Ela fez uma careta:— Se é assim, isso prova que ela gosta ainda menos de você agora. Você não tinha a assustado, e ela sequer se dava ao trabalho de procurar por você. Mas agora que você a assustou, certamente ela não vai te procurar. Que tal enviar outra mensagem para ver o que ela diz? Posso te ajudar a analisar.George olhou para o relógio:— Agora é muito cedo, ela deve estar dormindo ainda.O emoticon que ele enviou na noite anterior, sem pensar, o deixava um pouco perturbado, temia que Jaqueline percebesse seus sentimentos e passasse a detestá-lo.Mais grave ainda seria se ela pensasse que ele estava se aproveitando de sua vulnerabilidade, no momento em que ela estava triste, adicionando ainda mais pressão emocional.— Meu irmão é realmente atencioso. — Isabelly se sentou à beira de sua cama. — Que tal se eu usar meu celular para ligar para ela e sondar um pouco?— Agora?— Sim, agora. Já sou uma boa amiga dela, ligar cedo para convidá-la para comer não é nada demais, certo? Afi
"Jaqueline é realmente bonita."Os olhos de Roberto eram muito gentis, mas carregavam uma pitada de arrependimento relutante. Ele suspendeu o dedo sobre a sobrancelha dela, deslizando suavemente ao longo do arco até chegar aos olhos dela, como se a acariciasse, mas sempre mantendo distância para não acordá-la."Jaqueline era tão linda e tão boa pessoa, ela também levava tudo a sério. Uma mulher como ela, agora livre novamente e ainda por cima rica, certamente teria muitos homens a procurando."Ele então pensou em George. Ele tinha aversão por George, mas por outro lado, esse sentimento era também um reconhecimento. Porque ele reconhecia que George não era um homem ruim. Um homem que podia fazer Roberto se sentir ameaçado certamente não era um homem comum. Porque um homem comum não valia a pena."Se George gostasse de Jaqueline, e até a perseguisse..."Roberto não se atrevia a pensar mais à frente. Se Jaqueline ficasse realmente feliz com George, ele não saberia o que fazer. Ele s
"Estou realmente ficando cada vez mais infantil. Mesmo após o divórcio, ainda me comporto como uma criança que deseja furtivamente os doces. Quero que todos saibam que os doces que abandonei ainda me pertencem, e que posso consumir eles quando desejar. Não é isso uma infantilidade? E ainda por cima, autoritarismo."...Isabelly guardou o celular no bolso e passou as mãos pelos cabelos, visivelmente perturbada:— Irmão, a Jaqueline não estava já divorciada? Por que ela passou a noite com o ex-marido? Logo pela manhã, foi ele quem atendeu o celular dela, e ficou evidente que passaram a noite juntos.Quanto mais Isabelly falava, mais nervosa ficava. George já estava vestido. Ele trajava um roupão doméstico branco com detalhes coloridos, mas sua expressão era sombria.— Isabelly, é melhor você ir para casa.Isabelly percebeu que algo não estava certo com George. Ele não parecia irado ou furioso, mas sim tomado por uma emoção mais assustadora que raiva ou fúria.— Irmão, você está bem? Po
— Não tenha medo. — Roberto segurou a mão dela. — Eu vou espantar os vilões para você.Jaqueline sorriu de repente:— E se você for a pessoa ruim?A expressão de Roberto endureceu:— Você quer dizer que, nos seus pesadelos, o vilão que te persegue sou eu?Jaqueline quis provocá-lo, então assentiu:— Sim, você estava me perseguindo com uma faca, querendo me matar, e eu fiquei aterrorizada.Roberto, com o rosto fechado, se levantou.— Parece que eu não persegui com força suficiente, senão teria te matado direto."Ela ter pesadelos tudo bem, mas sonhar comigo como o vilão, querendo matá-la... No coração dela, quão mau eu devo ser? Como naquela vez que ela pensou que eu ia jogá-la da escada. Absurdo!"Ele nem ousava pensar como aparecia na mente de Jaqueline, até onde havia caído. Provavelmente depois de cair no fundo do poço, ainda precisaria cavar um buraco profundo, continuando a descer, direto para o centro da Terra.Jaqueline esfregou os olhos:— O que foi? Você ficou bravo? É só um
— Já é tão adulta e ainda tem medo de cócegas. — Murmurou Roberto baixinho. — Não é como se nunca tivéssemos nos tocado antes."Onde no corpo dela eu não toquei? Agora que estamos divorciados, ela não me permite tocá-la. Que mesquinhez."Assim que teve esse pensamento, Roberto percebeu o ridículo de sua reflexão.Eles estavam divorciados, era claro que ela não permitiria que ele a tocasse.Na verdade, ele estava sendo mesquinho.Se levantou da beira da cama, dizendo:— Então vá se lavar. O café da manhã já está pronto na cozinha.Ele já havia solicitado que preparassem tudo, caso ela acordasse com fome.Jaqueline, sem dizer muito, desceu da cama e se dirigiu ao banheiro, ficando em frente ao espelho.Ela se olhou fixamente, sua mente ainda turva, remoendo a cena do pesadelo.Após se arrumar, saiu do banheiro e notou que Roberto já não estava mais lá.Jaqueline pegou o celular e enviou uma mensagem para George: [Você já tomou café da manhã?]Na verdade, ela queria saber se ele estava be
Roberto a encarou fixamente, sem proferir uma palavra durante um longo tempo. Jaqueline, por sua vez, também permaneceu em silêncio, se virou e foi embora. Ela realmente se afastou, e Roberto não tentou retê-la. Ele percebeu que prosseguir não fazia mais sentido, afinal, eles já estavam divorciados e ele estava prestes a se casar com Ângela. Entretanto, após a partida de Jaqueline, Roberto não ligou para Ângela. Em vez disso, se sentou na cama, distraído, pegou o travesseiro que ela usou na noite anterior, o abraçou e inclinou a cabeça para sentir o perfume que ainda impregnava o tecido.Jaqueline dirigiu de volta ao seu apartamento, mas George não retornou sua mensagem. Já se passavam mais de duas horas desde que ela havia enviado a mensagem. Embora não fosse supersticiosa, ela sentia que, no vasto mundo, havia inúmeras maravilhas que realmente mereciam reverência. O sonho lhe pareceu tão real que, quanto mais pensava, mais ansiosa ficava, levando ela a decidir ligar para Georg
Jaqueline Valente estava encolhida na cama, acariciando levemente sua barriga. Ela suspirou de alívio, feliz por saber que o bebê estava bem. Na noite anterior, Roberto Santana havia retornado e queria ter um momento de intimidade com ela. Eles não se viam há dois meses e ela não teve coragem de recusar ele.Roberto já tinha terminado de se arrumar. Vestido com um terno cinza feito sob medida, ele exibia uma figura alta e esbelta, elegante e atraente. Sentado em uma cadeira, ele trabalhava em seu tablet, deslizando os dedos na tela de forma lenta e preguiçosa, exalando uma aura de sensualidade.Ele notou a mulher na cama, enrolada no cobertor, com apenas a cabeça de fora. Seus olhos negros e brilhantes o observavam atentamente. Com um tom indiferente, ele disse: — Acordou? Levanta e vem tomar café da manhã.— Está bem. — Respondeu Jaqueline, corando enquanto se levantava da cama e vestia seu pijama.Na sala de jantar, Jaqueline continuava a cutucar os ovos no prato com seu garfo, enq
Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso amargo.O que mais ela poderia desejar? Poder se casar com ele já havia esgotado toda a sorte que ela teria na próxima vida.Seus pais eram funcionários comuns do grupo SK. Em um incêndio, ficaram presos na sala de controle, mas antes de morrer conseguiram desligar um sistema importante, evitando a liberação de substâncias tóxicas e prevenindo mais mortes.Na época, a mídia noticiou o ocorrido por muitos dias e a última conversa dos seus pais com o mundo exterior ficou registrada.Com apenas 10 anos, ela teve que ir morar com sua tia.No entanto, a tia era fumante, alcoólatra e viciada em jogos de azar. Um ano depois, perdeu todo o dinheiro da indenização do grupo SK em apostas.Quando ela tinha 11 anos, sua tia a abandonou diretamente na porta da sede do grupo SK.Jaqueline ficou esperando na porta da empresa por dois dias, abraçada a sua mochila. Estava faminta e exausta, até que o presidente do grupo SK passou por ali e a levou para casa.Desde