Aos seus quarenta anos, ocupando uma posição de destaque, ele sabia que os olhos de muitas pessoas estavam sempre voltados para ele. No entanto, ele se orgulhava de sua integridade. Com um comportamento irrepreensível, sem nunca cair em corrupção ou escândalos, ninguém jamais conseguira encontrar algo que o comprometesse.Quando Pablo mencionou o nome de Lucas, ele não fez a conexão de imediato, mas, assim que desligou, se lembrou de quem era Lucas.Ele era um empresário com quem o governo mantinha várias colaborações, era conhecido como o bilionário mais rico do país. Em cada desastre natural, suas doações eram sempre as mais expressivas, sendo um dos maiores filantropos.Lucas contra a Família Nunes?Na verdade, Renato sempre desprezou a Família Nunes.A Família Marques tinha grandes nomes na arte da caligrafia e pintura, e, se retrocedesse algumas gerações, poderia se orgulhar de ter produzido eruditos literários renomados. No entanto, o que realmente a distinguiu foi a trajetória
Renato lavou as mãos, trocou de roupa e subiu para bater à porta do quarto da mãe.A voz fraca de Ana veio de dentro: — Entre.Renato abriu a porta e entrou, vendo Ana sentada numa cadeira de vime ao lado da janela, olhando para fora.Ela segurava uma moldura de foto, uma foto da família tirada quando sua irmã se perdeu, no dia em que completou cem dias.Renato pegou um cobertor leve e caminhou até ela, cobrindo suas pernas: — Mãe, o que está pensando?Ana sorriu: — Nada. Por que voltou tão cedo hoje?Esse filho mais velho, normalmente tão ocupado com os assuntos do governo, sempre tinha um dia cheio.Hoje, no entanto, estava agindo de forma diferente.— Quero voltar para passar um tempo com você.Ele se agachou ao lado de Ana, olhando para ela com a cabeça inclinada.Ana deu uma tapinha no ombro dele: — Já está com a idade que tem e ainda se fazendo de criança.— Mas continuo sendo seu filho.Ana passou a mão nos cabelos dele: — Já está velho, Renato, até tem cabelos brancos agora.Re
Embora tivessem pouco contato, Pablo já sabia o temperamento de Mariana.Se, naquele momento, Lucas fizesse algo exagerado, Mariana certamente não daria mais uma chance a ele.Foi assim que Pablo planejou: quando Mariana e Lucas finalmente se separassem, ele aproveitaria a oportunidade.Quanto ao fato de Mariana ter ficado com Lucas, depois de terem bebido aquilo, Pablo não se importaria.De qualquer forma, Mariana não era mais virgem, já tinha sido esposa de Lucas, então, para ele, uma vez ou cem vezes não fazia diferença.Mas ele não esperava que seus planos fossem descobertos por Lucas.Ele tinha se afastado completamente da situação.Aquele remédio e quem o administrou não tinham nada a ver com ele.Claro que ele não sabia que, na Cidade do Norte, Lucas tinha tanto poder que poderia fazer o que quisesse. Se ele quisesse investigar algo, ninguém poderia o impedir.Sem mencionar Lucas, até mesmo Fernando tinha sua própria influência na Cidade do Norte.A pessoa que Pablo contratou já
Os dois encontraram um café próximo. Assim que se sentaram, Mariana falou: — Desculpe.Lucas ficou sem entender: — Por que está se desculpando comigo?— Sobre o que aconteceu ontem à noite, eu te compreendi mal, então me desculpe. — Mariana disse. — Você disse que foi Pablo quem fez isso? Por que ele faria algo assim?Lucas disse: — Por que ele fez isso, já não importa. O importante é que você está bem e não me entendeu mal.Desde o café da manhã, o olhar dele sobre ela era intenso e ardente.Mariana desviou o rosto: — Tem provas? O que ele fez é ilegal, né?— Você quer chamar a polícia?Mariana respondeu: — Não sei se ele já fez isso antes, nem sei se outras meninas foram prejudicadas por ele.— Pode ficar tranquila, não houve nada disso. — Lucas disse: — Eu já investiguei tudo, e se você quiser chamar a polícia, posso fornecer as provas.Mariana respondeu: — Esse tipo de remédio não deveria nem circular no mercado.— É. — Lucas concordou. — Ele mandou procurar esse tipo de remédio, o
Ele sofreu tanto para se controlar, não tocou em Mariana, ela nem fez um elogio, e agora ainda o criticou.Lucas se sentiu um pouco ofendido.— Você poderia me levar ao hospital, ou me entregar para Camila, mas não fez nada disso. — Mariana disse, calmamente, listando os erros dele: — Além das marcas de beijo no pescoço, no resto... não sei se você tocou.Ele não tocou!Só deu uns beijos, e já estava quase explodindo de tanto se controlar.Se tivesse tocado em outros lugares, ainda teria conseguido se segurar?Ele não era um santo!Frente à mulher que ele amava, e ainda por cima, com Mariana tão envolvente na noite passada, era impossível ele se controlar!— Com aquele jeito, como eu poderia te levar ao hospital! — Lucas se sentiu completamente desamparado: — E Camila também não dava, daquele jeito... só eu poderia ver.As últimas palavras saíram baixinho, quase um murmúrio, Mariana nem ouviu direito.— O quê? — Mariana perguntou, curiosa: — Que jeito?Lucas só se arrependeu de não ter
O doce sabor do momento mal tinha começado, e Lucas já foi empurrado para longe.Instintivamente, ele apertou Mariana ainda mais intensamente, mas logo voltou a si e sentiu uma pontada de apreensão.— Mariana…Ele se afastou de seus lábios, mas ainda relutava em soltá-la.— Eu… ontem à noite, eu realmente… realmente não consegui me controlar. Não fique brava…— E agora? — Mariana tentou se desvencilhar, mas não conseguiu. — Me solta! Ou agora também não consegue se controlar?— Mariana… — Lucas a olhava com um semblante sofrido. — Faz tanto tempo que não te abraço… e deixa te abraçar só um pouquinho, por favor?Mariana desviou o olhar.— Não! Me solta!— Considera isso como pagamento pelo que fiz por você. Ajudei você a lidar com o Pablo!— Não preciso que você faça nada por mim!— Precisa, sim! — Lucas insistiu. — Cuidei direitinho disso! Me deixa te abraçar por dez minutos… Não, cinco! Só cinco minutos, pode ser?Mariana bufou de raiva.— Ontem à noite já não foi o bastante? Eu nem s
No pronto-socorro do Hospital São João.Após várias cirurgias, Mariana estava exausta e preparava-se para sair do trabalho. Enquanto trocava de roupa para ir embora, a porta se abriu repentinamente. Lucas apareceu na frente dela, vestido com um terno caro feito sob medida.O homem exibia uma postura nobre, seu rosto era austero e imponente, com sobrancelhas e olhos sérios. Seu nariz alto e lábios finos, com um queixo firme e bem delineado. Sem dúvida, ele tinha uma boa aparência.Porém, naquele momento, ele carregava nos braços uma garota pequena e delicada. Por trás de sua expressão fria, era impossível esconder o nervosismo. — Ela está ferida, dê uma olhada nela. — Lucas pediu.O olhar de Mariana pousou sobre o rosto da garota. Ela tinha uma aparência doce, com um olhar inocente. Mariana sabia que esse era exatamente o tipo de mulher que Lucas gostava. Mesmo depois de tantos anos, o gosto dele não mudou nem um pouco.— Onde você está machucada? — Mariana perguntou.— Torci o tornoz
O homem tinha uma aura fria e nobre, típica de alguém acostumado a altas posições, mas carregava uma simples sacola plástica preta. Sem dúvida, dentro dela estavam os produtos de higiene íntima que Joana precisava no momento.Mariana desviou o olhar e perguntou a ele: — O avô quer que jantemos na mansão esta noite. Você pode ir?Mas Lucas não olhou para ela. Seus olhos se fixaram em Joana: — Ainda sente dor na barriga? Você já tomou os medicamentos?Após dizer isso, ele estendeu a mão e passou a sacola. Joana sorriu timidamente ao o receber e lançou um olhar rápido para Mariana antes de responder: — Estou bem melhor agora, obrigada.— Pode ir, vou esperar você aqui. — Disse Lucas, olhando para ela com ternura nos olhos, e acrescentou: — Depois eu a levo para casa.Joana lançou mais um olhar cauteloso para Mariana e depois se virou e foi embora.— Então você me seguiu até aqui? — Lucas finalmente olhou para Mariana: — Valeu a pena?Mariana não se defendeu, apenas perguntou: — Senhor