Marcos
Saio de casa e começo a correr, este é um hábito que não perdi e pretendo fortalecê-lo ainda mais. Agora que os meus cabelos estão longos faço um coque para diminuir o calor, afinal com cabelos e barba grande tudo fica muito quente.
Aproximo-me de um parque e entro, muitas pessoas vem se exercitar aqui eu os observo ao mesmo tempo em que corro, cada vez mais rápido, respirando fundo e adquirindo fôlego para correr ainda mais.
Continuo dando voltas até que sinto minhas pernas ficarem bambas. Paro a corrida e sento-me debaixo de uma árvore, compro uma água e bebo o máximo que consigo, minha garganta esta realmente seca.
Observo as pessoas algumas caminham, outras correm, andam de patins ou bicicleta. Encanto-me ao perceber como de alguma forma todos parecem mais relaxados e isso para ser renovador.
Algo chama minha atenção, ela ainda esta longe, mas eu não consigo parar de olhá-la, parece que é uma vontade mais forte do que o meu desejo de disfarçar, conforme ela se aproxima eu continuo admirando.
Ela vem andando de bicicleta, seus cabelos longos e vermelhos balançam com o vento destacando-se em sua pele clara. Seus lábios são tão rosados que eu aposto que encanta todos que estão apreciando.
Vejo que anda com agilidade e experiência, não é como se quisesse apenas aproveitar o parque, mas como se estivesse se decidindo sobre algo importante em sua vida, seus olhos expressivos olham fixamente para um lugar distante e eu realmente queria saber no que estava pensando.
Com rapidez ela passa por mim e confesso que respiro mais fundo conforme ela se vai, como se ao respirar fosse fazê-la ir embora e eu definitivamente não quero que ela vá.
Após alguns minutos volto a correr, não sei quantas voltas consegui dar, mas o que me entristece é que não a encontrei em nenhuma delas. Da mesma maneira que ela surgiu, conseguiu desaparecer.
Ignoro qualquer tipo de sentimento e começo a retornar para casa, ando na rua destinada para quem esta caminhando, ao lado direito sou acompanhado das árvores e da grama verde, já no lado esquerdo vemos prédios e carros passando.
Parece haver dois mundos diferentes em um mesmo lugar e todas as formas são atraentes, como se viver nos dois ambientes fosse um sonho realizado. Quando começo a chegar a casa, os prédios desaparecem dando espaço a casas grandes e espaços satisfatórios entre cada casa.
O que mais gosto daqui é da distância que possuímos entre uma casa e outra, posso dizer que sinto-me realmente à vontade por estar em minha casa. Entro no meu mais novo lar e vou direto para o chuveiro. Solto o meu cabelo e começo a lavá-lo, a água fria passeia pelo meu corpo fazendo com que eu me sinta melhor a cada momento.
Termino o banho e coloco uma cueca box, penteio o cabelo e vou para a cozinha, finalmente vou tomar café.
Começo a mexer no celular ao mesmo tempo em que preparo o meu café, como bastante fruta de manhã, tento manter uma boa dieta durante a semana para que no final de semana eu possa aproveitar.
Quando tudo esta pronto coloco o celular no armário e começo a comer. Após alguns minutos ouço-o tocar e levanto-me para atender.
— Alô. – Digo com a boca cheia.
— Engole antes de atender. – Reclama Maicon.
— Você que ligou na hora errada. – Afirmo após engolir e começamos a rir.
— Muito engraçado Marcos. – Fala sarcástico.
— Estou treinando minhas piadas. – Brinco.
— Então precisa treinar mais. – Resmunga fazendo-me rir.
— Diga, o que quer? – Indago enquanto continuo mastigando.
— Vai falar comigo enquanto come? – Questiona parecendo revoltado.
— Estou tomando café, se quiser posso retornar a ligação. – Informo.
— Não, fale de boca cheia mesmo. – Autoriza.
— Pode deixar, agora me diga o que houve. Como vocês estão? – Pergunto interessado.
— Estamos bem. Liguei para saber de você. Como esta sendo sua nova vida? – Indaga curioso.
— Muito boa. – Digo e mordo um pedaço do meu pão, quando acabo de mastigar continuo. — Adoro morar em gramado, não pensei que iria gostar tanto, mas gosto. – Assumo.
— Isso é muito bom, acho que você se encontrou. Pretende ficar morando ai? – Questiona.
— Por enquanto sim, é próximo de alguns familiares e me sinto bem aqui, mas quando achar que devo vou mudar. – Explico e volto a beber um pouco de suco.
Conversarmos durante e período longo de tempo, ele me conta como que as coisas estão ocorrendo em São Paulo. Me informa que a Samanta e o Rafael estão casados e tem uma filha.
Pensei que qualquer coisa sobre ela iria me desestabilizar, mas ao contrário disso me sinto muito bem em relação a eles dois, para ser sincero no fundo eu sempre achei que combinavam, por outro lado imagino que a filha deles é muito amada.
Quando desligamos percebo que ficamos conversando por quase uma hora, levanto-me da mesa e vou arrumar a cozinha, gosto de cuidar das minhas coisas, não acho interessante chamar alguém para fazer esse trabalho para mim.
Assim que termino vou para o meu quarto, ele fica no andar de cima e possui dois ambientes. Eu o pintei de verde, afinal esta é a minha cor preferida. De um lado tenho a minha cama, o guarda-roupa e mais alguns móveis que compõem o quarto.
No outro lado fiz um pequeno escritório para mim, possui uma mesa e o computador e uma impressora. Devo assumir que tem vários papéis que já deveriam ter ido para o lixo, mas eu fiz questão de guardar para usar como rascunho.
Possuo canetas e bloco de notas de várias cores, quando olho para a mesa sinto que quem a visse pensaria que não sou profissional, mas sim um bagunceiro, porém confesso que me encontro nessa bagunça e realmente gosto dela.
Sento-me na mesa e começo a abrir o computador, analiso o material que me foi enviado e faço as alterações que possuo liberdade de fazer, informo ao Renato às coisas que observei e envio o e-mail.
Assim que deixo este caso transferido começo a olhar algumas coisas sobre a SanCur, ela é realmente uma empresa muito boa, eu não imaginava que voltaria a trabalhar com eles, mas sinto que retornar foi a melhor decisão que tomei já que estou em uma posição diferente.
Na hora do almoço paro o trabalho e vou até a cozinha. Escolho uma marmita para descongelar, pois faço comida no inicio da semana e congelo várias marmitas para não precisar cozinhar sempre.
Pego uma que tem strogonoff e coloco no micro-ondas. Faço a minha refeição tranquilamente, trabalhar em casa tem algumas vantagens e essa é uma que eu gosto de aproveitar.
Assim que termino ouço o meu telefone começar a tocar, levanto e o encontro no balcão da cozinha, atendo no terceiro toque.
— Marcos. – Diz uma voz ríspida do outro lado.
— Oi tio Santeli, como vai? – Indago, sentindo feliz com a ligação.
— Bem e você? – Questiona parecendo amável.
— Bem, esta precisando de algo? – Pergunto interessado.
— Talvez, me diga você esta em Gramado? – Investiga.
— Estou sim, por quê? – Interrogo.
— Não é nada. Bom, na verdade minha filha mora ai e eu preciso saber dela. Para ser honesto não nos falamos faz anos. Você poderia cuidar dela para mim? – Pede.
Sinto-me confuso, pois não havia me falado sobre ela antes e não sei como poderia cuidar de alguém que não conheço. Ele me conta algumas histórias deles do passado e o que causou um possível desentendimento.
Antes que me explique como quer a minha ajuda e diga o nome dela, alega uma urgência e desliga o telefone. O mais estranho é que tenho a impressão que ele não vai mais ligar.
A esperança
SofiaChego a casa e vou direto para o chuveiro, deixo que a água domine o meu corpo enquanto eu me permito sentir as sensações que o exercício causa em meu corpo. Gosto de me exercitar, pois me ajuda a gastar energias que sempre se acumulam e também me esqueço de problemas que não consigo mudar.Desligo o chuveiro e pego a toalha, permito que sua maciez deslize por minha pele, quando já estou seca pego meu hidratante que possui um cheio delicioso de morango com pimenta e começo a passar sob minha pele. Gosto dessa sensação, principalmente por sentir a suavidade.Saio do banheiro enrolada na toalha e vou para o quarto separo a roupa que vou vestir e encaro a cama decepcionada. Humberto ainda esta lá, parece que nunca vai trabalhar ver a forma como nos trata me destrói um pouco todos os dias.Coloco um vestido preto acima do joelho e co
MarcosO sol brilha forte lá fora, fazendo com que a cidade fique ainda mais bonita. Mesmo estando aqui há alguns dias ainda não me acostumei com toda o encanto que este ambiente nos dá e a paz que transmite.Termino de guardar as minhas malas no carro e tranco a casa, sinto-me pronto para experimentar o novo. Estou indo para Canela, visitar alguns familiares, imagino que irei me divertir lá.Desde que encontrei e conheci minha família não fico muito tempo sem vê-los, quero aproveitar que estão próximos a mim e ficar sempre ao lado deles. Resolvi que ficar um final de semana fora de casa é uma boa ideia, então antes de desistir, já fiz as malas e me arrumei para sair.Entro no carro e ligo o rádio, conecto meu pen drive e deixo a banda 3 doors down invadir o carro, é realmente minha banda preferida. Após coloc
SofiaO meu corpo todo arde, sinto o frio me percorrer enquanto tudo parece pegar fogo. Minha respiração esta desconfigurada, passo minhas mãos pelo lençol e a outra coloco em minha barriga.Eu desejo tanto isso, preciso tanto disso... Abro os olhos quando não sinto o Humberto na cama, levanto e começo a procurá-lo necessito dele, não me lembro de quando foi à última vez em que nos tocamos, mas eu sinto tanta necessidade dele que o meu corpo parece implorar por isso.Vou para a sala e o vejo deitado no sofá assistindo televisão, estranho o fato de ser pouco mais de 4 horas da manhã, não o questiono apenas deito ao seu lado e começo a acariciá-lo. Ele não expressa nenhuma reação e isso me entristece novamente.Abraço-o e beijo seu pescoço, seu queixo e quando finalmente vou chegar
MarcosO sorriso não sai do meu rosto, mesmo que eu tente a todo o momento parar de parecer um bobo. Quando eu a vi, ela parecia distante e eu devo assumir que queria de alguma forma trazê-la para mim.Assim que avistei a criança jogando-se em sua frente percebi que ela não viu e me atrevi a salvar o menino, não queria que ela caísse, porém isso foi inevitável. Tenho que confessar que ficar próximo a ela me animou mesmo sendo uma situação ruim.No momento em que pus os meus olhos nela senti o encantamento aumentar, mas ele foi quebrado assim que vi a aliança, mas a forma como ela me encarou despertou em mim a esperança de ter uma chance.Eu realmente gostaria de ajudá-la e vê-la ir embora me desesperou, pelo jeito ficarei algum tempo sem encontrá-la, acredito que ira no médico e lá irão enfaixar
IsabelliMinhas mãos estão cada vez mais geladas, não saber o que o Renato esta pensando faz com que o nervosismo tome conta de mim. Olho para o Maicon e percebo que ele também esta no escuro e isso me deixa de alguma forma aliviada.— Re, esta tudo bem? – Indaga o Mai.Ele nos encara deixando-nos ainda mais nervosos, não sei explicar, mas sinto que não posso fazer isso sem ele. Sam e Rafa nos encaram apreensivos sinto-me completamente perdida.Ele se aproxima de nós e ajoelha-se entre eu e o Maicon, tira as alianças do bolso e nos encara sorrindo.— Eu já havia pensando nisso Isa, acho que será maravilhoso dar esse novo passo com vocês. – Ao terminar de falar isso ele coloca as alianças em nossos dedos, nós colocamos em seu dedo e nos beijamos.— Isso é lindo amor, mas confesso que me
SofiaMeu corpo sente-se confortável apoiando-se em meus pés e devo assumir que me sinto muito melhor. Apoio-me na mesa e encaro as panelas no fogão, resolvi fazer algo para comer já que ficarei trancada em casa.Ainda me lembro do Humberto falando que o meu trabalho ainda iria nos prejudicar e mesmo que seja difícil admitir, talvez ele esteja certo. Arrumo o meu rabo de cavalo e começo a fazer salada.— A sua casa é muito agradável. – Comenta o cara misterioso que eu permiti que ficasse comigo.Vou culpar o meu marido por isso, aliás, era ele que deveria estar aqui me apoiando, porém preferiu ir para a casa dos nossos amigos, isso me deixa extremamente nervosa.— Obrigada. – Digo cortando alguns tomates.— Você não consegue ser mais simpática? – Indaga mostrando-se divertido.
SofiaTudo esta trancado, por que algo me diz que devo agir assim, após tomar banho e colocar um pijama vou para minha cama. Penso neste dia maluco e tento entender se fiz algo errado, afinal deixei um estranho vir na minha casa e só agora percebo que não perguntei o nome dele.Deito-me e encaro o teto, reflito sobre o que sinto e para ser honesta admito que não gosto de me sentir assim. Este rapaz trouxe uma sensação que não sinto há muito tempo, porém não era com ele que eu queria sentir essas coisas e sim com o Humberto.Viro de lado e abraço o travesseiro, penso no que posso fazer para conquistar o meu marido, quero saber que sou o suficiente e que posso fazê-lo feliz, mas não me sinto assim faz muito tempo.Ignoro as lágrimas que tentam surgir e não permito que elas caem, não posso chorar por isso para sempre.
MarcosObservo-a afastar-se entretido com o seu modo de andar, se ela soubesse como é sexy já teria dominado o mundo. Não entendo como o marido dela consegue ficar longe.Acho-a incrivelmente linda desde a primeira vez que a vi e agora pude conhecer uma mulher extremamente inteligente. Sei que fui pretencioso, mas acredito que possui algum interesse em mim. A forma como fica nervosa quando estou perto ou corada por que a provoco a entrega.É estranho sentir-me assim após tanto tempo sem me interessar por ninguém, cheguei a acreditar que o Madulo estava castigando-me por eu ter sido contra o desejo do universo, mas eu não estava pronto espero que ele já tenha compreendido isso.Essa mulher misteriosa e marrenta parece estar curando o meu coração, é como se tivesse surgido para me salvar e eu quero fazer isso por ela também. Percebo em eu olhar