Mariana franziu a testa:— O que está acontecendo? O que Felipe tem a ver com isso?— Felipe… é meu meio-irmão por parte de pai.— O quê?! — Mariana ficou chocada, como se tivesse levado um golpe.Lucas disse:— Você sabe que o casamento dos meus pais não vai nada bem agora.De fato, Mariana sabia disso.Os pais de Lucas eram ambos pesquisadores e passavam a maioria do tempo em centros de pesquisa. Eram conhecidos como verdadeiros “viciados em trabalho científico”. No começo, o relacionamento deles era bom, eram almas gêmeas em muitos aspectos.Até que, em um determinado ano, o pai de Lucas teve um caso com sua assistente.Depois disso, os dois se separaram e, ao longo dos anos, mal mantiveram contato. Ambos se concentraram em suas próprias vidas e deixaram a casa de lado.Por isso, Lucas foi criado sozinho por Gustavo.Felipe era filho daquela assistente.Quando o escândalo veio à tona, Gustavo ficou furioso e tomou a decisão imediata de mandar a assistente para o exterior. Desde entã
— Então, para ser mais exato, você é cunhada dele. — Lucas inalou profundamente o perfume dela, aproveitando claramente o momento. — E ele ainda teve a audácia de dizer que gosta de você e te cortejou. Suas intenções são evidentes.Mariana ainda estava absorvendo o choque de descobrir que Felipe era o meio-irmão de Lucas.Lucas a envolveu pela cintura fina, encostando o rosto em seu pescoço:— Ele se aproximou de você com segundas intenções, tudo parte de um plano. Mariana, não deixe que ele te engane.— Nunca dei atenção a ele. — Essas palavras trouxeram um alívio enorme para Lucas.Aquele dia tinha sido extremamente perigoso. As pessoas envolvidas realmente queriam tirar sua vida. Ele contra-atacou com seus próprios aliados e utilizou o apoio de forças locais para investigar quem estava por trás do atentado, chegando até Felipe.Inicialmente, Lucas achou que Felipe queria o matar por ciúmes, acreditando que o motivo fosse Mariana.Diante de tal rival, Lucas não mostraria misericórdia
Pensando naquela pergunta da Mariana, ele disse: — Não me importo com quantos descendentes da família Oliveira possam surgir, se alguém quiser alguma coisa, que venha e lute por isso. Se o Felipe quiser as empresas da família Oliveira, ótimo, desde que ele consiga tirá-las de mim. Nesse caso, eu não teria o que dizer.Mariana finalmente compreendeu que Lucas não estava sendo generoso, mas sim extremamente confiante. Ele tinha total controle sobre tudo que havia conquistado.Nem um Felipe, nem dez ou até oito poderiam abalar sua segurança.Mas, o que Felipe pretendia com Mariana? Ele havia mandado flores, se declarado… com que intenções?Só de pensar nisso, Lucas sentia vontade de o eliminar.“O patrimônio da família não me assusta. Se ele tiver competência, não há problema em a entregar”. Ele pensava. “Mas Mariana é intocável!”Não era apenas o fato de Felipe ter enviado flores ou se declarado, se ele ousasse olhar para Mariana por um segundo a mais, Lucas queria arrancar os olhos dele
Mariana balançou a cabeça:— Eu não estou fazendo birra…— E ainda diz que não está fazendo birra. — Lucas falou. — Sobre o Pedro, vou conversar com ele. Se ele continuar tratando você do jeito que tratava antes, eu com certeza não vou aceitar.Mariana achou aquilo extremamente irônico, e naquele momento, ela ainda conseguia sorrir.Lucas continuou:— De qualquer forma, daqui para frente, ninguém mais vai te desrespeitar. E outra, agora que a nossa relação está assim, eles nem vão se atrever.— Então, o que eles fizeram antes comigo, na verdade, foi você quem incitou?Não era bem isso, mas a atitude de Lucas, sem dúvida, alimentava a arrogância deles.Lucas se desculpou:— Eu já disse, daqui para frente não vai acontecer mais. Se você ainda se sentir injustiçada, quando voltar para o seu país, podemos pedir que eles se desculpem pessoalmente.— E você vai pedir desculpas para o Paulo?Lucas ficou chocado por um momento.Mariana continuou:— Depois que você casou comigo, em algum moment
Não era de se admirar que Mariana não acreditasse nele.Lucas permaneceu em silêncio por alguns segundos e então falou:— Entendi.Ele, que antes ainda pensava em usar o envolvimento deles para a amarrar a si, agora percebia o quão ridículo isso era.Mariana, o vendo dar dois passos para trás, suspirou aliviada:— Vou continuar aqui, e espero que você não interfira mais.Se Lucas estava disposto a aceitar a realidade, tanto melhor.— Mas e a sua segurança? — Perguntou ele.— Você não estava aqui nos últimos três meses, e não sofri nenhum perigo nesse tempo.— Certo.— Então vá embora. — Disse Mariana. — E quanto ao caso de Felipe, espero que você saiba lidar com isso adequadamente.— Vou descer para verificar.Quando Lucas desceu, Felipe ainda discutia com Gustavo.Mas, no fundo, o verdadeiro culpado de tudo era Afonso.No telefone, Gustavo tinha amaldiçoado seu filho ingrato, referindo-se a Afonso.Afonso havia traído a esposa, Gustavo havia mandado a mãe de Felipe para fora do país,
Felipe, desde pequeno, estava acostumado a observar as nuances do comportamento humano e sabia ler as intenções dos outros como ninguém.Para ele, o fato de Lucas estar vivo significava apenas uma coisa: haveria outra oportunidade no futuro.Mas, mesmo que ele não tivesse morrido, era necessário o fazer pagar caro.Queria remarcar o casamento?Ridículo!Como esperado, ao ouvir as palavras “traição durante o casamento”, Mariana não podia evitar que memórias inundassem sua mente.Casada com Lucas por três anos, ela sabia que, uma vez livre daquela vida, nem mesmo em pensamento desejava o revisitar.— Mariana! — Lucas a viu e não conseguiu evitar o chamar.Lembrando-se do que Felipe havia dito momentos antes, Lucas tentou explicar:— Eu não traí durante o casamento, você acredita em mim!Felipe, ao lado, retrucou:— Quem acreditaria?Lucas respondeu, furioso:— Quem você pensa que é? Quer causar intriga? Primeiro veja se você tem capacidade para isso!Felipe olhou diretamente para Mariana
Era um pequeno esforço, e Mariana não pensou muito a respeito. No entanto, assim que saiu do instituto de pesquisa, a porta de um carro estacionado à beira da estrada se abriu de repente, e ela foi puxada para dentro.Seu coração quase parou naquele instante. Depois do susto inicial, Mariana rapidamente recuperou a calma:— Quem são vocês? Para onde querem me levar?O carro arrancou em alta velocidade, mas ninguém respondeu.O interior do veículo estava escuro, e Mariana conseguiu perceber que havia três homens. Um deles dirigia, enquanto os outros dois a seguravam, um de cada lado.— Quem mandou vocês? — Perguntou Mariana. — Se alguém contratou vocês, posso pagar o dobro…— Fique quieta! — Ordenou um deles. — Cala a boca.Outro respondeu:— Todos temos nossas famílias nas mãos de quem nos contratou. Não adianta oferecer dinheiro. E não precisa ter medo. Alguém não gosta de você e pediu para nos divertirmos um pouco.— Por que está explicando tanto para ela? — Repreendeu o primeiro.—
Quando viu claramente quem era, Mariana percebeu que havia se enganado. Aquela mulher tinha alguns traços parecidos com Joana. Não, na verdade, ela era mais parecida com Gisela.— Quem é você? — Perguntou Mariana, intrigada.Lúcia se aproximou, lançando um olhar carregado de inveja e rancor. Seus olhos analisaram cada detalhe do rosto de Mariana antes de soltar, com um tom de desdém:— Não é grande coisa!Mariana percebeu a maldade oculta naquele olhar. A hostilidade era evidente, mas o mais estranho era que ela sequer conhecia aquela mulher.— Foi você que mandou me trazer até aqui? Qual é a sua intenção? Não temos nenhum problema uma com a outra. Você tem ideia de que isso é crime? — Disse Mariana.Lúcia riu baixinho. Havia algo na sua postura que, à primeira vista, parecia inofensivo. Ela era ainda mais convincente que Joana em fingir gentileza. No entanto, aos olhos de Mariana, Lúcia não passava de uma planta carnívora disfarçada de flor delicada.Mesmo com um sorriso no rosto, a m