Jaqueline olhou para o relógio e disse:— Certo.Ela pegou seu celular e fez uma ligação para Roberto. Não demorou muito para que atendessem do outro lado:— Alô?— Roberto, quando você vem? A vovó está esperando.— Estou resolvendo umas coisas na empresa, aguarde um pouco. — Ele respondeu.— Ah, e você vai demorar muito?— Não muito.De repente, uma voz feminina veio do outro lado do telefone:— Roberto, eu acidentalmente derramei água em mim, você pode me ajudar a trocar de roupa?Jaqueline ouviu a voz de Ângela e ficou imediatamente irritada."Esse homem não estava na empresa? Como ele foi parar na casa de Ângela?"Ela estava prestes a confrontá-lo, mas, como a avó estava ao lado, não ousou dizer mais nada e, friamente, disse a Roberto:— Se apresse, não faça a vovó esperar.Roberto respondeu de maneira indiferente. Após desligar o telefone, Jaqueline disse a Catarina:— Vovó, ele chegará em breve. Vou ver como estão os preparativos na cozinha, você descanse um pouco.— Tudo bem.
Jaqueline ouviu sem se irritar, apenas achou graça, Ângela era realmente ridícula. Parecia que Roberto não havia contado a ela sobre o roubo do documento de identidade. No entanto, era estranho, uma questão tão importante, mas Roberto não havia mencionado nada a Ângela, algo que os envolvia diretamente.Jaqueline disse:— É, ele se importa tanto com você, mas eu estou curiosa, por que ele não te contou sobre o que vai acontecer hoje?Ângela respondeu:— Eu sei o que vai acontecer hoje, ele me contou.— Ah, é? O que ele disse? — Perguntou Jaqueline, curiosa."Eu só quero ver como Ângela vai fazer papel de palhaça. Se ela realmente soubesse, ainda conseguiria ficar tão calma? Ela ainda iria deliberadamente atrasar Roberto para não deixá-lo vir?"— Roberto disse que hoje ao meio-dia vocês vão almoçar com a avó dele. Vocês não estiveram lá há alguns dias? Se ele se atrasar um pouco, não tem problema, certo?— Oh, entendi, ele só te disse que ele e eu íamos almoçar com a avó, mais nada?—
Roberto já tinha arrumado a comida na mesa quando perguntou:— Você quer que eu vá logo?— Sim. — Ângela respondeu com um sorriso.— Quando você me ligou, insistiu para que eu viesse para fazer isso e aquilo. Vejo que você não está com tanta pressa para que eu vá. — Roberto comentou, de forma irônica.No entanto, não era verdadeiramente um sarcasmo da parte de Ângela, parecia mais uma brincadeira entre dois íntimos.— Ah, Roberto, você vai realmente se importar com isso? Eu não sabia que você estava planejando conseguir o documento para se divorciar dela. Se soubesse, com certeza não teria te impedido. Eu te amo tanto, você deveria saber o que sinto.Ângela baixou a cabeça, parecendo cada vez mais triste.— Você não precisa de mim aqui com você? Realmente quer que eu vá almoçar com Jaque e a avó?Ele perguntou novamente para confirmar.— Vá logo, não as faça esperar. — Ângela nunca tinha sido tão assertiva antes. Era a primeira vez que ela queria que Roberto fosse embora rapidamente. —
Jaqueline sempre soube como acalmar Catarina, a cada vez que a consolava, conseguia rapidamente acalmar a avó.— Bem, vamos comer primeiro, não suporto ver a Jaque com fome.Então, as duas começaram a comer sozinhas.— Jaque, experimente esse peixe, você adora. Pedi especialmente para que o preparassem picante, do jeito que você gosta.— Obrigada, vovó. — Jaqueline provou um pedaço e acenou com a cabeça repetidamente. — Está realmente delicioso.— Se está gostoso, coma mais. Da próxima vez, não precisa se adaptar ao Roberto. Você adora comida picante, mas acaba não comendo por causa dele. Ele nunca se adaptou ao seu paladar. — Catarina observou, mesmo não vivendo com eles, ela sabia de algumas coisas.— Vovó, o Roberto é bom para mim, ele só não é o tipo que demonstra tudo. — Jaqueline tentava evitar que Catarina ficasse chateada com Roberto, ela parecia ser o elo que mantinha a família unida.Sem que percebessem, Roberto estava parado na entrada da sala, prestes a entrar, quando ouviu
Catarina respondeu: — Naquela época, Fábio era realmente teimoso, ninguém conseguia fazê-lo mudar de ideia. Ele realmente deixou tudo para trás, abandonou tudo para ficar com seu primeiro amor. Antes de ir, ainda teve uma briga com Nádia. Naquela época, Roberto tinha quase dez anos.Jaqueline franziu a testa e comentou:— Fábio agiu de forma tão extrema, isso é demais.— Sim, não sei o que deu nele, estava completamente confuso. O que esse primeiro amor tinha de tão especial?Ouvindo isso, Jaqueline também ficou curiosa sobre o que Ângela tinha de tão especial.— E então, o que aconteceu? — Perguntou Jaqueline.Catarina de repente sorriu:— É engraçado falar sobre isso agora, aquela mulher pensava que eu nunca deixaria meu filho sair de casa sem nada, mas, com o tempo, ela viu que eu realmente fiz Fábio sair sem nada. Fábio ficou sem um centavo, perdeu tudo, e quando ela percebeu que não poderia se tornar a senhora da família Santana, ela o deixou. — Catarina ria tanto que mal consegu
— Na verdade, eu também sei. — Disse Catarina. — Talvez eu ainda tenha um pouco daquela mentalidade antiga, mas há algo em que acredito firmemente, as pessoas que escolho nunca são erradas. Veja o Fábio, ele ainda está grudado na Nádia e finalmente reconheceu as qualidades de sua esposa.Ela continuou:— Quando eu escolhi essa esposa para ele, ele era totalmente contra, sempre sentindo que o mundo lhe devia algo. Os homens geralmente percebem as coisas tarde demais. Mas pelo menos você e o Roberto estão bem, a avó não é autoritária, afinal, vocês têm uma base de dez anos de relacionamento.Jaqueline sorriu amargamente:— Sim, eu e o Roberto estamos bem, não há problemas, a senhora não precisa se preocupar.— Claro, não haverá problemas entre vocês, embora anteriormente tenha aparecido aquela Ângela, já resolvemos isso.Essa foi a primeira vez que Jaqueline ouviu o nome "Ângela" da boca de sua avó.Ela de repente quis perguntar à avó se, na época da cirurgia de Ângela, ela realmente tin
— Vem, se sente logo. — Catarina olhou para Roberto com frieza.Roberto propositalmente escolheu sentar ao lado de Jaqueline, simulando uma intimidade.— Vovó, parece que está mais animada do que antes.— Não venha tentar me agradar, a única razão pela qual estou animada é porque a Jaque tem me trazido alegria, você só tem me irritado. — Catarina não mediu palavras.Roberto não se irritou, sua devoção à avó era grande, e ele sabia que a severidade dela visava o seu bem, então ele realmente não se zangava.— Desculpe, vovó, a culpa foi minha. — Ele pediu desculpas com sinceridade.— Já que reconhece sua culpa, agora a vovó vai ter que te punir.Catarina disse isso e se virou para o mordomo: — Traga uma garrafa de vinho para o Sr. Roberto, deixe-o beber três copos como punição.O mordomo logo trouxe uma garrafa de vinho tinto, abriu e serviu numa taça, colocando em frente ao Roberto.— Vovó. — Jaqueline interveio rapidamente. — Ele ainda precisa dirigir de volta, beber não é prudente.—
A capacidade de uma pessoa para consumir álcool não se correlaciona necessariamente com o dano que o álcool pode causar ao corpo. Beber em excesso é prejudicial, independentemente da tolerância ao álcool. Jaqueline estava consciente disso.Ademais, ele ainda não tinha comido nada. Ela já havia oferecido a ele uma garfada antes, mas aquela quantidade de álcool e tão pouco alimento dificilmente seriam suficientes para atenuar os efeitos.— Jaque. — Disse Catarina. — Veja como você está preocupada. Ele é adulto e conhece seus limites. Se ele não pudesse beber, eu certamente não permitiria.— Por favor, vovó, poupe Roberto. E se ele ficar realmente bêbado? — Jaqueline defendia o marido, a preocupação era evidente em seu rosto.— Qual o problema se ele ficar bêbado? Não é como se ele não fosse acordar. Um sono e passa. — Respondeu Catarina, desinteressada.Quando se tratava de implicar com o neto, ela realmente não era nada sentimental.Jaqueline ainda queria dizer algo, mas viu Roberto col