Após o efeito da anestesia de Amanda passar, ela acordou com dor.Lucas e Rita dedicavam toda a sua atenção a Amanda. A menor expressão de desconforto que escapava de Amanda não passava despercebida por eles.- Amanda? Como você está? - Perguntou Rita, se aproximando dela, com os olhos vermelhos de preocupação.Quando Amanda abriu os olhos, viu Lucas e Rita olhando para ela com receio. Amanda não gritou de dor, mas suas lágrimas desabaram instantaneamente.- Está doendo muito? Quer que chamemos o médico? - Perguntou Rita, enxugando as lágrimas no canto dos olhos de Amanda.Amanda, com lágrimas nos olhos, balançou a cabeça negativamente. - O bebê se foi, não foi? - Perguntou Amanda. Rita respirou fundo e tocou o rosto de Amanda, entre lágrimas e sorrisos.- Minha Amanda ainda é muito jovem, não é o momento certo para ter um filho. - Consolou Rita. - Então, ele realmente se foi? - Indagou Amanda com a voz trêmula. Lucas e Rita ficaram em silêncio por um longo tempo, dando uma respos
Nos fóruns da escola, palavras como "aborto" e "Amanda" estavam bloqueadas.Mesmo que alguém quisesse iniciar alguma controvérsia, não conseguia postar nada que contivesse essas palavras-chave, independente do método usado.Todos comentavam que a família de Amanda realmente tinha uma grande influência, não eram apenas ricos comuns.Embora não pudessem discutir sobre Amanda, podiam falar sobre Amadeu, especialmente por ser uma figura proeminente na escola.Diziam que Amadeu não tinha consideração por ter namorado duas garotas e causado o aborto de Amanda. Quanto a Amanda, afirmavam que ela não tinha vergonha e sempre perseguia Amadeu.O relacionamento entre Amadeu e Amanda começou discretamente, mas acabou se tornando de conhecimento geral. Afinal, quando uma estudante sofre um aborto após cair das escadas do dormitório da escola, isso se torna um assunto que gera muita discussão e fofoca....No dia em que Amanda recebeu alta, o sol brilhava, mas o vento era forte.O carro da família
Amadeu começou a mergulhar em desespero e decadência.No chão da casa dele no Distrito de Green City, havia garrafas de bebida vazias espalhadas por toda parte.Catarina estava ligando para ele, mas ele não atendeu; ela bateu na porta, mas ninguém respondeu.Amadeu estava sentado no carpete, encostado no sofá, quase desmaiando de tanto beber.Costeleta de porco, seu gato, se aproximou e agarrou seu braço com as patas dianteiras.Amadeu retomou um pouco de sobriedade, levantou a cabeça para olhar para o gato e sorriu com afeto. Ele estendeu a mão e acariciou a cabeça dele, dizendo:- Chega de bagunça, Costeleta de porco.O animal, com esforço, arrastou o celular que não parava de tocar até ele. Amadeu olhou e viu que era Catarina ligando.Ele deslizou o dedo para atender e imediatamente ouviu a voz dela dizendo:- Amadeu, abre a porta para mim, estou na frente da sua casa.Ainda embriagado, Amadeu cambaleou até a entrada.Quando a porta se abriu, um forte cheiro de álcool atingiu Catari
Sete anos depois, no País M, Cidade NY.Era um concerto de piano solo em turnê mundial.Dentro do grande auditório de música, não havia um único assento vazio.A audiência estava em silêncio, enquanto melodias encantadoras de piano fluíam do palco.Dentro de todo o auditório, apenas um feixe de luz brilhava, iluminando a silhueta no palco e o piano.Uma jovem mulher tocava, suas mãos se moviam com graça e destreza sobre as teclas do piano, como uma borboleta esvoaçante com suas asas vibrantes, enquanto a cativante "O Danúbio Azul" jorrava das pontas dos seus dedos.Na plateia, na área VIP, se sentava um homem extremamente atraente e notável.O homem, com cerca de trinta anos, possuía traços faciais finos e distinguidos, e emanava a aura de alguém acostumado com o poder. Sua postura era fria e imponente, no entanto, quando ele levantou os olhos para a delicada figura no palco, um olhar terno e cheio de emoção reprimida surgiu inadvertidamente em seus olhos frios.Amadeu, sentado entre a
A sede do Grupo MO estava localizada no coração da Wall Street, no centro da cidade de Nova Iorque. O grupo possuía um dos maiores escritórios de advocacia do mundo, que abrangia empresas de diversos setores como negócios, economia, entretenimento e produtos do dia a dia.Sete anos atrás, aquele conglomerado surgiu como uma força inesperada, e se tornou uma lenda conhecida por todos no mundo dos negócios de Wall Street.Amadeu, o fundador do Grupo MO, também detinha a maior parte das ações, e era o principal acionista e chefe do grupo.Quando fundou o grupo, Amadeu usava camisas brancas simples, se locomovia de bicicleta e carregava consigo dois ou três livros. Era uma figura solitária e de poucas palavras, um homem distinto em qualquer lugar que estivesse.Sete anos depois, Amadeu agora vestia trajes sob medida, todas suas camisas eram impecavelmente passadas, sem um vinco sequer. Sua presença exalava excelência e disciplina. Seu transporte agora incluía sempre pelo menos dois guarda
Depois de terminar o trabalho, Amadeu voltou para sua casa na Cidade NY. Quando Amadeu chegou, a empregada estava cuidando de Costeleta de Porco, seu gato, que comia sua ração. - Você voltou. Amadeu tirou o terno e entregou para ela, depois enrolou as mangas da camisa e disse: - Pode ir, eu cuido do Costeleta de Porco. - Está bem. Amadeu se sentou no tapete, desabotoou os dois botões superiores da camisa, parecendo muito mais relaxado.Costeleta de Porco estava ocupado comendo e não se aninhou no colo de Amadeu. O homem franziu ligeiramente a testa, acariciou ele com a mão e disse: - A ração está tão boa assim? Depois que o gato terminou de comer, Amadeu o pegou nos braços. Em sete anos aquele gato cresceu de um pequeno gatinho para um gato velho, gordo e preguiçoso.Quando ele se deitava no sofá, parecia uma imperatriz viúva, cheio de dignidade e graça. Olhando para Costeleta de Porco, Amadeu disse: - Hoje fui ao concerto dela novamente, ela estava bem, ou pelo menos parec
No lado de fora do aeroporto da Cidade S, um luxuoso carro preto aguardava em silêncio. Quando Amanda, usando um boné de beisebol preto e arrastando sua mala, saiu do aeroporto, Lucas abriu a porta do carro e desceu imediatamente, acompanhado por Plínio.- Mana, por aqui! - Disse o menino.Lucas caminhou em direção a ela, olhando com ternura para sua filha e, com um sorriso indulgente, abriu os braços. Ele sentiu tanta falta dela naqueles sete anos. Embora se encontrassem pouco, seu carinho pela família só crescia. Tudo podia mudar, exceto os laços de sangue e o amor familiar. Amanda mergulhou no abraço apertado do pai.- Papai.- Amanda, bem-vinda de volta.Lucas deu um leve tapinha nas costas da filha e sorriu.- Plínio, ajude sua irmã a colocar as malas no carro. - Disse ele antes de se virar para Amanda. - Vamos para casa, seu avô e sua mãe estão te esperando para jantar.Amanda assentiu e disse:- Tá bom.Lucas ficou no banco do motorista enquanto Amanda e Plínio se sentaram no
A volta discreta de Amanda ao país acabou sendo exposta por algum veículo de mídia.No dia seguinte, ela já era um assunto em alta: "Pianista internacionalmente reconhecida Amanda retorna ao país discretamente."Ela clicou na notícia e viu que havia até um vídeo.No vídeo, Amanda, usando um boné preto e de cabeça baixa, entrava sozinha no aeroporto, depois se encontrava com um homem e um menino, e juntos entravam em um carro comercial preto.Os comentários estavam em polvorosa:"Meu Deus, Amanda está de volta ao país.""Sou uma estudante de arte apaixonada por piano, e Amanda realmente é um exemplo para nós, estudantes de piano.""Existem poucos pianistas no país com reconhecimento internacional, e Amanda é um deles, além de ser jovem e extremamente talentosa.""Mas como assim, eu estava navegando em sites estrangeiros e vi que Amanda cometeu erros ao tocar piano?""A mídia internacional especula que Amanda está tratando a depressão com medicamentos, o que a deixou com os dedos lentos.