Gaby
É muito cansativo trabalhar o dia todo e estudar à noite, mas eu tenho fé que vou conseguir finalizar o ensino médio, é um dos meus maiores objetivos, pois era o que minha mãe sempre quis e sonhou para mim, por isso eu batalho mesmo dia e noite para conseguir concluir tudo, e fazer com que minha mãezinha se sinta orgulhosa de mim lá do céu. — Gaby trouxe isso pra você! - Alyson diz me entregando um copo de suco e um sanduíche. No mesmo instante em que olho pra comida, minha barriga me lembra que eu não comi nada o dia todo, e devido aos surtos frequentes do Luan, na minha casa também não há comida nos armários, então eu aceito o lanche que amigo trouxe pra mim, porque não estou podendo me dar ao luxo de recusar comida por causa de orgulho. — Obrigada Alyson, mas não faça isso novamente. - eu digo mesmo sabendo que amanhã ele me trará lanche de novo, ele sempre faz isso, pois percebe que eu sempre me afasto e fico em um canto do pátio estudando durante todo o intervalo, enquanto o restante do pessoal da sala compra lanches na cantina. É sempre isso, mesmo morrendo de trabalhar, eu nunca tenho dinheiro, recebo pouco na lanchonete e não tenho ajuda com as despesas de casa, pelo contrário, se eu não ficar esperta, acabo sendo roubada pelo meu próprio irmão. — Tudo bem princesa, agora termina o seu lanche tá? - ele pede com um sorriso largo, o Alyson é muito bonito, ele tem cabelos castanhos claros e olhos bem verdes, e eu sei que ele tem sentimentos por mim, porém, não posso correspondê-los no momento, pois não posso me dar o luxo de pensar em romances com tantas coisas acontecendo na minha vida. Assim que termino o meu lanche, peço licença para o Alyson e para os amigos dele que sempre sentam ao redor da gente no intervalo e ficam conversando com ele e puxando assunto comigo também, sempre os trato com educação, mas tudo dentro dos limites. Fui ao banheiro, e depois que fiz minha higiene senti o meu celular vibrando no bolso, e quando olhei pra tela, notei que haviam mais de trinta chamadas de áudio da Maju. Abri o watsap no mesmo instante, para a minha amiga estar ligando tanto assim no meio da aula, com certeza é porque algo aconteceu, e o Luan deve estar metido em alguma confusão, e minha suspeitas foram confirmadas assim que ouvi o áudio que ela havia me mandado. — Amiga sobe rápido o morro, teu irmão tá em apuros. - a voz da minha amiga estava desesperada. Assim que finalizei o áudio, abri a imagem de uma só visualização que ela me mandou. Aí meu Deus. Meu irmão e mais três garotos estavam envoltos dos pés ao pescoço com pneus de carro, nem precisa ser do morro pra saber o que está prestes a acontecer com eles, comecei a tremer as mãos até o ponto de fazer meu celular cair no chão, e o barulho da tela se quebrando faz eu acordar pra o mundo e ir correndo dali, sem nem voltar pra onde o Alyson e os colegas estavam pra avisá-los, também deixando meus livros e cadernos para trás. Subo o morro feito uma louca, até a parte que eu nunca nem me arrisquei a passar. A parte mais alta do morro pertence ao dono da favela, por aqui só rola o tráfico, drogas, bailes, bandidos e um monte de Maria Fuzil, coisa que eu sempre odiei, mas nesse momento eu não me importo, apenas estou indo rápido de encontro ao meu irmão. (...) — Se tu não paga a dívida pra mim, vai pagar para o Capeta. - uma voz grossa soava estridente para os garotos envoltos nos pneus, que choravam e se tremiam de medo. — Mas olha só o que temos aqui! - um dos malandros que sempre tira onda comigo quando passo na rua me surpreendeu por trás, revelando minha chegada pra todo mundo. — Sai fora daqui bonequinha, aqui não é lugar pra você não. E então o homem que está de costas ameaçando o meu irmão, se vira e seus olhos negros se cruzam com os meus, e ali eu vejo os olhos do próprio demônio. Ele demora um pouco me olhando de cima a baixo, e um meio sorriso perverso se forma no canto de seus lábios. — Oi boneca! - a maneira que ele está me olhando, me dá calafrios, e não é de um jeito bom. — Tá procurando o pai? Gostei de você! Pequeno leva ela pra o meu camarote que mais tarde eu apareço por lá, o que vai rolar aqui não vai ser bonito. — Na... Não! - tratei logo de explicar, ele estava achando que eu sou Maria Fuzil. — E.. eu... tô atrás do... — Gaby! - a voz chorosa do meu irmão se fez presente. — Gaby minha irmã, eu não quero morrer, eu não queroooo. Meu irmão chorava e logo as lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos também, até o momento em que um tiro pro alto soou e nos fez engolir o choro. — Aqui não é lugar pra reunião de família! Se tu quiser ver o teu irmão morrer, faz isso calada. - Lobão disse com uma voz grossa que me fez tremer, mas eu tenho que fazer algo, não posso deixar o meu irmão morrer. — Por... por favor... não mata ele. - pedi e novamente ele se virou pra mim. — Esse Zé tá me devendo a maior grana, e ele não vale nem metade disso, pois é um drogado de merda, tenho certeza que vou até te fazer um favor empacotando ele. — Ele é meu irmão! Não posso permitir que ele morra assim por nada. - não sei de onde tirei a coragem, mas disse tudo de uma vez. — Amiga! Você veio até aqui. - Maju disse subindo o topo do morro de mãos dadas com o Danger, e já veio correndo me abraçar. — Caralho Danger controla tua fiel porra! Minhas atividades virou fofoca de mulherzinha agora? - ele disse e dando outro tiro, mas em vez de ser pra cima, dessa vez foi na testa de um dos caras que estava preso. — Tô nervoso caralho! Os fiotes chega querendo enquadrar o meu serviço, tão me devendo e vão morrer porra. — Beleza! Beleza patrão! - Danger disse olhando feio para a minha amiga, fiquei com medo dela entrar em problemas por minha causa, esses caras não são brincadeira, coitada da mulher que se envolver com eles. — Eu solto esse Zé que tu chama de irmão se tu pagar a dívida dele. - disse o chefão do tráfico novamente me olhando com o seu olhar gelado. — Tudo bem, eu aceito! Eu saio da escola e arranjo outro emprego, nem que eu me vire em mil eu... — Não é assim que tu vai me pagar boneca. - ele disse me devorando com o olhar, e com um sorriso diabólico. — Tu vai pagar sentando bem gostoso pro pai. — Eu… eu não sou puta. — Não é só puta que dá que dá a buceta. - todos os soldados estavam calados, até o Danger, apenas observando a conversa, ninguém é doido de desafiar o Lobão. — Eu já me demorei demais, vou mandar esse caraio pro inferno e voltar pro meu puteiro. — Eu não quero morrer, por favor irmãzinha. - meu irmão suplicou com a voz embargada e meu coração se apertou. — Já te saquei novinha! Tu se acha melhor que as outras cachorras da favela, e gosta de fazer cu doce. Tu que sabe, vaza logo dessa porra. - apontou a arma pra testa do Luan. — NÃO! - eu gritei e percebi que o Lobão sorriu, ele tá claramente jogando com a minha mente. — Eu aceito! Eu faço tudo o que o senhor quiser, apenas solte o meu irmão. — Danger! Liberta esse pau no cu. - deu a ordem pra namorado da minha amiga. — Pode pá! - o Danger soltou o meu irmão, que veio correndo e me abraçou. — Fica de boa bonequinha! Logo logo tu vai ser solicitada. - tremi quando ele disse isso, mas tentei ignorar e levar meu irmão pra casa. — Chefe, e esses que sobraram? Solta também? - um dos vapores perguntou, apontando para os outros dois garotos que estavam presos. — Tá doido fiote! - Lobão disse dando um tiro nos galões de gasolina próximo aos pneus, e de repente tudo começou a pegar fogo. — Pra você ver o que vai acontecer com o teu irmão se tu não ficar de leves comigo. Assim que ouvi o que esse monstro disse, desci o matagal do morro com o meu irmão e a Maju, queria deixar logo aquela cena de terror, e levar o Luan pra o nosso barraco. Abri a porta de casa e passei direto pro banheiro, abri a tampa do vaso e logo comecei a vomitar, joguei tudo o que tinha comido pra fora, depois escovei os dentes e encarei minha própria face no espelho da pia. Eu tenho que preparar bem o meu estômago, pra poder encarar o que está por vir.Lobão Eu tava já no ponto de mandar esses filho da puta pro inferno, quando de repente ouvi um converseiro atrás de mim e já me virei com minha arma no ponto, não gosto de ser atrapalhado quando tô resolvendo meus problema. E foi aí que eu vi a mina mais gata do mundo, fiquei bobo, mas procurei disfarçar pra não perder a postura na frente dos meus soldados, mas é sério caralho, essa mina é tão linda que nem parece ser real, parece essas mulher da televisão, nunca tinha visto uma assim ao vivo e a cores não. Quis logo matar os fela da puta que usaram da minha droga sem pagar, pra ir logo dar um trato na loirinha, acho que nem vou comer lá no quartinho dos fundos, essa eu vou levar pra uma das minhas casas, que é limpa e tem a cama maior, pra eu aproveitar bem ela. Já vou mandando a mina me esperar que rapidinho eu acabo o serviço, mas aí ela começa a chorar e a gaguejar dizendo que quer tirar um dos nóia dali, porque é irmão dela e tudo o mais. E é aí que eu ten
Gaby Assim que chego em casa com o Luan, o levo pro quarto e ele chora e me abraça, ele esteve a ponto de morrer hoje, ele teve a sorte que aqueles outros garotos não tiveram. — Me perdoa irmã! Agora você estar na mira do Lobão pra sempre. - diz e me abraça. — Tudo bem Luan, até que foi pouco o que ele pediu, o que eu não podia era ficar sozinha no mundo, eu tinha que te proteger meu irmão. - disse o acalmando. — Eu vou transar com ele e depois seguiremos nossas vidas normais. — Tu acha que o Lobão vai aceitar só uma foda com você? Irmã ele vai ficar doido, por isso que eu sempre disse pra você passar longe dos chefões daqui, eles não sabem tratar mulher não. - disse incorformado. — Eu te joguei na boca do lobo, literalmente, me perdoa irmã. — Já chega desse papo, eu vou fazer o que tem que ser feito, e pronto, agora descansa, que eu também preciso fazer isso. - eu digo e dou um beijo em seu rosto, me retiro e vou pro meu quarto. Fico pensando naqueles
Lobão Não é peso na consciência nem nada, mas porra, eu sou o Lobão caralho! Eu sou o dono do Morro, eu tenho todas as bucetas da favela ao meu dispor, e quando aquela garota apareceu pedindo pra soltar o irmão, eu fiquei impressionado e já conheci que a mina não era puta, pois se fosse eu já tinha tido o conhecimento disso ha muito tempo com certeza, então eu fiquei doidão e ofereci uma proposta que a mesma já foi logo aceitando o que me deixou bem animado. E aí quando ela brotou lá no meu barraco toda linda e maravilhosa, eu não pensei nem duas vezes, o pai foi com tudo pra cima dela, e só depois me toquei que a mina era virgem, e me assustei, na hora até dei uma de fiote, fiquei meio bobo, sem saber o que fazer, pensei em mandar ela embora, mas já tinha rompido o selinho, então decidi terminar o serviço, sei que sou um monstro da pior espécie, mas eu sei dar prazer pra uma mulher, e queria que a mina se sentisse bem na primeira vez dela. E eu confesso que eu amei
Gaby Eu cheguei em casa um pouco dolorida, mas feliz da vida, passei logo pra o banho e depois fui procurar o Luan, lhe dar a notícia de que a dívida estava completamente paga, mas já não o encontrei em lugar nenhum, fiquei triste pois já sei que ele foi procurar alguma maneira de se drogar, mas isso não iria ficar assim, na hora em que ele chegar nós iremos ter uma conversa bem séria. — Amigaaa! - escuto a voz da Manu entrando em casa, e ela me vê na cozinha e já vem me abraçar. — Amiga como você está? Está machucada? Aquele idiota te tratou muito mal? - me pergunta com uma expressão preocupada. — Amiga, não foi bem assim, ele até que foi meio grosso no início, mas depois que ele percebeu que eu nunca tinha feito sexo antes, o jeito dele mudou, ele me prometeu que seria carinhoso comigo, e ele foi amiga, nossa eu nem consigo descrever direito o que eu senti. - disse pra ela toda a verdade, não fazia nem sentido eu mentir. — Amiga você gozou? - ela me p
Lobão Saí do baile virado no ódio, como é que eu afasto a mina, por julgar que ficar longe de mim era o melhor pra ela, e a porra acaba me fazendo pagar de otario no complexo inteiro, por que dizem que mulher é tudo bixo ruim e falso, eu acredito nessas noías aí, pois é exatamente isso que tá acontecendo comigo. Subi o morro virado no capeta, direto pra casa do Lucas, mas antes de chegar no destino recebo uma chamada de rádio do vapor que mandei ficar de olho na Mel. — Fala Fantasma, passa logo a fita aí véi, que eu tenho umas tretas aí pra resolver. - falei ainda espumando de raiva. — Eu colei na Mel, como o senhor me pediu e descobri que ela tá dando pra um verme do asfalto. - foi só ele dizer e eu dei minha risada maligna, aquela que bota medo até no capeta, pude até ouvir a batida assustada do coração do vapor no outro lado do telefone, pois ele já sabe o que acontece quando eu fico assim. — E cadê ela pow? Perdeu de vista? - pe
Gaby Depois que o Lobão me arrastou até aquele quartinho escuro e me colocou ao lado daquela outra menina que estava com os cabelos raspados, eu achei que seria o meu fim, que eu viraria uma peneira e morreria ali sozinha, sem nem dar um adeus para o meu irmão, do jeito que ele estava fazendo com essa garota que se chama Mel. — Meu papo agora vai ser com essa novinha 171! - o Lobão disse e eu comecei a me tremer, e a rezar bem baixinho. — Mano manera aí com a Gaby, ela não tem culpa das merdas que o porra do Lua faz. - Danger disse em minha defesa. — O que tu ainda tá fazendo aqui porra? - gritou zangado e deu um tiro pro alto, o Danger logo saiu e nos deixou a sóis. — Não tá vendo o que acontece quando a gente da muita confiança pra mulher? - falou apontando o corpo todo ensanguentando da menina. — A porra da Mel procurou o destino que teve, e o único pecado da Gaby foi ter nascido irmã do Lua, e ter esbarrado no teu caminho. - Danger disse e e
Lobão Olhar diretamente nos olhos da novinha enquanto ela puxava o cano da minha arma pra cabeça dela e mandava eu atirar, mexeu comigo de uma maneira que eu não consigo explicar, eu simplesmente fraquejei, e tive que sair imediatamente dali pois, eu temia fazer algo no qual fosse me arrepender depois, tipo segurar ela nos braços e cuidar dela para sempre, pois foi essa a vontade que eu tive ali. Por isso inventei o papo furado de não aceitá-la entrar no meu carro por que a mesma estava mijada e fugi logo de perto dela. Porra a mina é mó firmeza, essa é que a verdade, ela estava claramente com medo pois até se mija ela se mijou coitada, mesmo assim pediu pra morrer, pois preferia a morte a virar puta de vapor, confesso que não é muito do meu feitio, mas eu fiquei com pena, a real é que a garota não tem culpa de ter nascido irmã do Noiado do Lua, e quer saber, eu não tô devendo nada a ninguém, sou bicho solto mesmo nesse caralho, pois se ela quer sair dizendo por aí
Gaby Quando eu acordei percebi que estava sozinha na cama, e escutei um barulho de chuveiro, pouco tempo depois o Lobão apareceu apenas com uma toalha enrolada na cintura, e eu parei um momento observando as gotas de água que caía pelo seu abdômen de tanquinho, quando me vê tira a toalha de propósito e fica completamente pelado na minha frente, mordi meu lábio e minha respiração começou a falhar, a verdade é que o Lobão era o maior gostoso. — Tá gostando do que vê novinha? - ele me perguntou com um sorriso sarcástico. — Nunca vi outro homem pelado além de você na minha frente, então fica até complicado dizer se eu gosto ou não. - eu disse com a coragem tirada não sei de onde, pois ontem mesmo esse cara quase me matou, o que garantia que ele não fosse fazer isso de novo. — Te levanta e cai fora da minha cama! Não pensa que vai ficar pagando de mentirosa e viver no bem bom as minhas custas, anda vaza, tu não vai usufruir de vida boa de fiel não, porque i