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Ao abrir os olhos, Kali sente um braço rodeando sua cintura. Empurrou o braço do homem com tanta força que ele girou e acabou caindo no chão. Ao ver o que fez, correu para ver se tinha o machucado.

–Mas... Que merda, Kali!–Berrou se levantando sozinho.–Você além de preta é burra?

Kali, que estava toda preocupada, piscou os olhos algumas vezes tentando digerir o que tinha acabado de ouvir. William, se dando conta do que falou, caminha em direção a esposa tentando se explicar, mas ela o acerta com um golpe bem certeiro entre as pernas. William cai novamente urrando de dor.

–Não é porque você praticamente me comprou que eu vou me sujeitar a ouvir suas tolices e discursos preconceituosos.–Ela se abaixa até perto dele.–Não ouse a tentar me diminuir pela cor da minha pele porque com isso você só vai conseguir belos hematomas no corpo. Peço inclusive que tome cuidado com seu lindo rostinho.

Kali pegou um par de roupa e se direcionou a um banheiro minúsculo localizado no quarto do navio. Tomou banho sentindo o peito doer pelas palavras que ouviu. Pediu mentalmente que William fosse severamente castigado por todos os deuses existentes.

No chão, William se recompõe e fica encarando a porta do banheiro agora fechada. Ela o acertou com tanta força que duvidaria se conseguisse ser pai um dia.

Levantou-se, trocou de roupa e saiu do quarto. Encontrou Guliver na pequena cozinha preparando alguma coisa com ajuda de um outro homem.

–Em alguns minutos eu sirvo seu café, senhor.–Disse reverenciando o príncipe.–Fiz tudo que gosta. Espero estar ao seu agrado.

–Não precisa ser tão formal só porque está na frente de outra pessoa, Guliver.–Revira os olhos.–Todos sabem que somos amigos. Vou aguardar lá fora.

Guliver assentiu e tornou a cozinhar. Kali retira-se do banheiro já tomada banho e penteia seus longos cabelos ondulados. Ela vestiu apenas uma saia que ficava transparente do início da coxa até o tornozelo e um top que erguia bem seus seios.

Usou seu perfume predileto e saiu do quarto na intenção de ir atrás de comida. Encontrou William sentado numa mesa de 2 lugares, bem perto da proa do navio.

A mesa estava começando a ser organizada por Guliver quando William vê a sua esposa caminhando até ele. Ela mexia os quadris de forma tão sensual e notava-se que não era intencional. Seus cabelos dançavam chicoteando sua cintura e ela vinha com um olhar superior, de soberana. Ele reconheceu que Kali não era qualquer mulher. Ela tinha uma chama diferente ardendo dentro de si.

–Cheguei em uma boa hora.–Disse ao se aproximar dos dois homens.–Tem ovos batidos? Estou com vontade de comer isso hoje.

Ao dizer isso, olhou com jeito debochado para seu marido que semicerrou os olhos não gostando nada da provocação.

–Bom dia, lady Kali.–Guliver reverencia a jovem.–Por sorte, fiz bastante. Pode se servir. Vou deixar os dois à vontade.

Kali começa a preencher seu prato sem encarar o príncipe que a observava ainda fascinado.

–Sinto muito lhe oferecer esse café da manhã simples, querida esposa. Mas prometo que em Tatália, após nosso casamento oficial, mandarei lhe servir tudo que tiver direito. Aposto que tem coisas lá que você jamais experimentou no seu mundinho.-Alfineta abocanhando uma generosa fatia de bolo.

–Se você tiver falando de falas preconceituosas, sim, jamais experimentei no meu mundinho e nem experimentarei no seu.–Bebe um pouco de suco.–Me causaria indigestão. Desculpe.

O resto do café da manhã foi em total silêncio, mas vez ou outra Kali se controlava para não sorrir. Se esse príncipezinho de merda acha que vai me pisar e vai ficar por isso mesmo ele está redondamente equívocado... Pensou se deliciando com os ovos batidos.

...

Anala sentiu-se extremamente enjoada pelo longo balançar da carruagem, então Joseph resolveu parar em um pequeno vilarejo para descansarem até retomarem a viagem. Seus servos foram cuidar de alimentar os animais enquanto ele, Anala e Thael seguiram para uma pensão.

–Onde estamos?–Questiona Anala ao olhar a noite pela janela.

–Perto de casa.–Respondeu cansado.–Vou tomar banho e descansar. Após mim faça o mesmo.

Ela assentiu e aguardou Joseph tomar banho. Ele saiu do banheiro apenas com uma toalha enrolada na cintura e ao ver a cena Anala ficou vermelha. Abaixou a cabeça e colocou as mãos nos olhos. Joseph achou a cena engraçada e tratou de se afastar de Anala.

–Vá, Anala. É sua vez.

Com a ordem do marido, Anala pegou rapidamente suas coisas e se trancou no banheiro. Respirou fundo algumas vezes se perguntando que frio na barriga era esse que sentiu. Tirou a roupa e tomou tranquilamente seu banho. Após alguns minutos, saiu do banho de camisola.

Apesar de tímida, Anala usa os mesmos tipos de roupas sensuais que todas as Amritêsas. Sua camisola era de alcinha e só tinha forro nos seios. No restante, ela mostrava uma leve transparência. Como a pele de Anala era alva, pouco mostrava pois a camisola se misturava ao seu tom.

Joseph estava com um calção fino e ao ver Anala saindo do banheiro o calção ficou estranhamente apertado. Ela parecia um tipo de deusa puritana e intocada. Exalava um cheiro de desejo e tentação. Ele nunca tinha sentido tanta coisa ao olhar uma mulher de camisola.

–Venha cá, Anala.–Sua voz rouca fez Anala arrepiar. Ela senta ao lado dele na cama.–Você é tão inocente que me dá tesão só de olhar.

–Joseph...

–Shiiiu...–Ele coloca o dedo indicador nos lábios de Anala e vai encostando ela na cama. Logo ele vai por cima dela.–Me deixa provar você, Anala. Pelo menos sua boca.

Sem conseguir esboçar reação, Joseph encosta sua boca na dela e eles começam um beijo. Anala não era desajeitada ao beijar, nunca o fez, mas também nunca precisou ser ensinada. As mulheres de Amrita são diferentes. Isso todo mundo sabia.

Ela colocou suas mãos por entre os cabelos grandes de Joseph o trazendo para mais perto. Joseph alisava uma das coxas dela enquanto se deliciava com o beijo. Nenhum queria parar e não pararam.

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