Sebastian Black não parecia alterado. Nada no seu rosto indicava preocupação, mas ainda havia uma certa indignação no olhar. Ele encarou Sia Campbell. De alguma forma, a sobrancelha levemente arqueada fez a mulher se afastar. Sia deu vários passos para trás, e abaixou a cabeça. Ela seria a esposa submissa perfeita para qualquer homem, e aquilo foi uma das razões que fez com que o Sebastian Black assumisse o compromisso com ela. A mulher estava sempre ali, ao lado dele, mesmo quando a esposa do Sebastian estava viva. Mesmo quando ele era um homem perfeitamente fiel. Talvez houvesse alguma obsessão da Sia, mas o senhor Black não parecia se importar. Ele não se importava com mais nada. Sai Campbell escondeu as mãos para atrás do corpo, tentando evitar que o homem que amava pudesse ver o objeto de que ocultava com todo o cuidado. Sebastian Black andou em direção a esposa. Calmo e devagar, ele a alcançou. O rosto de dor o encarou, mas ele parecia morto por dentro. Nenhuma emoção. Nem me
Sebastian Black deslizou a alça do vestido pelo braço, e Siena sentiu o coração praticamente parar. Ela sabia o que aconteceria, e sabia o que esperar. Ela ainda sentia a dor dos golpes da Sia. Ela ainda sentia os últimos golpes dele em seu útero. Mesmo assim, ela resistiu. Ela não podia. Não mais. Não depois de apanhar tanto da amante dele. Mas a lágrima solitária estava ali, percorrendo seu caminho habitual. Fazendo com que ela sentisse o impacto do arrependimento cair sobre ela como uma bomba, outra, e outra, e outra vez. Ele retirou a roupa, e parecia tão cuidadoso que ela quase podia se iludir com uma noite romântica. Mas lá estava ela, apenas de peças íntimas, e ele vestido, como sempre. Tentando esconder sua dor, ela continuou paralisada como uma boneca, esperando que ele pudesse terminar logo. Quanto mais rápido melhor. Mas Sebastian Black parecia indecifrável em intenções. O rosto inalterado ainda mantinha o mesmo semblante odioso de sempre. Nem mesmo a carranca o deixava
Siena Robins escutou quando a porta rangeu. Ela ainda não se virou. Não podia. Seu corpo paralisou. O medo a dominou completamente quando passos se aproximaram para mais próximo a cama. O som das roupas sendo arrancas quando fez a pobre mulher abrir os olhos. Havia um misto de curiosidade e medo. Se ele notasse que ela estava acordada, talvez obrigasse a Siena a algo, ou talvez ele já tenha se satisfeito com outra mulher. A sensação de ser traída outra vez, mesmo que não fosse realmente o seu marido a atormentava.Siena Robins odiava ser incompetente, e odiava não poder fazer aquele homem feliz. Mas ela apertou os olhos com ainda mais força. Não, não era obrigação dela faze-lo feliz. O que Siena deveria fazer quando a verdadeira Pax voltar? Ela era um monstro e não o merecia. Mas ele também não merecia a doce Siena. Ele se aproximou, afundando a cama quando subiu nela. O corpo repousou logo ao lado. Mas Sebastian não a tocou em um único fio de cabelo. A barriga da mulher começava a
– Vem aqui. Fica comigo! – Sia disse. Sua voz ainda estava rouca pelo sono interrompido. Ele continuou ali, parado, absorvido pelos próprios pensamentos. A sensação de vazio, o desespero de estar completamente sozinho, mesmo quando se está rodeado de tantas pessoas. A dor que o apanhava sempre que pensava na esposa morta. Tudo se acumulava, e ele faria qualquer coisa para se sentir melhor. Ele dormiria com a Sia se fosse preciso, por que nos últimos anos ela era a única que o tocava o suficiente. Sai Campbell era a única mulher que realmente podia compreender as dores, ao menos um pouco, afinal, ela perdeu muito também. E ela perdeu por se aproximar da Pax. – Sebastian? – Ela o chamou novamente, tirando o homem do transe. Ele, no entanto, ainda permanecia inalterado, de pé, sem entrar no quarto. O corpo dele praticamente preenchia todos os espaços, e ele sabia bem que ela o desejava. Ela o queria como a Pax nunca faria.Ela se levantou e andou até ele. Os passos lentos indicavam qu
Siena pensou que estivesse chovendo. A voz do Sebastian Black dizendo que não voltaria cedo na noite anterior surgiu na memória dela. Talvez ele estivesse em outro lugar agora. Talvez estivesse na cama de alguma mulher que ela conheceu no bordel, e que daria tudo para agrada-lo. De que importava? Ela não era casada com ele, e algum dia tudo terminaria. O som da água cessou, mas trouxe a ela, a súbita vontade de ir ao banheiro. Aquela hora da manhã era sempre difícil. Ela ainda demorava para se levantar. A fraqueza a dominava, assim como a dor. Siena Robins se levantou com dificuldade, gemendo baixinho. Ela sabia que estava sozinha, mas não queria atrair qualquer atenção para ela. Nunca se sabe quem poderia machuca-la mais. Então ela andou devagar até o banheiro. As pontas dos pés doíam tanto, mas ela conseguiu chegar, em meio a escuridão, quando estava praticamente fazendo xixi na roupa. Ela jogou a calcinha para o alto com uma das pernas, sem se importar onde havia caído. Ela tev
– O que você está fazendo? – Ele perguntou. Sebastian Black não havia terminado, e ainda estava dentro dela. A respiração da Siena Robins parecia tão cansada, e ela estava tão estranha, como se todas as forças tivessem sido drenadas do corpo doente. – Desculpe. Eu estou tão cansada! – Ela afirmou. Siena Robins fechou os olhos. Sabia que eram coisas demais para ela, mas não se arrependeu por um único segundo. Temia apenas que ele a maltratasse depois. Ele franziu as sobrancelhas, mas ela não podia ver. Ele não sabia o porque, mas as mãos delicadas abraçadas a ele, a respiração leve e quente em seu pescoço, o fazia pensar em conforto. Ele não sentia aquilo a muito tempo. Ele não sentia o toque, e a muito tempo não era abraçado por alguém. Não poderia mesmo que quisesse. – É melhor você ir dormir. – Ele praticamente ordenou, mas ela ainda estava estranhamente calada. Sebastian ainda estava tentado a recomeçar. Ver aquela doce mulher de olhos inocentes daquela maneira o enchia de or
Dáda abriu a porta. Siena Robins ainda estava dormindo quando ela entrou. O corpo de bruços parecia o rastro de um sono inquieto que ela teve por toda a noite. – Acorda, senhorinha. Está na hora de levantar.Siena Robins levantou a cabeça por dois segundos, antes que ela despencasse mais uma vez. Fazia bastante tempo que ela não se sentia tão doente como naquele dia, e cada músculo do seu corpo parecia prestes a entrar em falência. Ela olhou a senhora. Os olhos ainda cansados custavam a manterem-se abertos. – Que horas são? – a voz ainda estava rouca de sono quando a deixou. Dáda a olhou. – O que há com você, senhorinha? Já são oito horas da manhã. Se a senhora Campbell descobrir que ainda está dormindo, vai destruir essa casa. Vamos, se levante! – Oh Dáda, que inferno. Eu tive uma noite terrível. – Ela se levantou, sentando na cama com as pernas cruzadas. – Preciso dos meus remédios... – Remédios? Você está doente, Senhorinha? Siena Robins não sabia o que dizer. Ela deveria conf
– O que você ainda está fazendo aqui? – Sia perguntou. – Eu sabia que você estava aqui, sua maldita preguiçosa. – Eu não me sinto bem hoje. – Siena respondeu. – Você não se sente bem dia algum. Você é uma maldita preguiçosa e não sabe fazer nada da vida. – Para o que precisa de mim? – Siena perguntou. O orgulho destampava em seus olhos de uma maneira que ela não sabia mais como disfarçar. Sempre foi covarde e tinha o temperamento bastante passivo, ou jamais teria aguentando o Bruce Jacobs por muito tempo, mas ela estava cansada de ser como um gado levado para o abate sem lutar. – Não olhe para mim assim. – Sia ordenou. Ela parecia ter dormido mal, e as bolsas grandes em baixo dos olhos formavam grandes olheiras levemente roxas. Seu temperamento estava péssimo. Siena Robins sabia que aquilo era culpa dela, em partes. Ter dormido daquela maneira com o Sebastian Black provavelmente o tirou da rota para o quarto da Sia Campbell na noite anterior. Nunca pareceria certo disputar com ou