Pov’s Mattias
Arrombei a porta e entrei no quarto atrás de Will. Samira estava na cama, apenas de lingerie. Will foi primeiro até ela. O rosto de Samira estava vermelho e ela parecia ter chorado. Estava desacordada. O quarto impregnava um cheiro de vômito, colônia barata masculina, álcool e maconha. Demorei cinco segundos para perceber Nicholas no canto quarto e demorei dois segundos para derrubá-lo no chão e enfiar um soco nele.
O cara parecia estar drogado.
Ele revidou. Levei um soco no rosto e um no estômago, mas minha raiva era maior. Samira estava bêbada, nem eu, o maior idiota do mundo faria isso com alguém. Eu estava furioso, ele não tinha aquele direito. Só que Nicholas ainda era mais forte do que eu, e deveria ter uma longa ficha de brigas.
Pensei que não fosse aguentar, eu não conseguia mais me defender, os socos viam sem parar e a d
Acordei na manhã seguinte me sentindo muito estranha. Não que eu não fosse estranha... mas não era todo dia que eu tinha noção de sentir isso. Parecia que alguma coisa estava errada. Para começar pela cama. Ela tinha uma coisa diferente. O aspecto, talvez. Depois olhei em volta. Aquele quarto não era meu. Era o de mamãe e papai.Me sentei na cama e me espreguicei. Olhei minha roupa. Não era aquela roupa que eu me lembrava de ter colocado na noite anterior. Minha cabeça explodia. Doía muito. Havia um copo com água em cima da mesa de cabeceira e uma cartela de remédio. Reconheci imediatamente como o meu remédio. Tirei um e engoli com a ajuda da água.Levantei da cama e saí do quarto. Senti tonturas. A casa estava uma bagunça, provavelmente da festa da noite anterior. Eu não iria ficar de castigo
– Eu não vou mentir pra polícia. Não vou dizer que ele tentou me estuprar e não vou deixá-lo ser preso – falei e senti as lágrimas escorrerem dos meus olhos. – Eu podia até dizer alguma coisa pra ferrar com ele, só que... eu não vou. Não mais. Eu estou bem, não estou? Mesmo se eu não quisesse transar com ele, eu admito que ele passou um pouco dos limites, mas e daí? Não vou mais ferra-lo por isso.– Samira, aquele cara tem 20 anos! Você tem 15! Ele é um pedófilo e vai ser preso! – disse ela. – E você vai fazer o que eu disse. Vou dizer e repetir: Você não queria dormir com aquele cara! Você estava sem seus remédios e bêbada! Você foi uma vítima e se ele continuar solto vai fazer...– Argh! – exclamei entre l&aac
Pov’s MattiasFicar aqueles dias todos sem falar com Samira foram difíceis, mas necessários.Em primeiro lugar, eu me sentia confuso. Eu nunca antes tinha sentido tanta raiva de alguém quanto senti ao ver Nicholas se aproveitando de Sam. Foi a pior sensação que eu já tinha tido também, me sentir tão dependente de vê-la bem. Mas por quê? Eu sempre tinha sido tão mesquinho, sádico, gostava de ver os outros sofrerem, mas naquele momento não.Eu estava gay, realmente eu estava gay. Sentindo. Sentir não é coisa de gay?Eu havia desistido de tudo. De transformar Samira em só mais uma das minhas ficantes, pelo menos por hora.Eu tinha decidido me afastar dela, era o melhor a se fazer. Afinal, era culpa minha mesmo, não era? Se eu não tivesse dado aquela merda de festa, Nicholas não teria entrado e nada daqu
— Eu gosto do Josh.Revirei os olhos.— Ah, é mesmo? Jura? Não havia percebido. Ninguém havia percebido. — ela fez cara feia. Meus ombros caíram. — Ele é um cara legal.— Eu sei e… ele também gosta de mim.— Que fofos.— Eu sei.Emma me olhou com uma cara estranha, como se decidindo se devia ou não contar.— O que foi? — perguntei. — O que rolou?— Josh e eu… Josh e…— Josh e você… — arqueei a sobrancelha.— Nós transamos.Fitei ela, boquiaberta.— Você perdeu sua virgindade?— Perdi — murmurou.— Não acredito! Mas… mas… Josh e você nem estão…— Não estamos. Mas eu gosto dele.Respirei fundo, reprimindo a vontade de dar
— Samira, Samira, acorda!Abri meus olhos com sérias dificuldades. Que porra! Quem havia ousado me acordar no meu precioso sono de beleza? Opa, pera, que beleza? A claridade do quarto tornava difícil enxergar qualquer coisa. Depois de alguns minutos em que eu fiquei verdadeiramente grogue, notei que minha mãe me observava com impaciência.— Por que não arrancam logo essa porta?! Ninguém nunca bate mesmo! — exclamei, sonolenta.Ela suspirou.— Samira, eu arrumei um psicólogo para você.Afundei a cara no travesseiro.— Uhum, legal. Tem comida lá?— Eu tô falando sério.— Eu também.— Samira, você precisa dele. É o sr. Richards, ele irá te ouvir e você poderá confiar nele. Eu sei que você tá tão abalada quanto eu sobre aquilo que aconteceu entre
Pov’s MattiasO sol batia bem no rosto dela, deixando-a mais bonita e seu cabelo mais claro ainda. E Samira parecia tão triste. Peguei suas duas mãos e fiz uma leve carícia com meus polegares.— Ei… a gente já conversou sobre isso — falei.— Eu quero ouvir de novo. Você gosta de mim?Olhei para ela. A testa levemente franzida, o rosto corado, as lágrimas delineando sua face, o queixo tremendo, algumas mechas colando no rosto. Soltei as mãos de Samira e coloquei a franja dela atrás da orelha.— Cada dia mais.E lá estava a minha chance. A chance de fazer o que eu sempre quis. A chance de fazer ela ser minha, a chance de tê-la, a chance de acabar logo com aquilo, acabar logo com aquele desafio que eu havia fe
— Isso aqui tá meio entediante — falou Greg,Sophia deu risada.— Meio? Isso aqui tá muito chato.— É, sei lá. Tá faltando emoção — falou Jill.— A janela tá ali para o caso de algum de vocês quiserem se jogar — falou Samira sentando-se ao meu lado.— Seria bem emocionante.Tapei a boca dela.— É brincadeira — falei dando risada.Ela me deu um tapa e eu a soltei.Ah não, ela não iria ter uma ataque de grosseria. Não perto de mim.Samira ficou quieta. Graças.— Ha ha ha. Engraçado — disse Anna completamente séria.— Samira tem um humor aguçado — disse Will com um sorriso.— Pode apostar que sim — assentiu Sam, arqueando a sobrancelha.— Mas e aí? Vamos ficar no t&e
Fiquei esperando sentada e encolhida no Closet. Nada iria acontecer mesmo.Certo, podia ter saído qualquer garoto. Greg, Peter e na pior das hipóteses, Mattias. Mas saiu o Will. Era meu dia de sorte.Alguns segundos depois que entrei no Closet, ele foi fechado. Ouvi passos. Agacharam ao meu lado. Pegou no meu queixo, me forçando a abri a boca. O que o cretino do Will estava fazendo?Se ele enfiasse o dedo ou o pinto ali dentro, eu juro que arrancava com os dentes. Mas o que ele colocou ali dentro era pequeno e doce. Bem, com certeza o pinto dele não era docinho, ou era? Ele soltou meu queixo e eu fechei a boca.E Will começou a dar risada. Tipo, risadas altas.— Te peguei! O que achou que eu fosse colocar na sua boca, safada?Tirei a venda e mordi a bala. BALA MASTIGÁVEL SABOR CARAMELO.Gente, me diz, o que aquela criança tinha na cabeça?— Porra, sério