levadas para dentro do Palácio.
Toda produção que Danesh exigiu para as trigêmeas era para que a imprensa local as fotografassem e espalhassem o mais rápido possível a notícia em Amrita. Nada de vazar para fora. Mas nada disso era escolhido por Danesh. Ele só estava cumprindo o que lhe foi ordenado.
–Shanti, Anala, Kali...–Danesh, depois da pronunciação, foi ao encontro das irmãs. Encontrou-as chorando, nos colos de suas respectivas acompanhantes.–Minhas queridas, vocês sabem que não era assim que eu queria que fossem as coisas...
Elas não conseguem encarar seu irmão, então apenas continuam chorando com a cabeça no colo das fiéis serviçais. Danesh, sabendo que por hora seria ignorado, se retirou.
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AVISOS IMPORTANTES, LEIAM!
1) Essa obra é feita totalmente da minha imaginação, ou seja, muito louca rs. Então, não procurem associar isso com aquilo, que vem da realidade. Tudo é invenção, misturas que faço na mente...
Minha criatividade se chama liquidificador. As coisas só fluem com tudo misturado.2) Relevem erros que com certeza terão. Nem sempre tudo sai perfeito... É a vida!
3)Vão de mente aberta ler esse livro. Quero todo mundo abrindo a imaginação... Imaginem os cenários, as roupas, os personagens. Eu dou o rascunho e vocês fazem o acabamento. Fechou?
4) Serão encontradas palavras como preto(a), escurinha(o) e entre outras semelhantes. São palavras que referem-se a cor de pele e podem ser usadas livremente pelo livro. Por favor, não misturar as coisas. O livro também tratará sobre racismo e é importante o uso de várias palavras do tipo. A autora não compactua com qualquer tipo de preconceito. Mas vocês encontrarão esse tema sendo abordado.
Sejam bem-vindos e bora lá!❤
Anala, que das três era a mais sensível, não conseguia controlar seu estado choroso. Shanti e Kali tinham se recolhido, preferiam a solidão dos seus quartos. Anala ficou na enorme sala do Palácio, assustada e chorando copiosamente.–Ana...–Danesh retorna, já sem toda aquela pompa de líder, e abre os braços para recebê-la.–Não fique dessa forma. Kabir sempre foi cruel em suas escolhas, você sabe bem.–Não é justo, Dan.–Resmunga em meio ao choro sufocado pelo peitoral do irmão.–Eu não quero ser uma benção do Deus Hadaedd para um povo estrangeiro. Eu quero ser benção para o meu povo.Danesh, sabendo que não tinha como soltar as palavras que sua irmã quer ouvir, ficou acariciando-a até que pegasse no sono. Ele estava mal com toda essa situação, mas não podia fazer nada. Ele era um líder recente e não podia passar por cima da ordem do maior líder que já existiu em Amrita. E pior, não podia passar por cima da ordem de um pai para s
Quem nunca cochichou sobre Amrita e o porquê de ser tão fechada? Quem nunca quis saber os rumores que sempre se espalhavam rapidamente?Agora, tinham a chance de descobrir sobre um dos rumores mais famosos: como são as mulheres de Amrita.Amrita é uma cidade que foi fundada a partir do descobrimento de Hadaedd sobre o orgasmo feminino. Não tinha outra saída ou rumo, Amrita é uma cidade sexualizada.As mulheres são quentes por natureza e os homens aprendem que devem prazer a elas. Que precisam extrair Amrita, que é o néctar dos Deuses, das suas amadas.Os rumores de que as trigêmeas de Amrita estavam praticamente à venda voaram e Danesh recebeu 5 propostas. Precisou eliminar 2 propostas que ofereciam menos extensão territorial e ficou com as 3 mais generosas.–Daqui há uma semana os três pretendentes de vocês chegarão.–Avisou o líder durante o jantar. As trigêmeas suspiraram pesadamente.–Eu sinto muito.–Sabemos que daqui um tempo você também será
A organização do jantar estava impecável. Mesmo Amrita não sendo tão cheia das riquezas, tudo estava tão divinamente arrumado que facilmente diria que era um banquete de casamento.Danesh, vestido com sua capa, aguardava sentado a presença de cada um de seus convidados. Sabia que não era uma noite de festa, mas precisava recebê-los à altura. Observou a decoração e se viu com o coração pesado. Não queria estar vendendo suas irmãs assim.–Anuncio para sentar à mesa com o líder de Amrita, Danesh Badour... –Danesh volta sua atenção para o serviçal que fala.–Príncipe William Kart de Florença Baruque, segundo sucessor ao trono de Tatália, e seu acompanhante, Guliver Alvez.O jovem loiro surge completamente vestido à caráter, esbanjando elegância e educação. Reverencia Danesh e senta-se onde escolher. Guliver faz o mesmo e senta ao seu lado, onde claramente tinha escrito que era o lugar para os acompanhantes.
Cada um sentou na mesa onde o nome da sua noiva estava bem disposto e nítido. Danesh pediu forças a Hadaedd ao ver a cena que se desenrolava. Deixou homens fazendo a vigilância de longe e tratou de cuidar da celebração que aconteceria logo mais.Anala, ao ver o homem bem trajado e de postura ereta sentar a sua frente, desviou o olhar envergonhada. O rei sorriu ao perceber a vergonha da jovem.–Lady Anala Badour, certo?–A garota se arrepia inteira e Joseph sorri novamente diante da cena dela assentindo.–Você será uma bela rainha, se me permite dizer.A garota permitiu-se erguer a face e olhar o homem à sua frente. Ele é mais velho, mas certamente por pouca diferença, pensou.–És rei?–Resolveu presentear o homem com o som da sua voz e ele assentiu gostando de ouvi-la.–Já que...que vamos nos casar poderia falar um pouco sobre você. Eu acredito que isso seja importante.Joseph aceitou a su
As irmãs, vestidas com vestidos claros e enfeitadas de joias, se encontravam no salão conversando com suas acompanhantes. Os quatro anciãos de Amrita conversavam com Danesh sobre o alcance que a cidade agora iria ter. Estavam felizes com todo o proceder.–Amrita agora se tornará mais conhecida e influente.–Gorah, alegre, tomava seu vinho.–Vamos começar a cerimônia logo, líder Danesh.Os três homens aguardavam em cantos separados a hora da assinatura. Conversavam com seus companheiros sobre não ver a hora de partir. Amrita estava mais quente que nunca e não era sobre as mulheres que estavam falando.–Aproximem-se, por favor.–Danesh anuncia.–Com a permissão dos quatro anciãos desejo falar umas palavras para os noivos.–Ele olha carinhosamente para suas irmãs.–Quero desejar que as bênçãos de todos os deuses, inclusive a de Hadaedd, estejam com vocês. Que vocês consigam encontrar pontos positivos em comum e focar neles. Sei que talvez não seja fácil, mas que haja esforç
Já dentro do navio, Kali observa Amrita ficando pequena. Ela reflete um pouco sobre como sua vida deu um giro e se vê saudosa dos momentos que passou na infância.Antes da sua mãe ser rejeitada em praça pública e ser banida de Amrita, todos eles eram uma bela família. Mesmo não podendo mostrar o rosto por culpa do véu, as trigêmeas não encontravam nisso um empecilho para brincar livremente no jardim do Palácio.Shanti era a mais arteira, sempre arrumava um jeito de fazer Anala cair e colocar a culpa em Kali. Mas elas nunca eram de brigar. Sempre se apoiavam e sonhavam com seu povoado conhecendo seus rostos e respeitando-as como líderes. Mas tal sonho nem passou perto de acontecer.Foram tiradas de seus sonhos e agora são mulheres casadas e à mercê de maridos desconhecidos. Kali sentiu a face molhada ao se dar conta de que não via mais Amrita.–Ora, não vai me dizer que nunca pensou em sair desse vilarejo atras
Ao abrir os olhos, Kali sente um braço rodeando sua cintura. Empurrou o braço do homem com tanta força que ele girou e acabou caindo no chão. Ao ver o que fez, correu para ver se tinha o machucado.–Mas... Que merda, Kali!–Berrou se levantando sozinho.–Você além de preta é burra?Kali, que estava toda preocupada, piscou os olhos algumas vezes tentando digerir o que tinha acabado de ouvir. William, se dando conta do que falou, caminha em direção a esposa tentando se explicar, mas ela o acerta com um golpe bem certeiro entre as pernas. William cai novamente urrando de dor.–Não é porque você praticamente me comprou que eu vou me sujeitar a ouvir suas tolices e discursos preconceituosos.–Ela se abaixa até perto dele.–Não ouse a tentar me diminuir pela cor da minha pele porque com isso você só vai conseguir belos hematomas no corpo. Peço inclusive que tome cuidado com seu lindo rostinho.Kali pegou um par de roupa
Gemidos, sussurros e estalos eram ouvidos naquele quarto. Joseph, dominado pelo desejo, não queria deixar de beijar a boca de sua mulher. Ele se sentia entorpecido, viciado.Afastou-se quando a ideia de estar passando a imagem de ser um adolescentezinho na puberdade lhe veio em pensamento. Anala, com a boca extremamente vermelha e um rubor tentador na face, o encarou não compreendendo seu afastamento.-Se eu continuar beijando você vou tocá-la aqui mesmo e você não merece isso.-Justifica vendo Anala assentir.-Na nossa casa, em nosso quarto, será mais gostoso. Prometo. Agora vamos descansar.Ele deita e chama a pequena garota para seu peitoral. Anala sentia-se úmida e desejosa, mas não iria mostrar frustação ao marido. Lembrou-se que ele a via como frágil e sem personalidade. Ela não era nada disso, apenas recatada. Esperou Joseph adormecer e então saiu de seu abraço virando-se de costas e adormecendo também..