❧ Depois que Oliver entrou em casa eu ainda fiquei mais um tempo no jardim para clarear a minha mente que só rodava em torno do que quase aconteceu. Eu estou cansada desse quase. Tudo bem que das outras vezes eu ficava nervosa e me afastava, eu entendo que ele não quis me beijar depois de ter bebido, mas agora eu sei o que quero e eu quero beijá-lo. E ter convicção disso agora me deixa frustrada por ele não ter me beijado quando eu tive certeza. Mesmo que eu tenha medo do que pode acontecer se eu me entregar, agora já não dá mais para fugir. É impossível controlar tudo isso que cresceu em meu peito, mesmo eu fugindo e negando para mim mesma, acabou acontecendo. Não consigo mais olhar para Oliver sem que deseje beijá-lo ou que o meu coração acelere. Eu tive que entregar os pontos. Após alguns minutos me lamentando por ser tão confusa e complicada ao ponto de ter perdido a oportunidade de ficar com Oliver, eu voltei para dentro. Quando retornei a sala, ele, Yara e Heitor não estavam.
❧ No meio da noite eu senti Oliver se mexer me dando espaço para deitar também, assim que fiz isso ele se aproximou e passou o braço por cima do meu corpo se aconchegando mais a mim. Quando despertei pela manhã, abri um pequeno sorriso ao ver a forma como estávamos dormindo, eu estava com a cabeça apoiada em seu peito e um braço ao redor do seu corpo, ele estava com o braço dobrado ao redor do meu pescoço como se me protegesse de alguma coisa. Eu fiquei com vergonha de me mexer e levantar primeiro, por isso fechei os olhos e logo voltei a dormir, afinal eu queria mesmo continuar daquela forma porque era bom demais tê-lo assim. Ao acordar pela segunda vez naquele dia, eu estava sozinha na cama. Não posso negar que senti falta do corpo de Oliver colado ao meu. Olhei ao redor, mas não o vi, me espreguicei um pouco e quando ia me levantar, ele saiu do closet com um robe por cima de seu pijama. — Bom dia! — Disse animado. — Dormiu bem? — Bom dia! — Sorri de volta. — Sim e você? — Mar
❧Ouvir todas aquelas palavras do Oliver fez o meu coração acelerar em vários momentos. Eu fiquei sem jeito muitas vezes, sem reação e sem palavras durante todo o seu relato, foi uma surpresa saber como ele se sentia ao meu respeito todo esse tempo. Mas nada do que ele disse antes teve tanto efeito sobre mim quanto a última pergunta que ele me fez.— Então, eu posso te beijar agora?Meu coração deu uma guinada feroz dentro do peito, minha cara provavelmente assumiu a cor escarlate porque o meu rosto começou a queimar, minhas mãos suavam e tudo que eu consegui fazer foi abrir um sorriso desajeitado torcendo para ele entender aquilo como uma resposta afirmativa.E deu certo porque ele se ajeitou um pouco no lugar para ficar de frente para mim e aos poucos foi se aproximando mais, suas mãos alcançaram o meu rosto e retiraram os meus óculos com cuidado deixando-os na mesa de cabeceira. Ele voltou para mim novamente e tocou em meu rosto mais uma vez, seus olhos iam dos meus aos meus lábios
❧ Depois de uma sessão de beijos e amassos com Oliver na cama, tivemos que parar porque Ava nos interrompeu — mais uma vez — para jantarmos. Foi complicado parar dessa vez, nós dois estávamos excitados demais, minha sorte era que dava pra esconder, já o Oliver precisou de um tempo para se acalmar. O jantar seguiu com Ava nos contando mais sobre os locais que foi visitar mais cedo com o John e sobre seu novo plano para inaugurar um restaurante aqui. Ela estava bem empolgada e não parava de falar das ideias que tinha. Quando terminamos de comer ela nos mostrou algumas fotos do lugar que escolheu e depois nos disse como pensava em decorá-lo. Mais tarde eu lutei comigo mesma e com Oliver para ir embora. Eu queria ficar, mas precisava ir, tinha que trabalhar amanhã cedo, sem falar que Oliver e eu mal começamos — o que quer que a gente tenha — não posso ficar tão grudada nele assim. — Você poderia ficar pra dormir aqui — ele insistiu quando eu já estava me preparando para ir embora. —
❧Trabalhar estava sendo complicado, mas eu precisava manter o foco ou não iria fazer nada produtivo. Oliver tinha que sair da minha cabeça e eu estava até conseguindo realizar minhas tarefas, mas isso não durou muito já que o meu celular vibrou com uma nova notificação e o meu coração acelerou feito um louco ao perceber que era uma mensagem dele.|Escritor Oliver Evans Oi...Eu não sei o que eu deveria dizer, mas vou dizer a verdade. Sinto a sua falta, Jane.Me desculpe ter sumido de repente, eu precisei resolver umas coisas de última hora.Me ligue quando puder, por favor.— Se pensa que vou te ligar só porque disse que sente a minha falta, está muito enganado — resmunguei para a tela do celular.Soltei o aparelho na mesa e tentei voltar ao trabalho, mas não consegui fazer nada, meus pensamentos só me faziam pensar naquela maldita mensagem.Então, eu peguei o celular e li a mesma mensagem várias e várias vezes. Tentei não me iludir e ligar na mesma hora, tentei não mandar mensagem
❧A viagem não demorou tanto e foi bem tranquila, diferente se eu fosse de carro. Eu nunca tinha entrado em um jatinho e estava me sentindo estranha ao mesmo tempo sem jeito e sem saber como me portar. Tinha um pessoal para me servir o que eu quisesse e me fazer sentir o mais confortável possível, mas toda aquela atenção me deixava mais constrangida.Assim que pousamos, tinha um carro esperando para me levar até a casa onde Oliver estava. O trajeto até lá foi bem rápido também, menos de 15 minutos.A casa era tão linda. Ela ficava afastada do centro, era um lugar bem reservado e aparentemente tranquilo. Era, na verdade, uma casa de campo muito aconchegante. Fiquei embasbacada com cada cantinho e detalhe daquele lugar.Ao entrar na sala observei que a decoração era mais rústica, tudo tão agradável, essa casa sim tem a cara do Oliver.— Gostou da casa? — Ouvi a voz rouca de Oliver atrás de mim.Dei um salto no lugar e me virei para encará-lo no mesmo instante. Já estava escuro lá fora e
❧Após o nosso pequeno momento no estábulo. Heitor apareceu nos chamando para almoçarmos. Dessa vez a mulher que cuida da casa — Mary — quem cozinhou e devo dizer que estava uma delícia. Além de tudo ela é um amor de pessoa.Quando terminamos de comer descansamos um pouco na sala e logo após seguimos para o barco. Eu estava muito ansiosa para velejar pela primeira vez.— Tem certeza que não quer ir conosco? — Perguntei pela segunda vez a Heitor.— Sim, eu preciso ir ao centro acertar umas coisas antes de voltarmos — ele respondeu e nos entregou a última sacola com as coisas que ele tinha separado. — Apenas aproveite o dia.— Tudo bem — abri um pequeno sorriso. — Obrigada.— Não tem de quê — retribuiu o sorriso e acenou.— Vamos? — Oliver perguntou se virando para mim.— Vamos! — Respondi empolgada.Oliver ligou o barco e assumiu o leme. Eu fiquei sentada apenas observando a imensidão esverdeada à minha frente. Aos poucos o píer foi ficando mais distante e as águas mais profundas.— Qu
❧Chegamos em casa exaustos. O sol e o banho nos deixou cansados e sonolentos, por isso, assim que ancoramos o barco, seguimos para casa e nos deitamos na rede da varanda para descansar um pouco, acabamos pegando no sono. Dormimos ali, agarrados um ao outro enquanto o balanço suave da rede embalava o nosso sono e o frescor do fim de tarde nos abraçava.Estava tão gostoso dormir daquele jeito com ele que quando acordamos já havia escurecido. Com muita preguiça, nos levantamos e fomos tomar banho antes do jantar. Mary já tinha deixado nossa comida pronta, então comemos juntos com Heitor. Depois voltamos à varanda e nos sentamos cada um em uma cadeira enquanto uma música suave tocava de fundo e bebíamos um pouco de vinho.— Como foi o passeio? — Heitor nos perguntou.— Divertido... — Oliver iniciou. — Gostoso, amistoso, agradável, romântico — começou a falar depois se virou para mim. — O quê mais?— Acho que você descreveu bem — respondi tímida.— Pelo visto, fiz bem em não ir, acho que