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Capítulo 5 - O Sacrifício do Ômega

Apolo

Confiar no meu tio era como confiar na luz do luar para me guiar na escuridão. Quando recebi seu link duas noites atrás, pedindo ajuda para um ômega e sua filha recém-nascida, soube que a situação era delicada. Meu tio era um Beta de coração justo, marcado por tragédias, mas leal e honrado. Se ele confiava nesse homem, eu também confiaria.

“Mason, precisamos ir o quanto antes. Quanto mais rápido começarmos, mais cedo chegaremos à Midnight.”

O ômega parecia hesitante. Suas palavras carregavam um peso que eu não esperava.

“Minha companheira era filha de alguém poderoso. Fugimos para viver juntos, mas depois que nossa filha nasceu, ela nos abandonou.” Seus olhos brilhavam de dor enquanto olhava para a bebê, que dormia na cama.

Cheguei mais perto. Algo na criança capturou meu coração instantaneamente. Peguei-a nos braços. Tão pequenina, com olhos azuis profundos como safiras, e um cheiro doce, uma

mistura intrigante de morango e melancia. Quando ela sorriu para mim, senti algo que nunca havia sentido antes.

"Ela é linda. Parabéns.” Disse sinceramente, mas Mason, com um olhar sombrio, respondeu:

“Ela é como a mãe...”

Coloquei a pequena de volta na cama, sentindo uma determinação crescer dentro de mim. Precisávamos partir. Olhei para Mason, que parecia nervoso com a ideia.

“Atlas já deve saber que estou aqui.”

“Qual o problema com ele?”

“Ambição desmedida. Ele tem tentado roubar minhas terras desde que assumi após a morte do meu pai.”

O medo de Mason era evidente. Tentei tranquilizá-lo. “Estamos protegidos. Meus homens estão prontos. Pegue suas coisas, acertamos sua conta e saímos daqui.”

Descemos rapidamente para a recepção. Tudo parecia correr bem até que a velha dona da pousada fixou seus olhos em mim.

"Alfa?”

Ela havia percebido. Sorri, tentando dissipar qualquer suspeita.

“Prazer, Alfa Apolo, da Midnight. Obrigado por cuidar do meu primo e da bebê.”

A velha retribuiu o sorriso, mas havia algo de estranho em seu olhar. Saímos apressados, mas não antes de sentir o peso de que algo não estava certo.

Enquanto caminhávamos em direção ao carro, o ar mudou. Atlas estava ali.

“Apolo, que surpresa inesperada.”

Mantive meu tom firme. “Peço desculpas por não avisar. Meu primo precisava de ajuda com a bebê, e este foi o caminho mais seguro.”

Atlas observava cada movimento nosso, seu olhar mortal fixo em Mason e na criança. Sentia o medo de Mason crescendo.

“Bem, você conhece as regras, Apolo. Um Alfa não aparece em outro território sem convite.”

“Entendo, mas estava apenas ajudando meu primo. Agora, se me der licença, temos uma longa viagem.”

“Terei que reportar isso aos Anciões, fique ciente disso.”

Atlas não só queria minhas terras, mas não aceitava que eu fosse um Alfa. Ele era daqueles homens preconceituosos, preso ao passado.

“Fique à vontade Alfa, mas eu mesmo já fiz isso.” Apontei com minha cabeça na direção de onde vinha meu Beta, Gama e os Anciões da Alcateia Nox.

Quase havíamos passado por ele quando um grito cortou o ar.

“Não permita que ele vá embora!”

A dona da pousada e sua filha estavam ali. A velha apontou um dedo acusador para Mason.

“Esse homem molestou minha filha!”

O choque foi instantâneo. Mason ficou paralisado, mas eu sabia que era uma mentira. Antes que pudesse reagir, Atlas interveio, sorrindo cruelmente.

“Essas são acusações sérias, Apolo.”

“Digo o mesmo a vocês, são acusações sérias, espero que a Senhora tenha provas do que está dizendo.”

“Angel, você precisa dizer a verdade, nunca a toquei! Não fui nada além de respeitoso, por favor, preciso que diga a verdade para que eu siga meu caminho com minha filha e meu Alfa!”

A pressão aumentava. Mason, desesperado, implorava para que a menina contasse a verdade. Seus olhos, cheios de lágrimas, finalmente se ergueram.

“Ele, ele...” Ela abaixou os olhos novamente. Vi ali uma brecha.

“Angel, você pode dizer a verdade seja ela qual for, e prometo que terá um lugar para você em Midnight.”

A menina levantou os olhos, encontrou o olhar severo de Atlas e, com as mãos trêmulas, finalmente sussurrou:

“Ele não fez nada. Minha mãe me mandou mentir.”

O alívio foi instantâneo, mas durou pouco. Atlas, tomado pela fúria, avançou com um punhal de prata na direção da garota. Mason, sem pensar, se jogou na frente dela.

O som abafado do punhal rasgando a carne de Mason ecoou em meus ouvidos. Ele caiu com um baque surdo, seu sangue manchando o chão.

“Mason!” Corri até ele, segurando-o enquanto seus olhos buscavam os meus.

“Cuide de Isabella. Por favor.”

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