Albert Larsen estava nervoso, não que algum dia fosse admitir. É a primeira vez que Sophie concordou em deixá-lo passar o dia sozinho com as crianças, mas ele estava confiante ao menos com seu sobrinho, já Eliza sim era difícil. Sempre que pensava estar avançando positivamente no relacionamento, a menina se retraia e o tratava com indiferença, parecia ser uma miniatura de Sophie Rodrigues! Tinha de ser criativo, ora, talvez dessa vez seja mais fácil já que estão se comportando bem nos últimos dias, de acordo com o tutor real que por cortesia de seu primo de segundo grau o grão-duque aceitou os educar.Sempre os elogiava com graça o que o fazia pensar que haviam herdado toda a inteligência do tio! isso o deixava orgulhoso. Já Sophie, o homem não dizia nada além da palavra "Intrigante" Ele nunca sabia discernir se era crítica ou elogio. O conde diminuiu a velocidade de seus passos ao ouvir a conversa indignada de Nicolas para com Sophie, parecia estar reclamando de Astrid! Como assim?
Casper ficou calado durante todo o trajeto. Estacionou em uma charmosa praça próxima a uma catedral gigantesca que mais se parecia um castelo com torres pontiagudas e azul celeste. Era fabuloso todo aquele verde contrastando com construção antiga de tijolos. Antes de descer do carro, o motorista entregou a Sophie o que parecia ser um sobretudo requintado. — Está frio lá fora, lorde Larsen ordenou que lhe desse para vestir. "Ordenou?" ela precisava se acostumar com isso. Era formidável a peça. Sophie podia não entender muito de tecidos e roupas, mas ficou apaixonada. Num tom cinza escuro com bordados vermelhos, nas costas havia pedrinhas cumpridas igualmente vermelhas, por dentro do que pra Sophie seria "casacão" também era vermelho e acolchoado. Ela agradeceu, pois, estava com o vestido rodado cor de rosa. Tão acostumada com o clima tropical brasileiro e o friozinho leve da cidade de São Paulo que esquecia o quão gelado é aquele município europeu e olha que ainda nem tinh
Larsen por mais decepcionado e triste, sabia como prosseguir, estava óbvio que teria de demitir Astrid seria um risco para seus filhos... quer dizer sobrinhos, permanecerem sob o convívio diário com ela. Mas, de algo podia ser grato a sua má ação, Eliza segurava a mão dele com força. Não tinha dúvidas de que agora conseguiria engatar uma boa relação com a sobrinha. Isso o alegrava, já que passariam o dia juntos tinha de fazer algo divertido para os cativar ainda mais. O que podia fazer? decidiu perguntar-lhes. — Cozinhar! — Pediu Eliza. Os olhos do conde brilharam. — Isso é chato vamos andar de bicicleta, tio Albert. — Sugeriu Nicolas. — Você nem sabe como se anda nisso. — E desde quando você cozinha, Eliza? — Tia Sosô me ensinou a fazer BOLO de chocolate e isso é relaxante... — Vamos fazer os dois! — Se antecipou Albert antes que aquela discussão pudesse virar uma tempestade. Ele não estava preparado para lidar com tempestades kids naquele momento. — Oba! — Falou o
Sophie estava com fome. Já havia passado a hora do almoço, tinha visto um Starbucks Coffe, na rua anterior, devia ser algum tipo de cafeteria ou lanchonete. Mas, antes, olharia rapidamente aquela loja na realidade tratava-se do mesmo espaço porém a entrada masculina ficava na rua de trás. Era elegante, com o mesmo cheiro, agradável, decorado em preto e dourado. Um jovem de smoking preto a abordou, perguntando se buscava algo especial para um homem especial. Sophie achou graça, levaria um presente para Albert comprado com o dinheiro dele. Após caminhar com o rapaz que falava inglês com certa dificuldade, avistou um belo cachecol verde combinaria com a cor dos olhos dele. Se ela tivesse entendido bem, só havia aquele modelo em toda a Europa e chegou há pouco, de Paris. — Sendo assim vou levar — Os olhos do jovem loiro se iluminaram devia ser mesmo uma peça muito cara. — Só há um problema! — Bradou uma voz masculina atrás de Sophie. Ela olhou para trás e francamente outro homem l
DOIS MESES ANTES: Sophie queria que não fosse verdade. Ela sempre teve uma imaginação sinistra, talvez o choque da tragédia, acontecida cerca de três semanas atrás agora estivesse lhe causando alucinação. Henrique certamente não a trairia, ainda mais num momento desse! Aos 13 anos conheceu um jovem no grupo de adolescentes da igreja que frequentava com sua irmã. Ele era divertido, 3 anos mais velho e tinha um senso de justiça e responsabilidade que fazia qualquer menina se apaixonar. Tornaram-se amigos, confidentes! no fundo ela sempre teve uma quedinha por ele. Henrique queria ser policial. Sophie era contra, mas, apoiava o sonho dele, assim como ele o dela de ser arquiteta. Seu pai costumava dizer que Sophie teria uma empresa e seria requisitada pois talento tem de sobra e olha que ainda não tinha ido à faculdade! Aos dezessete anos começaram a namorar, ele foi seu apoio quando Sabrina estava na Dinamarca e ela lidava com a reabilitação de seu pai.
Sophie olhava para si mesma no espelho desacreditada do que via. O vestido de seda vermelho lhe caiu bem, os cabelos soltos com ondas caprichadas e a maquiagem delicada acentuava sua formosura. Faltavam duas horas para a cerimônia oficial de noivado, o nervosismo tornava-se saliente nas mãos trêmulas inquietas. Decidiu repassar a leitura das anotações sobre a vida de Albert. Fazia cerca de 3 dias que o tutor Ragnar estava lhe treinando com o apoio de Dagfinn, era tanta coisa para decorar, por Deus! ter trazido a senhora Janine para lhe auxiliar com as crianças foi uma ideia genial! Desligou a televisão, as notícias com fotos da tarde anterior, e especulações a respeito de Sophie e do noivado eram desconcertantes. Albert a surpreendeu no meio de seu almoço, o que desencadeou uma discussão. Começou divagar a mente no ocorrido várias horas atrás: — NOSSAS crianças — Respondeu ele enfatizando a primeira palavra — Estão seguras no meu carro sob a supervisão do motorista, acredi
Há seis meses a morte trágica e inesperada de sua irmã e cunhado foram os motivos da insônia de Sophie. Mal ela havia terminado o funeral quando descobriu de forma chocante a traição do homem que pensou ser o amor de sua vida. As horas se tornaram intermináveis e as semanas um abismo escuro insuportável. O único motivo que a mantinha viva eram seus sobrinhos. Coube a ela a função de criar e proteger duas criança... mesmo sem emprego fixo, desesperada e endividada. Ao tentar inutilmente se desfazer das coisas de Sabrina naquela manhã, achou uma caixa de madeira guardando o contato do irmão mais velho de Vicente e por cortesia Sophie resolveu comunicar a tragédia. Mas, de boas intenções, o inferno está cheio.... Era meia noite e quinze quando Sophie ouviu o celular tocar. Quem poderia ser? levantou-se cautelosamente da cama para não acordar os sobrinhos que insistiam em dormir com ela. Colocou a historinha "Advinha o quanto eu te amo de Sam McBratney" que leu há pouco na cômoda e foi
— Ah tia Sophie, eu não quero ir, vai ser muito chato. — Queixou-se Nicolas emburrado. — Para de ser malcriado, Nico! — Retrucou Eliza. — Eliza, não questione os mais velhos — Revidou o menino erguendo o corpo numa postura exagerada. — Você só é quatro minutos mais velho do que eu nico! e ainda assim eu sou cinco centímetros mais alta do que vocês!. — Quatro e meio! e não por muito tempo... você vai ver só eu ficarei gigante e você será uma tampinha. — Chega. — Falou Sophie firme antes que uma discussão acirrada iniciasse — Façamos o seguinte, assim que a gente sair da casa de Fátima nós compraremos um lanche, pode ser? — Vamos beber refrigerante? — Perguntou o menino — E tomar sorvete? — Perguntou Eliza — Sim! — Respondeu a tia sorrindo. As crianças abraçaram Sophie comemorando felizes.. Como ficaram mais tempo do que planejado e almoçaram na casa de Fátima. Sophie decidiu que o lanche, sorvete e refrigerante seriam a janta após as crianças tomarem banho. Estava