Ela agarrou na cama, esperando pelo contato voluptuoso que voltaria a machuca-la por dentro, em golpes sempre brutais. A sensação de ser rasgada a invadiu, e Siena balançou as pernas. Ela estava desesperada. Surpreendendo a si mesmo, Sebastian Black parou. Ele não costumava fazer aquilo a força. Ele nunca teve que implorar a qualquer mulher para ser sua. Ele nunca precisou obrigar alguém. Até mesmo as mulheres pagas se ajoelhavam para ele, prontas para aceitar suas ordens, mas Pax era uma maldita flor delicada. Linda e venenosa, mas ainda delicada. Ele esperou que ela se acalmasse, e inclinando o calor do próprio corpo, ele recaiu sobre ela, segurando seu peso ao máximo para não esmaga-la. – Relaxe para mim, Pax. – Ele ordenou. A voz rouca arfou próximo ao ouvido como uma brisa quente. – Eu não consigo. – Ela choramingou baixinho. Siena Robins sabia que ele não sentia pena dela. Ele não sentia nada por ela, além do ódio. Então, por que se preocupava agora? Mas ele a tocou no pesc
Sebastian Black poderia ordenar que Pax deixasse seu quarto. Ele poderia coloca-la para dormir em outro lugar, mas nada afastaria a dor latejante em seu peito. Seis anos preso em uma cadeia, como um escravo jamais poderia ser apagado, não importava que fosse declarado inocente. Nada no mundo aplacaria sua dor, mas algo poderia ser feito para que ao menos as vozes em sua cabeça fossem silenciadas. Os pés o levaram para o mesmo caminho tão bem conhecido. Ele parou diante da porta. Sua postura impecável de militar o deixava ainda mais imponente, e quando ele invadiu o quarto com toda a sua fúria, a mulher deitada na cama levantou a cabeça, coçando os olhos. Nunca seria certo que ele tivesse amantes, mas Sebastian nunca se casou por amor, e nem mesmo seria capaz de algo assim novamente. A única que foi capaz de tê-lo por completo havia ido embora a bastante tempo e já não tinha como traze-la de volta. Tudo que restou para ele foi um casamento infeliz, apenas para evitar mais um suicídio
A porta do quarto se abriu de forma brusca, fazendo com que a maçaneta de prata batesse contra a parede branca. O rosto confuso da Siena Robins não se alterou. Ela ainda continuava a dormir como um anjo. Um anjo que não esperava ser arrastado para o inferno contra a sua vontade. A mulher usava um dos seus vestidos fabulosos quando caminhou até ela. O olhar de nojo se misturava a soberba e o orgulho de quem nada possuía, mas ainda insistia em acreditar que sim. Sia agarrou a perna que ainda estava para fora da cama. O corpo contendo toda a nudez exposta que ela escaneou e analisou, odiando cada aspecto dela. – Se levanta! – Ela ordenou. A mulher, no entanto, seguia dormindo pacificamente, como um pequeno querubim. Aquilo só enfurecia ainda mais a amante do Sebastian Black. A mulher que seria sua esposa, mas que fora reduzida a uma mera outra, apenas por causa de um bebê inventado. Sia Campbell olhou para cada pedaço da mulher e sentiu todo o ódio toma-la com força. – Acorda, maldita
Os olhos inundados de lágrimas não conseguiram desviar as grande cicatriz em frente a intimidade da Sia Campbell, não importava o quanto ela tentasse. Siena Robins sempre acreditou que seria fraca para coisas como aquelas. A visão a atormentava, mas de alguma forma, ainda era quase hipnótica. As mãos em frente a boca tentavam conter todo o horror. De certa forma, não era feio, mas era um grande lembrete do terror que a mulher foi submetida, e a cicatriz a faria se lembrar toda vez que estivesse nua. Sia Campbell pertencia ao barão, assim como muitas outras mulheres que foram levadas pela dama de fogo, direto para o demônio chamado pai. Siena Robins não conteve as lagrimas. Ela ainda seria capaz de sentir compaixão, ainda que fosse por alguém que a odiava profundamente. Ao respirar fundo, ela sentiu a dor latejante no peito, mas nada poderia melhorar o humor da mulher que se exibia para ela. Sia Campbell expressão todo o seu ódio ao revelar a careta de descontentamento. – Você está
Sebastian Black não parecia alterado. Nada no seu rosto indicava preocupação, mas ainda havia uma certa indignação no olhar. Ele encarou Sia Campbell. De alguma forma, a sobrancelha levemente arqueada fez a mulher se afastar. Sia deu vários passos para trás, e abaixou a cabeça. Ela seria a esposa submissa perfeita para qualquer homem, e aquilo foi uma das razões que fez com que o Sebastian Black assumisse o compromisso com ela. A mulher estava sempre ali, ao lado dele, mesmo quando a esposa do Sebastian estava viva. Mesmo quando ele era um homem perfeitamente fiel. Talvez houvesse alguma obsessão da Sia, mas o senhor Black não parecia se importar. Ele não se importava com mais nada. Sai Campbell escondeu as mãos para atrás do corpo, tentando evitar que o homem que amava pudesse ver o objeto de que ocultava com todo o cuidado. Sebastian Black andou em direção a esposa. Calmo e devagar, ele a alcançou. O rosto de dor o encarou, mas ele parecia morto por dentro. Nenhuma emoção. Nem me
Sebastian Black deslizou a alça do vestido pelo braço, e Siena sentiu o coração praticamente parar. Ela sabia o que aconteceria, e sabia o que esperar. Ela ainda sentia a dor dos golpes da Sia. Ela ainda sentia os últimos golpes dele em seu útero. Mesmo assim, ela resistiu. Ela não podia. Não mais. Não depois de apanhar tanto da amante dele. Mas a lágrima solitária estava ali, percorrendo seu caminho habitual. Fazendo com que ela sentisse o impacto do arrependimento cair sobre ela como uma bomba, outra, e outra, e outra vez. Ele retirou a roupa, e parecia tão cuidadoso que ela quase podia se iludir com uma noite romântica. Mas lá estava ela, apenas de peças íntimas, e ele vestido, como sempre. Tentando esconder sua dor, ela continuou paralisada como uma boneca, esperando que ele pudesse terminar logo. Quanto mais rápido melhor. Mas Sebastian Black parecia indecifrável em intenções. O rosto inalterado ainda mantinha o mesmo semblante odioso de sempre. Nem mesmo a carranca o deixava
Siena Robins escutou quando a porta rangeu. Ela ainda não se virou. Não podia. Seu corpo paralisou. O medo a dominou completamente quando passos se aproximaram para mais próximo a cama. O som das roupas sendo arrancas quando fez a pobre mulher abrir os olhos. Havia um misto de curiosidade e medo. Se ele notasse que ela estava acordada, talvez obrigasse a Siena a algo, ou talvez ele já tenha se satisfeito com outra mulher. A sensação de ser traída outra vez, mesmo que não fosse realmente o seu marido a atormentava.Siena Robins odiava ser incompetente, e odiava não poder fazer aquele homem feliz. Mas ela apertou os olhos com ainda mais força. Não, não era obrigação dela faze-lo feliz. O que Siena deveria fazer quando a verdadeira Pax voltar? Ela era um monstro e não o merecia. Mas ele também não merecia a doce Siena. Ele se aproximou, afundando a cama quando subiu nela. O corpo repousou logo ao lado. Mas Sebastian não a tocou em um único fio de cabelo. A barriga da mulher começava a
– Vem aqui. Fica comigo! – Sia disse. Sua voz ainda estava rouca pelo sono interrompido. Ele continuou ali, parado, absorvido pelos próprios pensamentos. A sensação de vazio, o desespero de estar completamente sozinho, mesmo quando se está rodeado de tantas pessoas. A dor que o apanhava sempre que pensava na esposa morta. Tudo se acumulava, e ele faria qualquer coisa para se sentir melhor. Ele dormiria com a Sia se fosse preciso, por que nos últimos anos ela era a única que o tocava o suficiente. Sai Campbell era a única mulher que realmente podia compreender as dores, ao menos um pouco, afinal, ela perdeu muito também. E ela perdeu por se aproximar da Pax. – Sebastian? – Ela o chamou novamente, tirando o homem do transe. Ele, no entanto, ainda permanecia inalterado, de pé, sem entrar no quarto. O corpo dele praticamente preenchia todos os espaços, e ele sabia bem que ela o desejava. Ela o queria como a Pax nunca faria.Ela se levantou e andou até ele. Os passos lentos indicavam qu