Lobisomens são feras bestiais que representam um perigo mortal. Alimentam-se de carne humana e estraçalham crianças no útero da mãe. Katharyna conviveu com as histórias de dois ângulos diferentes.
Mas ao se deparar com a beleza surreal de um lobisomem tão bem controlado, ela às vezes esquece o porquê aquele corpo é musculoso. O porquê há garras afiadas na ponta de cada um de seus dez dedos. E mais ainda… ela esquece o porquê são tão perigosos.
O lobo é mais atento dormindo ou acordado? Difícil dizer. Mesmo no sono mais profundo, todos os seus sentidos estão em alerta máxima. Ele se acostuma com o ambiente a sua volta e relaxa. E desde que não haja a mínima alteração, do mínimo som, do mínimo cheiro, ele não desperta.
E o som estava calmo. A alcateia em silêncio.
— S-Supremo? — Encolhida na cama, novamente em seus braços, Katharyna o chamou. Três horas depois, ela estava acordada novamente.Hesitante, levou suas mãos trêmulas até a barriga do Alpha. Empurrou levemente. Então o homem abraçou com mais força.— S-Supremo? — Katharyna balançou, agora seu peito tatuado.— Hm? — Resmungou o homem.— Está acordado?— Dorme, Katharyna. Dorme. — A voz saiu mais rouca que o normal devido a sua ressonância baixa.Qual o problema da humana com o sono, afinal?— Não consigo… — Apesar de tudo, estava carente. Algo a fazia não ficar brava com o Supremo. E o medo
Mágoa. Aquela estranha sensação no peito de ser insignificante. De não precisarem de você é apenas usarem-na. É isso que povoa a mente e o coração de Katharyna Demerttel.Seu peito de fecha e seus olhos lacrimejam. O ardor na garganta é aguda. A sensação de ser pisoteada. Do mundo sempre estar contra você é então você encontra uma pessoa cujo sentimento extrapola as palavras. Você confia, seu sorriso passa a ser sincero e você tem a sensação do mundo não ser tão ruim, afinal. Você tem essa pessoa. Faria qualquer coisa por ela.Mas essa pessoa não tem apenas você…Você
O inverno é peculiar nas mágicas terras de Hyfhyttus.Vem geralmente após a Lua de Sangue. A neve branca inunda o verde da vegetação, escurecendo-a. No ápice de inverno e da hibernação, as folhas caem como pedras de gelo. Então, uma vegetação mais avermelhada surge. Similar ao vinho e o tom mais escuro de vermelho. A madeira congela como se fosse presa em casulo de cristal e a neve fica negra.Dava medo pisar naquele chão negro. Ver seu pé afundando no frio da neve como se ela fosse engoli-lo em um abismo sem fim. Katharyna, agasalhada em peles felpudas e igualmente negras, recua.O Supremo aproxima-se de suas costas. Um grande lobo negro de olhos vermelhos. &Eacut
Rdhā̶ɐn? Aurora? Sልtth?A noite de Hyfhyttus é mágica. Mas ainda há escuridão. E Katharyna é apenas uma humana…Seus olhos não são adaptáveis ao manto negro da escuridão. Eles não convertem o mínimo brilho da mínima luz e enxergam no escuro. São castanhos naturalmente humanos. E por tanto, inevitavelmente é uma daltônica como qualquer outro ser de sua raça.Mas as auroras boreais dançam ao céu. As árvores congeladas como se tivessem presas no tempo por um diamante brilham. Os insetos noturnos levam sua luz para todo lugar. Mesmo a Floresta Negra de Hyfhyttus não é tão escura quanto terras habitadas por humanos.Mas ela está em uma caverna… que luz há além da fogueira que o Alpha deixou preparado para aquecê-la antes de sua partida? Uma fogueira que está baixa… muito baixa.&n
A loba levantou. Encarou o homem vários metros a sua frente.Poderoso! Perfeito. A luz da magia de Hyfhyttus refletem seu músculos apenas aguardando para esmagar uma vítima. Como seu antecessor, nenhuma emoção era visto em seus olhos tão vermelhos como o sangue. Impecável e mortal ele é.Jæysøn̶ Ådamhs!A frente da humana, ele fecha seus punhos afrontando… desafiando aquela fêmea para ousar ataca-lo. Desafiando a demostrar a mesma coragem que teve quando caçou Katharyna pelo seu território.Coragem não é burrice…As enormes patas escuras da loba foi até seu maxilar. Com movimentos anormais para um canino, ela fixa-se no seu maxilar e recoloca no lugar grunhindo c
Tempo havia se passado desde o ataque. Devido a torção no tornozelo, Katharyna foi incapaz de andar por até dois dias e, por isso, foi carregada pelo lobo de um lugar para o outro conforme ele seguia seu trabalho.Trabalho esse que não tem finalidade alguma para Katharyna exceto ser um estorvo e um peso às suas costas. O Supremo não precisa dela mas parece fazer questão de mantê-la perto.Lobisomens não são humanos. São um povo diferente em tudo desde o pensamento, biologia, religião e até autos e baixos. Eles tem seu próprio idioma o qual é considerado o mais complexo e difícil existente.Além das palavras serem em sua grande maioria impronunciável por alguém que não seja de sua própria espécie, também é muito complexo. Uma único aumento de som pode indicar alg
Katharyna sempre ouviu histórias sobre a guerra. De como era grandioso empunhar uma espada e lutar seu povo. De como os homens ficavam encurralados e ainda sim, venciam sobreviviam.Mas nunca esperou deparar-se tão inesperadamente com uma situação tão violenta. E perdeu o fôlego, mas não por emoção.Foi por terror.Foi um choque de realidade. Retornava com o Supremo em uma caminhada leve para exercitar seu tornozelo. Katharyna estranhou, mas não questionou. Estava divertido.Ele a carregava quando achava conveniente e a deixava andar por alguns minutos dos longos quilômetros até o covil. 
— Quem é Nhycall? — Questionou Katharyna. O Supremo concentrou-se nela.As baixas da batalha não foram altas. Nem mesmo os danos. Estavam em seu território, afinal.A maior preocupação, no fim, foi Katharyna quem ficou calada e trêmula mesmo horas após o ocorrido. E o Alpha permaneceu ao seu lado constantemente.Ela parecia ficar mais calma em sua presença e mais sensível distante. Então, ao retornar para o interior do covil, Katharyna não desgrudou do homem. Estava tão atormentada que sequer notou nos corpos do campo de batalha.Mas reparou nos prisioneiros de guerra. Em como seus olhos eram tão belos quanto os lobisomens, mas nã