Lucas soltou sem pensar:— Como assim?Mariana abaixou os olhos, escondendo a tristeza que brilhava em seu olhar.Lucas, sem entender o motivo, sentiu uma inquietação súbita no fundo do peito. Desviou o olhar, evitando encará-la diretamente:— Você sabe que tem alguém no meu coração. Você mesma disse que também tem alguém que gosta, não foi? Amar alguém, você sabe como é essa sensação. Eu… nunca senti isso por você.Embora fosse uma explicação, quando mencionou que Mariana tinha alguém que gostava, Lucas não conseguiu evitar apertar os dentes. Ele queria acreditar que não era ciúmes, mas seu lado masculino, a vaidade e o orgulho, não podiam aceitar que sua esposa tivesse sentimentos por outra pessoa.— Hum. — Respondeu Mariana com suavidade, quase como um suspiro.— É isso. Nós nos casamos por conveniência. Mesmo sem amor, somos marido e mulher. Atender às minhas necessidades é o mínimo que você deve fazer. — Lucas lançou-lhe um olhar rápido antes de continuar. — Então, que presente vo
Foi a primeira vez que Mariana descobriu que, na cidade onde morava, existia uma loja tão grande especializada nesse tipo de produto.Entre o choque e a curiosidade, ela não conseguiu evitar perguntar:— Aqui tem algo que você precisa? Homens também usam lingerie sensual?Seu rosto estava estampado com uma mistura de curiosidade e ingenuidade. Lucas, sem resistir, apertou levemente o rosto dela, como se estivesse brincando.Entre casais, ou melhor, entre homens e mulheres, as possibilidades eram infinitas. Especialmente entre os ricos, que, já acostumados com luxos e mulheres bonitas, buscavam formas mais criativas e excitantes de se divertir.Mas Lucas e Mariana, até então, sempre haviam levado a vida de casal de forma convencional. Ainda assim, ele já se sentia completamente satisfeito. Porém, durante uma conversa em um encontro com outros jovens ricos, ouviu falar sobre aquela loja e ficou curioso. Não porque quisesse algo para si, mas porque achou interessante a ideia de comprar al
Isso era uma questão de dinheiro?Mariana se desvencilhou dele com um movimento brusco:— Escolhe sozinho!Lucas a puxou de volta para seus braços, com um sorriso travesso:— Se você não me ajudar a escolher, como vou saber do que você gosta? Olha só esse brinquedo em forma de pênis... tem até um feito de jade, dizem que faz bem pro corpo...Mariana perdeu a paciência:— Cala a boca!— Fica quietinha. — A voz de Lucas carregava um tom divertido. — Senão, mando embalar tudo e levar pra casa.Ele era maluco o suficiente para realmente fazer isso, e Mariana sabia disso. Respirando fundo, ela bufou:— Tá bom, eu escolho.Pelo menos assim as coisas não sairiam tão do controle.Lucas, satisfeito por ter conseguido o que queria, soltou-a:— Certo.Na verdade, ele nunca foi muito fã de usar brinquedos. Para ele, isso era até engraçado ele mesmo ainda não tinha tido diversão suficiente; por que deixaria algo assim tocar no corpo de Mariana? A intenção era só provocá-la. No entanto, algumas roup
Não era como se Mariana não tivesse dinheiro para pagar, mas ela realmente não esperava que algo assim pudesse custar tão caro.Quando os dois saíram da loja, Mariana fez um juramento silencioso: nunca mais voltaria ali!Lucas, percebendo o humor dela, explicou:— Os tecidos são todos de seda pura, e os desenhos são feitos à mão. Por isso o preço é um pouco mais alto.Mariana, mal-humorada, soltou uma risada sarcástica:— O Sr. Lucas parece entender muito bem dessas coisas, hein?Lucas tinha ouvido alguém comentar sobre isso outro dia. Curioso, perguntou mais detalhes e, claro, explicaram tudo para ele. Entendendo a provocação, ele respondeu com naturalidade:— É pra você usar. Claro que eu precisava saber se a qualidade é boa.Mariana cerrou os dentes, irritada:— Ah, muito obrigada pela consideração!Lucas, satisfeito por ter conseguido o que queria, sugeriu:— Vamos almoçar juntos?Com toda a demora na loja, já havia passado da hora do almoço.Mariana respondeu:— Já marquei com alg
Mariana ainda estava surpresa por Lucas realmente ter insistido em acompanhá-la no almoço. Para ser sincero, até o próprio Lucas achava que seu comportamento naquele momento era estranho. Mas ninguém estava mais chocado do que os outros três.Luísa arregalou os olhos, claramente surpresa.Paulo ficou paralisado por um segundo, mas logo recuperou a compostura:— Como é que tem gente que aparece sem ser convidado?O tom da voz dele ficou frio, e seus olhos carregavam uma evidente hostilidade.Lucas, ao notar o olhar de Paulo, devolveu com a mesma intensidade:— E desde quando esse restaurante é só seu? Foi sua família que abriu?Mariana interveio rapidamente:— Já chega, os dois. Falem menos, por favor.Paulo não respondeu, mas sua expressão mostrava irritação. O problema era que Mariana nunca interrompia Paulo quando ele falava. Porém, bastava Lucas abrir a boca, e ela já pedia para que ele se calasse. A parcialidade dela não passou despercebida por Lucas, que ficou ainda mais incomodad
— Engraçado. — Paulo disse com o rosto fechado. — Ainda bem que foi só cenoura. Não faz mal. Agora, se fosse amendoim e Mariana fosse alérgica, poderia ser algo fatal.Lucas ficou desconcertado. Como ele podia saber que Mariana não comia cenoura? Tentando disfarçar, ele riu com ironia:— E você sabia que ela não come, mas pediu mesmo assim?Luísa, com uma voz baixa e tímida, respondeu:— Fui eu que pedi. Eu gosto.Lucas sentiu uma irritação crescendo por dentro. Ele só queria mostrar a proximidade que tinha com Mariana, mas terminou se expondo ao ridículo. O apetite que já era pequeno, desapareceu por completo.Mariana, percebendo o clima pesado, interveio:— Eu posso comer cenoura, só não gosto muito. E, em encontros como esse, é natural que a gente tente acomodar os gostos de todo mundo.Camila riu e comentou:— Mariana está certa. Mas tem gente que, mesmo sem saber das preferências dos outros, quer bancar o apaixonado. É realmente muito engraçado.Lucas, observando a situação, penso
Paulo saiu do banheiro e viu Lucas encostado na parede, fumando. Ele lavou as mãos com calma, pegou uma toalha de papel e começou a secá-las.Lucas lançou um olhar para ele e falou:— Você acha que conhece bem a Mariana, não é?Paulo fez uma breve pausa no que estava fazendo, mas logo descartou o papel e respondeu com um sorriso leve:— Pelo menos eu sei que ela não gosta de cenoura.Lucas soltou um riso seco:— Essas coisas são irrelevantes. Detalhes bobos. O que você sabe de verdade sobre ela? Sobre sua personalidade, seus verdadeiros gostos?Paulo deu de ombros e se aproximou, parando ao lado de Lucas. Os dois tinham praticamente a mesma altura, e seus olhares se cruzaram com uma tensão evidente.— Saber o que ela gosta de comer, o que não gosta, sua cor preferida, o estilo de roupa que ela prefere... pode parecer irrelevante para você, Sr. Lucas. Mas, para mim, são essas coisas que realmente importam. — Paulo falou com calma, mas com firmeza. — Mariana é uma pessoa única, construíd
Mariana sorriu:— Se não me engano, há alguns anos, do segundo dia do Ano Novo até o dia 15, eu raramente via o Sr. Lucas em casa. Eu te disse alguma coisa?Naquela época, Lucas tinha muitos compromissos e, além disso, ele nunca se preocupava com os sentimentos da Mariana.Este ano, não sabia o que tinha acontecido, mas ele estava sempre querendo ficar perto dela. Mesmo sem ter nada para fazer, parecia gostar de estar ao lado dela o tempo todo.Só que Lucas mesmo não percebeu isso.— Você também disse que foi há alguns anos. — Lucas disse. — Este ano é diferente. E acho que o Gustavo também deve querer que a gente fique em casa com ele.— Hoje já está combinado, não tem como. — Mariana disse. — Depois de amanhã, eu folgo, aí posso ficar em casa com o Gustavo.— Você tem que ir?Vendo a expressão dele, Mariana não teve como:— Não posso voltar atrás com a palavra dada.— Então, tá bom. — Lucas disse. — Também vou.Mariana não conseguia acreditar:— Você vai fazer o quê? É uma reunião de