Lucas já não era a primeira vez que fazia algo tão invasivo com ela. Mariana sentia ódio, raiva e, acima de tudo, nojo. Ela lutava com todas as forças, chegando ao ponto de tentar mordê-lo, sem se importar com as consequências.Mas Lucas estava ainda mais descontrolado. O gosto de sangue em sua boca, longe de fazê-lo parar, parecia despertar nele um instinto selvagem ainda mais forte.Ele segurou o queixo de Mariana com firmeza, forçando-a a aceitar seus beijos famintos. Quando ela tentou levantar a perna para se defender, ele a imobilizou com o peso do próprio corpo.A posição em que ela se encontrava era de pura humilhação. Coberta pela sombra dele, Mariana sentia-se completamente impotente. A força física, que era naturalmente uma vantagem masculina, tornava impossível qualquer tentativa de resistência. E, além disso, Lucas era treinado. Mariana, por outro lado, não tinha a menor chance contra ele.Se antes, quando Lucas agia contra a sua vontade, Mariana já se sentia profundamente
Lucas respirou fundo, inclinou-se e, sem aviso, ergueu Mariana nos braços, carregando-a como se fosse algo que lhe pertencesse.Mariana arregalou os olhos, e sua expressão era de pura ira.Lucas baixou o olhar para encontrá-la e disse, em tom firme:— Se você não quer que todo mundo no instituto saia para assistir a um espetáculo, é melhor cooperar e vir comigo sem reclamar.Sem alternativa, Mariana foi levada para fora do prédio. Ela tentou resistir, mas sua força era insignificante diante da determinação dele. Pouco depois, Lucas a colocou em um avião particular e a levou de volta ao Brasil. Desta vez, ele estava decidido: Mariana não iria embora novamente.A simples ideia de deixá-la partir o aterrorizava. E se ela saísse de sua vida para sempre? Ele não podia correr esse risco. Mesmo que isso significasse forçá-la a ficar, mesmo que ela o odiasse por isso, Lucas preferia mantê-la perto a viver sem ela.Ele sabia que Mariana o culparia, que o desprezaria ainda mais, mas aceitou esse
Desde que Lucas trouxe Mariana de volta, ela não disse uma única palavra para ele. O silêncio dela era ensurdecedor, e Lucas sabia que, por trás disso, havia mágoa, raiva e uma barreira que ele mesmo havia ajudado a erguer.Ainda assim, ele se agarrava à ideia de que sua persistência e suposta devoção acabariam por derreter o gelo no coração de Mariana. Ele acreditava que, com o tempo, conseguiria conquistá-la novamente.Mas Lucas parecia ignorar uma verdade simples: amor tardio, por si só, não basta.Mariana, porém, já havia perdido toda a esperança. A chama que um dia sentiu por Lucas havia se apagado há muito tempo. O episódio recente, quando ela foi sequestrada por Lúcia, e a maneira como Lucas agiu, foi apenas a gota d'água. Para ele, talvez fosse um último esforço desesperado. Mas, para Mariana, o que restava já era apenas cinzas.Lucas sabia que tinha passado dos limites. Reconhecia que a forma como lidou com tudo foi errada. No entanto, ele justificava suas ações dizendo que a
Lucas desejava Mariana com uma intensidade que o consumia. Ele sonhava com ela todas as noites, e o desejo reprimido queimava dentro dele. Ele não conseguia controlar os impulsos que seu corpo exigia, e, ao mesmo tempo, o olhar vazio de Mariana o aterrorizava. Ele precisava fazer algo, qualquer coisa, para provar que ela ainda era dele, que ele ainda era a pessoa mais próxima dela.Ele beijou as lágrimas que escorriam pelo rosto dela, segurou sua mão e entrelaçou os dedos com os dela. Sua voz, suave como uma carícia, murmurava promessas e palavras doces que pareciam vir do fundo da alma.Mas, enquanto ele falava com ternura, seus movimentos eram intensos, quase desesperados. Ele usava toda a força do corpo, como se quisesse gravar sua presença nela, como se quisesse marcar que Mariana era sua e de mais ninguém.A ideia de perdê-la, de imaginá-la nos braços de outro homem, era insuportável. Só de pensar que um dia Mariana poderia estar em outra cama, com outro alguém, Lucas sentia como
Lucas queria permanecer assim, abraçando Mariana, cuidando dela, protegendo-a. Mas o tempo, implacável, não parava por ninguém.O dia amanheceu. Lucas, sem compromissos pela manhã, sabia que à tarde teria de comparecer a uma reunião importante. Na noite anterior, ele havia passado horas segurando Mariana em seus braços, sentindo o leve tremor do corpo dela. Não soube dizer em que momento ela finalmente se acalmou e adormeceu.Agora, Lucas estava acordado cedo mais uma vez. Desde que haviam se separado por meses, ele não conseguia dormir direito. E, mesmo com Mariana ao seu lado, o sono não vinha. Era como se, a qualquer momento, ela fosse desaparecer, dissolver-se no ar.A luz do sol atravessava as frestas da cortina, e Lucas observava Mariana em silêncio. Com a ponta dos dedos, limpou delicadamente os vestígios de lágrimas que ainda estavam em seu rosto:— Me desculpe.O pedido escapou de sua mente, mas não de seus lábios. Ele estava cheio de culpa, repleto de arrependimento. Mas, mes
Se pudesse voltar atrás, Lucas certamente não teria tratado Mariana daquela forma. Ele sabia, agora mais do que nunca, que fazer amor só era realmente prazeroso quando ambos queriam.Mariana continuava imóvel, sem qualquer reação. Lucas suspirou, resignado, e a ergueu nos braços:— Você não quer se mexer? Então acho que vou ter que te alimentar.Antes que ele terminasse a frase, Mariana se ajeitou sozinha na cama. Sem expressão, ela desceu, pegou a bandeja e saiu do quarto.Lucas a observou, e, por mais estranho que fosse, achou aquele comportamento adorável. Ele a seguiu até o andar de baixo, onde a viu comer o jantar em completo silêncio. Depois, insistiu para que ela ficasse com ele na sala, assistindo a um programa de notícias sobre economia.Quando a empregada se retirou, a casa ficou completamente silenciosa. Apenas os dois permaneciam na sala. Lucas olhou para Mariana, que estava sentada ao seu lado, quieta como sempre. Ele não resistiu e deu um beijo suave em seu rosto.Sem se
Tudo começou com uma ligação de Paulo para Gustavo. Embora Mariana tivesse ligado para Paulo antes, o Instituto ainda recebia investimentos da família Mendes, e muitas pessoas de lá também eram indicados por Paulo.Por isso, Paulo acabou descobrindo que Mariana não estava mais no Instituto.Mas para onde Mariana poderia ter ido? E, pior ainda, Paulo não conseguia entrar em contato com ela.Ele ficou desesperado e, sem outra opção, pediu a alguém que investigasse. Essa investigação o levou até Lucas. Paulo tentou ligar para Lucas, mas ele não atendeu. Isso só reforçou suas suspeitas de que Lucas estava envolvido.Paulo, que tinha sofrido uma fratura recentemente e já havia retirado o gesso, ainda estava proibido pelos médicos de realizar esforços físicos. Sem poder agir por conta própria, decidiu ligar para Gustavo.Assim que Gustavo atendeu, ficou perplexo:— O que você disse? Não consegue mais falar com a Mariana? E acha que o Lucas tem algo a ver com isso?Paulo explicou a situação e
Lucas não teve outra escolha a não ser procurar Mariana.Ela passava os dias entre a cama e a janela. Quando não estava deitada, costumava ficar sentada olhando para fora.Lucas não sabia o que ela tanto observava. Tentava puxar conversa, mas, não importava o que dissesse, recebia sempre o mesmo silêncio em resposta.Ele tinha plena consciência de que o que havia feito era inaceitável para Mariana. Mas, diante da perspectiva de vê-la partir, Lucas preferia mil vezes mantê-la ao seu lado, mesmo que isso significasse aprisioná-la.— Mariana. — Lucas se agachou ao lado dela, pousando a mão grande sobre os joelhos dela enquanto a olhava de baixo para cima. — Meu avô me ligou. Ele disse que está com suas saudades. Você pode responder para ele?As pestanas de Mariana estremeceram levemente antes de ela baixar os olhos para encará-lo.Ao perceber a reação, Lucas se apressou:— Mas, olha, vamos combinar uma coisa. Não conte nada para ele, está bem? Você sabe como ele é, e a saúde dele não está