A intensa neve na Cidade Setentrional caiu por vários dias consecutivos.Depois de um longo período, finalmente, nesta manhã, ela parou, dando lugar ao brilho suave do sol, que aquecia a paisagem coberta de gelo e neve.Rita observou o adormecido Lucas por um longo, longo tempo.Ele dormiu profundamente desde a noite passada até agora.Roberto havia partido, mas agora, ao acordar, seria Lucas novamente ou seu alter ego, Caio?Preocupada, Rita o observou ali deitado por mais de meia hora.Lucas lentamente abriu seus pesados olhos, a luz do sol o fez piscar e, contra a luz, ele enxergou Rita.- Ritinha? - Lucas, você finalmente acordou! Rita correu até ele e o abraçou pelo pescoço.Lucas se ergueu e segurou suas mãos em resposta.- As outras personalidades apareceram? Com um tom triste, Rita disse: - Foi o Roberto, Lucas. Você sabia? A pessoa que me salvou há dez anos foi o Roberto, ele é você também. Lucas ficou momentaneamente surpreso, nunca imaginara que a pessoa que a salvou há
Rita sentava-se nos degraus da escada, abraçando os próprios joelhos, ficando silenciosa por um longo tempo.Os ecos da voz de Clara ainda ressoavam em seus ouvidos."Você não sabia? O irmão já marcou uma consulta para a sua cirurgia."Rita, de rosto pálido, sentou-se ali, imóvel perante os últimos ocorridos.Ela fechou os olhos delicadamente, e as lágrimas acabaram escorrendo....Rita foi sozinha para o hospital.Sentado na cadeira de seu nconsultório, o médico olhou para o resultado dos exames Rita, se manteve concentrado, voltou seu olhar a ela e suspirou:- Senhorita Rita, seria melhor abortar o bebê em seu ventre o mais rápido possível. Isso minimizaria o dano que pode acorrer avocê. Você ainda é jovem, terá muitas outras oportunidades para tentar ter um filho.Rita saiu do hospital com o humor muito baixo.Ela não queria voltar para casa, apenas vagava sem rumo pelas ruas.Sem perceber, Rita encontrou-se em frente a uma igreja velha e desgastada. Ela entrou, fechou os olhos dia
No meio da noite, Clara teve um sonho muito assustador.Ela acordou de repente.O quarto que era escuro se iluminou com um acender de luz.- Clarinha? O que aconteceu?Clara se jogou nos braços de Inês, tremendo de medo.- Mãe, eu sonhei que a Rita, coberta de sangue, vinha me cobrar a vida. Eu também sonhei que o papai queria me matar, me obrigando a dar minha própria vida pela a de Rita...O rosto de Clara estava molhado de lágrimas e os olhos vermelhos de tanto chorar. Inês a acariciava, tentando consolá-la.- Foi só um sonho, Clarinha. Por mais cruel que seu pai possa ser, você é filha dele. Ele nunca faria isso com você.- Mãe, não consigo mais ficar em Cidade S. Preciso ir embora!Inês a olhava com pesar.- Se você sair agora, só vai levantar suspeitas. Ouça sua mãe, espere um pouco, deixe chegar alguma notícia e ai então eu te levo para a Inglaterra.Clara balançou a cabeça com força.- Mãe, não posso esperar. Se papai descobrir que fui eu, ele vai me entregar à polícia! Ele de
Lucas ficou atordoado.Ele abraçou forte o corpo frágil e magro de Rita.- Daqui a pouco não vai doer mais, eu vou te tirar daqui.Os olhos de Lucas estavam cheios de veias vermelhas, seu olhar era agudo e feroz.Rita continuava sangrando.Lucas não a carregava nas costas, em vez disso, ele a abraçava apertado contra seu peito, protegendo a pequena Rita com todo o seu corpo, assim impedindo que as chamas a tocassem.Rita se sentia segura como nunca antes se sentiu.Em seu peito, ela levantou o rosto pálido com esforço e disse:- Lucas, o fogo está muito forte, não vamos conseguir fugir se você me carregar. Estou feliz que você veio me salvar, mas não quero que morra aqui comigo, vá...- Rita, que besteira você está falando! - Lucas gritou com ela.Rita enterrou o rosto em seu peito novamente, abraçou-o ainda mais forte e parou de falar.O fogo consumia tudo Até que derepente, uma viga de madeira em chamas despencou do teto acima deles!Lucas protegeu Rita em seus braços......Rita fic
Os olhos de Rita ainda estavam fixos em Lucas.- Ficou louca?Lucas a colocou na cama com as pernas dela penduradas na beirada. Pegou um lenço de papel e limpou seus delicados e brancos pezinhos. Eles estavam um pouco sujos.Rita, de repente, estendeu sua a mão e apertou o rosto dele. Lucas nem sequer franzia a testa, nem olhava para ela, já estava acostumado com essas pequenas ações de sua esposa. Sempre que Rita estava incerta, ela gostava de beliscar o rosto dele. Isso não era a primeira vez que acontecia.Rita sentiu a pele de Lucas, seu coração, que estava vazio, de repente, se encheu por complete. Ela caiu sobre ele, abraçando seu pescoço com força. Os soluços reprimidos de Rita voltaram a ficar fora de controle.- Eu pensei que você tinha morrido no incêndio tentando me salvar. Lucas, eu estava muito assustada...Lucas a abraçou com força, acariciando suas costas com sua mão e suspirou suavemente.- Eu disse, não morreria antes de você.As lágrimas de Rita jorraram de seus olhos
Clara, assustada, escondia-se no quarto, arrumando suas coisas apressadamente. Inês entrou na sala a passos largos.- Clarinha, já arrumou tudo? Pegue esse bilhete agora e vá embora!Os olhos de Clara estavam vermelhos e replete de medo e injustiça.- Mãe, eu não quero ir...- Agora que chegamos a este ponto, mesmo que você não queira ir, você vai. Tenho medo que Lucas já tenha chamado a polícia, eles virão para interrogar você em breve. Você deve ir embora e voltar quando tudo estiver mais calmo.Inês tentou levar Clara embora, mas José, apoiado em sua bengala, bloqueou a saída.- O que vocês estão planejando?Inês primeiro sentiu-se culpada, mas logo depois riu friamente e se armou de coragem.- Então, você quer mandar sua própria filha para a prisão? José, durante toda essa vida, cuidei desta família com todo o meu coração e força. Nunca te devi nada. Você é o único que sempre deveu, a mim e a Clarinha. O que você quer agora, colocar sua sob a lei, só para proteger Rita?José apert
Quando Inês percebeu que não poderia mais evitar a situação, ela franziu os lábios e disse:- Minha filha não sabe nada sobre isso, mas eu sei.- Mamãe...Clara segurou Inês.Inês se virou, até sorriu e acariciou a cabeça dela, dizendo:- A mamãe vai voltar para casa em breve, não se preocupe comigo, está bem?- Mas mamãe...- Inês... – Joé hesitouJosé queria dizer algo, mas Inês apenas lançou-lhe um olhar frio antes de sair para for a de casa, e entrar no camburão dos oficiais.José jamais esperava que Inês assumiria todos os crimes por Clarinha.Depois que o carro da polícia partiu, Clara, furiosamente, chutou a mala que estava segurando ao lado, olhando com ódio para José. - Eu te odeio!...No hospital, Rita conseguiu ficar no mesmo quarto que Lucas, como desejava.Lucas, por ter sofrido queimaduras graves nas costas, precisava dormir de bruços.Rita se apoiou ao lado dele, olhando todas as queimaduras negras e carnosas em suas costas, por curiosidade, seu dedo parou a alguns cen
Dentro da delegacia.- Policial, vim ver minha mãe.O policial franziu levemente a testa e lançou um olhar dúvidoso para Ana.- Sua mãe?Ana assentiu, dizendo:- Beatriz.Ao ouvir o nome de Beatriz, as sobrancelhas do policial se contraíram ainda mais.- Todas as evidências estão aqui, mas sua mãe ainda não confessou. Você deveria entrar e ter uma boa conversa com ela.Ana apertou a palma de sua mão, sentindo uma onda de ressentimento em seu coração. Por for a, ela mostrou um sorriso natural para as pessoas da delegacia.- Ok, obrigada.Quando entrou na sala de interrogatório, Beatriz estava algemada com as mãos sobre a mesa. Ana imediatamente se atirou nela.- Mãe!- Ana!- Vocês duas, mãe e filha, devem ter uma seriamente! – disse o policial.Quando ele saiu, a porta da sala de interrogatório se fechou.Ana sentou-se em frente a Beatriz, que logo segurou a mão de sua filha.- Ana, você tem que encontrar uma maneira de tirar sua mãe daqui!- Não se preocupe, já falei com o tio Ricardo