ELA
Uma semana, sete dias inteiros que estou aqui, ao lado da cama de Ares, implorando para que ele acorde. Dófona diz que é normal, pois a natureza dele estava a beira de se perder…
Eu vi o rosto dela, quando falou essas palavras, ela está com medo.
Com medo do meu lobão acordar e o seu lobo estar perdido para sempre. Não é só ela que está com medo, o sobrado está cercado pelos gamas, não deixam ninguém entrar ou sair sem a minha permissão. Gama Antero diz que as coisas nãos estão boas lá fora, os membros do clã estão divididos.
Alguns idiotas acreditam que Ares abusou da Cascacu!
Obviamente, ele foi o abusado e ela a abusadora, visto que ele foi envenenado e mordido sem consentimento. Mas Ares é o lobo mais forte em existência, ningué
Desejo de coração que se divirtam lendo esse capítulo tanto quanto me diverti escrevendo-o.BJKS********ELAO que estava diante de mim era um homem magro e muito alto (parece que todo mundo aqui é muito alto). Todo vestido de branco com detalhes em prata, coberta por um tecido da mesma cor e estampa, como um “penoir”, só que masculino.Ele tinha longos cabelos brancos, pele branca de quem nunca tomou sol na vida, olhos cinza ou de um azul desbotado, não sei dizer, dentes também muito brancos e bem alinhados. Tinha dedos compridos e cheios de anéis.Acenei para Derik, que levantou de onde estava e sentou-se ao meu lado. Diante da minha cara de surpresa, ele sorriu com o canto da boca e piscou para mim.Não me entendam mal, Ares é tudo de bom e o mais atraen
Fomos para a área da prisão, tinha mais de vinte gamas nos acompanhando pelo caminho. Na frente de todos, ia o Rei Eneias, e eu poderia jurar que esse era o território dele, não fosse pelas vezes que ele parou, por não saber qual direção tomar.Deixei um gama, cujo nome não me lembro, cuidando de Ares e ciente de que, qualquer mudança no estado dele que fosse, tem que mandar me avisar imediatamente.Os Gamas posicionaram-se na entrada, uma guarda de defesa perfeita. Entramos na prisão somente o Derik, o orelhudo, O Gama e eu. Passamos pelas celas, a maioria vazia. Segundo o Gama, Ares não tem o hábito de fazer prisioneiros….Para o meu desgosto, a caminho da cela da orelhuda, encontramos o Beta Alaor diante de uma cela. Ele me viu e adiantou-se até mim, mas foi barrado pelo meu fiel Gama.— Mantenha distância, Beta!— Saia da minha frente, gama, preciso falar com a Luna Esmeralda
Eu, simplesmente, segui pelos corredores com a cabeça a mil, sem esperar pelos demais. Há algo muito errado com essa história e só Ares poderia esclarecer as coisas. Espero que ele acorde logo, sinto-me desamparada e sinto muito a falta dele. Preciso ouvi-lo me dizer que é tudo mentira da Cascacu e que vai ficar tudo bem.Os homens atrás de mim tiveram o bom senso de ficarem em silêncio, a minha mente estava barulhenta demais para bater papo furado com eles.Uma coisa é manter a pose diante das adversidades, que dou o meu melhor para conseguir, ma outra coisa totalmente diferente é o que sentimos ao enfrentar os problemas.Vulnerabilidade e impotência me definiam, sou só uma garota humana, essa coisa de política é muito complicada, ainda mais numa cultura que não compreendo ainda muito bem.— Eh... Luna, a cela é do outro lado. — Parei, fechei os olhos e respirei fundo. Estava diante de uma “encruzilhada” de celas, e tinha seguido para a direita, e pelas palavras do Gama, escolhi o ca
ELE.As minhas pálpebras estavam pesadas e todo o meu corpo dolorido, mas nada do que eu não estivesse acostumado. A dor tem sido companheira na minha existência mais vezes do que poderia contar. A dor no pescoço era a mais incômoda e levei a mão à área afetada, desconhecendo a causa da aflição.— Não toque aí, meu Alfa, continua muito inflamado!— O que está fazendo aqui, bruxa?— Cuidando do meu Alfa, o que mais poderia ser?Ela sentou ao meu lado na cama e aplicou um tecido molhado com alguma das suas misturas no ferimento. Num primeiro momento, senti arder, mas logo foi ficando dormente, aliviando o mal-estar.— Por que eu precisaria de você para cuidar de mim, onde está a minha fêmea?— Luna Esmeralda es
O alarme de invasão ecoou pelo clã no meio da madrugada. O Alfa deixou a Luna grávida assustada na tenda e correu ao encontro dos seus guerreiros. Lobos perdidos mais uma vez entraram no seu território para saquear os bens do seu povo.Alfa Hermes era um líder honrado, corajoso e muito dedicado ao clã e a sua amada companheira, Luna Edite. Ela estava grávida de seu primeiro filhote e ele ordenou que ela permanecesse na tenda e não pusesse a sua vida e a do filhote em risco, pois ele cuidaria de tudo.Infelizmente, os lobos perdidos invadiram o território no meio de uma tempestade, muito vento, chuva e neve prejudicavam o faro dos seus rastreadores, dificultando a busca pelos malfeitores.Mesmo com as dificuldades climáticas, os lobos bem treinados do Alfa Hermes capturaram os invasores sem muita demora.Pelo menos, era o que pensavam, ignorando que o líder do bando de lobos perdidos tinha um cúmplice infiltrado no clã. A batalha acontecia de um lado do território, enquanto ele próprio
Vinte e seis anos depois…— Acorda, preguiçosa! Mulher casada não dorme até essa hora não!“Bom dia, flor do dia!” Era a frase que a minha mãe usava para me despertar todas as manhãs antes de ir à escola.Quando foi que a minha vida mudou tanto? E para pior…— Eu, na sua idade, acordava antes do sol nascer para preparar o café da manhã dos meus sogros!“Blá, blá, blá! Quem liga para como você tratava os seus sogros, sua megera?”Pensei, ao jogar o cobertor para o lado e me levantar. Infelizmente, não tinha coragem de falar esse tipo de coisa para a minha sogra na cara dela. Não desejava outra punição do meu marido por desrespeitá-la.Tomei um banho para despertar o meu corpo para os desafios do meu sério dia de mulher casada.O meu chamado marido saiu bem cedo pela manhã para administrar a fazenda, deixando para trás o meu corpo dolorido por mais uma noite em que ele fez o possível para me engravidar.Olhei-me no espelho, para ajeitar o hijab, e saí do quarto em direção à cozinha. A m
Terminei de preparar o almoço e servi à mesa. A minha sogra chegou com a mesma cara de nojo de sempre e fez um muxoxo antes de sentar.Peguei um prato para servi-la primeiro, escolhendo a fatia de cordeiro mais bonita e gordurosa para ela, arroz com nozes, e quando estava prestes a pegar o puré de abóbora, ela deu um tapa na mesa.— Não me sirva essa coisa horrorosa que você fez, parece lavagem! E coloque outra peça de cordeiro no meu prato, não seja sovina com a mãe do seu marido!Respirei fundo e obedeci sem reclamar. Entreguei o prato a ela, que comia como se não houvesse amanhã. Servi-me do que mais gostava e sentei na cadeira de frente para ela.Ela mastigava ruidosamente e reclamou de tudo o que tinha na mesa, botando defeito em todos os pratos, embora tenha repetido quase todos. Quando estava satisfeita e com a boca cheia de gordura, tamborilou os dedos sobre a mesa me observando comer. De repente, ela levantou.— Não deve comer tanto, está ficando gorda e o meu filho não gosta
ELEAres estava no salão de artes do castelo antigo, que ficava no centro da cidade principal do seu território. Nesse salão, ficavam os quadros e bustos dos Alfas anteriores. Diante dele, a pequena estátua de Luna Edite, onde ele havia, como todos os dias, trocado as flores do vaso.Ele olhava fixamente para aquela que era a figura que representava a Luna conhecida por sua bravura e bondade.A saudosa Luna cujo vincula ainda percorria a aura de todos os membros do clã.A amada líder que dedicou a vida para cuidar do seu povo.A fêmea que ele nunca teve a oportunidade de chamar de mãe, mas que, ao nascer, causou a morte.“ Você não é meu filho, muito menos o meu herdeiro! Por sua causa, a minha companheira morreu, você é um maldito!”Ares retirou as flores do vaso e as arrumou novamente, uma a uma, até que o arranjo lhe parecesse perfeito.Pegou uma pequena vela de cera e parou diante da imagem de Hecate, a Deusa dos lobisomens, mãe de todas as Lunas.Aquele era o aniversário de morte