No final, os dois começaram a discutir. O gerente, que estava ao lado, ouviu a conversa por um tempo e, finalmente, conseguiu entender o que estava acontecendo: Lucas estava insistindo em comprar um carro para Mariana o melhor disponível. Mas, para a surpresa dele, Mariana recusava o presente.O gerente não pôde deixar de olhar para Mariana com admiração. Afinal, não era qualquer pessoa que conseguia resistir à tentação de um presente que valia milhões.— Comprar uma pulseira, eu ainda consigo esconder na roupa. Agora, você me compra um carro tão chamativo, como é que eu vou dirigir isso? — Reclamou Mariana, cruzando os braços.— Chamativo? Que história é essa? — Lucas respondeu, com a voz gelada. — Carro é para ser dirigido. Você pode achar que não faz diferença, mas dirigir um carro ruim é a minha reputação que fica em jogo!O gerente, tentando amenizar o clima, logo concordou:— Isso mesmo, o Sr. Lucas tem toda razão.Mariana nem sequer olhou para Lucas:— Pode comprar. Mas já vou a
Lucas não achava que estava sendo irracional. O carro só chegaria dentro de um mês, mas a ideia de que, toda vez que Mariana dirigisse aquele carro, ela se lembraria dele o deixava inexplicavelmente satisfeito.— Já está na hora. — Disse Mariana, olhando para o relógio no pulso. — Eu preciso ir...— Tá cedo ainda. — Lucas resmungou, com visível contrariedade. — E, além disso, você não tem algo pra resolver antes?Mariana parou por um instante, confusa:— O quê?Lucas bufou, irritado:— Pra que você saiu de casa hoje?!— Ah… — Mariana pensou um pouco antes de lembrar. — É, vim comprar um presente pra você.Lucas ficou ainda mais irritado:— Mariana, você tem coração ou não?Ela arqueou as sobrancelhas, surpresa com a acusação. "Sem coração? Quem não tem coração aqui é ele, não eu", pensou.Cansada da discussão, Mariana suspirou e disse:— Tá bom, vamos ao shopping.Mas a postura dela, tão indiferente, só deixou Lucas ainda mais irritado:— Você tá querendo dizer que não quer me dar pres
Lucas soltou sem pensar:— Como assim?Mariana abaixou os olhos, escondendo a tristeza que brilhava em seu olhar.Lucas, sem entender o motivo, sentiu uma inquietação súbita no fundo do peito. Desviou o olhar, evitando encará-la diretamente:— Você sabe que tem alguém no meu coração. Você mesma disse que também tem alguém que gosta, não foi? Amar alguém, você sabe como é essa sensação. Eu… nunca senti isso por você.Embora fosse uma explicação, quando mencionou que Mariana tinha alguém que gostava, Lucas não conseguiu evitar apertar os dentes. Ele queria acreditar que não era ciúmes, mas seu lado masculino, a vaidade e o orgulho, não podiam aceitar que sua esposa tivesse sentimentos por outra pessoa.— Hum. — Respondeu Mariana com suavidade, quase como um suspiro.— É isso. Nós nos casamos por conveniência. Mesmo sem amor, somos marido e mulher. Atender às minhas necessidades é o mínimo que você deve fazer. — Lucas lançou-lhe um olhar rápido antes de continuar. — Então, que presente vo
Foi a primeira vez que Mariana descobriu que, na cidade onde morava, existia uma loja tão grande especializada nesse tipo de produto.Entre o choque e a curiosidade, ela não conseguiu evitar perguntar:— Aqui tem algo que você precisa? Homens também usam lingerie sensual?Seu rosto estava estampado com uma mistura de curiosidade e ingenuidade. Lucas, sem resistir, apertou levemente o rosto dela, como se estivesse brincando.Entre casais, ou melhor, entre homens e mulheres, as possibilidades eram infinitas. Especialmente entre os ricos, que, já acostumados com luxos e mulheres bonitas, buscavam formas mais criativas e excitantes de se divertir.Mas Lucas e Mariana, até então, sempre haviam levado a vida de casal de forma convencional. Ainda assim, ele já se sentia completamente satisfeito. Porém, durante uma conversa em um encontro com outros jovens ricos, ouviu falar sobre aquela loja e ficou curioso. Não porque quisesse algo para si, mas porque achou interessante a ideia de comprar al
Isso era uma questão de dinheiro?Mariana se desvencilhou dele com um movimento brusco:— Escolhe sozinho!Lucas a puxou de volta para seus braços, com um sorriso travesso:— Se você não me ajudar a escolher, como vou saber do que você gosta? Olha só esse brinquedo em forma de pênis... tem até um feito de jade, dizem que faz bem pro corpo...Mariana perdeu a paciência:— Cala a boca!— Fica quietinha. — A voz de Lucas carregava um tom divertido. — Senão, mando embalar tudo e levar pra casa.Ele era maluco o suficiente para realmente fazer isso, e Mariana sabia disso. Respirando fundo, ela bufou:— Tá bom, eu escolho.Pelo menos assim as coisas não sairiam tão do controle.Lucas, satisfeito por ter conseguido o que queria, soltou-a:— Certo.Na verdade, ele nunca foi muito fã de usar brinquedos. Para ele, isso era até engraçado ele mesmo ainda não tinha tido diversão suficiente; por que deixaria algo assim tocar no corpo de Mariana? A intenção era só provocá-la. No entanto, algumas roup
Não era como se Mariana não tivesse dinheiro para pagar, mas ela realmente não esperava que algo assim pudesse custar tão caro.Quando os dois saíram da loja, Mariana fez um juramento silencioso: nunca mais voltaria ali!Lucas, percebendo o humor dela, explicou:— Os tecidos são todos de seda pura, e os desenhos são feitos à mão. Por isso o preço é um pouco mais alto.Mariana, mal-humorada, soltou uma risada sarcástica:— O Sr. Lucas parece entender muito bem dessas coisas, hein?Lucas tinha ouvido alguém comentar sobre isso outro dia. Curioso, perguntou mais detalhes e, claro, explicaram tudo para ele. Entendendo a provocação, ele respondeu com naturalidade:— É pra você usar. Claro que eu precisava saber se a qualidade é boa.Mariana cerrou os dentes, irritada:— Ah, muito obrigada pela consideração!Lucas, satisfeito por ter conseguido o que queria, sugeriu:— Vamos almoçar juntos?Com toda a demora na loja, já havia passado da hora do almoço.Mariana respondeu:— Já marquei com alg
Mariana ainda estava surpresa por Lucas realmente ter insistido em acompanhá-la no almoço. Para ser sincero, até o próprio Lucas achava que seu comportamento naquele momento era estranho. Mas ninguém estava mais chocado do que os outros três.Luísa arregalou os olhos, claramente surpresa.Paulo ficou paralisado por um segundo, mas logo recuperou a compostura:— Como é que tem gente que aparece sem ser convidado?O tom da voz dele ficou frio, e seus olhos carregavam uma evidente hostilidade.Lucas, ao notar o olhar de Paulo, devolveu com a mesma intensidade:— E desde quando esse restaurante é só seu? Foi sua família que abriu?Mariana interveio rapidamente:— Já chega, os dois. Falem menos, por favor.Paulo não respondeu, mas sua expressão mostrava irritação. O problema era que Mariana nunca interrompia Paulo quando ele falava. Porém, bastava Lucas abrir a boca, e ela já pedia para que ele se calasse. A parcialidade dela não passou despercebida por Lucas, que ficou ainda mais incomodad
— Engraçado. — Paulo disse com o rosto fechado. — Ainda bem que foi só cenoura. Não faz mal. Agora, se fosse amendoim e Mariana fosse alérgica, poderia ser algo fatal.Lucas ficou desconcertado. Como ele podia saber que Mariana não comia cenoura? Tentando disfarçar, ele riu com ironia:— E você sabia que ela não come, mas pediu mesmo assim?Luísa, com uma voz baixa e tímida, respondeu:— Fui eu que pedi. Eu gosto.Lucas sentiu uma irritação crescendo por dentro. Ele só queria mostrar a proximidade que tinha com Mariana, mas terminou se expondo ao ridículo. O apetite que já era pequeno, desapareceu por completo.Mariana, percebendo o clima pesado, interveio:— Eu posso comer cenoura, só não gosto muito. E, em encontros como esse, é natural que a gente tente acomodar os gostos de todo mundo.Camila riu e comentou:— Mariana está certa. Mas tem gente que, mesmo sem saber das preferências dos outros, quer bancar o apaixonado. É realmente muito engraçado.Lucas, observando a situação, penso