"Ela está tão ansiosa para se livrar do relacionamento que parece que realmente não há nada entre Jaqueline e o filho de Reginaldo."Embora Nádia fosse uma pessoa objetiva e justa, ela não favorecia parentes irracionalmente. Contudo, Roberto era seu filho e, no fundo, ela tendia a protegê-lo. — Entendi. — Disse Reginaldo, acenando com a cabeça. — Agora posso ficar tranquilo para deixar George se casar. — O quê? — Perguntou Jaqueline, confusa. — George vai se casar? Reginaldo confirmou: — Sim, ele já não é mais tão jovem. Está na hora de pensar em casamento, em ter um filho ou uma filha em breve. Eu já escolhi uma noiva para ele. Jaqueline franziu a testa ligeiramente: — Com quem ele vai se casar? — Com a filha de um amigo, alguém que vi crescer. Gosto muito dela, e o mais importante é que tenho um bom relacionamento com o pai dela e também temos algumas transações comerciais. Ao ouvir isso, Jaqueline percebeu que era um casamento claramente arranjado por interesses come
"Ele deveria agradecer a si mesmo por ser capaz de ameaçar os outros."Reginaldo observou a reação um tanto indiferente de Jaqueline e pareceu compreender algo:— Eu sei que você não tem uma boa impressão de mim, mas tudo o que fiz foi por razões lógicas. Como pai, naturalmente me preocupo com a felicidade do meu filho. No entanto, como ele não tem uma namorada no momento, mesmo que eu quisesse ajudar, não teria como. Compreendo os sentimentos do meu filho e, quem sabe, talvez ele se case em breve. A moça que encontrei para ele é excelente, acredito que, se passarem um tempo juntos, serão muito compatíveis.— Presidente Reginaldo, você acha que apenas por passarem um tempo juntos eles serão compatíveis, mas e se George não pensar assim? O que acontecerá se ele recusar?Ela queria saber quais seriam as consequências para George.— Então, é melhor ele não recusar. — A voz de Reginaldo se tornou mais fria. — Jaqueline, você também pode aconselhá-lo a aceitar os arranjos da família.— Eu a
"Eu casei com Roberto por amor, sem nenhum interesse, mas mesmo assim acabamos nos divorciando. Então, o que realmente sustenta um casamento? Nem por amor nem por interesse parece funcionar. Não é de admirar que mais e mais pessoas escolham não se casar, preferindo viver sozinhas e desfrutar de sua liberdade."Jaqueline respirou fundo, tentando controlar suas emoções antes de falar:— George é seu filho biológico, você não se importa com a felicidade dele?— O que você está sugerindo, que você pode torná-lo feliz? Então me diga, como você acha que ele pode ser feliz?— Deixando que ele escolha. — Disse Jaqueline. — Ele tem o direito de escolher a mulher que deseja. O casamento dele deve ser decidido por ele mesmo, independente do resultado, deve ser a escolha dele, e não algo imposto por outros.Reginaldo ajustou calmamente os punhos da camisa:— Então você realmente se importa com ele, que pena... — Ele suspirou levemente.— Que pena o quê? — Perguntou Jaqueline.Antes que Reginaldo p
— George, não precisa se preocupar, seu pai não veio me ver hoje, ele veio para ver minha sogra, a presidente do Banco Estrela Azul. Eu apenas a acompanhei, não foi nada demais.— É mesmo?— Sim, se eu tivesse algum problema, você acha que ainda estaria conversando com você? Não se preocupe tanto.George respirou aliviado:— Que bom, Jaqueline, da próxima vez que você for encontrar meu pai, me avise com antecedência, hoje eu não sabia de nada.— Não tem problema, George, seu pai não vai me devorar. Aliás, você sabia que seu pai...— O que tem meu pai? — Perguntou George.Jaqueline de repente se lembrou de que Nádia estava ao lado, então disse: — George, vou deixar para falar na próxima vez que nos encontrarmos, não se preocupe, não é nada sério, estou bem e me preparando para ir para casa.— Tudo bem, então me ligue quando chegar em casa para eu saber que está tudo bem.— Está certo, eu ligo. Tchau. — Jaqueline desligou o telefone.Ela se virou e viu Nádia olhando para ela com um olha
Quando Jaqueline chegou em casa, já se passava da uma e meia.Ela tinha prometido que ia ligar para George a fim de informá-lo de que estava bem, mas, naquele momento, preferiu não falar e optou por enviar a ele uma mensagem.[George, já estou em casa, não se preocupe.]George respondeu prontamente: [Tudo bem, fico aliviado que tenha chegado em casa.]Jaqueline se sentou no sofá, empenhada em pesquisar informações sobre aluguel de imóveis na Cidade dos Sonhos, esse era o nome da cidade que ela escolheu para morar. Ela partiria em dois dias.Aquela noite seria dedicada a acompanhar Nádia a um encontro com Roberto. O dia seguinte estava reservado para passar tempo com Catarina, antes de sua partida.Em silêncio, Jaqueline planejava suas atividades ao chegar ao novo destino.Pretendia adquirir uma vasta quantidade de livros para ler durante a gestação e, após o nascimento do bebê, tinha planos de iniciar um mestrado.Apesar do divórcio recente, se considerava afortunada. Afinal, não tinha
Mansão dos Cardoso.Reginaldo estava em seu quarto de coleções valiosas, retirou uma fotografia de um compartimento secreto. A fotografia, um pouco antiga, mostrava uma jovem mulher de aparência encantadora com um sorriso radiante.— Ah. — Reginaldo suspirou, seus dedos delicadamente tocaram o rosto na fotografia, murmurando para si mesmo. — Nádia, por que você tinha que voltar? O que aquele homem tem de bom?A voz do mordomo veio de fora da porta: — Sr. Reginaldo, a senhora acabou de ligar, ela disse que não voltará esta noite.Reginaldo franziu a testa, se virou e disse: — Diga a ela que George vai se casar, que ela deve voltar logo para preparar tudo. Depois do casamento do filho, ela pode ir para onde quiser.— Sim, senhor.Após a resposta do mordomo, outra voz se fez ouvir do lado de fora: — Meu pai está aí dentro?— Sr. George, você voltou. O Sr. Reginaldo está aqui, sim. Você precisa de algo?— Pai, preciso falar com você. — George bateu na porta.Reginaldo guardou a foto
George estava tenso, com o olhar um tanto evasivo:— Não é isso.Temia que seu pai envolvesse Jaqueline, por isso não ousava admitir.Quando estava no ensino fundamental, se dava muito bem com uma menina. Naquela época, ambos eram crianças e diziam um ao outro que se gostavam, era um sentimento muito puro.Mas seu pai descobriu. Logo, a menina foi enviada embora, e ele nunca mais a viu.Seu pai não permitia que ele gostasse de alguém. Tudo tinha que ser arranjado por ele.Desde então, George nunca mais ousou admitir na frente de seu pai que gostava de alguém, temia que seu pai agisse novamente. — Não é? Bem, então você não deve se casar com Jaqueline, já que você não gosta dela. Mesmo que eu queira promover a relação entre vocês dois, isso só te irritaria, pode ir.Reginaldo parecia impaciente e passou por ele.Quanto mais George pensava, mais estranho parecia, então seguiu o pai, dizendo:— O que você quer dizer com isso? Isso não tem nada a ver com Jaqueline, tudo foi ideia minha,
Meia hora depois, George saiu da Mansão dos Cardoso.Reginaldo permaneceu sozinho na sala de estar, observando o ambiente durante a noite, o local estava deserto, exceto pelo mordomo, que vigiava à distância.Um patrão e um servo, uma constante aparentemente eterna.Nem seu filho, nem sua filha, nem sua esposa retornavam ao lar."Será que sou um bom marido, um bom pai, ao ponto de eles não desejarem retornar?"Estava prestes a se levantar para sair quando um homem de meia-idade entrou pela porta, exibindo uma presença marcante e autoridade inquestionável.— Cunhado, olá.Reginaldo, surpreso ao reconhecer o visitante, perguntou:— O que faz aqui?— Vim ver como você está. — Respondeu o homem, caminhando até ele, ajeitando o casaco e se sentando ao seu lado sem cerimônias, como se também fosse sua casa. — E também discutir sobre minha irmã.A irmã mencionada era Amanda Botelho, esposa de Reginaldo.Aquele homem era Cláudio Botelho, o segundo irmão mais velho de Amanda, alguns anos mais j