Mariana lançou um olhar de aviso para Luísa, mas ela não percebeu nada e continuou falando:— O Lucas também não presta! Fica te intimidando o tempo todo... Mariana, por que você tá me olhando assim?Luísa levantou o olhar e percebeu algo estranho. Quando seus olhos se fixaram no banco da frente, deu um grito de susto.— Continua. — Lucas, sentado no banco do passageiro, tinha o rosto fechado e a voz gelada. — Quero ouvir mais sobre como eu não presto.Pegar alguém falando mal pelas costas era uma coisa, mas pegar Luísa no flagra era ainda pior. Ela sempre foi envergonhada, e agora sua cara estava completamente vermelha, sem saber onde enfiar a cabeça.Mariana, por outro lado, não estava particularmente preocupada que Lucas tivesse ouvido. O que Luísa disse era verdade, afinal, sem exageros. No entanto, falar sobre apresentar outro homem para Mariana na frente do próprio Lucas era, no mínimo, inadequado.— Luísa. — Disse Mariana, mantendo a calma. — Senta direito. Vou te levar pra casa
— Não é nada demais. — Lucas disse. — Você me tocou, eu retribuí. Bem justo, não acha?Que absurdo!Mariana quase perdeu a paciência:— Na sua cabeça só passa esse tipo de coisa? Não tem mais nada aí dentro?Lucas a segurou firme, impedindo que ela se afastasse:— Com um corpo desses, Dra. Mariana, fica difícil pensar em outra coisa. Além disso, depois que nos divorciarmos, eu não vou mais ter essa oportunidade. Melhor aproveitar enquanto ainda dá.Mariana ficou chocada com a frieza dele. Ela sabia que Lucas a via apenas como um objeto de prazer, mas ouvir isso dito de forma tão direta, sem qualquer consideração por seus sentimentos ou dignidade, era outra coisa.Respirando fundo, ela tentou manter a calma:— Tudo bem. Você me solta, e a gente volta pra casa.Lucas arqueou uma sobrancelha, com um sorriso malicioso:— Casa? Mas aqui no carro não é mais divertido? Se bem me lembro, da última vez você gostou bastante...— Cala a boca! — Mariana quase gritou, os olhos faiscando de raiva. —
No dia seguinte, como Mariana não tinha que trabalhar, Lucas, incansável como uma máquina, passou a noite inteira com ela na cama, prolongando a "batalha" até o amanhecer.Mariana despertou com a boca seca. Assim que abriu os olhos, ouviu uma voz ao lado:— Acordou?Ela ergueu o olhar. Lucas estava de pé, provavelmente já tinha ido correr bem cedo e acabado de tomar banho. Ele usava apenas uma toalha amarrada na cintura, deixando o torso nu à mostra. Ombros largos, cintura fina, um corpo tão perfeito que poderia arrancar suspiros de qualquer mulher.Lucas era alto e tinha um físico que parecia ser de outra espécie. Mariana, na primeira vez em que estiveram juntos como marido e mulher, sofreu bastante por conta disso. Mesmo agora, depois de tanto tempo, cada vez que ficavam juntos, ele precisava de paciência, de muito cuidado. Beijos, carícias, preliminares demoradas. Sem isso, ela simplesmente não conseguia recebê-lo. Cada encontro entre eles era intenso, como se fosse a primeira vez,
Mariana estava sentada no banco da carona quando perguntou, cruzando os braços:— Como você tem coragem de dizer aquelas coisas?Lucas ligou o carro, sem pressa, com um sorriso discreto no canto da boca:— Você não prometeu ontem que ia me dar um presente?Mariana bufou, desviando o olhar. Não queria nem responder.Lucas, no entanto, parecia de ótimo humor. Ele nem se incomodou com o silêncio dela e, para a surpresa de Mariana, começou a assobiar uma melodia. Não demorou muito para que ele soltasse a voz, cantando baixinho. Sua voz grave e marcante enchia o espaço do carro, e era impossível negar: ele cantava muito bem.Mariana lançou um olhar discreto para ele, mas logo virou o rosto, encarando a paisagem pela janela. Já havia decidido que iria seguir em frente, que não podia mais se permitir sofrer por Lucas. Mas, às vezes, era como se o coração dela não desse ouvidos a essa decisão.Quando o carro parou, Mariana olhou pela janela, confusa:— O que você está fazendo aqui?— Vim compr
No final, os dois começaram a discutir. O gerente, que estava ao lado, ouviu a conversa por um tempo e, finalmente, conseguiu entender o que estava acontecendo: Lucas estava insistindo em comprar um carro para Mariana o melhor disponível. Mas, para a surpresa dele, Mariana recusava o presente.O gerente não pôde deixar de olhar para Mariana com admiração. Afinal, não era qualquer pessoa que conseguia resistir à tentação de um presente que valia milhões.— Comprar uma pulseira, eu ainda consigo esconder na roupa. Agora, você me compra um carro tão chamativo, como é que eu vou dirigir isso? — Reclamou Mariana, cruzando os braços.— Chamativo? Que história é essa? — Lucas respondeu, com a voz gelada. — Carro é para ser dirigido. Você pode achar que não faz diferença, mas dirigir um carro ruim é a minha reputação que fica em jogo!O gerente, tentando amenizar o clima, logo concordou:— Isso mesmo, o Sr. Lucas tem toda razão.Mariana nem sequer olhou para Lucas:— Pode comprar. Mas já vou a
Lucas não achava que estava sendo irracional. O carro só chegaria dentro de um mês, mas a ideia de que, toda vez que Mariana dirigisse aquele carro, ela se lembraria dele o deixava inexplicavelmente satisfeito.— Já está na hora. — Disse Mariana, olhando para o relógio no pulso. — Eu preciso ir...— Tá cedo ainda. — Lucas resmungou, com visível contrariedade. — E, além disso, você não tem algo pra resolver antes?Mariana parou por um instante, confusa:— O quê?Lucas bufou, irritado:— Pra que você saiu de casa hoje?!— Ah… — Mariana pensou um pouco antes de lembrar. — É, vim comprar um presente pra você.Lucas ficou ainda mais irritado:— Mariana, você tem coração ou não?Ela arqueou as sobrancelhas, surpresa com a acusação. "Sem coração? Quem não tem coração aqui é ele, não eu", pensou.Cansada da discussão, Mariana suspirou e disse:— Tá bom, vamos ao shopping.Mas a postura dela, tão indiferente, só deixou Lucas ainda mais irritado:— Você tá querendo dizer que não quer me dar pres
Lucas soltou sem pensar:— Como assim?Mariana abaixou os olhos, escondendo a tristeza que brilhava em seu olhar.Lucas, sem entender o motivo, sentiu uma inquietação súbita no fundo do peito. Desviou o olhar, evitando encará-la diretamente:— Você sabe que tem alguém no meu coração. Você mesma disse que também tem alguém que gosta, não foi? Amar alguém, você sabe como é essa sensação. Eu… nunca senti isso por você.Embora fosse uma explicação, quando mencionou que Mariana tinha alguém que gostava, Lucas não conseguiu evitar apertar os dentes. Ele queria acreditar que não era ciúmes, mas seu lado masculino, a vaidade e o orgulho, não podiam aceitar que sua esposa tivesse sentimentos por outra pessoa.— Hum. — Respondeu Mariana com suavidade, quase como um suspiro.— É isso. Nós nos casamos por conveniência. Mesmo sem amor, somos marido e mulher. Atender às minhas necessidades é o mínimo que você deve fazer. — Lucas lançou-lhe um olhar rápido antes de continuar. — Então, que presente vo
Foi a primeira vez que Mariana descobriu que, na cidade onde morava, existia uma loja tão grande especializada nesse tipo de produto.Entre o choque e a curiosidade, ela não conseguiu evitar perguntar:— Aqui tem algo que você precisa? Homens também usam lingerie sensual?Seu rosto estava estampado com uma mistura de curiosidade e ingenuidade. Lucas, sem resistir, apertou levemente o rosto dela, como se estivesse brincando.Entre casais, ou melhor, entre homens e mulheres, as possibilidades eram infinitas. Especialmente entre os ricos, que, já acostumados com luxos e mulheres bonitas, buscavam formas mais criativas e excitantes de se divertir.Mas Lucas e Mariana, até então, sempre haviam levado a vida de casal de forma convencional. Ainda assim, ele já se sentia completamente satisfeito. Porém, durante uma conversa em um encontro com outros jovens ricos, ouviu falar sobre aquela loja e ficou curioso. Não porque quisesse algo para si, mas porque achou interessante a ideia de comprar al