Pensando naquela pergunta da Mariana, ele disse: — Não me importo com quantos descendentes da família Oliveira possam surgir, se alguém quiser alguma coisa, que venha e lute por isso. Se o Felipe quiser as empresas da família Oliveira, ótimo, desde que ele consiga tirá-las de mim. Nesse caso, eu não teria o que dizer.Mariana finalmente compreendeu que Lucas não estava sendo generoso, mas sim extremamente confiante. Ele tinha total controle sobre tudo que havia conquistado.Nem um Felipe, nem dez ou até oito poderiam abalar sua segurança.Mas, o que Felipe pretendia com Mariana? Ele havia mandado flores, se declarado… com que intenções?Só de pensar nisso, Lucas sentia vontade de o eliminar.“O patrimônio da família não me assusta. Se ele tiver competência, não há problema em a entregar”. Ele pensava. “Mas Mariana é intocável!”Não era apenas o fato de Felipe ter enviado flores ou se declarado, se ele ousasse olhar para Mariana por um segundo a mais, Lucas queria arrancar os olhos dele
Mariana balançou a cabeça:— Eu não estou fazendo birra…— E ainda diz que não está fazendo birra. — Lucas falou. — Sobre o Pedro, vou conversar com ele. Se ele continuar tratando você do jeito que tratava antes, eu com certeza não vou aceitar.Mariana achou aquilo extremamente irônico, e naquele momento, ela ainda conseguia sorrir.Lucas continuou:— De qualquer forma, daqui para frente, ninguém mais vai te desrespeitar. E outra, agora que a nossa relação está assim, eles nem vão se atrever.— Então, o que eles fizeram antes comigo, na verdade, foi você quem incitou?Não era bem isso, mas a atitude de Lucas, sem dúvida, alimentava a arrogância deles.Lucas se desculpou:— Eu já disse, daqui para frente não vai acontecer mais. Se você ainda se sentir injustiçada, quando voltar para o seu país, podemos pedir que eles se desculpem pessoalmente.— E você vai pedir desculpas para o Paulo?Lucas ficou chocado por um momento.Mariana continuou:— Depois que você casou comigo, em algum moment
Não era de se admirar que Mariana não acreditasse nele.Lucas permaneceu em silêncio por alguns segundos e então falou:— Entendi.Ele, que antes ainda pensava em usar o envolvimento deles para a amarrar a si, agora percebia o quão ridículo isso era.Mariana, o vendo dar dois passos para trás, suspirou aliviada:— Vou continuar aqui, e espero que você não interfira mais.Se Lucas estava disposto a aceitar a realidade, tanto melhor.— Mas e a sua segurança? — Perguntou ele.— Você não estava aqui nos últimos três meses, e não sofri nenhum perigo nesse tempo.— Certo.— Então vá embora. — Disse Mariana. — E quanto ao caso de Felipe, espero que você saiba lidar com isso adequadamente.— Vou descer para verificar.Quando Lucas desceu, Felipe ainda discutia com Gustavo.Mas, no fundo, o verdadeiro culpado de tudo era Afonso.No telefone, Gustavo tinha amaldiçoado seu filho ingrato, referindo-se a Afonso.Afonso havia traído a esposa, Gustavo havia mandado a mãe de Felipe para fora do país,
Felipe, desde pequeno, estava acostumado a observar as nuances do comportamento humano e sabia ler as intenções dos outros como ninguém.Para ele, o fato de Lucas estar vivo significava apenas uma coisa: haveria outra oportunidade no futuro.Mas, mesmo que ele não tivesse morrido, era necessário o fazer pagar caro.Queria remarcar o casamento?Ridículo!Como esperado, ao ouvir as palavras “traição durante o casamento”, Mariana não podia evitar que memórias inundassem sua mente.Casada com Lucas por três anos, ela sabia que, uma vez livre daquela vida, nem mesmo em pensamento desejava o revisitar.— Mariana! — Lucas a viu e não conseguiu evitar o chamar.Lembrando-se do que Felipe havia dito momentos antes, Lucas tentou explicar:— Eu não traí durante o casamento, você acredita em mim!Felipe, ao lado, retrucou:— Quem acreditaria?Lucas respondeu, furioso:— Quem você pensa que é? Quer causar intriga? Primeiro veja se você tem capacidade para isso!Felipe olhou diretamente para Mariana
Era um pequeno esforço, e Mariana não pensou muito a respeito. No entanto, assim que saiu do instituto de pesquisa, a porta de um carro estacionado à beira da estrada se abriu de repente, e ela foi puxada para dentro.Seu coração quase parou naquele instante. Depois do susto inicial, Mariana rapidamente recuperou a calma:— Quem são vocês? Para onde querem me levar?O carro arrancou em alta velocidade, mas ninguém respondeu.O interior do veículo estava escuro, e Mariana conseguiu perceber que havia três homens. Um deles dirigia, enquanto os outros dois a seguravam, um de cada lado.— Quem mandou vocês? — Perguntou Mariana. — Se alguém contratou vocês, posso pagar o dobro…— Fique quieta! — Ordenou um deles. — Cala a boca.Outro respondeu:— Todos temos nossas famílias nas mãos de quem nos contratou. Não adianta oferecer dinheiro. E não precisa ter medo. Alguém não gosta de você e pediu para nos divertirmos um pouco.— Por que está explicando tanto para ela? — Repreendeu o primeiro.—
Quando viu claramente quem era, Mariana percebeu que havia se enganado. Aquela mulher tinha alguns traços parecidos com Joana. Não, na verdade, ela era mais parecida com Gisela.— Quem é você? — Perguntou Mariana, intrigada.Lúcia se aproximou, lançando um olhar carregado de inveja e rancor. Seus olhos analisaram cada detalhe do rosto de Mariana antes de soltar, com um tom de desdém:— Não é grande coisa!Mariana percebeu a maldade oculta naquele olhar. A hostilidade era evidente, mas o mais estranho era que ela sequer conhecia aquela mulher.— Foi você que mandou me trazer até aqui? Qual é a sua intenção? Não temos nenhum problema uma com a outra. Você tem ideia de que isso é crime? — Disse Mariana.Lúcia riu baixinho. Havia algo na sua postura que, à primeira vista, parecia inofensivo. Ela era ainda mais convincente que Joana em fingir gentileza. No entanto, aos olhos de Mariana, Lúcia não passava de uma planta carnívora disfarçada de flor delicada.Mesmo com um sorriso no rosto, a m
Mariana já tinha ouvido falar de muitas pessoas que a odiavam, e a maioria delas era até conhecida. Mas essa mulher à sua frente? Nunca tinha ouvido nem sequer o nome.— Paulo? Quem é esse? Não conheço! — Respondeu Lúcia, com desdém.O tom de negação da Lúcia só deixou Mariana ainda mais intrigada:— Então por que você me trouxe aqui? Deve ter me confundido com outra pessoa, não acha?— Além de uma cara bonita, você não passa de uma idiota! — Rosnou Lúcia, os olhos brilhando de raiva. — Casada com o Lucas por três anos, não conseguiu fazer ele se apaixonar por você. Só causou confusão e, no final, saiu humilhada com o divórcio. Que talento é esse que você acha que tem?Mariana deu de ombros, sem se abalar:— Confusão? Eu admito, engoli muito sapo. Mas, quando me divorciei, foi com estilo.Ela se lembrava muito bem do dia em que, diante de todos os acionistas, deu um golpe certeiro no ego de Lucas. Isso estava longe de ser uma saída humilhante. A impressão que tinha era que Lúcia estava
Lúcia acabara de descrever um homem de beleza incomparável, corajoso, alto, incrivelmente habilidoso... e ainda disse que ele era atencioso, carinhoso, que cuidava dela com dedicação, como se o tempo não tivesse passado.— Pedro? — Mariana pensou consigo mesma, sem acreditar. — É o Pedro que eu conheço? Esse mundo só pode estar louco!Assim como Lucas e Paulo, Mariana conhecia Pedro desde pequena. Durante toda a infância e adolescência, Pedro não perdia uma oportunidade de atormentá-la. Ele fazia questão de humilhá-la e zombar dela sempre que podia, encontrando formas de rebaixá-la a qualquer custo.Às vezes, Mariana se perguntava o que tinha feito de tão grave em outra vida para merecer ser alvo de tanto desprezo por parte de Pedro nesta.E agora, alguém ousava dizer que tudo isso era porque Pedro, na verdade, a amava e que o ódio dele era apenas um reflexo desse amor?Mariana não sabia se ria ou se ficava ainda mais irritada.— É isso mesmo! — Lúcia continuou, enfática. — O Pedro que