Marcos
O sol brilha forte lá fora, fazendo com que a cidade fique ainda mais bonita. Mesmo estando aqui há alguns dias ainda não me acostumei com toda o encanto que este ambiente nos dá e a paz que transmite.
Termino de guardar as minhas malas no carro e tranco a casa, sinto-me pronto para experimentar o novo. Estou indo para Canela, visitar alguns familiares, imagino que irei me divertir lá.
Desde que encontrei e conheci minha família não fico muito tempo sem vê-los, quero aproveitar que estão próximos a mim e ficar sempre ao lado deles. Resolvi que ficar um final de semana fora de casa é uma boa ideia, então antes de desistir, já fiz as malas e me arrumei para sair.
Entro no carro e ligo o rádio, conecto meu pen drive e deixo a banda 3 doors down invadir o carro, é realmente minha banda preferida. Após colocar o cinto saio com o carro.
Admito que ainda não conheci meus vizinhos, mas com a quantidade de câmeras que tenho em casa não me sinto receoso e ficar dois dias fora. Abro os vidros do carro e deixo que o vento encontre seu caminho passando por mim ao mesmo tempo em que deixa tudo mais agradável.
Ando tranquilamente, não sinto pressa para chegar, quero respeitar o tempo. Na avenida vejo que os carros começam a andar mais devagar e alguns chegam até a invadirem a faixa dos outros, aproximo-me devagar e o que vejo me desespera.
No meio da avenida vejo um filhote de cachorro, ele corre enlouquecido entre os carros e não consegue encontrar uma forma de sair dessa situação. Paro o carro e desço correndo indo em sua direção.
Não é fácil chegar até ele já que não fica parado em um único lugar, muitos carros buzinam e até reclamam, mas eu ignoro e continuo atrás dele até que finalmente o pego. Neste momento um carro vem em minha direção, coloco o pequeno em meu colo e sem ter para onde ir fico parado esperando para ver se ele vai me atingir.
Ele para bruscamente e eu finalmente respiro e começo a me afastar. O motorista ao perceber o que estava acontecendo pede desculpa, eu agradeço e vou para o meu carro.
Sinto o coração dele batendo em minha mão, é tão pequenino que não preciso de esforço para segurá-lo. Faço carinho nele procurando acalmá-lo e fico um tempo sem movimentar o carro para que fique calmo.
Coloco no banco do passageiro e o prendo no cinto de segurança, em seguida volto a andar, mas agora mais devagar para que não se assuste. Algumas vezes ele me encara com seus olhos azuis brilhantes e eu desejo ardentemente que ele confie em mim, mas no fundo sei que vai acreditar.
Os carros voltam a andar normalmente deixando a viagem ainda mais agradável e agora com companhia sinto-me mais feliz. Paro na primeira cidade que vejo, vou a um petshop e compro algumas coisas que ele vai precisar. Escolho um peitoral e um cinto de segurança, coleira e brinquedo. Compro sua ração e permito que se alimente antes que voltemos para a estrada.
Neste ambiente, descubro que encontrei uma cachorrinha e começo a pensar em seu nome apesar de não encontrar nenhum que combine com ela no momento. Quando voltamos à estrada ela parece melhor e agora deixo o vidro aberto, pois com o cinto de segurança sei que não vai tentar escapar.
Quando entramos na cidade, encanto-me com a perfeição que vejo é realmente um lugar que me encanta. Se eu soubesse que essas cidades são tão lindas eu teria começado a viajar mais vezes.
Verifico o tempo que falta para chegar e continuo o percurso. Estranho quando começo a afastar-me do centro da cidade e vou para um espaço mais isolado, o espaço entre as casas tornam-se cada vez maiores até que nos aproximamos de alguns sítios.
Assim que finalmente chego ao endereço encanto-me com o ambiente é ainda mais bonito do que imaginei, minha nova companheira levanta e coloca a cabeça na janela para observar, ficamos assim por um tempo juntos apreciando o lugar que nos encontrávamos.
Estou parado em frente a um portão grande de madeira, desço do carro e o abro para assim permitir a minha entrada. A casa é situada longe da entrada do sítio, é cercada pela grama e as árvores, somente onde são destinadas à passagem dos carros que possui um caminho de pedras.
Volto para o carro e entro, vou fechar o portão e retorno a fim de finamente ir ao meu destino. Demora aproximadamente cinco minutos para chegar ao portão principal, para no local destinado e fico apreciando o lugar que estou.
A casa é enorme, não sei precisar o tamanho exato, porém é muito maior do que imaginei, vejo minha nova companheira observar atenta, tiro seu sinto e ela vem diretamente para o meu colo.
Descemos do carro e eu pego minha mala, em seguida começamos a caminhar. Existe muita árvore envolta da casa, algumas possuem flores e outras frutíferas, é uma visão realmente maravilhosa.
Coloco a Pandora no chão, devo admitir que escolhi este nome para a minha cachorrinha. Após ela se sacodir, ouvimos a porta se abrir e vejo meu primo Leonardo na porta, nos olha divertido.
— Finalmente chegou Marcos, já estávamos preocupados. – Diz aproximando-se.
Leo é mais velho do que eu, possui 35 anos e é casado há 10 anos. Sua filha Lira tem 7 anos. Ele é uma das pessoas de minha família que mais me identifiquei. Abraço-o assim que estamos próximos e ele se agacha para falar com Pandora.
— Eu tive um imprevisto. – Justifico-me enquanto caminhamos em direção à porta.
— Entendi, eu não sabia que teria companhia. – Brinca referindo-se a Pandora.
— Para ser sincero eu não imaginava que teria companhia, mas fiquei feliz quando a vi. – Comento divertido.
Conto a ele como encontrei Pandora e vejo que fica emocionado, não posso negar que isso me deixou mais sentimental.
— Não entendo como alguém tem coragem de fazer isso com um animal indefeso, ela poderia ter morrido. – Fala irritado.
—Eu sei, pensei a mesma coisa e acho que ela também, pois estava muito nervosa. – Digo sentindo-me aliviado por ela estar bem.
Continuamos conversando e entramos em casa, analiso-a mais uma vez sentindo-me satisfeito por estar ao lado de minha família.
A sala possui um espaço confortável, tem um degrau na entrada permitindo que os móveis fiquem na parte de baixo. Eles possuem três sofás afastados uns dos outros e uma mesa de centro. A televisão fica grudada na parece.
Possuem alguns outros móveis que deixam a decoração da casa ainda mais bonita. Vou para o corredor e entro no qual a qual fui destinado, coloco minha mala ao lado da cama e sento-me.
Abro a mala e pego uma roupa mais confortável, saio do quarto e vou em direção ao banheiro. Assim que adentro o cômodo encanto-me como sempre ocorre afinal a decoração é toda realizada na cor preta, deixando o ambiente misterioso e elegante.
Inicio o banho e deixo a água ainda mais gelada, permito que abaixe a temperatura do meu corpo fazendo com que todo o calor que eu estava sentindo comece a diminuir gradativamente.
Quando finalizo o banho, seco-me sentindo a textura de uma toalha que se permite ser totalmente macia e me visto com uma calça e camiseta de moletom. Saio do banheiro e vou para o quarto, coloco o meu tênis e vou para a sala vejo que Pandora ganhou uma grande amiga, a nossa pequena Lira e permito que elas fiquem juntas por mais tempo do que esperava.
Sento-me no sofá para vê-las brincar e converso animado com meus primos e tios. A resenha flui de maneira divertida e conforme o sol diminui resolvo ir ver um grande amigo, assim que começo a ir vejo Leo me acompanhar.
— Eu senti falta daqui, mesmo encontrando em Gramado um bom lugar para viver. – Comento enquanto caminhamos.
— Gramado é realmente muito bom, mas ficar mais próximo da natureza é maravilhoso. – Diz concordando comigo.
— Como esta a Asmín? Sinto falta dela sempre, fico mais confiante por que é você que cuida dela. – Falo conforme nos aproximamos do nosso destino.
— Sei que sente fala, acredito que a levaria para sua casa se pudesse. – Brinca.
— Levaria mesma. – Concordo e começamos a rir.
Andamos mais um pouco indo para a parte de traz da casa, aqui vemos mais árvores do que o que fica em frente a casa e a grama compõe todo o espaço junto com um caminho de terra.
Junto a grama têm algumas flores como margaridas, girassol, algumas rosas... Todos espalhados tomando conta de todo o campo. É um lugar esplendido como um perfeito paraíso.
— Já conheceu alguém em Gramado? – Indaga curioso.
— Não, mas já vi algumas mulheres que fizeram com que eu sentisse algo a mais. – Confesso, pois ele sabe de tudo o que houve comigo.
— Isso é muito bom, não tentou algo com elas? - Questiona.
— Não as conheço, apenas as vi. – Declaro e ele começa a rir.
— Você é realmente hilário. – Diz e não me controlo, começo a rir também.
Continuamos caminhando, ele me mostra algumas alterações que estão sendo feitas devido a imóveis que serão construídos, fico impressionado com algumas mudanças e realmente empolgado, acredito que em poucos meses teremos uma boa área de lazer.
Alguns pássaros começam a voar sobre nós e a forma como se expressão parece uma melodia para os meus ouvidos, olhos para o seu e agradeço mentalmente por estar aqui, por ter uma chance.
Não pensei que confiaria no universo novamente e agora sinto que finalmente terei uma chance, mesmo que agora tudo pareça distante de mim.
— Esta pensando nela não é? – Pergunta observando-me.
— Em quem? – Indago confuso.
— Na moça que invadiu os seus sonhos. – Informa e sorri.
— Não, não penso mais. Isso foi em outro tempo, outra história. – Explico e ele me observa tentando saber se estou sendo sincero.
Olho em frente e vejo Asmín ela é a égua mais linda que já vi. Seu corpo é forte e seus pelos brilham em um tom negro encantador, vou até ela animado e começo a acariciá-la fico feliz quando ela demonstra ter sentido minha falta.
Impressiono-me quando ela agacha com as patas da frente como se solicitasse que eu monte nela, sorrio e faço o que pede. Assim que estou em cima dela sinto-a levantar e começar a andar.
Me seguro nela, pois não a equipei para montar, mas não poderia fazer essa desfeita, pois senti saudade de viver isso e estava esperando por isso ansiosamente.
Caminhamos lentamente sobre a grama e flores, o sol já não ardia tanto, mas a felicidade que sinto traz luz para todo o meu universo.
E
SofiaO meu corpo todo arde, sinto o frio me percorrer enquanto tudo parece pegar fogo. Minha respiração esta desconfigurada, passo minhas mãos pelo lençol e a outra coloco em minha barriga.Eu desejo tanto isso, preciso tanto disso... Abro os olhos quando não sinto o Humberto na cama, levanto e começo a procurá-lo necessito dele, não me lembro de quando foi à última vez em que nos tocamos, mas eu sinto tanta necessidade dele que o meu corpo parece implorar por isso.Vou para a sala e o vejo deitado no sofá assistindo televisão, estranho o fato de ser pouco mais de 4 horas da manhã, não o questiono apenas deito ao seu lado e começo a acariciá-lo. Ele não expressa nenhuma reação e isso me entristece novamente.Abraço-o e beijo seu pescoço, seu queixo e quando finalmente vou chegar
MarcosO sorriso não sai do meu rosto, mesmo que eu tente a todo o momento parar de parecer um bobo. Quando eu a vi, ela parecia distante e eu devo assumir que queria de alguma forma trazê-la para mim.Assim que avistei a criança jogando-se em sua frente percebi que ela não viu e me atrevi a salvar o menino, não queria que ela caísse, porém isso foi inevitável. Tenho que confessar que ficar próximo a ela me animou mesmo sendo uma situação ruim.No momento em que pus os meus olhos nela senti o encantamento aumentar, mas ele foi quebrado assim que vi a aliança, mas a forma como ela me encarou despertou em mim a esperança de ter uma chance.Eu realmente gostaria de ajudá-la e vê-la ir embora me desesperou, pelo jeito ficarei algum tempo sem encontrá-la, acredito que ira no médico e lá irão enfaixar
IsabelliMinhas mãos estão cada vez mais geladas, não saber o que o Renato esta pensando faz com que o nervosismo tome conta de mim. Olho para o Maicon e percebo que ele também esta no escuro e isso me deixa de alguma forma aliviada.— Re, esta tudo bem? – Indaga o Mai.Ele nos encara deixando-nos ainda mais nervosos, não sei explicar, mas sinto que não posso fazer isso sem ele. Sam e Rafa nos encaram apreensivos sinto-me completamente perdida.Ele se aproxima de nós e ajoelha-se entre eu e o Maicon, tira as alianças do bolso e nos encara sorrindo.— Eu já havia pensando nisso Isa, acho que será maravilhoso dar esse novo passo com vocês. – Ao terminar de falar isso ele coloca as alianças em nossos dedos, nós colocamos em seu dedo e nos beijamos.— Isso é lindo amor, mas confesso que me
SofiaMeu corpo sente-se confortável apoiando-se em meus pés e devo assumir que me sinto muito melhor. Apoio-me na mesa e encaro as panelas no fogão, resolvi fazer algo para comer já que ficarei trancada em casa.Ainda me lembro do Humberto falando que o meu trabalho ainda iria nos prejudicar e mesmo que seja difícil admitir, talvez ele esteja certo. Arrumo o meu rabo de cavalo e começo a fazer salada.— A sua casa é muito agradável. – Comenta o cara misterioso que eu permiti que ficasse comigo.Vou culpar o meu marido por isso, aliás, era ele que deveria estar aqui me apoiando, porém preferiu ir para a casa dos nossos amigos, isso me deixa extremamente nervosa.— Obrigada. – Digo cortando alguns tomates.— Você não consegue ser mais simpática? – Indaga mostrando-se divertido.
SofiaTudo esta trancado, por que algo me diz que devo agir assim, após tomar banho e colocar um pijama vou para minha cama. Penso neste dia maluco e tento entender se fiz algo errado, afinal deixei um estranho vir na minha casa e só agora percebo que não perguntei o nome dele.Deito-me e encaro o teto, reflito sobre o que sinto e para ser honesta admito que não gosto de me sentir assim. Este rapaz trouxe uma sensação que não sinto há muito tempo, porém não era com ele que eu queria sentir essas coisas e sim com o Humberto.Viro de lado e abraço o travesseiro, penso no que posso fazer para conquistar o meu marido, quero saber que sou o suficiente e que posso fazê-lo feliz, mas não me sinto assim faz muito tempo.Ignoro as lágrimas que tentam surgir e não permito que elas caem, não posso chorar por isso para sempre.
MarcosObservo-a afastar-se entretido com o seu modo de andar, se ela soubesse como é sexy já teria dominado o mundo. Não entendo como o marido dela consegue ficar longe.Acho-a incrivelmente linda desde a primeira vez que a vi e agora pude conhecer uma mulher extremamente inteligente. Sei que fui pretencioso, mas acredito que possui algum interesse em mim. A forma como fica nervosa quando estou perto ou corada por que a provoco a entrega.É estranho sentir-me assim após tanto tempo sem me interessar por ninguém, cheguei a acreditar que o Madulo estava castigando-me por eu ter sido contra o desejo do universo, mas eu não estava pronto espero que ele já tenha compreendido isso.Essa mulher misteriosa e marrenta parece estar curando o meu coração, é como se tivesse surgido para me salvar e eu quero fazer isso por ela também. Percebo em eu olhar
SofiaO dia passou como uma perfeita e requisitada bagunça. Minha mente ficou dividida entre um marido que não chegou a casa e mal respondia minhas mensagens e um homem que conseguiu despertar em mim sensações que eu acreditei estarem adormecidas.Em alguns momentos pensei que me perderia em minha mente, sei que sou capaz disso, porém fiquei extremamente feliz quando a noite chegou e eu percebi que ainda não tinha enlouquecido.Termino de organizar a casa e vou tomar banho, coloco um moletom e deito-me no sofá aguardando o Humberto, começo a mexer no meu celular e encontro algumas fotos antigas em que eu estava com a Elis, não posso e não devo negar que realmente sinto falta dela.Ás vezes é difícil acreditar que ela se foi, contudo sei disso todos os dias, pois o vazio que se formou dentro de mim quando vi o seu caixão nã
MarcosO feriado finalmente chegou, confesso que o trabalho às vezes exige muito de mim e com as mudanças que estou fazendo em casa deixou tudo mais cansativo, organizo algumas coisas minhas e de Pandora e logo estamos prontos para partir. Sinto-me aliviado com isso.Quando entro no carro fico sentado por um momento, olho em direção a casa de Sofia pensando se deveria ir lá, não nos vemos desde o dia em que a peguei espiando-me, estou extremamente ansioso para vê-la, mas não posso de maneira nenhuma atrapalhar sua vida.Aperto o cinto de Pandora e a deixo segura ao meu lado, assim que começo a dirigir o meu telefone inicia um toque insistente, para o carro e resolvo atender não quero ser negligente com algo importante.— Marcos? – Indaga uma voz parecendo cansada.— Tio? – Questiono preocupado.— Você promet