❧A viagem não demorou tanto e foi bem tranquila, diferente se eu fosse de carro. Eu nunca tinha entrado em um jatinho e estava me sentindo estranha ao mesmo tempo sem jeito e sem saber como me portar. Tinha um pessoal para me servir o que eu quisesse e me fazer sentir o mais confortável possível, mas toda aquela atenção me deixava mais constrangida.Assim que pousamos, tinha um carro esperando para me levar até a casa onde Oliver estava. O trajeto até lá foi bem rápido também, menos de 15 minutos.A casa era tão linda. Ela ficava afastada do centro, era um lugar bem reservado e aparentemente tranquilo. Era, na verdade, uma casa de campo muito aconchegante. Fiquei embasbacada com cada cantinho e detalhe daquele lugar.Ao entrar na sala observei que a decoração era mais rústica, tudo tão agradável, essa casa sim tem a cara do Oliver.— Gostou da casa? — Ouvi a voz rouca de Oliver atrás de mim.Dei um salto no lugar e me virei para encará-lo no mesmo instante. Já estava escuro lá fora e
❧Após o nosso pequeno momento no estábulo. Heitor apareceu nos chamando para almoçarmos. Dessa vez a mulher que cuida da casa — Mary — quem cozinhou e devo dizer que estava uma delícia. Além de tudo ela é um amor de pessoa.Quando terminamos de comer descansamos um pouco na sala e logo após seguimos para o barco. Eu estava muito ansiosa para velejar pela primeira vez.— Tem certeza que não quer ir conosco? — Perguntei pela segunda vez a Heitor.— Sim, eu preciso ir ao centro acertar umas coisas antes de voltarmos — ele respondeu e nos entregou a última sacola com as coisas que ele tinha separado. — Apenas aproveite o dia.— Tudo bem — abri um pequeno sorriso. — Obrigada.— Não tem de quê — retribuiu o sorriso e acenou.— Vamos? — Oliver perguntou se virando para mim.— Vamos! — Respondi empolgada.Oliver ligou o barco e assumiu o leme. Eu fiquei sentada apenas observando a imensidão esverdeada à minha frente. Aos poucos o píer foi ficando mais distante e as águas mais profundas.— Qu
❧Chegamos em casa exaustos. O sol e o banho nos deixou cansados e sonolentos, por isso, assim que ancoramos o barco, seguimos para casa e nos deitamos na rede da varanda para descansar um pouco, acabamos pegando no sono. Dormimos ali, agarrados um ao outro enquanto o balanço suave da rede embalava o nosso sono e o frescor do fim de tarde nos abraçava.Estava tão gostoso dormir daquele jeito com ele que quando acordamos já havia escurecido. Com muita preguiça, nos levantamos e fomos tomar banho antes do jantar. Mary já tinha deixado nossa comida pronta, então comemos juntos com Heitor. Depois voltamos à varanda e nos sentamos cada um em uma cadeira enquanto uma música suave tocava de fundo e bebíamos um pouco de vinho.— Como foi o passeio? — Heitor nos perguntou.— Divertido... — Oliver iniciou. — Gostoso, amistoso, agradável, romântico — começou a falar depois se virou para mim. — O quê mais?— Acho que você descreveu bem — respondi tímida.— Pelo visto, fiz bem em não ir, acho que
❧Após o café da manhã, nós já estávamos prontos para o passeio a cavalo. Oliver havia pedido o cavalo mais manso para mim, já que eu nunca tinha montado antes. Ele iria no dele, Yara em outro e Heitor no seu.— Tudo bem? — Oliver perguntou quando estávamos indo ao estábulo.— Sim, eu só estou um pouco nervosa — respondi. — Nunca andei a cavalo.— Não precisa se preocupar, mandei escolherem o cavalo mais manso daqui — respondeu sorridente. — Vai ver como é bom.— Se você diz — dei de ombros.— Nós podemos nadar um pouco na volta, eu sempre volto com calor — ele disse após alguns segundos de silêncio. — A piscina está limpa caso não queira nadar no rio.— Pode ser — concordei. — O clima parece bom para isso hoje.Ele sorriu e concordou. Nós fomos até o estábulo, chegando lá encontramos o rapaz que cuida dos cavalos, ele nos disse que já estavam prontos para que pudéssemos andar. Mas mesmo que Oliver e ele tenham me dito que o cavalo escolhido para mim foi o mais manso, eu estava temero
❧Eu estava perdida em meus pensamentos desde que a Yara me deixou sozinha naquela varanda. Não sei quanto tempo fiquei ali, mas despertei da bolha em que me enfiei quando ouvi a voz de Oliver soar perto de mim.— Quanto quer para me revelar os seus pensamentos?Dei um salto no lugar. Ao me virar dei de cara com o rosto dele quase colado ao meu.— Oi — falei, enquanto minha respiração ficava louca.— Se perdeu nos pensamentos de novo? — Sentou-se na cadeira ao meu lado.— Um pouco — respondi sem jeito.Ele sorriu, virou o rosto para o nada e respirou fundo.— A noite está tão agradável — disse, sem me olhar. — O temporal de mais cedo deixou o clima bem fresco.— Verdade — concordei. — Achei que fosse chover a noite toda.— Talvez chova um pouco mais depois, as nuvens estão carregadas — respondeu olhando para o céu.— Espero que amanhã o tempo esteja melhor para voltarmos.— Ou eu posso te sequestrar por mais alguns dias — me olhou com um sorriso nos lábios.— Você sabe que eu não poss
❧Acordei com Oliver me chamando. Ele estava com um robe por cima do pijama, estava sentado de lado na ponta da cama olhando para mim. Mania essa que ele tem de acordar e sair da cama me deixando lá sozinha.— Yara já está indo — disse quando abri os olhos. — Vai falar com ela?— Quem? — Eu estava meio desorientada ainda.— Sua amiga, Yara — repetiu sorrindo.— Ah! — Meu raciocínio voltou. — Vou, preciso que ela faça umas coisas pra mim lá na editora.Ele assentiu. Eu me levantei, fui ao banheiro lavar o rosto rapidamente e saí para encontrar a minha amiga. Ela estava na sala ao lado de Heitor que também já iria voltar.— Bom dia! — Falei ao vê-los.— Bom dia, Jane — Yara disse. — Você não vai conosco?— Vou ficar mais um dia — falei sem graça.— O senhor Kim te baba demais — resmungou.— Eu consegui o melhor escritor para a editora, mereço ser mimada mesmo — falei convencida e vi Oliver soltar um risinho.— Passou da fase de xingamentos para a de elogios de uma boba apaixonada — prov
❧Acordei sentindo falta do corpo quente que adormeceu ao meu lado. Foi instintivo, meu corpo se esquivou pro lado na intenção de abraçar Oliver, mas o lugar ao meu lado estava vazio, mais uma vez. Ainda meio letárgica eu abri os olhos e varri a cama por completo encontrando-a vazia. Mas ao direcionar o meu olhar para a frente encontrei Oliver sentado em sua cadeira atrás da mesa que estava virada de frente para mim.Ele disse que gostavam de deixar a mesa e cadeira viradas para a janela para conseguir ver a paisagem lá fora e dessa forma se inspirar para escrever, mas agora ambas estavam viradas em direção a cama. Em minha direção.O observei em silêncio por um tempo e percebi que ele estava concentrado em algo. Provavelmente estava escrevendo, mas quando levantou o olhar para mim pareceu que estava me desenhando.— Oh! — Disse surpreso ao me ver acordada. — Não sabia que já tinha acordado.— Não faz tanto tempo — respondi e o vi assentir e voltar a se concentrar no que fazia. — Você
❧Infelizmente os dias de férias naquele paraíso chegaram ao fim. Nós voltamos pela tardinha e Oliver me convenceu a dormir na casa dele. Claro que ele não teve que fazer esforço algum. Confesso que queria ficar com ele mais um pouco, ter mais da sua presença, dos seus toques, seus beijos e carinhos.Ava tinha chegado na noite anterior de viagem, ela mandou uma mensagem para Oliver avisando, mas nós estávamos ocupados demais, por isso ele só viu a tarde. Mesmo assim ela prometeu fazer um jantar delicioso pra gente.— Que saudades — ela me agarrou assim que me viu. — Senti falta de apertar suas bochechas — sim, ela apertou minhas bochechas.— Oi, Ava — falei, enquanto me recuperava da dor em meu rosto.— Chega disso — Oliver me puxou, nos afastando.— Cuidado, maninho, está chegando aqui — disse séria e fechou os olhos como se algo a incomodasse.— O quê? — Oliver franziu o cenho.— O seu ciúmes — imediatamente, após sua fala, ela correu porque sabia que o irmão iria batê-la e estava c