Clara Eu andava de um lado para o outro na sala, sentindo meu sangue ferver a cada segundo que passava sem uma resposta do advogado. Peguei o celular da mesa e chequei as mensagens pela milésima vez. Nenhuma atualização. Nenhum avanço no processo de reconhecimento de paternidade.— Isso é um absurdo! — resmunguei, jogando o celular no sofá com força.Leonardo, sentado na poltrona ao lado, levantou os olhos para mim com cansaço. Ele parecia exausto, mas eu não me importava. Eu também estava.— Clara, essas coisas levam tempo. Você precisa ter paciência.Paciência? Como ele queria que eu tivesse paciência? Mariana estava com Isabella há meses, criando a menina como se fosse só dela, enquanto a justiça simplesmente ignorava o fato de que Leonardo era o pai biológico. Isso não podia continuar assim!— Eu não posso esperar mais! Eles estão me roubando a minha filha!Leonardo suspirou e massageou a têmpora, como se estivesse tentando conter a própria irritação.— Isabella não está sendo ro
Mariana O voo de volta foi tranquilo, como o céu claro que passava diante dos nossos olhos. As nuvens estavam dispersas, e a sensação de ter terminado nossa lua de mel – uma viagem que parecia mais um sonho do que uma realidade – era agridoce. Mas o que realmente me aquecia o coração era o fato de que estávamos voltando para casa, e, agora, em nossa casa, éramos uma família de verdade. Com Isabella nos braços, era impossível não perceber o quanto tudo tinha mudado em tão pouco tempo. O amor que sentia por ela e o carinho crescente por Lucas eram agora algo inegável. Lucas estava ao meu lado, observando Isabella, que dormia tranquila em meu colo, a babá ao nosso lado para garantir que tudo corresse bem, mas, mesmo assim, o foco era ela. Isabella, com apenas seis meses, já parecia ter conquistado todos os corações ao nosso redor, especialmente o de Lucas, que a tratava com a mesma devoção que qualquer pai poderia ter. Eu olhei para ele, ele percebeu e me sorriu suavemente, com a
Mariana um mês depois...Acordei com o som do despertador, e, por um momento, fiquei deitada, sentindo o peso do que estava prestes a acontecer. Hoje seria o dia da minha última sessão de radioterapia. Eu sabia que esse dia estava chegando, mas, mesmo assim, uma mistura de alívio e ansiedade tomava conta de mim. Tinha sido uma jornada longa e cansativa, e embora eu estivesse exausta, a sensação de que finalmente estava chegando ao fim me deixava um pouco mais leve.Karina entrou no quarto com um sorriso no rosto, trazendo aquele ânimo dela que eu tanto apreciava. Ela estava lá para me apoiar em mais esse dia, e isso fazia toda a diferença. Nunca imaginei que alguém pudesse ser tão forte ao meu lado durante um momento tão frágil da minha vida. Karina, com seu jeito de sempre, fez tudo parecer mais simples, e naquele momento, eu só queria que ela me deixasse respirar um pouco.— Vamos lá, amiga! A última! — ela falou, com uma energia contagiante, ajudando-me a sair da cama.Eu respirei
A tensão no escritório de Marcello era palpável. Clara e Leonardo estavam sentados à frente do advogado, esperando ansiosamente por uma atualização sobre o processo. A sala de reunião era iluminada por uma luz suave, mas o clima estava longe de ser reconfortante. Clara apertava as mãos, sentindo o peso das notícias que estavam por vir, enquanto Leonardo observava, sério, a postura de Marcello. Ele já sabia que a batalha pela guarda de Isabela não seria fácil, mas ainda assim, queria acreditar que tudo estava sob controle.Marcello se recostou na cadeira, tirando os óculos do rosto e fazendo uma pausa dramática, como se quisesse medir o impacto de suas palavras. Ele sabia que estava prestes a entregar uma informação que poderia alterar o rumo da guerra entre as famílias.— Eu tenho uma atualização para vocês. — Marcello começou, a voz firme, mas com um toque de cautela. — Mariana se mudou. Ela não está mais morando naquele bairro simples que ela vivia. Agora, e
Leonardo Eu nunca fui um homem fácil de se lidar. Sempre soube o que queria e nunca aceitei que ninguém tomasse algo meu. Mas naquele momento, sentado no sofá da sala, sentindo meu sangue ferver, percebi que Mariana tinha conseguido fazer algo que poucas pessoas conseguiram: me tirar completamente do controle.— Aquela desgraçada se casou com ele! — gritei, cerrando os punhos.Clara, que estava sentada ao meu lado, me olhou, confusa.— Do que você tá falando, Leonardo?Levantei-me de supetão, passando a mão pelo rosto, tentando organizar os pensamentos. Mas como? Como eu não vi isso antes?— O médico, Clara! Aquele maldito médico! — rosnei, me virando para encará-la. — Eu sabia que ele não era só um amigo dela! Eu sabia! Quando eu cheguei na cidade e fui no apartamento dela, tinha um homem lá. Ele estava segurando a minha filha no colo, como se tivesse algum direito sobre ela!Clara estreitou os olhos, cruzando os braço
Mariana Eu estava em casa, tentando encontrar um pouco de paz no meio da tempestade que parecia ter se formado ao meu redor. Henrique estava comigo, sentado ao meu lado, e ainda assim não conseguia deixar de sentir o peso de tudo o que estava acontecendo. Não sabia como, mas sabia que as coisas estavam prestes a mudar. E, para ser honesta, eu estava com medo. O som da campainha quebrou o silêncio. Eu sabia o que era, eu sentia que algo estava para acontecer. Levantei-me rapidamente e fui até a porta. Quando a abri, o oficial de justiça estava ali, com aquele olhar sério e uma pasta em mãos. Um frio percorreu minha espinha, como se tudo estivesse prestes a desmoronar. — Mariana Oliveira? — perguntou o oficial, de forma formal, e eu apenas assenti. — Sou eu. — Fui rápida e direta, tentando manter a calma, embora meu coração estivesse acelerado. O oficial então estendeu a pasta para mim. — Estou aqui para entregar a solicitação de pedido de paternidade de Leonardo. O senhor so
MarianaEu estava nervosa. Cada minuto que passava parecia que minha vida estava sendo virada de cabeça para baixo. As palavras que o oficial de justiça me entregou, com o pedido de reconhecimento de paternidade, ainda ecoavam na minha cabeça. Eu sabia que isso era apenas o começo de uma longa batalha. Meu coração estava apertado, e eu não conseguia desviar o pensamento de como a minha vida, a vida da Isabela, poderia ser afetada por tudo isso.Henrique estava ao meu lado, como sempre. Ele me olhou com um sorriso leve, tentando me transmitir calma, embora eu pudesse ver em seus olhos a mesma preocupação que eu sentia. Ele sabia que esse processo não seria fácil, mas, mais do que isso, sabia que a nossa força conjunta seria o que nos faria vencer. Então, quando o advogado chegou, a pressão parecia ter aumentado ainda mais.O som da campainha ecoou pela casa, interrompendo o silêncio tenso que havia se instalado. Henrique foi até a porta, e eu fiquei pa
Mariana A sala do tribunal parecia imensa, e meu corpo estava tenso, como se cada parte de mim estivesse em constante conflito. Olhei para a porta, imaginando o que estava por vir. Não era apenas uma batalha pela guarda da minha filha, era uma guerra pelo controle da minha vida, uma luta pelo futuro de Isabela. Eu não havia levado Isabela comigo. Era melhor assim. Ela não precisava estar ali, naquele lugar frio e distante, ouvindo palavras que ela ainda não poderia compreender. Eu sabia que o que estava em jogo era mais do que simples documentos ou palavras ditas durante aquela audiência. Era a minha vida. Era o direito de uma mãe proteger sua filha. Henrique estava ao meu lado, firme, tranquilo, como sempre. Ele sabia o que eu estava sentindo. Ele sabia que aquela era uma batalha árdua, mas ele também sabia que, não importa o que acontecesse, ele estaria ao meu lado. E isso era o que me dava força. Eu estava ali por Isabela. Apenas por e