- Você não está com a cabeça boa. – Juliana reclamou.
- O quê? – ergui os olhos para ela.
Estávamos sentadas no sofá, cada uma numa ponta, e eu tinha quase certeza de que ela estava tentando conversar comigo sobre alguma coisa.
- O que aconteceu? – ela franziu a testa.
- Nada, na verdade. – respondi dando de ombros.
- Você esteve a semana toda assim. – Juliana era pe
Andei rapidamente, com os braços cruzados, enquanto Juliana lutava para me acompanhar com seu salto alto. Com tudo, ela não reclamou e nem me pediu para ir mais devagar, parecendo entender que eu precisava extravasar de alguma forma. Quando entramos no apartamento, ambas estávamos ofegantes e um pouco suadas e nos jogamos no sofá lado a lado, ainda sem conversar sobre o que tinha acontecido. - Qual dos dois era aquele? – me perguntou depois de vários minutos. - Não sei. - suspirei – Ele disse que era Muriel, e se for verdade, não é o que me sequestrou.&
A segunda-feira transcorreu preguiçosamente por causa da chuva que insistia em cair sem parar, e eu fiquei encostada no balcão da loja, sem ter muito o que fazer quase o tempo todo. Quando finalmente pude sair estava aliviada, mas sabendo que o resto daquele dia seria completamente tedioso, principalmente porque Juliana estava trabalhando longe e só chegaria tarde da noite. - Sarah? – congelei no lugar, ainda na frente do meu local de trabalho, sem acreditar que escutava aquela voz. Me virei, sentindo uma onda de irritação forte subindo, como um furacão.&
Quando fui para casa naquela noite, logo após jantar com Eduardo, estava me sentindo muito mais leve. Era como se um peso tivesse sido tirado das minhas costas, e agora minhas pernas tivessem mais força para me sustentar. O apartamento continuava vazio quando entrei, sinal de que Juliana ainda não havia voltado do trabalho, então eu apenas tomei um longo banho e me preparei para dormir. A chuva tinha dado uma pequena trégua, mas o céu ainda estava carregado, prometendo mais dias nublados e tempestuosos. Provavelmente a semana toda seria meio parada, sem movimento na loja. Era quase meia noite quando
- Roupa nova? – Juliana comentou com malícia quando entrei. - Por que fez isso? – perguntei, ignorando a piadinha. - Isso o quê? – ela franziu a testa e se levantou do sofá. Meu coração ainda estava acelerado, as palmas das mãos um pouco suadas mesmo com o clima frio. - Eduardo. – respondi entre dentes. Juliana riu, desarmando a expressão preocupada de instantes antes, e preci
Quarta-feira era meu aniversário. Eu não estava nem um pouco animada, e o clima que permanecia chuvoso também não era muito colaborativo, então tudo que eu podia desejar – além das mensagens aminadas dos meus pais -, era chegar em casa e ficar completamente quente e confortável. Qual não foi a minha surpresa quando encontrei Juliana toda animada, com um bolo caprichado na mesa da cozinha. - Uau! – exclamei, sem acreditar. - Eu não poderia deixar essa data passar em bran
- Você gosta do seu trabalho? – Eduardo me perguntou enquanto estávamos sentados lado a lado no tapete macio da sala. Juliana tinha capotado no sofá há mais ou menos meia hora, deitada de lado, num sono pesado e profundo que não se alterara por nenhuma palavra que dissemos desde então. - Na verdade, não. – respondi, sorrindo – Foi o que eu consegui primeiro. - Você estava com pressa, não é? – ele comentou. - Sim, eu precisava recomeçar o quanto an
- Até que enfim te encontro em casa. – Juliana comentou quando entrei. Revirei os olhos, sorrindo para seu comentário exagerado. No último mês, Eduardo e eu havíamos nos aproximado ainda mais. Nos encontrávamos quase todos os dias, e algumas vezes eu dormia em sua casa, mas Juliana tinha horários tão loucos que ignorava as noites que eu passava sozinha no nosso apartamento. - Então... – ela me olhou com aqueles olhos brilhantes e curiosos – Vai me contar? - Contar
Sam - Sam, não! – Liz gritou, me puxando por um dos braços. Eu estava cego de irritação, lançando meu corpo para aquele imbecil que eu adoraria nunca mais ter encontrado em toda a minha vida, e que agora me olhava com um uma expressão irritada. - Me solta. – pedi para ela, com a voz mais gentil que pude manter. Me afastei rapidamente, louco para me colocar para fora daquele lugar. Eu sabia que era uma péssima ideia voltar para aquela cidade.&n