_Ai! Me desculpe, eu estava destraída.- me desculpei e olhei para cima, vendo que a pessoa em que esbarrei foi um belo homem, de cabelos castanhos e olhos negros.
_Seria melhor se olhasse por onde anda. Acredito que essa seja a utilidade dos olhos quando se está andando.- disse frio, bruto e irônico.
Arqueei uma sobrancelha.
_Escute aqui, fui educada e pedi desculpas, então não custava nada você também ter sido educado.- falei.
Ouvi ele rosnar baixo, bravo.
_Quem você pensa que é para me dizer o que devo fazer?- perguntou, tentando conter a irritação, mas sem sucesso.
_Uma pessoa que não te deve explicações!- falei, também ficando irritada. Digamos que eu tenho um temperamento forte- Agora sai da minha frente, seu idiota.
Desviei dele para passar, mas ele rosnou alto e entrou na minha frente.
_Cuidado com o que fala.- disse, agora demonstrando abertamente sua irritação.
_Se não me engano, disse para você sair da minha frente! Agora para de me pertubar, tenho algo mais importante para fazer!- falei, irritada.
_O que é tão importante?- perguntou, entrando novamente na minha frente.
_Bom, falar com você, com certeza, não é.- respondi revirando os olhos, mais irritada.
Ele rosnou, com seus olhos ficando em um tom vermelho-sangue, e segurou meu braço direito com certa força. Meus olhos também ficaram lupinos e segurei seu pulso, com a mesma força que ele, e rosnei.
Agi por reflexo, instinto, porque racionalmente não paro de encarar os olhos lupinos dele. Eles fizeram minhas pernas tremerem e pelos arrepiarem. Esses olhos são idênticos aos que sonhei...
_Vou perguntar de novo: quem você pensa que é?- falou lentamente, com um tom de voz que transmite fúria.
_Sou eu quem pergunto: quem você pensa que é? Não ouse tocar nem um desses dedinhos nojentos em mim.- falei firme e dominante.
Ele rosnou extremamente alto e soltou sua mão bruscamente. Iria responder algo, mas foi interrompido quando uma garota da minha idade e um rapaz vieram correndo em nossa direção.
_NICK, RÁPIDO!- exclamou a garota, ofegante e urgente.
_Calma, Luara. O que aconteceu?- perguntou, mudando de bravo para preocupado, mas não obteve resposta da garota- O que aconteceu, David?- perguntou, agora se dirigindo ao rapaz.
_Uma das crianças, o Henry, desapareceu. Os pais, a Ellen e o Igor, estão desesperados.- respondeu o tal David.
Fiquei gélida e estática.
_Onde eles estão? Precisamos conversar com eles.- o troglodita, que parecia estar a ponto de berber meu sangue há segundos atrás, falou com preocupação na voz.
_Na praça central!- respondeu o rapaz.
_Muito bem, vamos!- falou rápido e eles se foram.
_Aury, sei que crianças são travessas (até porque já fui uma). Mas...- comecei a falar com minha loba.
_O que você está pensando, Aly?- questionou._Se esse sumiço estiver conectado com os responsáveis pelos assassinatos?_Acho difícil. Os vampiros não seriam tolos a ponto de sequestrarem um lobisomem._Pode ser, mas minha intuição está me dizendo isso. E você sabe como ela é.- falei e a Aurora suspirou, concordando comigo.Quando se trata de pessoas em perigo, principalmente crianças, eu perco o controle e meus instintos falam mais alto.
Virei-me, abandonei minha mala, e corri para dentro da floresta. Vou achar essa criança! Mesmo que não tenha sido o responsável pelos recentes assassinatos, essa criança pode estar em perigo.
Corri rápido, sempre atenta aos cheiros e barulhos. Depois de cerca de 5 minutos, ouvi alguém gritando.
_MÃE! PAI! ALGUÉM AÍ?!!
"A criança!", pensei.
Corri até a origem dos gritos, vendo um menino de aproximadamente 11 anos assim que cheguei mais perto. Em seguida, aproximei-me dele.
_Oi, anjinho. Meu nome é Alexa, qual o seu?- perguntei.
_Henry.- respondeu com medo, receoso.
_Tudo bem, Henry, não precisa ter medo, eu não vou te machucar.- falei doce, atenta aos arredores para o caso de algum ataque, afinal também pode ser uma armadilha- Você é o filho da Ellen e do Igor?
Ele confirmou com a cabeça, se acalmando um pouco.
_Seus pais estão preocupados. Venha, vamos voltar.- falei meiga, estendendo minha mão para ele segurar.
Ele ainda estava com medo, então não segurou.
_Não precisa ter medo de mim. Você sabe quem são os Alfas Keirllan?- perguntei, me agachando para ficar da sua altura.
_Sim. São os Alfas da Black Moon e têm dois filhos.- respondeu, com um certo brilho no olhar.
_Isso. Eu sou a filha mais nova deles.- falei sorrindo.
_Sério?!- perguntou com os olhos arregalados.
_Sim! Eu vim para a Reunião de Alfas.- respondi gentil e me levantei, estendendo a mão para ele mais uma vez- Agora vamos?
Ele assentiu e segurou-a. Assim, nós começamos a retornar para a Blood Moon.
_Henry, posso te perguntar uma coisa?- perguntei.
_Essa pode ser uma oportunidade de conseguir alguma pista sobre os assassinatos, Aury.
_Sei disso. Manda a ver!_Pode!- Henry respondeu sorrindo.
_O que aconteceu? Como você chegou aqui?
O sorriso dele desapareceu e ele ficou sério.
_Não sei, só senti alguma coisa tapando minha boca e meus olhos. Quando vi, já estava na floresta.- falou.
_Você não viu ninguém estranho te seguindo, não sentiu nenhum cheiro ou ouviu algum barulho? Nada?- tornei a questionar.
_Não...- respondeu com um sussurro e senti sua mão tremendo.
Agachei-me para ficar na sua altura, o olhei firme, e em seguida o abracei.
_Sinto muito, não vou mais te pressionar. Não precisa se preocupar, vou te proteger de qualquer coisa. É uma promessa.- o prometi sorrindo.
Ele sorriu também e acalmou-se mais. Em seguida retornamos para a alcateia.
Quando chegamos e saímos de dentro da floresta, observei várias das pessoas ali presentes nos olharem.
_Meu Deus! Henry!- uma das mulheres exclamou e correu até nós, afastando o Henry de mim- Quem é você?! O que você quer com meu filho?!- perguntou brava entre rosnados.
Em segundos, seu marido se interpôs entre nós rosnando intensamente, protegendo sua família.
_Mãe, pai, não machuquem ela. Foi ela quem me salvou!- Henry disse apressado.
Ellen -a mãe dele- parou de rosnar e seus olhos brilharam.
_Pela Lua, me perdoe! Pensei que você tinha sequestrado meu filho. Obrigada por salvá-lo!- falou com lágrimas nos olhos.
_Não se preocupe com isso.- falei gentil.
Fomos interrompidas por um rosnado intenso e furioso.
_O que você pensa que está fazendo? Como pode ter ido atrás dele, sem mais nem menos? Deveria ter esperado minhas ordens. Colocou a vida de ambos em perigo!- disse o idiota com quem discuti mais cedo, incrivelmente bravo.
Rosnei igualmente furiosa e com a mesma intensidade, surpreendendo a todos.
_Dobre a língua para falar comigo, seu idiota! Não sou suas putas para fazer o que você manda. Não recebo ordens de você! E por quê deveria esperar receber uma ordem sua?!- indaguei irônica.
_Pelo simples fato de que sou o Supremo Alfa!- rosnou bravo.
Engoli em seco. Já vi que arrumei confusão onde não deveria arrumar...
_Se você é o Supremo, então por que não disse desde o início?! Teria evitado muita irritação e a excelente confusão em que estou metida agora...- falei suspirando.
Esse idiota já me irritou desde o primeiro momento. Claro, vou respeitá-lo por ser o Supremo, mas não vou ser tão submissa assim. Além disso, ele já viu minha pior versão, não tem porque bancar a santa agora.
_Está colocando a culpa das suas ações em mim?!- perguntou, bravo e incrédulo, e aproximou-se com postura superior.
Também elevei minha postura e, no fim, ficamos parados nos encarando e desafiando silenciosamente.
_Pois é, Nicolas, parece que apareceu mais uma pessoa com coragem de desafiar você, além de mim, do Luan e da tua irmã.- falou David.
Sim, eu lembro facilmente o nome das pessoas.
O Supremo rosnou, demonstrando que não ficou nem um pouco feliz com o que acabou de ouvir.
_Nick! Amor.- falou uma garota, enquanto se agarrava ao Supremo- Quem é essa cadela?- perguntou com desdém.
_Hoje meu dia está realmente agitado...- falei, rindo irônica, e a encarei- Dobre a porra da sua língua para falar comigo.- rosnei, demonstrando minha aura ameaçadora- A cadela aqui é você! Eu sou Alexa Keirllan, Alfa da Black Moon.- minha aura ficou mais dominante ainda.
Ninguém ousava falar nada. Todos estavam incrédulos de que estou desafiando o Supremo Alfa e sua Luna.
_Keirllan... Então você é da família dos lendários?! Os únicos fortes como a Família Suprema durante a guerra?!- perguntou um lobo, eufórico.
Mudei de dominate e séria para simpática, enquanto falava com ele, mas ainda encarando a garota e, consequentemente, o Supremo, já que estavam agarrados. Ele me encarava com intensidade depois de falar quem sou.
_Nós mesmos.- sorri, e logo começou um burburinho.
_Como é uma Alfa, lhe devo o devido respeito, mas não me desafie novamente.- o Supremo falou sério- Vamos voltar para casa.- o Idiota Alfa falou e, como ficarei hospedada na casa dele, terei fazer o que ele diz.
Começamos a seguir em direção à casa do Supremo._Oi, meu nome é Luara. Eu sou irmã do Supremo, o Nicolas.- falou, vindo para o meu lado._Oi, Luara.- falei firme, mas um tanto receosa e ela percebeu._Relaxa, está tudo bem. Eu não sou fria, ignorante, e calculista como o Nicolas.- falou animada._Ainda bem.- sorri._E então, quantos anos tem?- perguntou._Vinte. Você aparenta ter uns dezoito...- falei pensativa._Quase! Tenho dezenove.- riu._Deixe
_Isso não é problema, já que ela já desafiou meu irmão.- Luara interferiu, tentando nos separar._O quê?! Uma vadia como a Aly desafiou o Nicolas, mas ainda está impune?- o Ruan indagou, indignado, voltando a falar com sua própria voz._VADIA?! ESSE VERME NÃO TEM SENSO DE PERIGO!-Aurora exclamou, furiosa, em minha mente._Vadia?!-perguntei com a voz demoníaca de Aury e comecei a apertar sua garganta com uma força maior, exalando dominância.-Não me confunda com suas putas...Também não sou mais fraca como antes, seu verme desagradável!
Chegamos na sala de reuniões e entramos. É uma ampla sala, com uma enorme mesa no centro. Todos já estão lá, falta apenas eu._Excelente demonstração de responsabilidade, para uma Alfa. E ainda sou eu quem não é digno de tal título.- Ruan zombou._Para alguém que descobriu que uma pessoa, muito importante para ela, foi assassinada brutalmente, só o fato de aparecer nesta merda de reunião já é uma demonstração de responsabilidade, seu idiota.- falei grossa. Ele se calou e engoliu em seco._Então foi isso... Por isso você gritou de madrugada e não dormiu sequer um segundo.-
Acordei às 6:10 da matina, com uma dor de cabeça alucinante. Levantei-me com dificuldade, fiz minhas higienes e desci a escada, seguindo para a cozinha. Chegando lá, me deparei com a cena de Brianna se aproximando indecentemente de Nicolas._Desculpa por atrapalhar. Eu volto depois.- falei dando meia volta, pronta para sair._Claro... tinha que ser o projeto de loba para nos atrapalhar justo agora!- a quenga retrucou._Projeto de loba é você, sua quenga!-falei com a voz elevada, perdendo a paciência que já não tenho, e que diminuiu ainda mais por conta da dor de cabeça. Vi Nicolas com uma expressão indecifrável e os braços cruza
Os antigos Supremos se encararam enquanto riam._Mãe...pai...- Nicolas começou a falar, parando para tossir- Nós não somos companheiros._Não são?- Felipe perguntou com uma sobrancelha erguida._Não.- afirmei, parando de tossir._Eu ainda não encontrei minha companheira.- Nicolas falou sério, adquirindo um tom de voz frio. Acho que o tópico companheiros é um tema sensível para ele. Celeste e Felipe não falaram nada, apenas se encararam. Em seguida Celeste se pronunciou:
Acordei com o sol batendo em meu rosto. Percebi que o ferimento da adaga está curado e que estou vestida com uma roupa confortável de ficar em casa. Além disso, estou deitada no "meu" quarto, na casa dos Supremos. Vi ainda que são exatas 7:15 da manhã. Levantei-me, fiz minhas higienes diárias, retirei o curativo e saí do quarto. Comecei a descer a escada, andando em direção à reunião, quando ouvi alguém discutindo na porta de entrada. Decidi não checar o que era e seguir meu caminho, até que fui interrompida._O que está fazendo, Alexa?- David, que vi ser uma das pessoas da discus
Logo chegamos ao lar dos vampiros. Guardas nos guiaram até o castelo do Volturi a contragosto, obviamente, mas o fizeram. Durante o caminho, eles nos olhavam sombrios, enojados, irritados, com sede do nosso sangue. Ao chegar no castelo, entramos em uma espécie de salão principal, ficando frente a frente com Clint Volturi, que está sentado em um tipo de trono._Ao que devo a honra da visita do Supremo Alfa dos lobisomens, juntamente com seus Betas e Alfas?- perguntou._Apesar de nosso tratado de paz, ultimamente estão ocorrendo ataques por parte dos vampiros. Recentemente alguns de meus lobos foram gravemente feridos, ou até mesmo mortos. Quero saber o que está acontecendo!- Nicolas tomou a frente, aproxima
Corri mais rápido ainda, rosnei e saltei, caindo firme entre os dois lados._O que fazem aqui?- perguntei ao vampiro que falou comigo antes._Você já deveria saber, Alexa.- respondeu. Rosnei, entendendo o recado: eles estão com meu irmão. DROGA! Como eu queria estar enganada quando tive aquela visão!_Vocês estão bem?- perguntei, olhando para as pessoas da Blood que estão atrás de mim._Não te interessa.- Nicolas respondeu, bravo e frio, completamente diferente de como vinha agindo recentemente.
Último capítulo