— George, não precisa se preocupar, seu pai não veio me ver hoje, ele veio para ver minha sogra, a presidente do Banco Estrela Azul. Eu apenas a acompanhei, não foi nada demais.— É mesmo?— Sim, se eu tivesse algum problema, você acha que ainda estaria conversando com você? Não se preocupe tanto.George respirou aliviado:— Que bom, Jaqueline, da próxima vez que você for encontrar meu pai, me avise com antecedência, hoje eu não sabia de nada.— Não tem problema, George, seu pai não vai me devorar. Aliás, você sabia que seu pai...— O que tem meu pai? — Perguntou George.Jaqueline de repente se lembrou de que Nádia estava ao lado, então disse: — George, vou deixar para falar na próxima vez que nos encontrarmos, não se preocupe, não é nada sério, estou bem e me preparando para ir para casa.— Tudo bem, então me ligue quando chegar em casa para eu saber que está tudo bem.— Está certo, eu ligo. Tchau. — Jaqueline desligou o telefone.Ela se virou e viu Nádia olhando para ela com um olha
Quando Jaqueline chegou em casa, já se passava da uma e meia.Ela tinha prometido que ia ligar para George a fim de informá-lo de que estava bem, mas, naquele momento, preferiu não falar e optou por enviar a ele uma mensagem.[George, já estou em casa, não se preocupe.]George respondeu prontamente: [Tudo bem, fico aliviado que tenha chegado em casa.]Jaqueline se sentou no sofá, empenhada em pesquisar informações sobre aluguel de imóveis na Cidade dos Sonhos, esse era o nome da cidade que ela escolheu para morar. Ela partiria em dois dias.Aquela noite seria dedicada a acompanhar Nádia a um encontro com Roberto. O dia seguinte estava reservado para passar tempo com Catarina, antes de sua partida.Em silêncio, Jaqueline planejava suas atividades ao chegar ao novo destino.Pretendia adquirir uma vasta quantidade de livros para ler durante a gestação e, após o nascimento do bebê, tinha planos de iniciar um mestrado.Apesar do divórcio recente, se considerava afortunada. Afinal, não tinha
Mansão dos Cardoso.Reginaldo estava em seu quarto de coleções valiosas, retirou uma fotografia de um compartimento secreto. A fotografia, um pouco antiga, mostrava uma jovem mulher de aparência encantadora com um sorriso radiante.— Ah. — Reginaldo suspirou, seus dedos delicadamente tocaram o rosto na fotografia, murmurando para si mesmo. — Nádia, por que você tinha que voltar? O que aquele homem tem de bom?A voz do mordomo veio de fora da porta: — Sr. Reginaldo, a senhora acabou de ligar, ela disse que não voltará esta noite.Reginaldo franziu a testa, se virou e disse: — Diga a ela que George vai se casar, que ela deve voltar logo para preparar tudo. Depois do casamento do filho, ela pode ir para onde quiser.— Sim, senhor.Após a resposta do mordomo, outra voz se fez ouvir do lado de fora: — Meu pai está aí dentro?— Sr. George, você voltou. O Sr. Reginaldo está aqui, sim. Você precisa de algo?— Pai, preciso falar com você. — George bateu na porta.Reginaldo guardou a foto
George estava tenso, com o olhar um tanto evasivo:— Não é isso.Temia que seu pai envolvesse Jaqueline, por isso não ousava admitir.Quando estava no ensino fundamental, se dava muito bem com uma menina. Naquela época, ambos eram crianças e diziam um ao outro que se gostavam, era um sentimento muito puro.Mas seu pai descobriu. Logo, a menina foi enviada embora, e ele nunca mais a viu.Seu pai não permitia que ele gostasse de alguém. Tudo tinha que ser arranjado por ele.Desde então, George nunca mais ousou admitir na frente de seu pai que gostava de alguém, temia que seu pai agisse novamente. — Não é? Bem, então você não deve se casar com Jaqueline, já que você não gosta dela. Mesmo que eu queira promover a relação entre vocês dois, isso só te irritaria, pode ir.Reginaldo parecia impaciente e passou por ele.Quanto mais George pensava, mais estranho parecia, então seguiu o pai, dizendo:— O que você quer dizer com isso? Isso não tem nada a ver com Jaqueline, tudo foi ideia minha,
Meia hora depois, George saiu da Mansão dos Cardoso.Reginaldo permaneceu sozinho na sala de estar, observando o ambiente durante a noite, o local estava deserto, exceto pelo mordomo, que vigiava à distância.Um patrão e um servo, uma constante aparentemente eterna.Nem seu filho, nem sua filha, nem sua esposa retornavam ao lar."Será que sou um bom marido, um bom pai, ao ponto de eles não desejarem retornar?"Estava prestes a se levantar para sair quando um homem de meia-idade entrou pela porta, exibindo uma presença marcante e autoridade inquestionável.— Cunhado, olá.Reginaldo, surpreso ao reconhecer o visitante, perguntou:— O que faz aqui?— Vim ver como você está. — Respondeu o homem, caminhando até ele, ajeitando o casaco e se sentando ao seu lado sem cerimônias, como se também fosse sua casa. — E também discutir sobre minha irmã.A irmã mencionada era Amanda Botelho, esposa de Reginaldo.Aquele homem era Cláudio Botelho, o segundo irmão mais velho de Amanda, alguns anos mais j
Reginaldo sempre teve um interesse especial por dinheiro, e sua cobiça por riquezas parecia mais intensa do que a de outros empresários.Cláudio retirou um pequeno livreto do bolso e o colocou sobre a mesa.— O que é isso? — Perguntou Reginaldo.— É um folheto de planejamento. Os lugares aqui são ideais para você e minha irmã restaurarem seu relacionamento matrimonial. — Cláudio apontou para a capa. — Um lugar escondido. Uma vez lá dentro, vocês dois ficarão inacessíveis ao mundo exterior e viverão juntos por meio mês.Reginaldo riu:— Isso é ridículo. Nesse lugar, se você me deixar ficar lá com ela, em menos de um dia nós vamos brigar.— Olhe com mais atenção e verá que é um bom lugar. Muitos casais foram e melhoraram seus relacionamentos.Reginaldo nunca acreditou nessas coisas, mas, para não dar o braço a torcer para Cláudio, ele pegou o folheto para ver.De fato, o lugar era especial. Sem eletricidade, internet ou sinal de telefone, mas com paisagens deslumbrantes.Assim que entras
Durante o trajeto, Nádia percebeu que o humor de Jaqueline estava um tanto anormal:— O que há com você? Parece que o céu está prestes a desabar.— Não é isso. — Jaqueline sorriu levemente. — Estou apenas um pouco nervosa.Nádia certamente não se importava com os assuntos de George, achava que não valia a pena mencionar, e ainda poderia acabar sendo repreendida.— Não há nada para ficar nervosa, a menos que a aparência miserável de Roberto, bêbado ontem à noite, tenha sido porque você disse algo para ele.Jaqueline sentiu um arrepio e se virou para perguntar:— Você está dizendo que ele estava bêbado ontem à noite?Nádia assentiu:— Sim. Ele foi até minha casa no meio da noite, não sei quanto álcool ele bebeu, mas estava completamente bêbado, mal conseguia andar, falava coisas sem sentido. Ele dizia que você o odiava, que não o queria mais, falava seu nome o tempo todo, queria ligar para você, mas estava tão bêbado que nem conseguia segurar o telefone. Quando se lembrou que você tinha
— Não fale mais isso, ele não me ama! — Jaqueline estava visivelmente agitada. — Se ele me amasse, não teria se divorciado de mim por causa da Ângela, não teria escolhido acreditar nela repetidamente e me machucar. Portanto, ele definitivamente não me ama!— Porque o Roberto é um tolo! — Declarou Nádia. — Ele careceu de amor na infância, por isso não sabe o que é amor, está confuso! Hoje, marquei de encontrar com ele justamente para que vocês dois pudessem se ver e conversar para esclarecer de uma vez por todas quem ele ama.— Você marcou este encontro por minha causa e do Roberto? — Recuou Jaqueline, dando alguns passos para trás. — Não posso encontrá-lo, já disse que cada um deve seguir seu caminho, eu não posso...— Pare aí! — Nádia segurou seu braço. — Jaqueline, por que você está tão assustada? O que um encontro poderia fazer?— Ele não me ama, um encontro seria apenas uma humilhação! Ele se divorciou de mim por causa da Ângela, não importa a situação, eu não posso reconquistá-lo.