Amanda hesitou durante um dia inteiro, mas, no final, decidiu ir procurar Amadeu.Ela estava grávida e Amadeu tinha, pelo menos, metade da responsabilidade.Naquela altura, ser fraca não ajudaria em nada.Amadeu era o pai da criança que ela esperava, e ele tinha o direito de saber.Quando Amanda chegou ao Distrito de Green City, tocou a campainha, mas ninguém atendeu. Provavelmente, Amadeu ainda não tinha voltado.Ela então se sentou na entrada da escada de emergência, aguardando em silêncio a volta de Amadeu.Durante a espera, Amanda fez várias suposições, talvez Amadeu a oferecesse dinheiro para fazer um aborto, ou quem sabe assumiria a responsabilidade pelo inesperado acontecimento?Mas, independentemente da hipótese, Amanda parecia não estar pronta para aceitar qualquer uma delas. Ela também não sabia como as aceitar.Inconscientemente, ela tocou sua barriga ainda plana e abaixou sua delicada face branca.- Meu bebê, se eu decidir no final não te querer, por favor, não fique zangad
Amanda, abalada, voltou para o dormitório. Lá, ela recebeu uma ligação de Igor.Na outra ponta da linha, Igor parecia animado. - Amanda, no próximo mês eu vou conseguir voltar para Cidade A. Meu pai conseguiu um lugar para mim no programa de intercâmbio da sua escola. Logo, poderemos estudar juntos como quando éramos crianças. - Disse Igor, com entusiasmo. Amanda se sentou na cama, abraçando seus joelhos e segurando o telefone, ouvindo Igor falar.Sem perceber, as lágrimas começaram a cair.Ela queria desabafar com alguém, mas tinha medo.Como ela poderia falar sobre estar grávida e abandonada antes do casamento sem sentir vergonha?- Amanda, o que houve? Por que você está quieta? Você não quer que eu vá para a sua escola? - Perguntou Igor, mudando o tom de voz. Amanda engoliu em seco, reprimindo o soluço em sua garganta, e forçou um sorriso.- Claro que quero, com você aqui, eu não me sentirei tão sozinha. - Respondeu Amanda. Ao ouvir isso, Igor, com sua inocência, ficou orgulhoso
- Por favor, não podemos terminar. - Disse Amanda. Amanda apertava ainda mais a mão pálida que segurava o braço de Amadeu.Amadeu respirou fundo, tentando conter o turbilhão de emoções em seu coração, então, se virou para olhar em seus olhos vermelhos e inchados.- Para de fazer drama, se não é para ser, não é pra ser. Não importa o quanto você tente mudar, é inútil, além do mais, você não vai mudar. - Disse Amadeu.Amanda, com as mãos agarradas firmemente em seu braço, chorava copiosamente.- Eu posso mudar. - Insistiu Amanda, com a voz estava embargada, mostrando uma humildade extrema.Amadeu finalmente sentiu pena dela. Ele levantou a mão e gentilmente enxugou as lágrimas em seus olhos.- Manda, não seja tão humilde, isso me faz te desprezar. - Disse Amadeu.Suas palavras frias e indiferentes despedaçaram toda a persistência de Amanda.Ela lentamente soltou o braço dele, segurando as lágrimas, seu semblante reprimido era tão triste quanto o de um gatinho abandonado.Amadeu, seguran
Lucas e Rita receberam uma ligação do orientador de Amanda e imediatamente voaram para a Cidade A. O hospital para onde Amanda foi levada era um dos pertencentes ao Grupo Bastos. A equipe médica que operou Amanda era a mais qualificada e famosa.Enquanto aguardavam ansiosos do lado de fora da sala de cirurgia, o orientador se curvou diante de Lucas e Rita.- Sr. Lucas, Sra. Souza, lamento muito pelo que aconteceu com Amanda. Falhei em prestar atenção nos movimentos dos estudantes. - Lamentou o orientador. Lucas e Rita não eram pessoas de fazer confusões sem motivo, especialmente Lucas, que, mesmo diante de uma situação tão grave, mantinha sua racionalidade.O acidente de Amanda não tinha muita relação com o orientador. Na verdade, como pais, eles se sentiam responsáveis por não estarem perto o suficiente para acompanhar sua filha.- Orientador, a responsabilidade não é toda sua. O acidente com minha filha também trouxe inconvenientes para você. - Respondeu Lucas, calmamente e com educ
Após o efeito da anestesia de Amanda passar, ela acordou com dor.Lucas e Rita dedicavam toda a sua atenção a Amanda. A menor expressão de desconforto que escapava de Amanda não passava despercebida por eles.- Amanda? Como você está? - Perguntou Rita, se aproximando dela, com os olhos vermelhos de preocupação.Quando Amanda abriu os olhos, viu Lucas e Rita olhando para ela com receio. Amanda não gritou de dor, mas suas lágrimas desabaram instantaneamente.- Está doendo muito? Quer que chamemos o médico? - Perguntou Rita, enxugando as lágrimas no canto dos olhos de Amanda.Amanda, com lágrimas nos olhos, balançou a cabeça negativamente. - O bebê se foi, não foi? - Perguntou Amanda. Rita respirou fundo e tocou o rosto de Amanda, entre lágrimas e sorrisos.- Minha Amanda ainda é muito jovem, não é o momento certo para ter um filho. - Consolou Rita. - Então, ele realmente se foi? - Indagou Amanda com a voz trêmula. Lucas e Rita ficaram em silêncio por um longo tempo, dando uma respos
Nos fóruns da escola, palavras como "aborto" e "Amanda" estavam bloqueadas.Mesmo que alguém quisesse iniciar alguma controvérsia, não conseguia postar nada que contivesse essas palavras-chave, independente do método usado.Todos comentavam que a família de Amanda realmente tinha uma grande influência, não eram apenas ricos comuns.Embora não pudessem discutir sobre Amanda, podiam falar sobre Amadeu, especialmente por ser uma figura proeminente na escola.Diziam que Amadeu não tinha consideração por ter namorado duas garotas e causado o aborto de Amanda. Quanto a Amanda, afirmavam que ela não tinha vergonha e sempre perseguia Amadeu.O relacionamento entre Amadeu e Amanda começou discretamente, mas acabou se tornando de conhecimento geral. Afinal, quando uma estudante sofre um aborto após cair das escadas do dormitório da escola, isso se torna um assunto que gera muita discussão e fofoca....No dia em que Amanda recebeu alta, o sol brilhava, mas o vento era forte.O carro da família
Amadeu começou a mergulhar em desespero e decadência.No chão da casa dele no Distrito de Green City, havia garrafas de bebida vazias espalhadas por toda parte.Catarina estava ligando para ele, mas ele não atendeu; ela bateu na porta, mas ninguém respondeu.Amadeu estava sentado no carpete, encostado no sofá, quase desmaiando de tanto beber.Costeleta de porco, seu gato, se aproximou e agarrou seu braço com as patas dianteiras.Amadeu retomou um pouco de sobriedade, levantou a cabeça para olhar para o gato e sorriu com afeto. Ele estendeu a mão e acariciou a cabeça dele, dizendo:- Chega de bagunça, Costeleta de porco.O animal, com esforço, arrastou o celular que não parava de tocar até ele. Amadeu olhou e viu que era Catarina ligando.Ele deslizou o dedo para atender e imediatamente ouviu a voz dela dizendo:- Amadeu, abre a porta para mim, estou na frente da sua casa.Ainda embriagado, Amadeu cambaleou até a entrada.Quando a porta se abriu, um forte cheiro de álcool atingiu Catari
Sete anos depois, no País M, Cidade NY.Era um concerto de piano solo em turnê mundial.Dentro do grande auditório de música, não havia um único assento vazio.A audiência estava em silêncio, enquanto melodias encantadoras de piano fluíam do palco.Dentro de todo o auditório, apenas um feixe de luz brilhava, iluminando a silhueta no palco e o piano.Uma jovem mulher tocava, suas mãos se moviam com graça e destreza sobre as teclas do piano, como uma borboleta esvoaçante com suas asas vibrantes, enquanto a cativante "O Danúbio Azul" jorrava das pontas dos seus dedos.Na plateia, na área VIP, se sentava um homem extremamente atraente e notável.O homem, com cerca de trinta anos, possuía traços faciais finos e distinguidos, e emanava a aura de alguém acostumado com o poder. Sua postura era fria e imponente, no entanto, quando ele levantou os olhos para a delicada figura no palco, um olhar terno e cheio de emoção reprimida surgiu inadvertidamente em seus olhos frios.Amadeu, sentado entre a