Lucas desejava Mariana com uma intensidade que o consumia. Ele sonhava com ela todas as noites, e o desejo reprimido queimava dentro dele. Ele não conseguia controlar os impulsos que seu corpo exigia, e, ao mesmo tempo, o olhar vazio de Mariana o aterrorizava. Ele precisava fazer algo, qualquer coisa, para provar que ela ainda era dele, que ele ainda era a pessoa mais próxima dela.Ele beijou as lágrimas que escorriam pelo rosto dela, segurou sua mão e entrelaçou os dedos com os dela. Sua voz, suave como uma carícia, murmurava promessas e palavras doces que pareciam vir do fundo da alma.Mas, enquanto ele falava com ternura, seus movimentos eram intensos, quase desesperados. Ele usava toda a força do corpo, como se quisesse gravar sua presença nela, como se quisesse marcar que Mariana era sua e de mais ninguém.A ideia de perdê-la, de imaginá-la nos braços de outro homem, era insuportável. Só de pensar que um dia Mariana poderia estar em outra cama, com outro alguém, Lucas sentia como
Lucas queria permanecer assim, abraçando Mariana, cuidando dela, protegendo-a. Mas o tempo, implacável, não parava por ninguém.O dia amanheceu. Lucas, sem compromissos pela manhã, sabia que à tarde teria de comparecer a uma reunião importante. Na noite anterior, ele havia passado horas segurando Mariana em seus braços, sentindo o leve tremor do corpo dela. Não soube dizer em que momento ela finalmente se acalmou e adormeceu.Agora, Lucas estava acordado cedo mais uma vez. Desde que haviam se separado por meses, ele não conseguia dormir direito. E, mesmo com Mariana ao seu lado, o sono não vinha. Era como se, a qualquer momento, ela fosse desaparecer, dissolver-se no ar.A luz do sol atravessava as frestas da cortina, e Lucas observava Mariana em silêncio. Com a ponta dos dedos, limpou delicadamente os vestígios de lágrimas que ainda estavam em seu rosto:— Me desculpe.O pedido escapou de sua mente, mas não de seus lábios. Ele estava cheio de culpa, repleto de arrependimento. Mas, mes
Se pudesse voltar atrás, Lucas certamente não teria tratado Mariana daquela forma. Ele sabia, agora mais do que nunca, que fazer amor só era realmente prazeroso quando ambos queriam.Mariana continuava imóvel, sem qualquer reação. Lucas suspirou, resignado, e a ergueu nos braços:— Você não quer se mexer? Então acho que vou ter que te alimentar.Antes que ele terminasse a frase, Mariana se ajeitou sozinha na cama. Sem expressão, ela desceu, pegou a bandeja e saiu do quarto.Lucas a observou, e, por mais estranho que fosse, achou aquele comportamento adorável. Ele a seguiu até o andar de baixo, onde a viu comer o jantar em completo silêncio. Depois, insistiu para que ela ficasse com ele na sala, assistindo a um programa de notícias sobre economia.Quando a empregada se retirou, a casa ficou completamente silenciosa. Apenas os dois permaneciam na sala. Lucas olhou para Mariana, que estava sentada ao seu lado, quieta como sempre. Ele não resistiu e deu um beijo suave em seu rosto.Sem se
Tudo começou com uma ligação de Paulo para Gustavo. Embora Mariana tivesse ligado para Paulo antes, o Instituto ainda recebia investimentos da família Mendes, e muitas pessoas de lá também eram indicados por Paulo.Por isso, Paulo acabou descobrindo que Mariana não estava mais no Instituto.Mas para onde Mariana poderia ter ido? E, pior ainda, Paulo não conseguia entrar em contato com ela.Ele ficou desesperado e, sem outra opção, pediu a alguém que investigasse. Essa investigação o levou até Lucas. Paulo tentou ligar para Lucas, mas ele não atendeu. Isso só reforçou suas suspeitas de que Lucas estava envolvido.Paulo, que tinha sofrido uma fratura recentemente e já havia retirado o gesso, ainda estava proibido pelos médicos de realizar esforços físicos. Sem poder agir por conta própria, decidiu ligar para Gustavo.Assim que Gustavo atendeu, ficou perplexo:— O que você disse? Não consegue mais falar com a Mariana? E acha que o Lucas tem algo a ver com isso?Paulo explicou a situação e
Lucas não teve outra escolha a não ser procurar Mariana.Ela passava os dias entre a cama e a janela. Quando não estava deitada, costumava ficar sentada olhando para fora.Lucas não sabia o que ela tanto observava. Tentava puxar conversa, mas, não importava o que dissesse, recebia sempre o mesmo silêncio em resposta.Ele tinha plena consciência de que o que havia feito era inaceitável para Mariana. Mas, diante da perspectiva de vê-la partir, Lucas preferia mil vezes mantê-la ao seu lado, mesmo que isso significasse aprisioná-la.— Mariana. — Lucas se agachou ao lado dela, pousando a mão grande sobre os joelhos dela enquanto a olhava de baixo para cima. — Meu avô me ligou. Ele disse que está com suas saudades. Você pode responder para ele?As pestanas de Mariana estremeceram levemente antes de ela baixar os olhos para encará-lo.Ao perceber a reação, Lucas se apressou:— Mas, olha, vamos combinar uma coisa. Não conte nada para ele, está bem? Você sabe como ele é, e a saúde dele não está
Mariana olhou para Lucas com um olhar gélido:— Agora eu sei… Paulo é mil vezes melhor que você!— Eu sabia! — Lucas gritou, os olhos cheios de fúria. — Eu sabia que tinha algo entre você e ele! Nem seus pais suspeitaram de nada, mas ele? Ele foi direto procurar meu avô para perguntar sobre você. Claro que vocês…Mariana balançou a cabeça, interrompendo-o:— Não é só Paulo. Jaime, Felipe e até Carlos são melhores que você, Lucas. Você ainda não percebeu onde errou?— Você ainda pensa no Felipe? — A inveja e o ciúme tomaram conta de Lucas, fazendo-o perder completamente a razão. — Você sabe muito bem que ele é filho de uma amante! Sabe que foi por culpa da mãe dele que meus pais se separaram, e mesmo assim ousa falar dele na minha frente?— Pelo que eu sei, foi seu pai quem a forçou. Ela também foi uma vítima.— Uma vítima que teve o filho do homem que a violentou? Quem acreditaria que ela não tinha segundas intenções?Mesmo agora, Lucas continuava defendendo Afonso. Mariana sabia que A
— O que deve ou não ser dito, você sabe, não sabe? — Lucas falou, com um tom frio.Mariana permaneceu em silêncio.Lucas segurou o queixo dela, forçando-a a encará-lo:— Eu te dei chance atrás de chance. A minha sinceridade, você ainda não percebeu? Por que, mesmo assim, você ainda tem outro homem no coração?— Sua sinceridade? — Mariana retrucou, com um tom gélido. — Você chama de sinceridade me humilhar sem limites? Me forçar a fazer coisas contra a minha vontade?— Você já é minha mulher. Sempre foi e sempre será! Mesmo que nos divorciemos, eu sei que um dia você vai voltar para mim. E o que acontece entre marido e mulher… não é normal?— Eu não quero mais falar com você.— Claro que não quer. Desde que voltou para cá, você mal falou comigo. E eu? Estou me rebaixando na sua frente, implorando por um olhar seu. Se eu não tivesse te mantido aqui, se eu não tivesse te forçado, você acha que eu teria alguma chance de te ver novamente? De me aproximar de você?— Então, no fim das contas,
Gustavo atendeu a chamada de vídeo e, ao ver Mariana, seu rosto se iluminou de alegria:— Mariana? Onde você está? Está tudo bem com você?Mariana sorriu, tentando soar casual:— Vô, eu estou bem. Estava no Instituto, mas terminei tudo o que precisava e resolvi sair para viajar um pouco. Por isso, não consegui falar com o senhor esses dias.— O importante é que você esteja bem. Quando você volta? Estou com saudades.— Daqui a alguns dias. Assim que eu voltar, prometo que vou direto te visitar.Gustavo, que não a via há tempos, aproveitou a oportunidade para perguntar sobre várias coisas. Os dois conversaram por quase meia hora antes de encerrar a ligação.Assim que a chamada terminou, Lucas tomou o celular de volta.Mariana, com os olhos baixos, fixou o olhar no chão e perguntou suavemente:— Está satisfeito agora?— E quanto ao Paulo? Você já pensou no que vai dizer a ele? — Lucas perguntou, impassível.Mariana apenas assentiu com a cabeça, sem discutir.— Então, fale direito. Escolha