A piscina era funda, tipo, pra porra.
– Tá com medo, é? – Will perguntou em tom de desafio.
– É claro que não. – Arqueei a sobrancelha – Você vai me ensinar, não é? Por que eu devo ter medo? Se você tentar alguma gracinha, como me segurar embaixo d'água, eu volto como espírito e acabo com você.
Ele riu com diversão.
– Relaxa aí, marrenta. Só queria ouvir o que você falaria.
Ficamos o restante da manha na água. Will tinha paciência comigo, e logo eu fui percebendo que nadar não era nem um pouco difícil, realmente era só relaxar. A água estava gostosa e estávamos nos divertindo bastante, então quando Emma entrou lá pra nos avisar que Carly estava nos chamando para o
Tanto fazia. Do que adiantaria eu ficar de cara feia virada pro Mattias? Exatamente, nada. Afinal de contas, nos falando ou não, nunca passaríamos de colegas. Então tanto fazia eu aceitar as desculpas. Só que, na real, não estava nos meus planos ser abraçada e jogada na areia.— Awwwn, que bom que voltamos a nossa linda amizade — disse Mattias. Ele só podia ter dito isso na ironia, né?— Ai… — gemi de dor. — Tá, tá, sai de cima de mim!Ele se jogou pro lado e se sentou na areia. Me sentei também.— Eu aceitei suas desculpas, mas isso não quer dizer que eu queira você me abraçando, o.k? — falei cruzando os braços.Mattias olhou pra mim com um sorriso divertido estampado no rosto.— Você não precisa dizer. Os melhores abraços vêm quando menos se esperam.
Eu deveria ser a garota mais azarada do mundo. Provavelmente eu era.Não fechei a porta quando voltei para o quarto, digo, quando fui para o quarto com as bebidas. Tomei a primeira garrafa, o.k. Liguei a televisão, uma série passava. Minha cabeça girava. O problema de beber é que você nunca sabe até onde aguenta. Tomei a segunda garrafa, o.k. Eu estava péssima, meu mundo girava e eu sentia que faria alguma coisa idiota dali alguns segundos. Se bem que eu já estava fazendo uma coisa bem idiota. Aí eu tomei a terceira, e isso foi a coisa mais idiota que eu fiz. Já não tinha noção de mais nada. Tudo girava, tudo me fazia rir, eu mal conseguir andar sem tropeçar, se bem que mesmo quando eu estava sóbria eu não conseguia, pois é.Decidi sair do quarto, pra fazer mais burrice ainda. No momento que eu abri a porta, senti uma sensação ruim
Pov’s MattiasArrombei a porta e entrei no quarto atrás de Will. Samira estava na cama, apenas de lingerie. Will foi primeiro até ela. O rosto de Samira estava vermelho e ela parecia ter chorado. Estava desacordada. O quarto impregnava um cheiro de vômito, colônia barata masculina, álcool e maconha. Demorei cinco segundos para perceber Nicholas no canto quarto e demorei dois segundos para derrubá-lo no chão e enfiar um soco nele.O cara parecia estar drogado.Ele revidou. Levei um soco no rosto e um no estômago, mas minha raiva era maior. Samira estava bêbada, nem eu, o maior idiota do mundo faria isso com alguém. Eu estava furioso, ele não tinha aquele direito. Só que Nicholas ainda era mais forte do que eu, e deveria ter uma longa ficha de brigas.Pensei que não fosse aguentar, eu não conseguia mais me defender, os socos viam sem parar e a d
Acordei na manhã seguinte me sentindo muito estranha. Não que eu não fosse estranha... mas não era todo dia que eu tinha noção de sentir isso. Parecia que alguma coisa estava errada. Para começar pela cama. Ela tinha uma coisa diferente. O aspecto, talvez. Depois olhei em volta. Aquele quarto não era meu. Era o de mamãe e papai.Me sentei na cama e me espreguicei. Olhei minha roupa. Não era aquela roupa que eu me lembrava de ter colocado na noite anterior. Minha cabeça explodia. Doía muito. Havia um copo com água em cima da mesa de cabeceira e uma cartela de remédio. Reconheci imediatamente como o meu remédio. Tirei um e engoli com a ajuda da água.Levantei da cama e saí do quarto. Senti tonturas. A casa estava uma bagunça, provavelmente da festa da noite anterior. Eu não iria ficar de castigo
– Eu não vou mentir pra polícia. Não vou dizer que ele tentou me estuprar e não vou deixá-lo ser preso – falei e senti as lágrimas escorrerem dos meus olhos. – Eu podia até dizer alguma coisa pra ferrar com ele, só que... eu não vou. Não mais. Eu estou bem, não estou? Mesmo se eu não quisesse transar com ele, eu admito que ele passou um pouco dos limites, mas e daí? Não vou mais ferra-lo por isso.– Samira, aquele cara tem 20 anos! Você tem 15! Ele é um pedófilo e vai ser preso! – disse ela. – E você vai fazer o que eu disse. Vou dizer e repetir: Você não queria dormir com aquele cara! Você estava sem seus remédios e bêbada! Você foi uma vítima e se ele continuar solto vai fazer...– Argh! – exclamei entre l&aac
Pov’s MattiasFicar aqueles dias todos sem falar com Samira foram difíceis, mas necessários.Em primeiro lugar, eu me sentia confuso. Eu nunca antes tinha sentido tanta raiva de alguém quanto senti ao ver Nicholas se aproveitando de Sam. Foi a pior sensação que eu já tinha tido também, me sentir tão dependente de vê-la bem. Mas por quê? Eu sempre tinha sido tão mesquinho, sádico, gostava de ver os outros sofrerem, mas naquele momento não.Eu estava gay, realmente eu estava gay. Sentindo. Sentir não é coisa de gay?Eu havia desistido de tudo. De transformar Samira em só mais uma das minhas ficantes, pelo menos por hora.Eu tinha decidido me afastar dela, era o melhor a se fazer. Afinal, era culpa minha mesmo, não era? Se eu não tivesse dado aquela merda de festa, Nicholas não teria entrado e nada daqu
— Eu gosto do Josh.Revirei os olhos.— Ah, é mesmo? Jura? Não havia percebido. Ninguém havia percebido. — ela fez cara feia. Meus ombros caíram. — Ele é um cara legal.— Eu sei e… ele também gosta de mim.— Que fofos.— Eu sei.Emma me olhou com uma cara estranha, como se decidindo se devia ou não contar.— O que foi? — perguntei. — O que rolou?— Josh e eu… Josh e…— Josh e você… — arqueei a sobrancelha.— Nós transamos.Fitei ela, boquiaberta.— Você perdeu sua virgindade?— Perdi — murmurou.— Não acredito! Mas… mas… Josh e você nem estão…— Não estamos. Mas eu gosto dele.Respirei fundo, reprimindo a vontade de dar
— Samira, Samira, acorda!Abri meus olhos com sérias dificuldades. Que porra! Quem havia ousado me acordar no meu precioso sono de beleza? Opa, pera, que beleza? A claridade do quarto tornava difícil enxergar qualquer coisa. Depois de alguns minutos em que eu fiquei verdadeiramente grogue, notei que minha mãe me observava com impaciência.— Por que não arrancam logo essa porta?! Ninguém nunca bate mesmo! — exclamei, sonolenta.Ela suspirou.— Samira, eu arrumei um psicólogo para você.Afundei a cara no travesseiro.— Uhum, legal. Tem comida lá?— Eu tô falando sério.— Eu também.— Samira, você precisa dele. É o sr. Richards, ele irá te ouvir e você poderá confiar nele. Eu sei que você tá tão abalada quanto eu sobre aquilo que aconteceu entre