Filhas de Amrita
Filhas de Amrita
Por: Lua Solitária
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O grande povo de Amrita estava alvoroçado aguardando o pronunciamento do líder Danesh. Estava calor e aquele grande amontoado de pessoas não facilitava a circulação de ar. Mas ninguém ousava sair do seu lugar, mesmo que abafado, e perder o que o tão respeitado e venerado líder tinha a dizer.

Amrita é como um grande povoado, mas com estilo de cidade; relativamente organizada, com um líder atuante e bastante povoada. Sua arquitetura, seus costumes, seu povo, quase tudo em Amrita é diferenciado das demais regiões circunvizinhas. Amrita é especial e tem lá seus mistérios.

A região tem um clima muito quente, principalmente nessa época do ano. Mas, como dito antes, ninguém se importava com o calor. Queriam mesmo é saber as novas que o grande líder tinha para falar.

–Povo de Amrita!–Danesh surge com os braços erguidos incitando gritos de saudação, e assim o povo o faz.

Danesh está vestindo a típica capa de celebrações do líder, onde a mesma é feita de couro preto e se arrasta pelo chão. Uma capa com detalhes em dourado simulando uma chuva de pingos grossos. Era tão majestosa que seu brilho se via de muito longe.

O líder, assim como a maioria dos homens em Amrita, estava vestindo apenas uma calça rústica de cor marrom. Seu tronco quase em sua totalidade estava marcado por tatuagens simbólicas, mas uma em especial é a marca de Amrita. Uma flor em azul e preto com um pingo de um líquido branco escorrendo de dentro do seu centro alaranjado.

(Mais ou menos assim que eu pensei. Acrescentem o pingo que sai de dentro dela.)

Todo homem em Amrita, obrigatoriamente, precisa ter essa tatuagem. Ela é a marca dos homens Amritêses, é como uma identidade em forma de desenho. Podendo ser colocada em qualquer parte que o homem escolher. O do líder é no abdômen, do lado direito.

–Hoje, com muita honra, serão apresentadas a vocês, povo de Amrita, as minhas irmãs, filhas de Kabir Badour e enviadas do Deus Hadaedd.–Ensadecidos, os homens solteiros de Amrita gritam em comemoração.

As irmãs do líder Danesh, que são trigêmeas, jamais foram vistas por estranhos. Só as acompanhantes das ladys e a família viram suas verdadeiras faces. Os outros se contentavam em tentar adivinhar como eram por baixo do véu que obrigatoriamente teriam que usar ao se apresentar em público a partir dos 10 anos de idade.

–Apresento-vos Lady Kali, Lady Shanti e Lady Anala. A tríade que permitirá que Amrita seja ainda mais abençoada pelo Deus Hadaedd.

Três mulheres surgiram na imensa e luxuosa varanda do Palácio de Amrita. Seus trajes eram charmosos, sensuais e brilhosos. As Amritêsas costumavam se vestir como dançarinas do ventre quando alcançavam a idade de ser cortejadas. Suas barrigas estavam à mostra, algumas pedrarias estavam penduradas nas pequenas blusas que cobriam seus seios e nas suas cabeças repousavam tiaras com pedras e jeitos diferentes.

As trigêmeas de Amrita eram super sensuais e não eram nada parecidas. Lady Kali tinha a pele mais escura, olhos quase laranjas e cabelos pretos ondulados que iam até sua cintura. Lady Shanti era um pouco mais clara que Kali, seus olhos eram azuis e seu cabelo levemente alaranjado emoldurava perfeitamente seu rosto. E Lady Anala era simplesmente branca, olhos extremamente verdes e cabelos loiros.

Elas eram as primeiras trigêmeas nascidas em Amrita. Eram um presente, por isso foram oferecidas ao Deus Haddaed, que é o Deus que visitou e batizou a cidade de Amrita.

Elas acenavam enquanto os homens tentavam a todo custo, mesmo que em meio a uma multidão, fazer com que as três ouvissem seus galanteios.

Líder Danesh faz um sinal com as mãos, pedindo para que o povo se cale e ouça as palavras que serão proferidas por ele. O povo atende ao seu líder.

–Queridos Amritêses, as minhas irmãs são as primeiras trigêmeas da história do nosso povo. São praticamente uma divindade, assim como eu, o líder escolhido por Deus para vos governar.–Danesh olha com cautela para suas irmãs, que caladas e sérias permaneceram desde que foram chamadas. Obediência era o que mais Danesh prezava.

–Ao alcançar a maioridade, elas agora estão prontas para ajudar a expandir os horizontes de Amrita. Nosso povoado precisa aumentar em terras, e para isso, as divindades Amritêsas casarão com estrangeiros que oferecerem boa proporção de terras ao redor de Amrita.

Um burburinho sem tamanho foi iniciado e foi quase que impossível de ouvir até seu próprio pensamento. Não era regra, mas quase ninguém de Amrita se relaciona com estrangeiros. Amrita tem seu próprio jeito, sua própria maneira de conduzir a vida. Estranhos quase nunca são bem-vindos.

As trigêmeas estavam se entreolhando, elas estavam terrivelmente assustadas. Será que é verdade o que ouvimos?

Queriam uma resposta, mas já a tinham. Danesh olhou para elas e assentiu.

Antes de morrer, o líder e pai deles, Kabir Badour, deixou escrito e aprovado pelo quarteto ancião de Amrita o futuro das bênçãos do Deus Hadaedd, ou seja, o futuro das trigêmeas.

Como seria Danesh a liderar o grande povo, as trigêmeas poderiam servir para a expansão territorial de Amrita e consequentemente abençoar outros povos com seu ventre divino.

As trigêmeas darão filhos fortes e com qualidades especiais. Elas são o poder de Haddaed divido em três. Foi dito através dos anciãos que seria através das ladys que Amrita será verdadeiramente conhecida mundo à fora. O pai das mesmas interpretou como quis, e assim determinou o futuro de cada uma delas. Elas iriam para fora de onde nasceram, casadas com estrangeiros para que Amrita aumente e seja ainda mais reconhecida.

Quer sacrifício mais grandioso que esse?

Mas não era tão positivamente assim que as garotas pensavam. Enquanto Danesh concluía sua fala, mostrando ao povo que essa ordem veio do falecido Kabir e se desculpando com o povo Amritês; as trigêmeas foram levadas para dentro do Palácio.

Toda produção que Danesh exigiu para as trigêmeas era para que a imprensa local as fotografassem e espalhassem o mais rápido possível a notícia em Amrita. Nada de vazar para fora. Mas nada disso era escolhido por Danesh. Ele só estava cumprindo o que lhe foi ordenado.

–Shanti, Anala, Kali...–Danesh, depois da pronunciação, foi ao encontro das irmãs. Encontrou-as chorando, nos colos de suas respectivas acompanhantes.–Minhas queridas, vocês sabem que não era assim que eu queria que fossem as coisas...

Elas não conseguem encarar seu irmão, então apenas continuam chorando com a cabeça no colo das fiéis serviçais. Danesh, sabendo que por hora seria ignorado, se retirou.

AVISOS IMPORTANTES, LEIAM!

1) Essa obra é feita totalmente da minha imaginação, ou seja, muito louca rs. Então, não procurem associar isso com aquilo, que vem da realidade. Tudo é invenção, misturas que faço na mente...

Minha criatividade se chama liquidificador. As coisas só fluem com tudo misturado.

2) Relevem erros que com certeza terão. Nem sempre tudo sai perfeito... É a vida!

3)Vão de mente aberta ler esse livro. Quero todo mundo abrindo a imaginação... Imaginem os cenários, as roupas, os personagens. Eu dou o rascunho e vocês fazem o acabamento. Fechou?


4) Serão encontradas palavras como preto(a), escurinha(o) e entre outras semelhantes. São palavras que referem-se a cor de pele e podem ser usadas livremente pelo livro. Por favor, não misturar as coisas. O livro também tratará sobre racismo e é importante o uso de várias palavras do tipo. A autora não compactua com qualquer tipo de preconceito. Mas vocês encontrarão esse tema sendo abordado. 

Sejam bem-vindos e bora lá!❤

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