— Sasha Thompson — a voz familiar traz uma sensação de alívio imediato. Ela não estava enganada, é realmente o investigador Dante Campbell, o homem que dois anos atrás salvou sua vida e a de seu pai.O policial investigativo está parado bem na sua frente. Uma chama de esperança começa a brilhar em seu peito, mas, ao observá-lo mais de perto, Sasha nota algo diferente. A gentileza que ela lembrava em seus olhos não está mais lá. Ele parece inexpressivo, distante.— O senhor veio aqui para prender criminosos? O senhor sabe que não são huma... — ela começa, mas é interrompida.— Alfa Dante, não sabia que já havia chegado — a voz de Luciana ecoa pelo corredor, se aproximando rapidamente.Sasha sente um frio percorrer sua espinha ao ouvir aquela palavra.— A-alfa? — ela repete, a confusão tomando conta de sua mente. Ela olha de Dante para Luciana, tentando processar o que está acontecendo.Alfa Dante.A palavra se repete, Sasha sente o peso da verdade se abater sobre ela. Dante não é um hu
Sasha sente o sangue se esvair do rosto enquanto a sensação de que o chão está desaparecendo sob seus pés. O ar no corredor parece congelar ao redor de Sasha, sua respiração se torna mais difícil à medida que o olhar gélido de Miguel a perfura. Cada segundo que se passa é uma tortura silenciosa, enquanto ela processa o peso de suas palavras e a presença avassaladora do Genuíno Alfa diante dela.Miguel dá um passo à frente, seus olhos fixos nos dela, uma mistura de fúria contida e diversão perversa dançando em suas írises.— Continue, escrava — Miguel repete, seu tom suave, mas carregado de um perigo latente. — Vou adorar mostrar ao seu pai o quão assertiva é a filha dele.O coração de Sasha bate tão forte que ela tem certeza de que todos ao redor podem ouvi-lo. Sua mente grita para ela se desculpar, recuar, mas o orgulho e a raiva ainda queimam em seu peito.— Eu... — a voz dela falha, e ela engole em seco, tentando recuperar o controle. — Eu só disse a verdade.Miguel ergue uma sobra
O Genuíno Alfa corria pela floresta, suas patas poderosas afundavam na neve macia enquanto liderava sua matilha de volta para a mansão. A caçada havia sido bem-sucedida, e o sangue fresco da presa ainda manchava seus focinhos. O vento frio cortava entre as árvores, mas os corpos lupinos da matilha estavam adaptados ao clima severo, suas pelagens grossas protegendo-os do frio gélido.Miguel escutava as comemorações dos outros lycans pelas caças. Conseguiram apanhar dois alces adultos. Muita fartura.Ao saírem da floresta, o cheiro de sangue de uma lycan chegou em seus focinhos. Errado. Toxinas mortais manipuladas e misturada com pólvora, ferimento aberto.Humanos!Miguel para abruptamente, e rosnou alertando a matilha alguns metros atrás de si. Os outros também pararam, farejando o ar e captando o mesmo odor inquietante.Miguel sai completamente da floresta, sua matilha o acompanhou apenas com os olhos atentos. Com passos firmes e confiantes, sem medo de que tivesse algum humano armado
Sasha sente as lágrimas escorrerem silenciosamente pelo rosto enquanto ouve as palavras de Luciana. Mesmo sem conhecer a mãe de Kesha, ela não pode deixar de se sentir profundamente tocada pela força e determinação que aquela loba solitária demonstrou para proteger seu filhote até o último suspiro.Enquanto Luciana explica a dinâmica entre as lobas férteis, Sasha absorve cada detalhe. Agora entende que as Lunas Cimexs só podem ter filhos se estiverem fora de uma alcateia dominada por uma Velut Luna, pois a Velut é a mãe de todos os membros da alcateia (responsável por gerar cada membro), enquanto o Alfa é o pai. Ao abandonar a segurança de uma alcateia, os úteros das Lunas Cimexs ficam férteis e podem gerar filhos, mas também enfrentam os perigos sozinhas e por causa da sua natureza submissa tanto dela quanto do macho ômega, a sobrevivência é muito baixa. Mas a mãe de Kesha fez essa escolha, e lutou com todas as forças para manter sua filha viva.Que mãezona — Sasha pensa, sentindo um
— Há dois anos, ele me salvou — Sasha começa, a voz um pouco trêmula ao relembrar aquele momento sombrio de sua vida.Luciana continua a encarar Sasha, a expectativa visível em seus olhos.Sasha respira fundo, decidindo compartilhar mais de sua história.— Quando eu tinha dezesseis anos — ela começa tentando encontrar palavras para resumir o acontecido. — Ao voltar para casa, vi meu pai caído no chão, desmaiado, mal dava para reconhecer o rosto dele — ela continua, sua voz ficando mais baixa.Sasha faz uma pausa, as lembranças dolorosas emergindo como uma maré.— Ele havia sido espancado por cinco homens que estavam dentro de casa. Quando me viram, me agarraram. Eu gritei para que me soltassem, mas eles apenas riam e se entreolhavam. Eles me jogaram no sofá e começaram a abrir os zíperes de suas calças, dizendo que me usariam para quitar a primeira parcela da dívida do meu pai.Sasha suspira profundamente, o peso da memória se refletindo em seus olhos. Luciana observa atentamente, seu
— Em todos os meus anos de vida, nunca fiquei tão surpreso como hoje — Dante comenta, com uma calma que contrasta com o peso de suas palavras.Ele se inclina levemente para trás, seu rosto inexpressivo.Miguel arqueia uma sobrancelha, analisando-o com cautela. Ele conhece Dante há mais de seis décadas, e sabe que o Alfa não costuma se deixar abalar facilmente.— O que quer dizer, Dante? — Ele pergunta, sua voz controlada.— Sua escrava — Dante responde, a voz firme, sem um traço de hesitação.Miguel sente a irritação crescer em seu peito com a menção de Sasha.— O que tem ela? — Ele pergunta, a paciência começando a se esgotar.— Não imaginei que seria justamente ela — Dante enfatiza, deixando claro que já conhecia a humana que agora é propriedade de Miguel, e que essa revelação não agradou a Miguel.Miguel segura a vontade de rosnar em desaprovação no tom de voz do alfa à sua frente. Ele se inclina para frente, apoiando-se nos cotovelos, os olhos fixos em Dante com uma intensidade fer
Sasha limpa os pratos que usou para almoçar e senta-se por alguns momentos. Enquanto limpava os corredores pela manhã, subindo em escadas para retirar as teias de arranha dos pontos mais altos das paredes, ela se sentiu aliviada por Miguel não aparecer em nenhuma hora e a arrastar até o seu pai para fazê-la fatiar os dedos dela.Só de pensar nisso ela sente todo o seu corpo se arrepiar de uma forma nada agradável. Mas, para seu alívio, ele e todos os outros membros da matilha saíram bem cedo pela manhã, antes mesmo da noite virar dia.— Sasha, limpe as tocas desse corredor, a de Kesha também, não use produtos perfumados, em nenhuma das tocas, não pode alterar o cheiro.Foram as ordens de Luciana para essa tarde.E agora, após limpar todos os outros quartos, parada em frente à porta da toca de Kesha, Sasha respira fundo, se preparando mentalmente para o odor pungente que ontem fez o seu estômago revirar.Sasha hesita, sua mão pairando sobre a maçaneta, as memorias do que viu ontem inun
Sasha sente o calor do corpo de Miguel contra o dela, os braços dele a envolvendo de uma forma possessiva. O contato é firme, quase bruto, mas ao mesmo tempo, há uma estranha gentileza na maneira como ele a segura. Ela aperta os dedos sobre os ombros dele, para se equilibrar do abalo que a queda e a presença dele deixou.Seu coração martela contra o peito, ela tenta se afastar, mas Miguel não permite. O olhar dele intensamente fixo nos olhos dela, como se estivesse estudando cada reação, cada expressão.— Gostei da sua voz — Miguel murmura, sua voz baixa. Miguel inclina a cabeça, aproximando-se do ouvido da fêmea, Sasha prede a respiração, não querendo ficar ainda mais embriagada com o cheiro de Miguel. — E eu quero ouvir a doce melodia dos seus gemidos cantarolando o meu nome enquanto te faço gozar bem gostoso no meu pau.A respiração de Sasha falha, um tremor percorrendo seu corpo. As mãos de Miguel apertam ainda mais a cintura dela, em resposta ao seu toque, ela ofega. Os olhos de