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Capítulo 3 - O Caminho para Midnight

Mason

Acordei com o choro de Isabella. Por um momento, estava desorientado, mas logo percebi um homem idoso tentando acalmá-la. Quando me levantei bruscamente, ele disse:

“Tenha cuidado. A correnteza está forte, você pode nos derrubar.”

Tudo voltou como um borrão – nossa discussão, o beijo dela, e eu apagando. Achei que havia sonhado com Ravena deitando-se ao meu lado e dizendo que me amava.

"Ela me enganou," murmurei, sem direcionar a ninguém.

Mesmo assim, o velho respondeu:

“Ela fez o que era melhor para você e a menina.”

Meu peito se apertou, e tudo dentro de mim ficou vermelho.

Volte, Max ordenou em um tom homicida.

"Ela não tem o direito de me afastar de minha companheira. Essa decisão não é só dela."

Max, meu lobo, estava certo. Ravena foi egoísta, pensando apenas no que acreditava ser melhor. E eu? E Max? E nossa filhote? Como ficamos? Não consegui controlar Max, e ele emergiu. Esse foi meu erro.

“Senhor Mason, pense em sua filha. A correnteza não está a nosso favor. Se não controlar o seu lobo, todos cairemos no rio. Há rochas alguns quilômetros à frente. Se a bebê cair ou o barco virar, ninguém sobreviverá!”

As palavras do velho pareciam distantes. Max tentou saltar do barco quando um som nos atingiu: o choro de Isabella.

“Acalme-se, princesinha. Vai ficar tudo bem. O vovô vai levar você em segurança, não se preocupe,” disse o homem com ternura.

O choro de Isabella fez Max recuar. Ravena nos abandonou. Eu não queria aceitar, mas essa era a verdade – ela preferiu nos deixar em vez de enfrentar o pai. Isabella, minha pequena loba, precisava de mim.

“Me deixe voltar, Max” implorei. “Não há mais nada que possamos fazer. Ravena e Lina se foram.”

“Eu nunca vou aceitar isso! Lina é minha companheira; ela precisa de mim” Max retrucou. Eu o entendia. Sentia o mesmo.

“Mas Isabella é nossa filhote e precisa de nós. Lina e Ravena podem se cuidar, Bella não.”

Essas palavras finalmente atingiram Max, e eu consegui reassumir o controle.

“Senhor, pode me passar minha filha. Está tudo bem agora. Por favor, cuide da direção do barco. Preciso alimentar Isabella e garantir sua segurança.”

O homem assentiu e entregou Isabella em meus braços.

Na bolsa tem o que precisa para a criança. Também tem um bilhete da Princesa para você, Senhor Mason.”

Eu não estava pronto para ouvir suas desculpas. Deixei a carta de lado e cuidei de Isabella – troquei suas fraldas e preparei a mamadeira. Aqueles treinos com Dandara finalmente foram úteis. Enquanto fazia isso, percebi algo doloroso: Ravena nunca teve intenção de nos acompanhar. Tudo estava planejado.

“Parece que tudo fazia parte dos planos de sua mãe, não é, minha pequena?”

Droga, Isabella tinha os olhos da mãe. Ia ser difícil esquecê-la olhando para essa cópia dela.

“A mágoa pode nos cegar às vezes,” o velho comentou, tirando-me dos pensamentos.

“Mas logo você perceberá que os sacrifícios foram feitos por todos os lados.”

Talvez ele tivesse razão, mas eu não estava preparado para essa conversa. Ainda me sentia um tolo por ter sido enganado e um fraco por não ter lutado por ela.

“Qual é o seu nome?” perguntei.

“Hélio. Meu nome é Hélio,” respondeu com um sorriso.

Hélio... Por que esse nome me parecia familiar?

“O que foi aquilo antes? Você acalmando minha filha e se chamando de vovô?”

Hélio sorriu novamente.

“Eu tinha uma netinha linda, assim como ela. Mas alguns rogues a tiraram de mim, junto com toda a minha família. Quando vi sua filha, lembrei-me dela e pensei que palavras como essas poderiam acalmá-la.”

“Obrigado por nos salvar, por acalmá-la e por me trazer de volta à razão.”

A correnteza finalmente se acalmou. Seguimos em silêncio, mas minhas perguntas ainda pesavam. Decidi guardá-las para mais tarde.

“Chegamos, Mason. Infelizmente, não posso seguir com vocês, mas meu sobrinho vai ajudá-los. Ele foi proclamado Alfa da Alcateia Midnight há poucos meses. Já sabe de sua situação e está disposto a aceitá-los.”

“E Ravena? Ele sabe quem ela é?” perguntei.

“Não. Disse que sua companheira os abandonou e que, como ômega, você não seria aceito em qualquer alcateia.”

"Parece que Ravena realmente deixou tudo preparado,” murmurei, mas ele balançou a cabeça.

“Filho, essa parte fui eu. A Princesa não sabe onde vocês estão, e é melhor assim. Quanto menos ela souber, mais seguros vocês estarão. Apolo é um bom homem e os ajudará de bom grado. Siga pela trilha até o vilarejo simples da Alcateia Nox. Tome isso.”

Ele me entregou um medalhão.

“É um medalhão real?” perguntei, intrigado.

Ele sorriu.

“Meu sobrinho o reconhecerá por esse medalhão.”

“Quem é você, afinal, Hélio?”

Antes que pudesse responder, ele desembarcou nossas coisas e foi embora sem olhar para trás.

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