"Estou realmente ficando cada vez mais infantil. Mesmo após o divórcio, ainda me comporto como uma criança que deseja furtivamente os doces. Quero que todos saibam que os doces que abandonei ainda me pertencem, e que posso consumir eles quando desejar. Não é isso uma infantilidade? E ainda por cima, autoritarismo."...Isabelly guardou o celular no bolso e passou as mãos pelos cabelos, visivelmente perturbada:— Irmão, a Jaqueline não estava já divorciada? Por que ela passou a noite com o ex-marido? Logo pela manhã, foi ele quem atendeu o celular dela, e ficou evidente que passaram a noite juntos.Quanto mais Isabelly falava, mais nervosa ficava. George já estava vestido. Ele trajava um roupão doméstico branco com detalhes coloridos, mas sua expressão era sombria.— Isabelly, é melhor você ir para casa.Isabelly percebeu que algo não estava certo com George. Ele não parecia irado ou furioso, mas sim tomado por uma emoção mais assustadora que raiva ou fúria.— Irmão, você está bem? Po
— Não tenha medo. — Roberto segurou a mão dela. — Eu vou espantar os vilões para você.Jaqueline sorriu de repente:— E se você for a pessoa ruim?A expressão de Roberto endureceu:— Você quer dizer que, nos seus pesadelos, o vilão que te persegue sou eu?Jaqueline quis provocá-lo, então assentiu:— Sim, você estava me perseguindo com uma faca, querendo me matar, e eu fiquei aterrorizada.Roberto, com o rosto fechado, se levantou.— Parece que eu não persegui com força suficiente, senão teria te matado direto."Ela ter pesadelos tudo bem, mas sonhar comigo como o vilão, querendo matá-la... No coração dela, quão mau eu devo ser? Como naquela vez que ela pensou que eu ia jogá-la da escada. Absurdo!"Ele nem ousava pensar como aparecia na mente de Jaqueline, até onde havia caído. Provavelmente depois de cair no fundo do poço, ainda precisaria cavar um buraco profundo, continuando a descer, direto para o centro da Terra.Jaqueline esfregou os olhos:— O que foi? Você ficou bravo? É só um
— Já é tão adulta e ainda tem medo de cócegas. — Murmurou Roberto baixinho. — Não é como se nunca tivéssemos nos tocado antes."Onde no corpo dela eu não toquei? Agora que estamos divorciados, ela não me permite tocá-la. Que mesquinhez."Assim que teve esse pensamento, Roberto percebeu o ridículo de sua reflexão.Eles estavam divorciados, era claro que ela não permitiria que ele a tocasse.Na verdade, ele estava sendo mesquinho.Se levantou da beira da cama, dizendo:— Então vá se lavar. O café da manhã já está pronto na cozinha.Ele já havia solicitado que preparassem tudo, caso ela acordasse com fome.Jaqueline, sem dizer muito, desceu da cama e se dirigiu ao banheiro, ficando em frente ao espelho.Ela se olhou fixamente, sua mente ainda turva, remoendo a cena do pesadelo.Após se arrumar, saiu do banheiro e notou que Roberto já não estava mais lá.Jaqueline pegou o celular e enviou uma mensagem para George: [Você já tomou café da manhã?]Na verdade, ela queria saber se ele estava be
Roberto a encarou fixamente, sem proferir uma palavra durante um longo tempo. Jaqueline, por sua vez, também permaneceu em silêncio, se virou e foi embora. Ela realmente se afastou, e Roberto não tentou retê-la. Ele percebeu que prosseguir não fazia mais sentido, afinal, eles já estavam divorciados e ele estava prestes a se casar com Ângela. Entretanto, após a partida de Jaqueline, Roberto não ligou para Ângela. Em vez disso, se sentou na cama, distraído, pegou o travesseiro que ela usou na noite anterior, o abraçou e inclinou a cabeça para sentir o perfume que ainda impregnava o tecido.Jaqueline dirigiu de volta ao seu apartamento, mas George não retornou sua mensagem. Já se passavam mais de duas horas desde que ela havia enviado a mensagem. Embora não fosse supersticiosa, ela sentia que, no vasto mundo, havia inúmeras maravilhas que realmente mereciam reverência. O sonho lhe pareceu tão real que, quanto mais pensava, mais ansiosa ficava, levando ela a decidir ligar para Georg
Jaqueline Valente estava encolhida na cama, acariciando levemente sua barriga. Ela suspirou de alívio, feliz por saber que o bebê estava bem. Na noite anterior, Roberto Santana havia retornado e queria ter um momento de intimidade com ela. Eles não se viam há dois meses e ela não teve coragem de recusar ele.Roberto já tinha terminado de se arrumar. Vestido com um terno cinza feito sob medida, ele exibia uma figura alta e esbelta, elegante e atraente. Sentado em uma cadeira, ele trabalhava em seu tablet, deslizando os dedos na tela de forma lenta e preguiçosa, exalando uma aura de sensualidade.Ele notou a mulher na cama, enrolada no cobertor, com apenas a cabeça de fora. Seus olhos negros e brilhantes o observavam atentamente. Com um tom indiferente, ele disse: — Acordou? Levanta e vem tomar café da manhã.— Está bem. — Respondeu Jaqueline, corando enquanto se levantava da cama e vestia seu pijama.Na sala de jantar, Jaqueline continuava a cutucar os ovos no prato com seu garfo, enq
Ela abaixou a cabeça e deu um sorriso amargo.O que mais ela poderia desejar? Poder se casar com ele já havia esgotado toda a sorte que ela teria na próxima vida.Seus pais eram funcionários comuns do grupo SK. Em um incêndio, ficaram presos na sala de controle, mas antes de morrer conseguiram desligar um sistema importante, evitando a liberação de substâncias tóxicas e prevenindo mais mortes.Na época, a mídia noticiou o ocorrido por muitos dias e a última conversa dos seus pais com o mundo exterior ficou registrada.Com apenas 10 anos, ela teve que ir morar com sua tia.No entanto, a tia era fumante, alcoólatra e viciada em jogos de azar. Um ano depois, perdeu todo o dinheiro da indenização do grupo SK em apostas.Quando ela tinha 11 anos, sua tia a abandonou diretamente na porta da sede do grupo SK.Jaqueline ficou esperando na porta da empresa por dois dias, abraçada a sua mochila. Estava faminta e exausta, até que o presidente do grupo SK passou por ali e a levou para casa.Desde
— Eu não quis dizer isso. — Jaqueline estava um pouco irritada.Se ela tivesse essa intenção, como poderia ter deixado ele se aproximar na noite passada, estando grávida?Roberto não disse mais nada, carregou ela de volta para o quarto e a colocou na cama, cada movimento era suave e atencioso.Jaqueline quase levou toda a sua força para conter as lágrimas.Ele arrumou as roupas dela e sua mão grande acidentalmente tocou sua barriga.O coração de Jaqueline deu um salto e ela rapidamente empurrou a mão dele.Mesmo com sua barriga ainda plana, ela se sentia instintivamente culpada, preocupada que ele descobrisse algo.Roberto fez uma pausa.— O que houve?Estava para se divorciar, então agora não o deixava tocar ela?— Nada, apenas não dormi bem, minha cabeça está um pouco confusa. — Ela inventou uma desculpa.— Vou chamar um médico para vir aqui, você não está com uma boa aparência. — Ele disse e colocou a mão na testa dela, a temperatura estava normal, mas ele sentia que algo estava err
— Eu ainda te vejo como um primo, assim como você me vê como uma prima.A garganta de Jaqueline estava ficando cada vez mais dolorida, a ponto de quase não conseguir emitir mais um som, caso contrário, ela se revelaria, levantaria o cobertor e correria para os braços dele, chorando e dizendo “Eu nunca te vi como um primo, te amo!”.Ela se conteve para não fazer algo tão humilhante, já que ele tinha outra mulher em seu coração, por que ela deveria se rebaixar para manter ele?— Assim está bom. — Roberto esboçou um leve sorriso. — Você pode encontrar um homem que você realmente ame.O coração dolorido de Jaqueline foi cortado mais uma vez.Ela sorriu e disse:— Sim, está bom.Então ele poderia ficar com seu amor livremente.— Jaque. — Ele a chamou de repente.— Sim? — Ela respondeu com dificuldade.— Eu... — Ele de repente parou.Ela ficou em silêncio e esperou.— Eu vou embora agora, descanse bem.Roberto se virou e saiu.Jaqueline se encolheu debaixo do cobertor e começou a chorar.Ela