POV EROSMerda!Aquele tapa me pegou desprevenido. Eu não esperava por isso. Embora não tenha doído, o simples fato de ela ter tido a coragem de me bater me feriu emocionalmente. Droga!Eu pude ver que ela também ficou surpresa. Ela me olhou com a boca aberta e depois olhou para a própria mão.— Amor... Me desculpa — disse Celeste, se aproximando de mim. Mas levantei a mão, sinalizando para ela parar, antes de sair furioso do nosso quarto.Meus sentimentos estavam feridos. Ela me deu um tapa porque eu estava defendendo aquele idiota!Eu também estava morrendo de ciúmes. A ideia de Celeste com aquele médico maluco estava me deixando nervoso. Eu estava ficando paranoico. Não conseguia parar de pensar que Celeste ainda gostava dele — e ele dela.Droga!Eu amava a Celeste e fazia de tudo para fazê-la feliz. Só de pensar que ela se importava com aquele cara, meu coração se partia. Meu Deus!Eu queria que aquele médico ficasse longe. Queria ele a um milhão de quilômetros de distância de nós
POV CELESTEMamãe chegou em casa cedo na manhã seguinte com Lillian, trazendo seus muffins caseiros de chocolate. Eram os preferidos do Wade.Estávamos tomando café da manhã e eu não consegui evitar contar o que tinha acontecido na noite anterior.— Você não deveria ter trazido o Theodore aqui — disse mamãe para Lillian.— Por que não? Não vejo problema nenhum — Lillian arqueou uma sobrancelha.— Você sabe o quanto o Eros fica com ciúmes do Theodore.— Ele se comporta como uma criança. Deveria aprender a superar suas inseguranças — Lillian sorveu seu chocolate quente. — Theodore quer ver a Celeste. Ele é como um irmão para nós. Se o Eros realmente ama a Celeste e se importa com ela, e conosco como família dela, então ele deveria aceitar nossa amizade com o Theodore.— Eu sei. Mas também deveríamos entender ele, os sentimentos dele — respondeu mamãe.— E os nossos sentimentos, e os da Celeste? Não é razoável abrir mão da nossa amizade com o Theodore só por causa do ciúme dele.Mamãe ba
POV CELESTEEu me sentia muito deprimida. Infeliz. Nada conseguia me fazer sorrir naquele momento. Eros estava bravo comigo e isso pesava no meu coração. Eu odiava essa sensação. Era uma mistura de tristeza, preocupação e arrependimento.Queria tanto ter uma máquina do tempo para voltar ao momento em que esse conflito começou. Eu poderia ter lidado melhor com a situação.Estava torcendo para que Eros e Theodore se tornassem amigos. Achei que, depois de sete anos, era tempo suficiente para que Eros perdoasse e esquecesse o que havia acontecido no passado. Mas eu estava errada. Não teria feito diferença se tivesse passado um ano, dez ou cem... Eros continuaria odiando Theodore.Suspirei fundo. Meu espírito estava em caos e minha mente, confusa. O que eu vou fazer para resolver esse problema?Comunicação. Os especialistas dizem que é a chave para um casamento bem-sucedido.Mas Eros não queria falar comigo. Eu entendia que ele ainda não estava pronto e que precisava de espaço.Dirigi até
POV CELESTE—Vamos para as Filipinas.—Quando? — Fiquei surpresa e animada ao mesmo tempo quando Eros chegou tarde uma tarde e anunciou que iríamos para as Filipinas por um assunto de negócios.—Neste fim de semana — Ele me segurou pela cintura com os dois braços e me levantou até que nossos rostos ficassem no mesmo nível. Me beijou demoradamente e me fez derreter.Enlacei meus braços em volta do pescoço dele e retribuí os beijos com igual fervor. A mão de Eros deslizou por baixo da barra da minha saia e subiu até a parte interna da minha coxa quando a porta se abriu de repente.—Mãe! Você viu meus tênis novos da Nike? Aqueles que compramos na semana passada? — disse Wade, invadindo o nosso quarto.Me assustei e me soltei dos braços de Eros.—Olá, rapazinho. Eu te disse para bater antes de entrar no nosso quarto — disse Eros a Wade.—Eu bati — respondeu Wade, com uma expressão confusa.Eros e eu nos entreolhamos. Ele bateu mesmo? Não ouvimos.—Da próxima vez, bate mais forte — disse E
POV CELESTE—Estamos esperando visitas para o jantar? —me perguntou Eros quando chegou em casa depois do trabalho. Ele encostou meu corpo ao peito duro dele e me beijou no pescoço.—Não —respondi, virando-me para ele e dando-lhe um beijo nos lábios.—Por que preparou tanta comida? Quem vai comer tudo isso? —Seus olhos percorreram os diferentes pratos em cima da bancada da cozinha: carbonara, frango adobo, maki californiano, uma tigela de ramen e frango na manteiga com pão.—Nós.—O quê? Amor... você sabe que não janto muito. Um sanduíche já me basta —ele disse, fazendo uma careta.—Não se preocupe. As crianças e eu damos conta disso tudo.—A Esmeralda mal come, e você sabe que o Wade também não come muito. Ele está magrinho demais.—Para de reclamar. Estou com desejo desses pratos... e morrendo de fome. —Peguei um prato e coloquei na mão dele. —Seja bonzinho e me ajuda a levar isso pra mesa de jantar. Tô faminta.Ele sorriu.—Uau, isso é novidade. Achei que só tinha fome de mim.—De n
POV CELESTEEu estava no café bebendo chá verde quente e observando a menina do lado de fora vendendo biscoitos. Estava frio, mas ela já estava ali havia quase trinta minutos. Não tinha vendido muito. As pessoas passavam direto e a ignoravam.Ela estava muito pálida e magra. Sua franja grossa e o cabelo preto e liso quase cobriam seu rosto. Eu conseguia ver a tristeza em seu semblante e como seus ombros afundavam de vez em quando. Parecia desesperada por dinheiro.Fiquei com pena. Lembrei de mim mesma quando meu pai morreu. As dificuldades que enfrentei para ajudar minha família a pagar as contas mensais, o aluguel, os remédios da mamãe, a comida, tudo.Ela percebeu que eu estava encarando. Fiz um gesto com a mão para que entrasse.Seu rosto se iluminou e ela entrou no café imediatamente.— Bom dia, senhora. Estou vendendo biscoitos.— Olá, querida. Sente-se — eu disse.A menina sentou-se timidamente à minha frente e colocou a caixa de biscoitos sobre a mesa. Parecia mais jovem do que
POV CELESTE— A Rubí é tão fofa — disse minha mãe.— Tem um cabelo preto muito bonito. Igual ao do Wade — Lillian passou os dedos pelo cabelo de Rubí. — Ela puxou mais para os traços dos Pedrosa.Sorri.— Sim, mas não o temperamento.Lillian riu.— Aleluia por isso.— Quase não chora. Desde que a trouxemos para casa, nunca chorou a não ser por fome. Dorme a noite toda. O pediatra disse que está tudo bem. Tivemos sorte dela ter nascido assim — continuei.— Igualzinha a você. Você quase não chorava quando era bebê — disse mamãe, brincando com a mão da Rubí.— Sério?— Sim. Acho que Rubí tem a sua personalidade.— Quem deu chocolate pra bebê Rubí? — gritei. Tinha acabado de ir ao banheiro e, quando voltei pra sala, vi a boca da bebê toda suja de chocolate.— Eu não — Wade saiu da cozinha.Esmeralda estava no chão brincando com nosso cachorro, Marsh. Fingiu que não me ouviu. Sabia que era culpada.— Vocês dois. Não deem comida pra Rubí, tá bom? Ela não é um cachorro, pelo amor de Deus — f
POV CELESTE— O que é isso? — perguntei para Eros. Tínhamos acabado de acordar e ficamos surpresos ao ver cinco caixas grandes na sala.— Não sei — respondeu ele, examinando as caixas. — São para a Esmeralda.— O quê? — Conferi as caixas. Eram mesmo para Esmeralda, de uma loja online.O que tem dentro? Ela pediu tudo isso pela internet?Com as mãos na cintura, olhei para Eros com raiva, e ele deu de ombros.Foi ideia dele dar um cartão de débito para Esmeralda há um mês, quando ela fez oito anos. Eu disse pra esperar até que ela fosse suficientemente responsável, talvez com doze, como o Wade. Mas Eros insistiu que era melhor dar agora. Ela podia perder o dinheiro e passar fome na escola. Assim aprenderia a ser responsável com o próprio dinheiro.Mas isso aqui?!— Uau! Pacotes? — disse Wade atrás de mim. Também tinha acabado de acordar, descendo correndo com seu pijama azul.— São para a Esmeralda.— Tudo isso? — as sobrancelhas dele se ergueram surpresas.— Sim. Ela pediu tudo numa lo