– Você tem sido bastante displicente com a sua vida se assinou isto sem ler. Siena sentiu o coração parar por dois segundos, até que voltou violentamente. – Por que? O que tem nele? Sebastian Black não havia alterado um músculo do seu rosto, mas ainda podia demonstrar sua insatisfação no olhar. Ele parecia um homem entediado, irritado e visivelmente ciumento. Principalmente ciumento. O nome Bruce, Bruce, Bruce... Aquilo ainda estava ecoando em sua mente como algo irritante. Ele já o odiava, e nem mesmo conhecera o homem. Os dedos dele deslizaram até a gaveta. Sebastian segurou um maço de papéis bem organizados e estendeu seu braço. Ainda não havia qualquer contato visual do Sr. Black, mas nem mesmo aquele gesto deixava a Siena tranquila. Se ao olhar para ela, ele soubesse que ela estava com medo, enquanto ele não olhava, ela era quem não teria qualquer chance sobre desvendar os sentimentos daquele homem. Os dedos trêmulos alcançaram os papéis. Ela ainda andava de uma maneira desco
– Vá para a cama! Siena Robins sentiu o corpo inteiro tremer. Seus braços praticamente caíram para o lado do corpo. Ela havia conseguido exatamente o que queria, mas parecia ter sido derrotada. Seu coração praticamente explodiu de alivio. Mais uma noite... Somente uma noite que ele não estaria nos braços de outra mulher, como dizia no maldito contrato. E ela sabia que era um erro se importar, mas não havia como evitar.Ela deitou na cama. Estava de bruços quando sentiu o peso dele atrás dela. Siena ainda manteve-se na cama. Parecia um privilégio considerado como a Sia geralmente era usada por ele. Ele se posicionou nela, pincelando algo molhado e que o fez deslizar para dentro dela. Não importava o quanto usasse o óleo, ainda parecia desconfortável o bastante para que ela fechasse os olhos. Não havia preliminares, apenas um homem enorme, posicionado dentro dela. Os olhos da Siena se fecharam quando ela sentiu o primeiro golpe, seguido por outro, e outro, e outro. Parecia uma tortu
Ele estava cansado demais para esperar. Seus músculos fortes forçaram a porta, criando um alto barulho que ecoou pela casa. Toda a situação criou um alvoroço que ele odiou ter feito. Mas seus olhos invadiram o ambiente molhado. Siena Robins estava sentada no chão. Sua cabeça estava baixa, apoiada sobre os joelhos. Ele não poderia ver o rosto mesmo que quisesse. Havia uma certa irritação na forma como Sebastian Black encarou a pobre mulher. Como Pax ousou não responder ao seu chamado? Como ela podia deixar um homem ocupado como ele tão preocupado assim? Ele andou em direção a ela. Seus pés molhados criava um barulho engraçado, mas mesmo que ele quisesse, não conseguiria rir. Estava mal-humorado demais para gracinhas. – Levante daí! – Ele disse. Sua voz era habitualmente calma, mas autoritária. Siena Robins teria se levantado sem pensar, se ao menos tivesse condições. Ela sabia que o tratamento tinha começado a fazer efeito. Ela estava doente outra vez. Doente como seu ex noivo havi
Sebastian Black estava furioso, mas não queria ser contido. Ele não queria se controlar. Agarrou o cabelo preto longo da mulher para na frente dele e a encarou. Os olhos eram cruéis e pesados. Ele parecia uma figura imensa na frente dela.Estranhamente, aquilo não parecia intimidar Sia Campbell. Ela sabia bem que ele não faria mal a ela. Na verdade, deveria ter imaginado que não faria mal a Pax também. Aquela maldita mulher precisava pagar por tudo, e ela se encarregaria de fazer o trabalho que o Sebastian não conseguia. Ele precisava daquilo. Ela estava fazendo um grande favor a ele, mesmo que seu amado ainda não pudesse ver da mesma forma.– Eu não sou escravo de ninguém! – Ele disse. Sua voz era do mais puro ódio. Ele parecia soltar o rígido de um leão preso a muito tempo em sua gaiola dourada. – Nunca mais repita isso. Sia umedeceu os lábios. Parecia estranho, mas ela estava excitada. Havia gostado da forma como ele a segurava. A quanto tempo ele não tocava nela... A quanto tempo
Sebastian Black não se importava com os xingamentos. Estava mais do que acostumado. Tantos anos sendo exibido como um animal exótico de circo, andando pela cidade de uma forma abusiva, enquanto era arrastado por correntes. Ele ainda podia se lembrar do gosto amargo daquelas terras, quando estava fraco demais para conseguir correr na mesma velocidade de um cavalo. Suas pernas falhavam, mostrando a fraqueza que ele odiava admitir possuir. A forma como ele havia sido arrastado deixou queimaduras em seu corpo. Elas ainda o machucavam, e ele ainda odiava que as pessoas tocassem nele. Tocassem nas queimaduras do seu corpo. Sebastian ainda se lembrava de olhar para cima. O cabelo ruivo balançava com o vento, cavalgando no cavalo ao lado. Ele não podia ver o rosto da mulher, mas sabia que a Pax estava rindo. Ele sabia o quanto ela se divertia exibindo sua crueldade, em busca de aprovação do Barão. Quando os pés dela saltaram do cavalo, ela o examinou. Havia feridas por todo o seu corpo. Pax
O travesseiro colocado no rosto estava tão perto, que a escuridão já podia alcançar a pobre Siena Robins. Era assim que ela deveria morrer? Não pela doença, mas pelo que havia feito para tratar a doença que a teria matado? Parecia irônico. Era ridículo pensar em uma ironia tão grande. Mas o travesseiro foi tirado as pressas. Ela ainda não conseguiu abrir os olhos imediatamente. A visão estava turva, e escurecida. O grito de fundo a alertou. Ela tinha que ver. Siena precisava abrir os olhos. ‘Vamos lá, você consegue’. – O que você está fazendo aqui? – Sebastian Black parecia bravo e alterado. Sua voz não manteve a mesma calma estranha. Ele não parecia ter algum controle. Era como ver um monstro em ação. O monstro que tinha acabado de salva-la da morte. – Eu só estava tentando ajudar, Sebastian. Ela estava aqui sozinha, e estava ardendo em febre. O que eu deveria ter feito. Mas ele ainda manteve o laço apertado, segurando o cabelo preto longo, bem apertado em suas mãos fortes. Ele p
Siena Robins parecia miserável. A dor ainda estava forte, embora ela se sentisse um pouco melhor agora. Os olhos abriram com a claridade do ambiente e os olhos claros percorreram as paredes do quarto outra vez. O café da manhã tinha um cheiro bom, mas ela definitivamente não poderia come-lo. Estava completamente sozinha naquele quarto luxuoso enorme, e uma pontada de dor surgiu em seu coração. Abandono... Sempre o abandono. Siena Robins se levantou. Suas pernas ainda estavam fracas enquanto ela caminhava para o banheiro. Precisava urgentemente tirar o suor do corpo. Ela arrancou as roupas e entrou no chuveiro. Seu estômago doía violentamente enquanto ela estava de pé, e ela não teve outra escolha além de procurar pelo vaso sanitário. Ela parecia ainda mais miserável quando tudo terminou. Ainda não podia acreditar que havia sido abandonada, como sempre acontecia. Seu antigo noivo, a essa hora, provavelmente estava dormindo com a mãe da Siena Robins, em uma cama quente, enquanto ela
Eles ainda mantinham um contato visual constrangedor. Siena tinha os olhos cheios de lágrimas outra vez. Havia sido tão pouco o alívio de saber que ele cuidou dela durante toda a noite, apenas para que agora tudo fosse por água a baixo. Siena Robins desejava contar a verdade. Ela desejava dizer que tinha pesadelos com aquele homem, e ele não era uma boa pessoa. Ela desejava contar o quanto ele a fez mal, e todas as vezes que ela fechou os olhos para as traições. Ela queria dizer a verdade. Ela desejava contar que não havia nenhum desejo por ele, que não sentia saudades do Bruce Jacobs, mas sabia que seria inútil. Ela podia enxergar através dos olhos frios do Sebastian Black que ele já havia se decidido e jamais teria volta. – Ele não tem importância. Sebastian Black não alterou o semblante, embora parecesse pensar profundamente sobre algo. – Eu imaginei que fosse dizer isso. – Sebastian, ele é alguém do passado. Não importa mais. – Eu também imaginei que diria isso. – Ele parecia