Nas semanas que se seguiram Loren não olhou mais para mim.
Se ele entrava por uma porta, eu saía por outra. Atarefado o dia inteiro com Harrison, raramente o via nas horas do almoço e do jantar, geralmente ele preferia o fazer sozinho. Eu não sabia bem como ele conseguia ficar tanto tempo isolado, e de fato, por que não ia embora se não gostava de ficar aqui. Mas, no fundo, ficava aliviada por ele ainda estar aqui. Não que eu fosse falar com ele, mas sim por causa de Harrison. Ele, meu inestimado marido, não havia mais tocado num fio de cabelo sequer meu. A não ser para fazer carinho e o mais impressionante era que quase todos os dias, ele me levava à algum lugar para visitar, para conhecer ou simplesmente por sair. Ele tinha levado a ferro e a fogo o que tinha me dito, e até mesmo nos dias que ficávamos em casa, ele me trazia flores e bombons caros da Suíça, que eram raros e que eu amava, então jantávamos há luz de velas e com um bom vinho da safra mais fina paAbri os olhos e sabia que não estava mais na sala de estar.Me sentei sentindo o corpete me apertar, quase me impedindo de respirar. Harrison estava sentado na minha frente e ele parecia preocupado, me avaliando atentamente. Eu estava em meu quarto e a porta estava fechada.Então Loren estava noivo? Daquela menina sem sal na sala de estar?Bem, eu de fato tinha notado que ele passava tempo sozinho demais e quase sempre fora de casa, mas eu jamais colocaria uma noiva na equação. Será que ele já tinha uma noiva quando dormiu comigo e nunca me contou? Será que isso tudo ainda fazia parte do seu plano de me usar?Meu estômago se revirou de modo inquieto.- Você está verde, querida. Acho melhor chamar um médico. – ele se levantou.- Não! – gritei.Harrison voltou a se sentar e me olhou.- O que foi? Algo não te fez bem?Olhei para ele, e assenti.- Só... Fica aqui comigo. – soltei as últimas palavras que achei que falaria no mun
A mão de Loren tocou delicadamente meu rosto e seus lábios tocaram os meus de forma leve.Tudo que eu senti por ele nas últimas semanas foram dizimadas e apenas deixei nosso sentimento fluir. Passei as mãos em seu cabelo e enrolei meus dedos nele e então Loren gemeu abrindo meus lábios com sua língua deliciosa. Ele segurou a raiz de meu cabelo, movendo seu corpo de encontro com o meu.Nos encaixamos como duas peças feitas sob medida uma para outra e beijei ele com mais vigor, deslizando minhas mãos por sua nuca, todo o contorno das costas e então para sua barriga e peitoral apertando e arranhando de leve, provocando arrepios na pele dele. Loren soltou-me apenas para deslizar a boca por meu pescoço, puxando minha cabeça para trás, dando-lhe livre acesso para explorá-lo. De joelhos um de frente para o outro, nos agarramos com paixão.E ah... Ah! Como eu havia sentido saudade dos seus beijos, dos seus carinhos, dos seus gemidos.Com a mão livre ele puxou a
- Eu não posso ir sem você! Por favor, não me obrigue a fazer isso! – Evelyn choramingou quando empurrei ela para dentro da carruagem na frente de casa.Meus olhos já haviam se enchido de lágrimas e eu queria desesperadamente segurá-la e não deixar que ela fosse. Mas, seria mais seguro para ela, se eu e Loren fossemos depois e sem ela. Traria muito menos suspeitas, e caso, embora eu não quisesse pensar nisso, Loren e eu não conseguíssemos, ela conseguiria e estaria feliz em outro lugar, protegida.Ao pensar nessa pequena chance de tudo dar errado, as lágrimas desabaram.- Por favor, vá. Estarei a menos de um dia de você de viagem. – murmurei baixinho, mas aquilo não convenceu ela nem a mim.Ela passou os braços ao meu redor bem forte, vendo que não tinha jeito e chorou durante alguns instantes. Abracei-a e algo dentro de mim se quebrou e estilhaçou. Segurei o soluço e me soltei dela.- Você sabe que eu sempre vou amar você. Mas, fique tranquila. Aman
Joguei mais uma pedra na pequena fonte e a pedra logo afundou na primeira tentativa. Eu nunca conseguia fazer como Aria, que jogava e quicava várias vezes sob a superfície da água antes de afundar. Bem, jogava. Agora nunca mais ela faria mais nada. Nem jogar, nem respirar, nem viver.Senti as lágrimas inundando meus olhos e a familiar dor invadir meu peito.Como minha irmã que havia prometido tanto me amar para sempre tinha me abandonado? Tinha se deixado morrer por aquele crápula?Balancei a cabeça com as lágrimas escorrendo. Não. Não era justo com Aria. E eu sabia disso, por que a vida dela fora roubada quando ela mais queria viver. Quando ela finalmente tinha encontrado a felicidade eterna ao lado de alguém que amava. Harrison tinha tirado tudo dela ao matá-la. Agora ela nunca mais iria vir para Irlanda. Talvez ter filhos. E ficar com Loren. Por que afinal, ele também não estava mais vivo.O que ninguém entendia era como em uma tarde, todos são
“Ainda que eu vivesse mil vezes, te amaria em cada reencarnação”. Lucilio de Lima SantanaCapitulo Um- Atira. – sussurrei.Eu ouvi o rugido da bala sob meus tímpanos.Pom.Pom.Pom.Pom.A cena se repetia sem parar.A pólvora saindo da arma.A bala entrando em meu peito.Minha respiração parando.Então eu gritei e acordei sob a escuridão de meu quarto.Me sentei na cama e as lágrimas transbordaram de meu rosto, caindo de forma pesada e apertando meu peito.Eu não aguentava mais ter aquele pesadelo toda noite.- Aria? Meu amor? – ou
Senti meu mundo oscilar de um jeito estranho e minha mente apagar em apenas alguns segundos. Desmaiei direto para o chão e se não fosse o próprio Loren pular do palco e me pegar, eu tinha batido minha cabeça em um dos pés dos assentos de metal.Minha mente viajou durante pequenos segundos.No sonho o jeito com que eu o abraçava... Era como se eu tivesse entregando toda a minha vida naquele abraço e não querendo mais nada, como se o meu amor por ele, fosse a única coisa que mais me importava. E que sem ele, eu não pudesse viver, por isso eu pedia para morrer.Durante todo o dia algo faltava em minha mente, algo me escapava, eu não sabia explicar como, mas eu sentia isso na pele, na minha alma de forma gritante. Antes eu havia comparado como se fosse uma falta de uma das peças de meu vestuário, mas foi mais como se faltasse um dedo, um olho ou até mesmo uma parte mais vital ainda como o coração. E algo quando vi Loren se encaixou, como dois quebra cabeças de duas
Nós seguimos alguns quarteirões para frente e demos de cara com um prédio de poucos andares, mas que parecia ser de apartamentos caros e Loren me puxou ainda pela mão para dentro. Fomos direto para os elevadores e ele pressionou o botão da cobertura.Enquanto o elevador seguia para cima, comecei a contar as batidas de meu salto no chão.Eu estava nervosa, e meu coração palpitava sem parar, sem falar da respiração que eu tentava acalmar, com pouco sucesso. Mas, de que outra forma poderia ser? Eu tinha sonhado a minha vida inteira com aquele homem sem jamais conhece-lo, apenas sabendo que ele tinha sido o amor de minha vida em algum outro lugar ou vida. E agora, ele estava diante de meus olhos com suas mãos nas minhas e olhos parecendo prata fundido em sorrisos e ternura.Eu sabia que deveria ter ligado para Harry ou ao menos para a empregada, para perguntar de Edward, mas eu não conseguia fazer mais nada a não ser segui-lo. Era a única coisa que eu queria.<
Envolvi mais uma vez meus joelhos com os braços e encostei a cabeça na poltrona bege. Meus olhos ardiam de tanto que eu havia chorado e não conseguia parar.Tudo aquilo era minha culpa e eu sabia disso.Jamais deveria ter passado a noite fora. Traído meu noivo. Ter me entregado daquela forma.Loren poderia ser o homem dos meus sonhos, literalmente. Poderia ser lindo de morrer e carinhoso como um anjo. Mas, nada disso justificava as coisas que fiz e da forma que fiz. A culpa e o remorso me matavam e ver que meu irmão já estava há três horas na UTI sem nenhum indício de que iria melhorar ou piorar só me machucava ainda mais.Eu havia ligado para Desirre e Harry, mas ambos não deram notícias.Tudo parecia ter desabado em cima de mim nas últimas vinte e quatro horas e eu não conseguia lidar com nada.Eu jamais havia ficado com outro homem além de Harry como fiquei com Loren. Jamais havia tocado outro corpo da forma como tinha tocado ele. E