— Por que desobedeceu a minha ordem, Lunae Luciana? — Miguel endurece a face, sua voz carregada de perigo, nesse momento, Luciana se arrepende de ter atendido ao pedido daquele humano bêbado que se diz pai.— Eu... eu achei que seria mais fácil para ela se adaptar à situação se pensasse que estava apenas começando um novo trabalho. Ela é jovem e já passou por tanta coisa — Luciana tenta explicar, sua voz tremendo levemente sob o olhar furioso de Miguel.Miguel dá um passo à frente, sua presença dominante esmagadora fazendo-a recuar instintivamente, até que suas costas tocam a parede.— Eu... perdão, Genuíno. O pai da menina me pediu para poupá-la da verdade o máximo que conseguisse, e eu fiquei com pena ao ver o brilho nos olhos dela por pensar que seria contratada e poderia dar uma vida melhor ao pai — as palavras saem depressa de Luciana, que sente que a sua existência está em perigo por ousar desobedecer a seu Genuíno Alfa. — No jato, ela me disse que iria juntar dinheiro para pode
Luciana passa a próxima hora dentro de sua própria toca, esperando pacientemente seu ferimento se curar. A dor é intensa, mas ela sabe que não pode ir falar com Sasha nesse estado. Cada segundo parece se arrastar, e a queimadura na mão lembra-a constantemente do preço de sua desobediência. Finalmente, após o que parece uma eternidade, a dor começa a diminuir e o ferimento começa a cicatrizar, deixando apenas uma cicatriz como lembrança.Com a mão finalmente curada, Luciana se dirige até o quarto no porão onde Sasha está descansando. Ela aproxima-se da jovem adormecida, com gentileza e balança os ombros de Sasha.— Sasha, acorde — Luciana sussurra, balançando-a levemente.Sasha acorda lentamente, sua voz rouca pelo sono. — A senhora já voltou — ela diz, esfregando os olhos. A dor em seu peito finalmente sumiu, deixando apenas um cansaço profundo em seu lugar.Enquanto Sasha se senta na cama, ela olha para o rosto de Luciana, notando o semblante triste e cansado da mulher mais velha. A
Uma tempestade escurece o céu, e o vento chicoteia as janelas e portas, abrindo-as com estrondos. Relâmpagos iluminam o salão, criando sombras inquietantes nas paredes, enquanto trovões rugem. Parado entre as portas abertas, Miguel fixa seus olhos em Lovetta. Sua expressão fria não revela seus pensamentos, mas todos os instintos de perigo de Lovetta se acendem. Ele desvia o olhar para Sasha, desmaiada no chão, com o nariz quebrado e sangue escorrendo pela testa, formando uma poça. Cada respiração pela boca de Sasha é um lamento doloroso, seu corpo machucado treme a cada inalação. Para Miguel, cada suspiro sofrido dela é como uma lâmina cravando-se em suas costelas, uma dor aguda intensificada pela maldição do vínculo. A visão de Sasha tão frágil e machucada o incomoda de uma forma que ele não gosta, misturando raiva e desprezo em seu coração. "Maldição" Miguel rosna raivoso, colocando ambas as lycans no salão em alerta. — Genuíno — Lovetta recua instantaneamente, libertando Sash
Com passos cuidadosos, Luciana carrega Sasha em seus braços pelo corredor de pedra do porão até o quarto. O coração de Luciana bate acelerado, uma mistura de preocupação e urgência. Ao entrar no quarto, ela coloca Sasha na cama com extremo cuidado, ajeitando o travesseiro para proporcionar algum conforto.Luciana apanha uma toalha limpa no guarda-roupa e a umedece com água morna do chuveiro elétrico no banheiro. De volta ao lado de Sasha, ela conserta o nariz quebrado e pressiona a toalha para estancar o sangramento. Os minutos se arrastam até que o sangue finalmente para de escorrer. Luciana lava a toalha no banheiro e começa a limpar o sangue do rosto e da testa de Sasha. Cada toque é cuidadoso, quase maternal, enquanto tenta não causar mais dor. A toalha desliza pelo rosto de Sasha, revelando lentamente sua pele pálida sob as manchas vermelhas.Satisfeita com a limpeza, Luciana pega uma pequena caixa de primeiros socorros que havia deixado em antecipação à necessidade da humana. Os
A tempestade do lado de fora da mansão se intensifica à medida que à noite se levanta, e as nuvens abrem passagem para a lua cheia ser vista. Os olhos frios de Miguel não desgrudam do rosto de Sasha. Observando cada detalhe, ela definitivamente é linda. Mas, apesar de achar um desperdício, Miguel não se importa, muito menos com o fato dela está lutando para sobreviver, nem com o fato dos seus planos de destruí-la em sua cama serem arruinados. Nada disso importa se ele está ligado a sentir tudo de ruim que ela sente. Nesse momento, tudo o que ele quer é vê-la morta, se ver livre desse vínculo maldito. Ele se aproxima da humana, e transforma seus dedos em garras, a intenção clara de afunda-los em sua garganta fazendo-a engasgar com o próprio sangue. Miguel já ouviu histórias de companheiros que sobreviveram apesar de suas destinadas terem morrido na época em que os humanos da igreja caçavam os seres sobrenaturais. Miguel é forte, acredita que vai sobreviver também. Miguel olha par
Apoiando uma mão sobre a cama, Miguel se levanta, sua audição captando a respiração fraca de Sasha. Diferente dele, cuja ferida em seu pescoço já cicatrizou, ela continua sangrando. O sangue escorre lentamente, formando uma poça sob sua cabeça. — Pelo menos sobreviveu — ele murmura, até contente, ouvindo o coração dela bater. Agora sim, agora ele poderá colocar em prática tudo o que tem preparado para ela, sua pequena e frágil humana. Vivo e livre, mesmo que seu lobo esteja grunhindo dentro de si pelo vazio de não ter mais o vínculo com sua companheira, Miguel se sente ótimo. Saber que não sucumbiu à maldição dos companheiros lhe dá forças para se levantar completamente. Ele inspira profundamente, sentindo a renovação de sua determinação em destruir a humana quando ela melhorar. Ele lança um último olhar para Sasha. Mesmo inconsciente e machucada, ela ainda possui uma presença que ele não consegue ignorar. Seu cheiro desperta um desejo sombrio de controlá-la, de moldá-la para se ad
— Obrigada por me salvar — começa Sasha, seu coração batendo acelerado. Um sorriso hesitante surge em seus lábios, enquanto tenta esconder a mistura de alívio e nervosismo. Imagens começam a se projetar em sua mente: a lembrança do momento em que o viu pela primeira vez, de seu corpo nu e forte. Ela sente seu rosto esquentar, mas logo sua mente a lembra de onde esse corpo estava entrando. Desta vez, Sasha não sente nada. Aquela sensação de traição não está mais lá, mas a sensação de que algo está errado, de que algo está faltando, algo que foi tirado de si, novamente aparece. Ela respira fundo, encontrando sua voz novamente. — Se não fosse pelo senhor, sua mulher teria me matado. Miguel a observa por um momento, seus olhos frios como gelo, intensificando a ansiedade de Sasha, que não consegue decifrar o que se passa na mente do homem mais lindo que ela já viu. — Eu não fiz nenhum favor para você — ele responde, a voz gélida e dura. Sasha arqueia as sobrancelhas, não esperava por u
— Pare, pare, pare — ela implora, sentindo os dedos de Miguel descendo por sua barriga. Seu corpo fica tenso e começa a tremer ainda mais de medo e humilhação. As lágrimas caem livremente por seu rosto, a sensação de desespero se intensificando à medida que os dedos de Miguel se aproximam do cós de sua calcinha. — Por favor — pede novamente, a voz embargada pelas lágrimas, o terror de se sentir tão vulnerável e miserável diante desse homem, que ela pensou ser o seu salvador, mas que está se revelando como o vilão, estampado em sua cara.Miguel para, afastando a cabeça apenas o suficiente para que seus olhos encontrassem os dela. A intensidade de seu olhar a fazia sentir como se ele pudesse ver a sua alma, deixando-a mais vulnerável e impotente.“Isso, choro, implore, se quebre” — ele pensa, admirando o rosto dela banhado pelas lágrimas de medo. “Sua raça não teve pena da minha, enquanto os mantinham em cativeiro, sendo torturados, violados. Usados em seus laboratórios imundos, posto c