Lucas não disse mais nada durante o caminho e, em poucos minutos, chegou ao Instituto de estudo. Quando pararam o carro, Pedro olhou para ele e aconselhou:— Fala com calma com ela.Lucas respondeu com firmeza:— Quando eu e a Mariana voltarmos, você trate de mudar sua atitude com ela. Se não, não me culpe por deixar de te considerar meu irmão.Pedro franziu o cenho:— Eu ainda acho que vocês dois não têm nada a ver um com o outro, mas, se você gosta tanto dela assim, eu vou engolir meus próprios sentimentos e evitar qualquer conflito.— Não tem nada de “não têm nada a ver”. Para com isso. Não quero ouvir você falar isso de novo.Depois de dizer isso, Lucas saiu do carro e bateu a porta, indo direto para o prédio.Enquanto isso, Pedro pegou o celular e ligou para Lúcia. Ela atendeu rapidamente, ainda fingindo chorar:— Primo, você precisa me ajudar...— Cala a boca. — Disse Pedro, interrompendo-a. — O Lucas já saiu. Agora somos só nós dois.Lúcia, como se tivesse apertado um botão, par
Lucas percebeu o sarcasmo no sorriso de Mariana. Sentiu o peito apertar de ansiedade:— Eu só fiz aquilo porque... porque para mim a Gisela é muito importante...— Lucas. — Mariana o interrompeu, com a voz fria e controlada. — Eu sempre tive uma dúvida. Posso perguntar?Lucas assentiu rapidamente:— Claro. Pergunte.— Se você gosta tanto da Gisela, por que deixou ela ir embora? — Mariana continuou, encarando-o sem pestanejar. — Se você ainda não conseguiu esquecê-la, então por que, depois do nosso divórcio, não foi atrás dela? Por que fica me perseguindo? É para se vingar? Para me fazer sentir nojenta?Lucas abriu a boca para responder, mas Mariana não deu tempo:— Se for isso, eu perco, ok? Admito minha derrota. Sim, o divórcio foi sujo. Usei métodos baixos para te humilhar na frente da diretoria. Agora, estou oficialmente te pedindo desculpas. Se você quiser, eu volto ao país e faço um pedido de desculpas formal na frente de todos os acionistas. Está satisfeito?— Não é isso... — Luc
— Mariana... — Lucas respirou fundo, tentando recuperar o controle das próprias emoções. — Eu gosto de você, mas também tenho minha dignidade. Você insiste em duvidar dos meus sentimentos...A paciência de Mariana, sempre conhecida por ser interminável, chegou ao limite. Ela sentiu uma onda de irritação tomar conta de si, e por pouco não estapeou o rosto dele.— Eu não deveria duvidar? — Retrucou Mariana, a voz carregada de sarcasmo. — Depois de tudo o que você fez, eu não tenho o direito de ficar com raiva? Eu deveria ficar emocionada, é isso?— Eu já expliquei tudo! — Lucas tentou justificar. — Por que você não pode me entender, pelo menos uma vez?— Não consigo. — Mariana cruzou os braços e o encarou com firmeza. — Só sei que, se fosse alguém que eu amasse, eu seria tendenciosa, o mimaria, confiaria nele sem restrições. Mesmo que precisasse enfrentar o mundo inteiro, eu ficaria ao lado dele. Agora me diga, Sr. Lucas, em qual dessas coisas você se encaixa?Lucas abaixou os olhos, com
Lucas já não era a primeira vez que fazia algo tão invasivo com ela. Mariana sentia ódio, raiva e, acima de tudo, nojo. Ela lutava com todas as forças, chegando ao ponto de tentar mordê-lo, sem se importar com as consequências.Mas Lucas estava ainda mais descontrolado. O gosto de sangue em sua boca, longe de fazê-lo parar, parecia despertar nele um instinto selvagem ainda mais forte.Ele segurou o queixo de Mariana com firmeza, forçando-a a aceitar seus beijos famintos. Quando ela tentou levantar a perna para se defender, ele a imobilizou com o peso do próprio corpo.A posição em que ela se encontrava era de pura humilhação. Coberta pela sombra dele, Mariana sentia-se completamente impotente. A força física, que era naturalmente uma vantagem masculina, tornava impossível qualquer tentativa de resistência. E, além disso, Lucas era treinado. Mariana, por outro lado, não tinha a menor chance contra ele.Se antes, quando Lucas agia contra a sua vontade, Mariana já se sentia profundamente
Lucas respirou fundo, inclinou-se e, sem aviso, ergueu Mariana nos braços, carregando-a como se fosse algo que lhe pertencesse.Mariana arregalou os olhos, e sua expressão era de pura ira.Lucas baixou o olhar para encontrá-la e disse, em tom firme:— Se você não quer que todo mundo no instituto saia para assistir a um espetáculo, é melhor cooperar e vir comigo sem reclamar.Sem alternativa, Mariana foi levada para fora do prédio. Ela tentou resistir, mas sua força era insignificante diante da determinação dele. Pouco depois, Lucas a colocou em um avião particular e a levou de volta ao Brasil. Desta vez, ele estava decidido: Mariana não iria embora novamente.A simples ideia de deixá-la partir o aterrorizava. E se ela saísse de sua vida para sempre? Ele não podia correr esse risco. Mesmo que isso significasse forçá-la a ficar, mesmo que ela o odiasse por isso, Lucas preferia mantê-la perto a viver sem ela.Ele sabia que Mariana o culparia, que o desprezaria ainda mais, mas aceitou esse
Desde que Lucas trouxe Mariana de volta, ela não disse uma única palavra para ele. O silêncio dela era ensurdecedor, e Lucas sabia que, por trás disso, havia mágoa, raiva e uma barreira que ele mesmo havia ajudado a erguer.Ainda assim, ele se agarrava à ideia de que sua persistência e suposta devoção acabariam por derreter o gelo no coração de Mariana. Ele acreditava que, com o tempo, conseguiria conquistá-la novamente.Mas Lucas parecia ignorar uma verdade simples: amor tardio, por si só, não basta.Mariana, porém, já havia perdido toda a esperança. A chama que um dia sentiu por Lucas havia se apagado há muito tempo. O episódio recente, quando ela foi sequestrada por Lúcia, e a maneira como Lucas agiu, foi apenas a gota d'água. Para ele, talvez fosse um último esforço desesperado. Mas, para Mariana, o que restava já era apenas cinzas.Lucas sabia que tinha passado dos limites. Reconhecia que a forma como lidou com tudo foi errada. No entanto, ele justificava suas ações dizendo que a
Lucas desejava Mariana com uma intensidade que o consumia. Ele sonhava com ela todas as noites, e o desejo reprimido queimava dentro dele. Ele não conseguia controlar os impulsos que seu corpo exigia, e, ao mesmo tempo, o olhar vazio de Mariana o aterrorizava. Ele precisava fazer algo, qualquer coisa, para provar que ela ainda era dele, que ele ainda era a pessoa mais próxima dela.Ele beijou as lágrimas que escorriam pelo rosto dela, segurou sua mão e entrelaçou os dedos com os dela. Sua voz, suave como uma carícia, murmurava promessas e palavras doces que pareciam vir do fundo da alma.Mas, enquanto ele falava com ternura, seus movimentos eram intensos, quase desesperados. Ele usava toda a força do corpo, como se quisesse gravar sua presença nela, como se quisesse marcar que Mariana era sua e de mais ninguém.A ideia de perdê-la, de imaginá-la nos braços de outro homem, era insuportável. Só de pensar que um dia Mariana poderia estar em outra cama, com outro alguém, Lucas sentia como
Lucas queria permanecer assim, abraçando Mariana, cuidando dela, protegendo-a. Mas o tempo, implacável, não parava por ninguém.O dia amanheceu. Lucas, sem compromissos pela manhã, sabia que à tarde teria de comparecer a uma reunião importante. Na noite anterior, ele havia passado horas segurando Mariana em seus braços, sentindo o leve tremor do corpo dela. Não soube dizer em que momento ela finalmente se acalmou e adormeceu.Agora, Lucas estava acordado cedo mais uma vez. Desde que haviam se separado por meses, ele não conseguia dormir direito. E, mesmo com Mariana ao seu lado, o sono não vinha. Era como se, a qualquer momento, ela fosse desaparecer, dissolver-se no ar.A luz do sol atravessava as frestas da cortina, e Lucas observava Mariana em silêncio. Com a ponta dos dedos, limpou delicadamente os vestígios de lágrimas que ainda estavam em seu rosto:— Me desculpe.O pedido escapou de sua mente, mas não de seus lábios. Ele estava cheio de culpa, repleto de arrependimento. Mas, mes