– Eu não vou mentir pra polícia. Não vou dizer que ele tentou me estuprar e não vou deixá-lo ser preso – falei e senti as lágrimas escorrerem dos meus olhos. – Eu podia até dizer alguma coisa pra ferrar com ele, só que... eu não vou. Não mais. Eu estou bem, não estou? Mesmo se eu não quisesse transar com ele, eu admito que ele passou um pouco dos limites, mas e daí? Não vou mais ferra-lo por isso.
– Samira, aquele cara tem 20 anos! Você tem 15! Ele é um pedófilo e vai ser preso! – disse ela. – E você vai fazer o que eu disse. Vou dizer e repetir: Você não queria dormir com aquele cara! Você estava sem seus remédios e bêbada! Você foi uma vítima e se ele continuar solto vai fazer...
– Argh! – exclamei entre l&aac
Pov’s MattiasFicar aqueles dias todos sem falar com Samira foram difíceis, mas necessários.Em primeiro lugar, eu me sentia confuso. Eu nunca antes tinha sentido tanta raiva de alguém quanto senti ao ver Nicholas se aproveitando de Sam. Foi a pior sensação que eu já tinha tido também, me sentir tão dependente de vê-la bem. Mas por quê? Eu sempre tinha sido tão mesquinho, sádico, gostava de ver os outros sofrerem, mas naquele momento não.Eu estava gay, realmente eu estava gay. Sentindo. Sentir não é coisa de gay?Eu havia desistido de tudo. De transformar Samira em só mais uma das minhas ficantes, pelo menos por hora.Eu tinha decidido me afastar dela, era o melhor a se fazer. Afinal, era culpa minha mesmo, não era? Se eu não tivesse dado aquela merda de festa, Nicholas não teria entrado e nada daqu
— Eu gosto do Josh.Revirei os olhos.— Ah, é mesmo? Jura? Não havia percebido. Ninguém havia percebido. — ela fez cara feia. Meus ombros caíram. — Ele é um cara legal.— Eu sei e… ele também gosta de mim.— Que fofos.— Eu sei.Emma me olhou com uma cara estranha, como se decidindo se devia ou não contar.— O que foi? — perguntei. — O que rolou?— Josh e eu… Josh e…— Josh e você… — arqueei a sobrancelha.— Nós transamos.Fitei ela, boquiaberta.— Você perdeu sua virgindade?— Perdi — murmurou.— Não acredito! Mas… mas… Josh e você nem estão…— Não estamos. Mas eu gosto dele.Respirei fundo, reprimindo a vontade de dar
— Samira, Samira, acorda!Abri meus olhos com sérias dificuldades. Que porra! Quem havia ousado me acordar no meu precioso sono de beleza? Opa, pera, que beleza? A claridade do quarto tornava difícil enxergar qualquer coisa. Depois de alguns minutos em que eu fiquei verdadeiramente grogue, notei que minha mãe me observava com impaciência.— Por que não arrancam logo essa porta?! Ninguém nunca bate mesmo! — exclamei, sonolenta.Ela suspirou.— Samira, eu arrumei um psicólogo para você.Afundei a cara no travesseiro.— Uhum, legal. Tem comida lá?— Eu tô falando sério.— Eu também.— Samira, você precisa dele. É o sr. Richards, ele irá te ouvir e você poderá confiar nele. Eu sei que você tá tão abalada quanto eu sobre aquilo que aconteceu entre
Pov’s MattiasO sol batia bem no rosto dela, deixando-a mais bonita e seu cabelo mais claro ainda. E Samira parecia tão triste. Peguei suas duas mãos e fiz uma leve carícia com meus polegares.— Ei… a gente já conversou sobre isso — falei.— Eu quero ouvir de novo. Você gosta de mim?Olhei para ela. A testa levemente franzida, o rosto corado, as lágrimas delineando sua face, o queixo tremendo, algumas mechas colando no rosto. Soltei as mãos de Samira e coloquei a franja dela atrás da orelha.— Cada dia mais.E lá estava a minha chance. A chance de fazer o que eu sempre quis. A chance de fazer ela ser minha, a chance de tê-la, a chance de acabar logo com aquilo, acabar logo com aquele desafio que eu havia fe
— Isso aqui tá meio entediante — falou Greg,Sophia deu risada.— Meio? Isso aqui tá muito chato.— É, sei lá. Tá faltando emoção — falou Jill.— A janela tá ali para o caso de algum de vocês quiserem se jogar — falou Samira sentando-se ao meu lado.— Seria bem emocionante.Tapei a boca dela.— É brincadeira — falei dando risada.Ela me deu um tapa e eu a soltei.Ah não, ela não iria ter uma ataque de grosseria. Não perto de mim.Samira ficou quieta. Graças.— Ha ha ha. Engraçado — disse Anna completamente séria.— Samira tem um humor aguçado — disse Will com um sorriso.— Pode apostar que sim — assentiu Sam, arqueando a sobrancelha.— Mas e aí? Vamos ficar no t&e
Fiquei esperando sentada e encolhida no Closet. Nada iria acontecer mesmo.Certo, podia ter saído qualquer garoto. Greg, Peter e na pior das hipóteses, Mattias. Mas saiu o Will. Era meu dia de sorte.Alguns segundos depois que entrei no Closet, ele foi fechado. Ouvi passos. Agacharam ao meu lado. Pegou no meu queixo, me forçando a abri a boca. O que o cretino do Will estava fazendo?Se ele enfiasse o dedo ou o pinto ali dentro, eu juro que arrancava com os dentes. Mas o que ele colocou ali dentro era pequeno e doce. Bem, com certeza o pinto dele não era docinho, ou era? Ele soltou meu queixo e eu fechei a boca.E Will começou a dar risada. Tipo, risadas altas.— Te peguei! O que achou que eu fosse colocar na sua boca, safada?Tirei a venda e mordi a bala. BALA MASTIGÁVEL SABOR CARAMELO.Gente, me diz, o que aquela criança tinha na cabeça?— Porra, sério
Falta de pouca vergonha isso.— Que putaria foi essa? — perguntei tentando numa tentativa frustrada parecer indiferente. Muito frustrada.Emma se levantou.— O que vocês pensam que estavam fazendo? Isso não foi legal, O.k? Já falei um milhão de vezes que não quero vocês juntos.Samira revirou os olhos, a expressão dela era como se uma mosca estivesse zumbindo em seu ouvido.— Você não é nossa mãe.— Qual é, Emma?! — perguntou Will, ele penteou os cabelos com as mãos, deixando arrumadinho e engomadinho, então bagunçou-os outra vez, dando-se por satisfeito. Ele tinha um sorriso debochado no rosto.— Que saco! Eu vou ter que dizer de novo que isso não é legal e que vocês dois juntos vai dar em merda, todos os dias?Epa, por que ela precisaria dizer isso todo dia? Essas
Saí do quarto batendo a porta. Ela precisava ficar sozinha e eu estava com raiva.O que havia me feito pensar que uma garota como ela iria me dar moral? Will ama Samira. Samira ama Samira. Simples assim.Desci as escadas, saí no Hall de entrada. Abri a porta para a fora. Fui para o deck. Me sentei ali, no assoalho de madeira, aos pouquinhos fui deslizando até estar completamente deitado. A chuva já tinha passado. O chão ainda estava molhado, e, por sinal, me molhava também, mas eu pouco me importei. Ainda estava claro, porém era como se o sol tivesse atenuado, não estava quente, a claridade não estava forte… estava tudo suave e calmo.Talvez estivesse na hora de acabar logo com isso. A merda de sentimento.Voltei a me sentar e não consegui esconder a cara de surpresa. Mattias estava ali do meu lado, fumando um cigarro de maconha.Ele me olhou com uma careta.—