Quem nunca cochichou sobre Amrita e o porquê de ser tão fechada? Quem nunca quis saber os rumores que sempre se espalhavam rapidamente?
Agora, tinham a chance de descobrir sobre um dos rumores mais famosos: como são as mulheres de Amrita.
Amrita é uma cidade que foi fundada a partir do descobrimento de Hadaedd sobre o orgasmo feminino. Não tinha outra saída ou rumo, Amrita é uma cidade sexualizada.
As mulheres são quentes por natureza e os homens aprendem que devem prazer a elas. Que precisam extrair Amrita, que é o néctar dos Deuses, das suas amadas.
Os rumores de que as trigêmeas de Amrita estavam praticamente à venda voaram e Danesh recebeu 5 propostas. Precisou eliminar 2 propostas que ofereciam menos extensão territorial e ficou com as 3 mais generosas.
–Daqui há uma semana os três pretendentes de vocês chegarão.–Avisou o líder durante o jantar. As trigêmeas suspiraram pesadamente.–Eu sinto muito.
–Sabemos que daqui um tempo você também será obrigado a casar, Dan.–Shanti beberica seu suco e dá de ombros.–A diferença é que será por amor. Nós que estamos ferradas. Espero que meu futuro marido me ofereça livros ou não me deitarei com ele.
–Shanti!–Anala, envergonhada pelas palavras da irmã, exclama com as mãos no rosto. Ela sempre foi a mais tímida e recatada.–Não fale assim à mesa.
–Tenho pena de você, Anala.–Dessa vez Kali resolve parar de mastigar e se manifestar.–Você é muito bobinha e muito pura. Tenho medo que um brutamontes tripudie sobre você. Não estaremos lá para lhe defender.
De olhinhos inundados, Anala reflete sobre o que acabou de ouvir. Sempre viveu à sombra das suas irmãs e nunca se imaginou sem elas. E agora, daqui bons dias, se verá sozinha e na companhia de um desconhecido. Danesh acalenta a mão de sua irmã ao ver seu rostinho preocupado.
–Você vai ficar bem, Ana. Você é mais forte do que imagina.
Ela assente e volta a comer. Shanti bufa se recusando a acreditar no que o irmão disse. Ao seu ver, Anala não está preparada para enfrentar um relacionamento. Principalmente quando a mulher, em quase tudo, precisa ser submissa ao homem. Shanti sente ódio só de pensar.
A semana passou e todo o Palácio estava pronto para receber os três convidados e sua pequena caravana. As irmãs ficariam detidas em seus quartos até tudo estar acertado entre os homens.
Um belo rapaz, tendo cerca de seus 25 anos, loiro, olhos azuis e pele tão alva que precisava andar debaixo de um guarda-sol desembarca de seu navio observando com cautela o porto de Amrita. Era tão simples que teve a impressão que a qualquer momento aquela madeira embaixo dos seus pés iria ruir.
–Estamos mesmo em Amrita?–Perguntou ao seu serviçal, Guliver, que segurava o objeto que protegia o jovem do sol.
–Sim, príncipe William. A cidade é famosa, mas com certeza não é pela infraestrutura. Sabemos disso.
O príncipe riu e caminhou em rumo aos homens que aguardavam o ilustre visitante para recepcioná-lo. Logo seguiram até o Palácio.
Não era William que estava interessado em um casamento, mas seus pais. Ele era apenas o segundo sucessor ao trono de Tatália, mas precisava casar para mostrar estabilidade na família. Seus pais queriam que ele casasse e ele apenas escolheu de onde a mulher seria. Era uma forma de resposta rude ao pedido dos seus pais, pois Amrita é um lugar sexualizado e, apesar de famosa, é muito mal falada também.
–Guliver, pelo pouco que vi as mulheres são atraentes.–Comenta o príncipe ao estar finalmente em seus aposentos.–Ainda bem que o quarto é climatizado. Que lugar infernal!
–Dizem que o clima é tão quente quanto as mulheres, meu senhor.–O serviçal começa a organizar os pertences do príncipe.–Aconselho que tome um banho e descanse. Os outros interessados estão chegando aos poucos e o jantar será bem mais tarde.
O homem aceita a sugestão e com gosto segue a cumpri-la. Guliver sorriu ao ouvir o homem dizer que está impressionado por terem banheira. Realmente Amrita sempre foi subestimada. Isso é fato!
Vários cavalos trotam passando pela entrada de Amrita. Assustados, algumas pessoas se afastam. Alguns homens Amritêses interceptam a pequena cavalaria.
–Identificação, por favor.
–Líder do povoado Anuã, candidato a marido de uma das trigêmeas.–O homem ao lado do líder fala por ele.
Os homens se apresentam, reverenciam e pedem para os seguirem. Mais um convidado se faz presente na cidade e a curiosidade da população só aumenta. Logo, Amrita poderá se tornar uma das 7 maiores regiões povoadas do mundo.
Já nos seus aposentos, o tal homem e seu acompanhante retiram suas botas e se sentam na cama. Estranharam tanta coisa que tinha naquele quarto... De onde eles vêm não tem nem metade daquele conforto todo.
–Sr. Denzel, o que você pretende casando com alguém desse povo?–O homem tido como seu braço direito, Falzer, questiona enquanto ajuda seu líder a entender como se liga a televisão.
–Quero apenas casar, Falzer. As mulheres de Anuã não são para mim.–Ele olha seu amigo.–De acordo com os boatos, as mulheres daqui são mais...quentes.
Riram e continuaram na empreitada para ligar a televisão. O povoado de Anuã é um pouco atrasado, vivem em um método extremamente arcaico e machista. Além de não se adequarem às evoluções tecnológicas.
Algumas horas depois, bem depois do almoço, surge uma carruagem acompanhada de alguns homens à cavalo. A carruagem era tão reluzente que ofuscava os olhos de quem a olhava. Quem ia dentro dela, segundo os curiosos, com certeza tinha muitas riquezas.
Também recepcionados, foram conduzidos até seus aposentos avisados da hora do jantar que se aproximava.
–Sr. Vallares, viu como é simples essa terra? Não entendo porque escolher uma dama daqui para ser sua esposa. Mesmo viúvo, não precisa tornar a se casar. Seu povo não o exige.–O conselheiro real, Thael, insiste mais uma vez para que seu rei desista dessa loucura de se casar mais uma vez.
–Você sabe que estou muito sozinho, Thael. Eu quero uma companhia. Que mal tem?–Questionou dando de ombros.
–O mal está que ela tem 18 anos e o senhor tem 34. Já estou vendo o burburinho...–Thael balança a cabeça em negação.–Mas estou aqui para apoiá-lo.
O rei assentiu e tratou de olhar pela janela a tão misteriosa Amrita. Depois que sua esposa morreu, ele ficou tão focado em seu povo que não quis mais ninguém ao seu lado. Era uma fuga da realidade por ter ficado sem sua companheira fiel. Mas ele sabia que não queria ninguém pra amar, apenas para satisfazer seus desejos. Como Amrita já tinha sua fama consolidada sobre as mulheres, ele sabia que estava no lugar certo.
A organização do jantar estava impecável. Mesmo Amrita não sendo tão cheia das riquezas, tudo estava tão divinamente arrumado que facilmente diria que era um banquete de casamento.Danesh, vestido com sua capa, aguardava sentado a presença de cada um de seus convidados. Sabia que não era uma noite de festa, mas precisava recebê-los à altura. Observou a decoração e se viu com o coração pesado. Não queria estar vendendo suas irmãs assim.–Anuncio para sentar à mesa com o líder de Amrita, Danesh Badour... –Danesh volta sua atenção para o serviçal que fala.–Príncipe William Kart de Florença Baruque, segundo sucessor ao trono de Tatália, e seu acompanhante, Guliver Alvez.O jovem loiro surge completamente vestido à caráter, esbanjando elegância e educação. Reverencia Danesh e senta-se onde escolher. Guliver faz o mesmo e senta ao seu lado, onde claramente tinha escrito que era o lugar para os acompanhantes.
Cada um sentou na mesa onde o nome da sua noiva estava bem disposto e nítido. Danesh pediu forças a Hadaedd ao ver a cena que se desenrolava. Deixou homens fazendo a vigilância de longe e tratou de cuidar da celebração que aconteceria logo mais.Anala, ao ver o homem bem trajado e de postura ereta sentar a sua frente, desviou o olhar envergonhada. O rei sorriu ao perceber a vergonha da jovem.–Lady Anala Badour, certo?–A garota se arrepia inteira e Joseph sorri novamente diante da cena dela assentindo.–Você será uma bela rainha, se me permite dizer.A garota permitiu-se erguer a face e olhar o homem à sua frente. Ele é mais velho, mas certamente por pouca diferença, pensou.–És rei?–Resolveu presentear o homem com o som da sua voz e ele assentiu gostando de ouvi-la.–Já que...que vamos nos casar poderia falar um pouco sobre você. Eu acredito que isso seja importante.Joseph aceitou a su
As irmãs, vestidas com vestidos claros e enfeitadas de joias, se encontravam no salão conversando com suas acompanhantes. Os quatro anciãos de Amrita conversavam com Danesh sobre o alcance que a cidade agora iria ter. Estavam felizes com todo o proceder.–Amrita agora se tornará mais conhecida e influente.–Gorah, alegre, tomava seu vinho.–Vamos começar a cerimônia logo, líder Danesh.Os três homens aguardavam em cantos separados a hora da assinatura. Conversavam com seus companheiros sobre não ver a hora de partir. Amrita estava mais quente que nunca e não era sobre as mulheres que estavam falando.–Aproximem-se, por favor.–Danesh anuncia.–Com a permissão dos quatro anciãos desejo falar umas palavras para os noivos.–Ele olha carinhosamente para suas irmãs.–Quero desejar que as bênçãos de todos os deuses, inclusive a de Hadaedd, estejam com vocês. Que vocês consigam encontrar pontos positivos em comum e focar neles. Sei que talvez não seja fácil, mas que haja esforç
Já dentro do navio, Kali observa Amrita ficando pequena. Ela reflete um pouco sobre como sua vida deu um giro e se vê saudosa dos momentos que passou na infância.Antes da sua mãe ser rejeitada em praça pública e ser banida de Amrita, todos eles eram uma bela família. Mesmo não podendo mostrar o rosto por culpa do véu, as trigêmeas não encontravam nisso um empecilho para brincar livremente no jardim do Palácio.Shanti era a mais arteira, sempre arrumava um jeito de fazer Anala cair e colocar a culpa em Kali. Mas elas nunca eram de brigar. Sempre se apoiavam e sonhavam com seu povoado conhecendo seus rostos e respeitando-as como líderes. Mas tal sonho nem passou perto de acontecer.Foram tiradas de seus sonhos e agora são mulheres casadas e à mercê de maridos desconhecidos. Kali sentiu a face molhada ao se dar conta de que não via mais Amrita.–Ora, não vai me dizer que nunca pensou em sair desse vilarejo atras
Ao abrir os olhos, Kali sente um braço rodeando sua cintura. Empurrou o braço do homem com tanta força que ele girou e acabou caindo no chão. Ao ver o que fez, correu para ver se tinha o machucado.–Mas... Que merda, Kali!–Berrou se levantando sozinho.–Você além de preta é burra?Kali, que estava toda preocupada, piscou os olhos algumas vezes tentando digerir o que tinha acabado de ouvir. William, se dando conta do que falou, caminha em direção a esposa tentando se explicar, mas ela o acerta com um golpe bem certeiro entre as pernas. William cai novamente urrando de dor.–Não é porque você praticamente me comprou que eu vou me sujeitar a ouvir suas tolices e discursos preconceituosos.–Ela se abaixa até perto dele.–Não ouse a tentar me diminuir pela cor da minha pele porque com isso você só vai conseguir belos hematomas no corpo. Peço inclusive que tome cuidado com seu lindo rostinho.Kali pegou um par de roupa
Gemidos, sussurros e estalos eram ouvidos naquele quarto. Joseph, dominado pelo desejo, não queria deixar de beijar a boca de sua mulher. Ele se sentia entorpecido, viciado.Afastou-se quando a ideia de estar passando a imagem de ser um adolescentezinho na puberdade lhe veio em pensamento. Anala, com a boca extremamente vermelha e um rubor tentador na face, o encarou não compreendendo seu afastamento.-Se eu continuar beijando você vou tocá-la aqui mesmo e você não merece isso.-Justifica vendo Anala assentir.-Na nossa casa, em nosso quarto, será mais gostoso. Prometo. Agora vamos descansar.Ele deita e chama a pequena garota para seu peitoral. Anala sentia-se úmida e desejosa, mas não iria mostrar frustação ao marido. Lembrou-se que ele a via como frágil e sem personalidade. Ela não era nada disso, apenas recatada. Esperou Joseph adormecer e então saiu de seu abraço virando-se de costas e adormecendo também..
O navio encostou no porto riquíssimo de Tatália e poucas pessoas aguardavam o retorno do segundo príncipe. Na verdade, lá estavam apenas seus pais, seu irmão e a mulher dele que estava grávida.Como dito antes, William não era lá muito querido pelos súditos. Os servos desceram primeiro conduzindo as bagagens para a carruagem real, William apareceu depois e logo atrás vinha Kali.Kali estava trajada em um vestido longo, com duas fendas laterais e um decote generoso. Desceu a grande rampa na sua pose de sempre, sem qualquer perversão, mas exalando sensualidade.O rei Philip e a rainha Margareth estranharam quando viram William surgir desacompanhado da sua mulher. Eles observavam na intenção de ver se ela aparecia, mas viram apenas o que julgaram ser uma serviçal.–Filho, seja bem-vindo.–O rei beija a face do seu filho.–Cadê sua esposa?Kali tinha ouvido o questionamento do rei, logo apressou-se e se pôs ao lado de William. O mesmo desviou o olhar até Kali
Tinham chegado nas terras de Anuã faz poucas horas. As mulheres do lugar arrastaram Shanti para fazer os rituais de iniciação da jovem ao povo.Denzel queria impedir, mas Falzer lembrou que era necessário. O líder temeu que sua esposa ficasse assustada demais com tanta informação de uma vez. Queria que ela descansasse, mas não foi possível.–O seu cabelo é lindo, garota.–Uma mulher trançava os cabelos de Shanti enquanto outra colocava uma roupa diferente nela. A garota ficou calada em todo momento. Estava um pouco assustada.–Meu filho escolheu bem. Você tem jeito que vai ter muitas barrigas.–A senhora é minha sogra?–A mulher assentiu sorrindo enquanto colocava flores nas tranças de Shanti.–Eu sou Shanti. Qual o seu nome?–Fatina Anuã.–Diz soltando o cabelo de Shanti e ajeitando suas vestimentas.–Quero mais tinta vermelha. As pinturas dela vão ser em vermelho.Além de Fatina, mais duas mulheres