Siena pensou que estivesse chovendo. A voz do Sebastian Black dizendo que não voltaria cedo na noite anterior surgiu na memória dela. Talvez ele estivesse em outro lugar agora. Talvez estivesse na cama de alguma mulher que ela conheceu no bordel, e que daria tudo para agrada-lo. De que importava? Ela não era casada com ele, e algum dia tudo terminaria. O som da água cessou, mas trouxe a ela, a súbita vontade de ir ao banheiro. Aquela hora da manhã era sempre difícil. Ela ainda demorava para se levantar. A fraqueza a dominava, assim como a dor. Siena Robins se levantou com dificuldade, gemendo baixinho. Ela sabia que estava sozinha, mas não queria atrair qualquer atenção para ela. Nunca se sabe quem poderia machuca-la mais. Então ela andou devagar até o banheiro. As pontas dos pés doíam tanto, mas ela conseguiu chegar, em meio a escuridão, quando estava praticamente fazendo xixi na roupa. Ela jogou a calcinha para o alto com uma das pernas, sem se importar onde havia caído. Ela tev
– O que você está fazendo? – Ele perguntou. Sebastian Black não havia terminado, e ainda estava dentro dela. A respiração da Siena Robins parecia tão cansada, e ela estava tão estranha, como se todas as forças tivessem sido drenadas do corpo doente. – Desculpe. Eu estou tão cansada! – Ela afirmou. Siena Robins fechou os olhos. Sabia que eram coisas demais para ela, mas não se arrependeu por um único segundo. Temia apenas que ele a maltratasse depois. Ele franziu as sobrancelhas, mas ela não podia ver. Ele não sabia o porque, mas as mãos delicadas abraçadas a ele, a respiração leve e quente em seu pescoço, o fazia pensar em conforto. Ele não sentia aquilo a muito tempo. Ele não sentia o toque, e a muito tempo não era abraçado por alguém. Não poderia mesmo que quisesse. – É melhor você ir dormir. – Ele praticamente ordenou, mas ela ainda estava estranhamente calada. Sebastian ainda estava tentado a recomeçar. Ver aquela doce mulher de olhos inocentes daquela maneira o enchia de or
Dáda abriu a porta. Siena Robins ainda estava dormindo quando ela entrou. O corpo de bruços parecia o rastro de um sono inquieto que ela teve por toda a noite. – Acorda, senhorinha. Está na hora de levantar.Siena Robins levantou a cabeça por dois segundos, antes que ela despencasse mais uma vez. Fazia bastante tempo que ela não se sentia tão doente como naquele dia, e cada músculo do seu corpo parecia prestes a entrar em falência. Ela olhou a senhora. Os olhos ainda cansados custavam a manterem-se abertos. – Que horas são? – a voz ainda estava rouca de sono quando a deixou. Dáda a olhou. – O que há com você, senhorinha? Já são oito horas da manhã. Se a senhora Campbell descobrir que ainda está dormindo, vai destruir essa casa. Vamos, se levante! – Oh Dáda, que inferno. Eu tive uma noite terrível. – Ela se levantou, sentando na cama com as pernas cruzadas. – Preciso dos meus remédios... – Remédios? Você está doente, Senhorinha? Siena Robins não sabia o que dizer. Ela deveria conf
– O que você ainda está fazendo aqui? – Sia perguntou. – Eu sabia que você estava aqui, sua maldita preguiçosa. – Eu não me sinto bem hoje. – Siena respondeu. – Você não se sente bem dia algum. Você é uma maldita preguiçosa e não sabe fazer nada da vida. – Para o que precisa de mim? – Siena perguntou. O orgulho destampava em seus olhos de uma maneira que ela não sabia mais como disfarçar. Sempre foi covarde e tinha o temperamento bastante passivo, ou jamais teria aguentando o Bruce Jacobs por muito tempo, mas ela estava cansada de ser como um gado levado para o abate sem lutar. – Não olhe para mim assim. – Sia ordenou. Ela parecia ter dormido mal, e as bolsas grandes em baixo dos olhos formavam grandes olheiras levemente roxas. Seu temperamento estava péssimo. Siena Robins sabia que aquilo era culpa dela, em partes. Ter dormido daquela maneira com o Sebastian Black provavelmente o tirou da rota para o quarto da Sia Campbell na noite anterior. Nunca pareceria certo disputar com ou
Quase três horas havia se passado. Ela ainda mal conseguia tirar a pá do chão, e precisava arrasta-la para longe, tirando toda a sujeira. Seu braço estava dolorido, o suor escorria sem parar, mas ela não se importava. O homem que a encarava, segurando o chicote que usava nos animais era o que a enchia de medo. Siena sabia bem que aquilo provavelmente havia sido obra da Sia Campbell, e ainda tentava manter-se alheia a presença daquele homem, não importava o quanto ele olhasse para ela de uma maneira estranha. – Se precisar de ajuda, eu estou aqui, boneca! – Ele gritou, mastigando um pedaço de mato. Siena Robins sequer se virou para olhar para ele. – Não , obrigada. Eu estou bem assim. – Ela sabia que queria ajuda, mas queria ainda mais, manter sua dignidade intacta. Siena jamais se venderia por qualquer coisa que aquele homem oferecesse. Ela já havia cometido o erro uma vez, e jamais voltaria a fazer o mesmo novamente. O homem andou até muito próximo a ela. Ainda estava mascando aq
Ela encarou a entrada. A figura se aproximava cada vez mais. E Siena rezava mentalmente para que não fosse má interpretada. O mal humor no rosto daquele homem, enquanto ele batia palmas ao entrar no curral a deixava apreensiva. Ela sabia que estava perdida. Os olhos dele desceram, a atingindo de uma maneira feroz. Ele estava bravo, mas ela ainda não sabia por que. Seus seios expostos, talvez. Ou talvez o homem com a calça aberta. Se ele não ouviu o diálogo, certamente estava imaginando coisas realmente absurdas. Especialmente quando ela o chamou para si, toda suja. – Sebastian, eu... – Ela iniciou. A grande mão se ergueu, ordenando a ela, o mais puro silêncio. Ele não queria explicações. Não desejava. Ele ainda mantinha os olhos bravos e fixos nela. O rosto dele sempre inexpressivo não parecia estar sem sentimentos naquele momento, e ela desejou tanto que sim. Ela desejou que ele não a interpretasse mal, mas era tarde demais. Ninguém jamais acreditaria na Pax. – Eu realmente ache
Sia Campbell descia as escadas da mansão quando paralisou. Seu corpo inteiro tremeu de ódio e inveja. Ela encarou o casal, mas não conseguiu dizer uma única palavra. Estava brava, enlouquecida de tanto ciúmes e indignação. Pax não merecia ser levada no colo. Pax deveria estar morta. Ela deveria ser torturada até que não pudesse mais suportar. Ela deveria ser entregue aos homens que a desejassem na cidade. Maldito homem incompetente que não conseguiu possui-la como havia sido ordenado que fizesse. Ela planejou tudo tão bem. Ela fez com que a mulher fosse para o lugar perfeito. Como o Sebastian poderia tê-la encontrado ali? Maldito homem. Por que ele era tão injusto? Ela andou logo atrás deles. Seu rosto transformado por algo macabro. – Sebastian! – Sia Campbell gritou, mas ele não parou.Ele nem mesmo diminuiu os passos para olhar para ela. Parecia em seu próprio mundo, olhando para a frente, enquanto levava a Siena Robins, uma mulher imunda por dentro e por fora, em seus braços musc
Espuma escorria pela pele macia. Ele ainda insistia em arrastar suavemente a esponja pelo corpo jovem da Pax. O cabelo longo e sujo estava cobrindo seu rosto. Os olhos estavam abertos, mas pareciam perdidos. Sebastian Black a observou, embora mantesse seu semblante sério. Era como estar completamente morto por dentro, e ele nem mesmo lamentava por isso. Não poderia, mesmo se quisesse. Se sentia desprovido de qualquer sentimento além do ódio e posse. Pax parecia desolada quando ele tirou uma mecha de cabelo do seu rosto. Nunca foi a intenção que ele fosse gentil, mas naquele momento, ele não conseguiu evitar. Os seus olhos de um azul profundo encontrou com os dela. Foi a primeira vez que ela o encarou como se pudesse sentir alguma admiração. – Obrigada! – Ela disse. O corpo ainda tremia violentamente, e ela mal podia ficar de pé. – O que eu deveria ter feito? Não deixaria que tocassem em você! Ela o encarou. Os olhos estavam tristes e ela não parecia acreditar na maneira como ele