Ela ainda estava encolhida no canto do quarto, quando notou os passos que se aproximavam dela. A sombra entrou primeiro, fazendo com que Siena Robins se encolhesse ainda mais, tentando se proteger do homem que a machucou no coração. Ela estava ferida mortalmente, sabia disso. Mas sentia-se ainda mais ferida pelas dores da doença não tratada. Ela estava tão pálida que quase parecia morta, e tinha o longo cabelo caído sobre o rosto. O semblante desesperado, parecia temer a tudo que podia alcança-la, no pequeno espaço que encontrou algum conforto. – O que há com você? – A senhora perguntou, entrando no ambiente. Siena Robins se levantou rapidamente. Logo, ela estava abraçada a velha senhora. – Oh, Senhora Dáda, eu não aguento mais essa vida. – O que há com você, menina? – A mulher perguntou, não por que a Pax estava chorando, mas por que de forma alguma a abraçaria da forma como fez. – Eu não posso mais ficar aqui, nesse casamento. Essa casa, eu preciso me livrar disso... Eu tenho q
– Aonde vocês estavam? – A mulher perguntou. Dáda passou direto por ela, mesmo sabendo que aquela atitude talvez tivesse consequências inesperadas. Tudo era inesperado quando se tratava da Sia Campbell. – Me responda para onde você levou essa inútil! – Ela exigiu, bloqueando a passagem da velha senhora. Dáda finalmente parou. Os olhos ainda carregavam o peso da tristeza que nunca sairia dela. – Eu e a Pax fomos visitar antigos conhecidos. Sia encarou a velha mulher. Sabia muito bem que Pax não tinha amigos na região. Ao menos não aonde estavam. Ela fixou os olhos no rosto odiado, e rapidamente as memórias surgiram em sua mente. As lembranças das torturas que passou nas mãos do maldito velho, ter seu corpo violado por vários homens ao mesmo tempo. Sia sabia bem o que o Sebastian havia passado, e conhecia a sensação de ter a sujeira impregnada ao corpo, não importava o quanto tentasse se limpar.– Você sabe que ela não tem amigos aqui. – Eu nunca disse que levei ela para ver amigo
Siena entrou no banheiro. A agua que caia se misturava as lágrimas que não paravam de brotar. As mãos cansadas tremiam tanto, que ela não sabia se estavam machucadas ou se ela estava fraca, depois de um dia inteiro no sol, lavando roupas. Ela se deitou na banheira e fechou os olhos. Não havia um único momento em que se sentisse em paz, como aquilo. Mas nada para ela durava por muito tempo. Siena sentiu que estava sendo observada, e quando abriu os olhos, aquele homem, estava ali, parado ao lado dela. Ele era como um assombro. Algo assustador, e ela nem mesmo podia entender como ele havia entrado no quarto tão silenciosamente, que ela não conseguiu ouvir um único passo vindo dele. O corpo dela estremeceu. Pensar que estava completamente exposta daquela forma a deixava inundada pela vergonha, mas no instante em que ele deu um passo, Siena se levantou, expondo o corpo completamente sem roupas. Aquela, definitivamente não era a intenção, mas a pobre moça foi tomada pelo impulso. Ela des
Ela agarrou na cama, esperando pelo contato voluptuoso que voltaria a machuca-la por dentro, em golpes sempre brutais. A sensação de ser rasgada a invadiu, e Siena balançou as pernas. Ela estava desesperada. Surpreendendo a si mesmo, Sebastian Black parou. Ele não costumava fazer aquilo a força. Ele nunca teve que implorar a qualquer mulher para ser sua. Ele nunca precisou obrigar alguém. Até mesmo as mulheres pagas se ajoelhavam para ele, prontas para aceitar suas ordens, mas Pax era uma maldita flor delicada. Linda e venenosa, mas ainda delicada. Ele esperou que ela se acalmasse, e inclinando o calor do próprio corpo, ele recaiu sobre ela, segurando seu peso ao máximo para não esmaga-la. – Relaxe para mim, Pax. – Ele ordenou. A voz rouca arfou próximo ao ouvido como uma brisa quente. – Eu não consigo. – Ela choramingou baixinho. Siena Robins sabia que ele não sentia pena dela. Ele não sentia nada por ela, além do ódio. Então, por que se preocupava agora? Mas ele a tocou no pesc
Sebastian Black poderia ordenar que Pax deixasse seu quarto. Ele poderia coloca-la para dormir em outro lugar, mas nada afastaria a dor latejante em seu peito. Seis anos preso em uma cadeia, como um escravo jamais poderia ser apagado, não importava que fosse declarado inocente. Nada no mundo aplacaria sua dor, mas algo poderia ser feito para que ao menos as vozes em sua cabeça fossem silenciadas. Os pés o levaram para o mesmo caminho tão bem conhecido. Ele parou diante da porta. Sua postura impecável de militar o deixava ainda mais imponente, e quando ele invadiu o quarto com toda a sua fúria, a mulher deitada na cama levantou a cabeça, coçando os olhos. Nunca seria certo que ele tivesse amantes, mas Sebastian nunca se casou por amor, e nem mesmo seria capaz de algo assim novamente. A única que foi capaz de tê-lo por completo havia ido embora a bastante tempo e já não tinha como traze-la de volta. Tudo que restou para ele foi um casamento infeliz, apenas para evitar mais um suicídio
A porta do quarto se abriu de forma brusca, fazendo com que a maçaneta de prata batesse contra a parede branca. O rosto confuso da Siena Robins não se alterou. Ela ainda continuava a dormir como um anjo. Um anjo que não esperava ser arrastado para o inferno contra a sua vontade. A mulher usava um dos seus vestidos fabulosos quando caminhou até ela. O olhar de nojo se misturava a soberba e o orgulho de quem nada possuía, mas ainda insistia em acreditar que sim. Sia agarrou a perna que ainda estava para fora da cama. O corpo contendo toda a nudez exposta que ela escaneou e analisou, odiando cada aspecto dela. – Se levanta! – Ela ordenou. A mulher, no entanto, seguia dormindo pacificamente, como um pequeno querubim. Aquilo só enfurecia ainda mais a amante do Sebastian Black. A mulher que seria sua esposa, mas que fora reduzida a uma mera outra, apenas por causa de um bebê inventado. Sia Campbell olhou para cada pedaço da mulher e sentiu todo o ódio toma-la com força. – Acorda, maldita
Os olhos inundados de lágrimas não conseguiram desviar as grande cicatriz em frente a intimidade da Sia Campbell, não importava o quanto ela tentasse. Siena Robins sempre acreditou que seria fraca para coisas como aquelas. A visão a atormentava, mas de alguma forma, ainda era quase hipnótica. As mãos em frente a boca tentavam conter todo o horror. De certa forma, não era feio, mas era um grande lembrete do terror que a mulher foi submetida, e a cicatriz a faria se lembrar toda vez que estivesse nua. Sia Campbell pertencia ao barão, assim como muitas outras mulheres que foram levadas pela dama de fogo, direto para o demônio chamado pai. Siena Robins não conteve as lagrimas. Ela ainda seria capaz de sentir compaixão, ainda que fosse por alguém que a odiava profundamente. Ao respirar fundo, ela sentiu a dor latejante no peito, mas nada poderia melhorar o humor da mulher que se exibia para ela. Sia Campbell expressão todo o seu ódio ao revelar a careta de descontentamento. – Você está
Sebastian Black não parecia alterado. Nada no seu rosto indicava preocupação, mas ainda havia uma certa indignação no olhar. Ele encarou Sia Campbell. De alguma forma, a sobrancelha levemente arqueada fez a mulher se afastar. Sia deu vários passos para trás, e abaixou a cabeça. Ela seria a esposa submissa perfeita para qualquer homem, e aquilo foi uma das razões que fez com que o Sebastian Black assumisse o compromisso com ela. A mulher estava sempre ali, ao lado dele, mesmo quando a esposa do Sebastian estava viva. Mesmo quando ele era um homem perfeitamente fiel. Talvez houvesse alguma obsessão da Sia, mas o senhor Black não parecia se importar. Ele não se importava com mais nada. Sai Campbell escondeu as mãos para atrás do corpo, tentando evitar que o homem que amava pudesse ver o objeto de que ocultava com todo o cuidado. Sebastian Black andou em direção a esposa. Calmo e devagar, ele a alcançou. O rosto de dor o encarou, mas ele parecia morto por dentro. Nenhuma emoção. Nem me