Sebastian Black levava a mulher segurando pelas mãos. Ípsilon sorriu quando Sebastian abriu a porta do carro. Havia um medo estampado no rosto da mulher, e ele viu pelo retrovisor, mas seu sorriso não morreu. – O que há com ela? – Ípsilon perguntou. – Tenho saudades de quando você era mais calado! – Sebastian Black brincou. – E quem mais te diria verdades? – O homem retrucou, ainda com seu sorriso nos lábios. Aquele homem raramente sorria, mas encontrava motivos com cada vez mais facilidade. Sebastian Black tocou no rosto da Siena Robins. Os olhos dela estavam tão amedrontados. – Nós vamos ficar bem agora! – E o meu filho... Eu não sei o que eu fiz. Eu... – Não se preocupe com isso. Eu sei quem é você, esposa. Eu sei o que você fez! O carro chegou rápido ao seu destino. Na casa, Dáda esperava do lado de fora. Assim que tudo parou, o mundo da Siena Robins começou a girar. O rosto feliz da menina parada no lado de fora da casa, o rosto da mulher chorando. O que estava acon
O corpo dela esfriou completamente. A sensação de medo não deixou que Siena Robins abrisse os olhos no mesmo instante em que sentiu as mãos em sua barriga protuberante, mas quando fez, sentiu o rosto próximo do homem. Os lábios dele estavam prestes a beija-la, e quando se encostaram, Siena Robins arregalou os olhos. Sua primeira reação foi se distrair. Seu corpo se encolheu e sua cabeça se afastou completamente do homem sem camisa parado ao lado dela. – O que foi? – Sebastian Black não conseguia entender. Eles já haviam se beijado antes, então por que ela o recusava agora? Foram longos meses sem ela, e Sebastian Black não estava disposto a esperar mais nenhum segundo. – Você... Você está... Eu queria ficar sozinha. – Vamos ficar só nós dois aqui, o dia todo nesse quarto. Siena Robins quase riu da situação, mas se lembrou de que nem mesmo sabia quem ele era. Como poderia ficar sozinha com alguém que foi acusado de mata-la. – Você vai dormir aqui? Sebastian Black sorriu. – No
Os sapatos criavam um som estranho. Dentro daquele corredor, tudo parecia inadequadamente branco. Branco demais. Branco sufocante e enlouquecedor. Mas como alguém poderia enlouquecer se já estava assim a muito tempo. Sebastian Black parou. As mãos dentro do bolso tentavam conter que ele alcançasse a maçaneta da porta e entrasse. Aquela mulher deitada na maca, que Sebastian Black olhava pelo vidro no meio da porta, já havia sido tão importante para ele. Aquela mulher já foi o motivo do seu sorriso a muito tempo. Muito mesmo. Agora, nem mesmo ela se lembrava de como sorrir. Um choque elétrico percorreu o corpo da Sia Campbell. Sebastian Black a internou naquele sanatório, mas nem ao menos tinha certeza se ela estava realmente louca. Bom, agora definitivamente estaria de toda maneira. O corpo da mulher tremeu em um espasmo continuo, deitada na maca, sofrendo com nunca antes. – Maldito! Maldito barão! – Sia Campbell gritou depois de cuspir a grande bola de tecido presa em sua boca. –
Sebastian Black virou as costas para ir embora. As mãos estavam alcançando a maçaneta da porta quando a mulher protestou. – Aquela maldita não deveria ter se envolvido com você! – Sia Campbell tinha um semblante normal agora. Vitoriosa, havia um sorriso em seu rosto que transmitia o mais puro deboche. Sebastian Black se virou, calmo, como sempre. Seu olhar atingiu uma mulher como agulhas afiadas e profundas na carne. Era mais que evidente o quanto Sebastian Black sentia ódio por ela. Um ódio que substituiu o amor e amizade de anos de ajudas, companheirismo, e sexo. Muito sexo. Mais sexo que tudo. – Você sempre soube! – Sebastian Black tinha um sorriso encantador nos lábios. Aquela mulher era realmente astuta, mas definitivamente não o agradava mais. Nada no comportamento ou na personalidade da Sai Campbell se assemelhava a como ela era antes. Como deveria ser. Enfiando as mãos nos bolsos, Sebastian cruzou as pernas, enquanto se recostava na parede de concreto daquela sala. Sia
– O que? Não! – Um sorriso. – Isso não é verdade. Você diz para me atingir. – Mas o sorriso se desfez. Sia olhou para o Sebastian e soube que era verdade no mesmo instante. Qualquer tortura naquele lugar seria melhor que isso. – Não tem como ser verdade. Eu acabei com ela. Eu... Eu... – Os olhos perdidos nos próprios pés. A mulher se levantou, com as mãos na cintura, ela andava pela sala. – Não se preocupe, eu mandarei uma carta avisando quando meu filho nascer. Tenho certeza de que vou estar muito feliz! O homem se virou e pariu. Sia Campbell batia e batia na porta trancada por fora. Suas mãos estavam começando a ferir, mas não importava. Dois enfermeiros entravam na sala, capturando a mulher pelos braços e pernas. Alguém aplicou uma injeção nela. – Sebastian! Não me deixa aqui! Não me deixa nesse lugar! Os gritos dela fez com que outros loucos começassem a rir e gritar em suas celas. Mas Sia Campbell ainda insistia em se debater, imune ao sedativo aplicado nela. Arrastada p
Bruce Jacobs invadiu a fazenda Black. Os seguranças não conseguiram conter os gritos daquele homem inútil que ainda tentava passar pelos guardas. – Siena! – Ele gritou. Uma insistência tão irritante, Siena Robins abriu os olhos. Sua barriga tão grande sempre a deixava muito lenta, mas a dor que a acompanhava a deixava ainda pior. Era como se algo a atormentasse dentro daquela casa. – O que está acontecendo, Dáda? – Siena Robins perguntou, jogando seu corpo para o lado de fora da porta. Os gritos do lado de fora ainda podiam ser ouvidos do segundo andar. Siena Robins correu para dentro do quarto. Os pés inchados quase falharam em sua missão. Debruçando na janela, Bruce Jacobs estava ali, com seu rosto vermelho, desnorteado, inchado, desesperado. Pela primeira vez na vida, Siena Robins conseguiu encontrar alguma sinceridade nos olhos daquele homem. – Siena! Siena, eu preciso falar com você. Nós temos que conversar! – Aquele gritava ainda mais. Siena Robins o encarou de cima... S
Siena Robins estava mais inquieta que o normal. A todo custo, tentava forçar sua memória a se lembrar de todas as coisas que havia passado naquela casa, mas nada parecia familiar como a primeira vez. Bruce Jacobs não era o tipo de pessoa que Siena Robins deveria confiar de forma alguma, mas aquilo parecia estranho demais. Aquelas informações explicariam muitas coisas. Todo o empenho do homem em ficar com ela, a forma como aceitava o risco de que nem mesmo o filho fosse realmente dele... Siena Robins olhou para trás, abraçando o próprio corpo. Dentro daquele quarto frio, se sentiu sozinha como sempre esteve. Dáda abriu a porta. Olhos arregalados e sempre atenciosos estavam voltados para ela. Siena olhou entre ombros, e mesmo de costas, sua barriga podia ser notada agora. – Dáda, eu quero somente a verdade! – Siena rompeu o silêncio.O sorriso da Dáda pareceu falecer junto com todas as esperanças de um bom dia. – O que aconteceu? Está tudo bem com a senhorinha? Siena Robins lanço
Sebastian Black abriu a porta da casa. Estar viajando sozinho sempre parecia mais cansativo, mas ninguém seria confiável o bastante para cuidar da Siena Robins além do Ípsilon, e somente aquele segurança viajava com Sebastian Black. Jogando o paletó no sofá, Sebastian avistou Siena Robins, em pé. Seu vestido longo cobrindo os pés, tinha uma leve inclinação por causa da barriga grande. Rosa definitivamente combinava com o tom de pele daquela mulher, mas o seu rubor parecia mais grave por causa daquela cor. Siena Robins olhou para o homem, ficando de frente com ele. Os olhos do Sebastian alcançaram os da Siena Robins, mas ele não notou que havia algo de errado. Sebastian não notou as pessoas sentadas no sofá. Sebastian não notou a forma como Siena parecia tentar fugir. Sebastian sentiu apenas aliviou por vê-la ali, sã e salva, sem um único arranhão. Feliz, por saber que chegaria em casa e a encontraria naquela mansão, como deveria ter sido desde o começo. Um sorriso largo atingiu os l