Fronteira ocidental.Numa tarde de início de verão, se ouvia o ocasional canto de cigarras. A desolada fronteira começava a mostrar sinais de vida vegetal. Os soldados marchavam em passos sincronizados em direção ao refeitório.Era uma sexta-feira, e à noite os soldados teriam folga. Rogério correu até lá e perguntou:- Marco, que tal darmos uma volta na cidade esta noite, depois do expediente?Marco olhou para ele e respondeu com um leve desprezo em sua voz:- O que eu teria de interessante para fazer com você?- A gente não poderia sair para beber e comer? Você só consegue se divertir ao lado de uma mulher?Marco estava sentado no parapeito, com as longas pernas apoiadas no corrimão, olhando fixamente para o pôr do sol e o céu ao longe.Ele respondeu friamente:- Estou esperando por uma mulher para jantar. Não tenho tempo para você.Rogério desdenhou dele internamente e perguntou:- Aquela Jéssica vai voar até aqui esta noite?- Sim, algum problema?- Receio que essa mulher esteja bri
Depois de jantar no bar, Marco dirigiu o carro de volta ao acampamento.A viagem era longa.Jéssica estava sentada no banco do passageiro, e perguntou:- Por que eu nunca ouvi falar da sua avó?Marco sorriu levemente e lhe lançou um olhar enigmático.- Antes, nosso relacionamento ainda não havia chegado ao ponto de pensarmos em casamento, não é?No sorriso dele havia uma pitada de brincadeira e provocação.Sob a luz tênue, o rosto de Jéssica aqueceu um pouco, e ela mordeu o lábio, dizendo:- Quem disse que eu vou me casar com você? Por enquanto, só concordei em namorar com você.Marco assentiu e disse:- Primeiro namoramos, depois nos casamos.O casamento era só uma questão de tempo.Jéssica apertou os lábios, mas preferiu ficar em silêncio.Ele tinham acabado de comer, e ela estava cansada depois de pilotar por horas naquela tarde. Ela se encostou no banco do passageiro, e sentiu seu corpo relaxar.Olhando pela janela, ela observou as montanhas e a linha costeira deslizando pela paisa
Depois de passar o final de semana com Marco, Jéssica retornou ao País Z.Mas, assim que chegou ao País Z, foi interceptada por duas pessoas conhecidas.- Leandro, Sérgio, o que vocês estão fazendo aqui?Os dois haviam viajado até o País Z justamente para encontrar ela, certamente era uma questão importante.Sérgio, com uma expressão sombria, olhou para Jéssica e disse friamente:- O seu namoro com Marco já chegou aos ouvidos do Sr. Nelson, e sua identidade também já foi descoberta por ele.Leandro, mais educado, falou calmamente:- Srta. Jéssica, por favor, venha conosco até a Cidade H.Jéssica arqueou as sobrancelhas. Ela estava na Mansão da Serra, ela não tinha medo em seu próprio território.- E se eu não quiser ir com vocês?Sérgio, impetuosamente, sacou uma arma da cintura e a ameaçou:- Então não nos culpe por sermos rudes!Leandro lançou um olhar repreensivo a Sérgio e, com um gesto, tentou conter a raiva dele, franzindo a testa.- Sérgio, o que você está fazendo? Por que você
Nelson franziu a testa, com o olhar frio e severo fixo em Jéssica.- Como assim, você acha que uma pessoa insignificante como você é mais importante do que o futuro dele? - A voz de Nelson carregava um tom desdém e zombaria.Jéssica permaneceu imperturbável, e encarou Nelson com calma, dizendo de forma serena:- Sr. Nelson, por que você me menospreza tanto? E se eu fizer parte do futuro do seu filho?- Que pensamento arrogante!Jéssica mordeu levemente os lábios vermelhos e sorriu, se esforçando para manter a calma.Ela ficava se lembrando que aquele homem era o pai biológico de Marco, talvez até um futuro membro de sua família.Ela suportou as zombarias de Nelson não porque não ousasse confrontar ele, mas simplesmente porque ele era o pai de Marco. Ela tinha que se segurar.Se fosse qualquer outra pessoa falando com ela daquela forma, aquele jardim já estaria aos pedaços.- Sr. Nelson, eu respeito você por ser o pai de Marco, mas discordo da maneira que você que está agindo.Ele estav
No quintal da Mansão Juana.Isaac saboreava seu chá, observando as flores vivas do jardim, quando o mordomo entrou para avisar algo.- Isaac, a Srta. Nadia chegou.Nadia usava um chapéu de veludo preto, cujo véu escondia seus belos olhos e parte do rosto.- Sr. Isaac.- Se sente, por favor.Ela se sentou numa cadeira de vime ao lado da mesa e disse:- Jéssica veio para a Cidade H.Isaac sorriu levemente.- Ela não só veio, mas também se encontrou com o Nelson. Eles quase chegaram às vias de fato.Ao ouvir isso, um brilho de satisfação surgiu nos olhos de Nadia. Mesmo que Marco preferisse Jéssica, certamente Nelson não gostava dela.- Sr. Isaac, nossa chance chegou?Ele se virou para ela e respondeu:- Não é nossa chance, é a sua chance.- O que o senhor quer dizer, Sr. Isaac?- Marco está na fronteira agora. Mesmo que ele tenha deixado pessoas vigiando a Cidade H, ele não está lá para controlar a situação. Se você aproveitar essa oportunidade e usar a influência do Nelson para eliminar
- Chefe, agora que encontramos a Srta. Gisela, por que o senhor não falou com ela antes?Emanuel Moura observou a silhueta esguia se afastando, com um olhar profundo.- Agora não é o momento para isso. Mande alguém seguir ela secretamente.- Entendido.Emanuel e seu assistente saíram do shopping e foram para o carro.Ele perguntou:- Aquilo que te pedi para investigar, encontrou algo?O assistente passou os documentos para ele, dizendo:- A Srta. Gisela foi adotada pelo líder da Organização Brilhante. Desde então, sempre serviu à Organização Brilhante, mas agora que a organização foi desfeita, ela parece não estar mais trabalhando como agente.Emanuel franziu a testa, olhando para as informações sobre Jéssica nos documentos.Então ela agora não se chama mais Gisela.Ao ver a seção sobre relacionamentos, as sobrancelhas de Emanuel se franziram ainda mais, e um brilho frio surgiu em seus olhos.Seu assistente, observando a mudança de humor de Emanuel pelo espelho retrovisor, falou cuidad
Dentro da Mansão Moura.- Como ela está? - Perguntou Emanuel.- Não se preocupe, senhor. Ela acordará logo, conseguimos tratar a droga que estava no organismo dela.Emanuel e se sentou ao lado da cama, observando a mulher inconsciente com uma leve ruga na testa, ainda preocupado.Após a saída do médico, a empregada Naomi entrou silenciosamente.- Sr. Emanuel, o caldo está pronto.O olhar de Emanuel permaneceu fixo em Jéssica, e ele falou com voz suave:- Mantenha o caldo aquecido por enquanto.- Claro.Ela parecia tão indefesa e frágil enquanto dormia, despertando nele um forte desejo de proteger ela a qualquer custo.Ele levantou a mão e alisou os cabelos de Jéssica que cobriam sua testa, e os colocou atrás de sua orelha.Emanuel se lembrava de 18 anos atrás, quando ela era apenas uma criança, quieta e teimosa, frequentemente intimidada pelas outras crianças desobedientes do orfanato.Ela era resistente, e mesmo quando tentavam roubar a comida dela, ela se recusava a ceder.a época, e
País R, Cidade H.- Como está a situação, vocês encontraram a Srta. Jéssica?- Por enquanto não, só conseguimos rastrear o carro que a Srta. Jéssica pegou para ir ao aeroporto. O veículo foi encontrado em um ferro-velho, completamente desmontado.Leandro enviou várias equipes em busca de Jéssica, mas não encontrou nenhuma pista.- Continuem procurando, é imprescindível encontrar a Srta. Jéssica!Leandro estava extremamente ansioso. Já faziam dois dias que ele não tinha notícias de Jéssica. Se algo realmente tivesse acontecido com ela na Cidade H, como ele explicaria isso a Marco?...Fronteira oeste.Marco ligava para Jéssica de dois em dois dias. Não fazia isso diariamente porque ela já tinha dito que ligações cotidianas pareciam mais uma forma de controle do que um gesto de carinho. Marco não era um namorado excessivamente grudento, então eles encontraram um meio-termo: uma ligação a cada dois dias.Mas desta vez, Marco tentou ligar quatro vezes e não recebeu resposta nenhuma vez.