Amanda estava no chão do quarto, organizando suas coisas na mala. Após Amadeu terminar de lavar a louça, ele entrou e se deparou com a lixeira repleta de frascos e diversos batons. Ele se sentou ao lado dela, pegou um frasco de hidratante, e analisou, visivelmente confuso. - Está vencido? – Ele perguntou. - Não venceu, só estou me livrando deles. - Amanda prontamente retirou o hidrante de suas mãos e o devolveu à lixeira. - Eles te irritaram? - Amadeu indagou com um sorriso leve.A expressão de Amanda se tornou séria, incomodada. Helena havia usado esses itens secretamente, incluindo os batons, e agora que estavam brigadas, Amanda queria se desfazer de tudo. - Amadeu, você acha que estou sendo muito mesquinha ao jogar essas coisas fora? – Ela perguntou. - Um pouco. – Amadeu respondeu tentando suavizar a situação, mas deixando claro a sua opinião. - Não é intencional. - Amanda fez um biquinho.- E agora, o que você vai usar? - Amadeu acariciou sua cabeça, sem repreender a amada.
Amadeu pedalava sua bicicleta apressadamente para a escola, a fim de buscar Amanda após a aula. Ela, agachada ao lado do canteiro de flores perto do prédio escolar, já esperava há mais de vinte minutos.Quando Amadeu finalmente chegou de bicicleta, Amanda franziu os lábios em reprovação.- Por que demorou tanto? Estou te esperando há quase meia hora. – Ela disse. - Tive um contratempo no caminho. – Amadeu, com um braço só, a ergueu para sentar no quadro da bicicleta. Amanda, baixando a cabeça, notou no antebraço esquerdo de Amadeu, que segurava o guidão, uma tatuagem de uma pequena laranja.- Você fez uma tatuagem? - A menina tocou o desenho com sua mão delicada, virando o rosto para olhar para Amadeu. - Passei por lá e decidi fazer. - Ele falou casualmente, mas isso fez Amanda sorrir involuntariamente.- O contratempo foi isso? – Ela perguntou. - É. - Ele respondeu secamente.- É a laranja que eu desenhei. - Amanda sorriu docemente, com um ar de orgulho.- É. - A resposta dele con
Amanda caminhou até o púlpito e, com educação, disse ao professor:- Professor, poderia me dar dez minutos? Tenho algo a dizer.O professor, surpreso, achou interessante e, com um sorriso leve, fez um gesto para que ela prosseguisse.Amanda acessou o fórum da universidade, encontrou o post que a difamava e projetou na tela da sala.- Eu sei que vocês têm discutido esta foto recentemente. Esta foto e o post ofensivo se espalharam pelo fórum da universidade e por toda a internet. Alguns rumores maliciosos até enviaram esta foto para grandes grupos de diferentes departamentos da universidade para discussão. – Amanda disse, assim que pegou o microfone. Ela olhava desafiadoramente para a audiência de estudantes que estavam no anfiteatro. Houve um burburinho na sala.- Ela é a garota da foto?- Ela é a caloura envolvida naquele escândalo? Como ela tem coragem de aparecer na aula?Os comentários desagradáveis chegavam aos ouvidos de Amanda, mas ela não se importava.- De fato, a garota na fo
Amadeu teve que trabalhar até tarde da noite, deixando Amanda voltar sozinha para casa no Distrito de Green City, carregando sua mochila. Assim que a jovem chegou na residência, ela recebeu uma mensagem de Amadeu no WhatsApp. - O que você quer comer esta noite? – Ele perguntou.- Quero comer sopa picante! - Amanda respondeu.Amadeu chegou em casa depois das oito, trazendo consigo uma tigela de sopa picante. Amanda estava sentada no tapete da sala, esfregando suas pequenas mãos, aguardando ansiosamente pela sopa picante. Amadeu se sentou ao lado dela, abriu a embalagem de plástico e, ao vê-la tão ansiosa, não pôde deixar de rir:- Tão impaciente assim?- Já faz tanto tempo que não como sopa picante, estou louca por uma colherada agora. - Ao abrir, Amanda se debruçou sobre a mesinha de centro, saboreando a sopa com imensa satisfação. No meio da refeição, ela finalmente levantou a cabeça para perguntar. - E você, Amadeu, o que comeu?- Eu jantei com Gustavo e os outros no escritório de
Naquele dia, Amadeu acabara de sair do escritório de advocacia Deutriavo quando Helena o abordou na porta.- Amadeu! – Ela cumprimentou. Amadeu franziu ligeiramente a testa, se virando para encontrar Helena, que corria em sua direção com uma mochila nas costas. - Quem é você? - Amadeu perguntou, sentindo uma vaga familiaridade, mas incapaz de identificar a moça. - Amadeu, sou Helena, a colega de quarto da Amanda. Já nos encontramos várias vezes antes, você não se lembra de mim? – Helena se apresentou- Desculpe, não me recordo. – Ele disse. - Não importa, agora estamos apresentados. – Helena estendeu a mão, mas foi recebida pela frieza de Amadeu. - Se não tem mais nada, eu preciso ir. – Empurrando sua bicicleta, Amadeu disse. - Amadeu, também estou voltando para a universidade. Daqui até lá é tão longe, você poderia, por favor, me dar uma carona? – Helena segurou a frente da bicicleta instintivamente, olhando para ele de forma suplicante. - Desculpe, minha bicicleta não tem ass
No fim de semana, Gustavo organizou um passeio de outono.Era um grupo de quatro pessoas indo para uma caminhada nas montanhas.Eles queriam levar Tristão junto, mas ele sentiu que seria como uma lâmpada brilhante demais, então decidiu não se juntar aos dois casais.Durante a subida da montanha, eles optaram por não usar o teleférico. Amadeu e Gustavo, que se exercitavam regularmente, estavam com a energia lá em cima, mas Amanda e Lívia estavam ofegantes logo atrás.- Ei, vocês dois podem subir mais devagar e esperar por nós? - Lívia, se apoiando na cintura, gritou de trás.- Lá embaixo, na base da montanha, eu sugeri pegar o teleférico porque estava preocupado que vocês duas não aguentassem. Quem foi que recusou tão prontamente? - Gustavo, parado nos degraus da trilha da montanha, se virou e sorriu para elas, zombando.- Como eu ia saber que escalar essa montanha insignificante seria tão cansativo? Essa montanha nem parece tão alta! - Lívia fez um bico com os lábios.- Vem, este nobre
Quando decidiram ir embora da montanha, escolheram pegar o teleférico na descida. Dentro do teleférico, Gustavo e Lívia brincavam e discutiam animadamente, mas Amadeu e Amanda estavam visivelmente abatidos, permanecendo em silêncio durante toda a viagem.Depois de um dia inteiro de diversão, ao retornarem ao Distrito de Green City, Amanda, que seguia Amadeu de perto, abraçou sua cintura por trás.Amadeu ficou ligeiramente surpreso, olhando para baixo para as pequenas mãos delicadas que se enlaçavam em sua cintura. - O que foi? - Ele pegou as mãos dela e perguntou.- Você ainda está chateado com o que aquele monge varrendo o chão disse? - A garota atrás dele inclinou a cabeça para olhar o rosto sombrio dele.- Não. – Ele respondeu. - Ele não é nenhum mestre, só estava falando sem pensar. Não acredite no que ele disse. Que época é essa para alguém dizer algo sobre amaldiçoar a esposa? - Amanda resmungou irritada.- É, eu não acredito. - Amadeu se virou, envolvendo a cabeça dela em seus
Poucos dias após o Natal, Amanda adoeceu. Ela estava com febre e delirava. Quando Amadeu chegou em casa, vindo do escritório de advocacia, levou um susto ao ver a pequena deitada na beira da cama, com a cabeça baixa e os longos cabelos derramados. Ela vestia um pijama de algodão e parecia abatida. Amadeu chegou a pensar que ela tinha sufocado.Rapidamente, ele se aproximou e verificou sua respiração. Ela ainda respirava. Aliviado, Amadeu a pegou nos braços e tocou sua testa levemente quente. Não estava tão quente quanto ele temia. - Amadeu, eu estou morrendo? - Amanda, fraca, piscou e perguntou com os lábios trêmulos.- Que bobagem. É só uma febre baixa, vou pegar o termômetro. - Respondeu Amadeu, colocando o termômetro embaixo do braço dela e instruindo. - Deixe aí por cinco minutos, segure bem para não cair. Vou fazer canja.- Eu não quero canja. - Amanda, encostada na cama, mordeu levemente o canto da boca e segurou a manga da camisa dele. Devido à febre, ela não sentia gosto de na