Boa leitura ❤️❤️
Lovetta sente o chão se abrir sob seus pés, a humilhação queimando em seu peito. A realidade de sua situação se instala, pesada e inescapável. Ela pensou que estava ganhando algum terreno, que poderia, finalmente, se tornar a companheira do Genuíno Alfa. Mas, de novo, ele a está repreendendo para favorecer a uma humana.Lovetta range os dentes, engolindo a raiva.— Acompanhe Lovetta até a toca, Lunae Luciana — Miguel ordena, seu olhar fixo em Sasha. Sua voz é firme e autoritária.Luciana assente com um breve movimento de cabeça e se aproxima de Lovetta. Sem dizer uma palavra, ela coloca a mão no braço da lycan, conduzindo-a pelo corredor.Lovetta lança um último olhar para Sasha por cima dos ombros, seus olhos faiscando com uma mistura de raiva e desprezo. Ela queria gritar, queria lutar contra a injustiça que sentia, mas sabia que, por enquanto, precisava se submeter.— Vamos, Lovetta — Luciana diz, a voz baixa, mas autoritária.Conforme as duas se afastam, o som dos passos ecoa pelo
Sasha termina de esfregar os degraus da escada, os joelhos e as mãos doloridos pelo trabalho repetitivo. Ela solta um suspiro cansado, levantando-se e alongando as costas. A sensação de desconforto e impotência ainda a acompanha após o encontro com Miguel, e a tensão no ar da mansão parece apenas intensificar seus medos e dúvidas.Com um suspiro, ela enxuga as mãos no avental e pega o balde e o pano sujo, e caminha pelo corredor. O som de seus passos é abafado pelo tapete macio, apesar de ser dia, não tem luz natural suficiente, então todas as lâmpadas estão acesas.Tentando manter seus pensamentos longe de teorias horríveis do que o seu pai deve estar passando, uma porta entre aberta chama sua atenção. A luz que emana do interior do quarto é fraca, quase inexistente, mas o suficiente para atiçar sua curiosidade. Ela hesita, a consciência lhe dizendo para seguir em frente e não bisbilhotar o que não é dá sua conta, mas a curiosidade é um veneno que ela não consegue resistir.Ela se ap
— Sasha Thompson — a voz familiar traz uma sensação de alívio imediato. Ela não estava enganada, é realmente o investigador Dante Campbell, o homem que dois anos atrás salvou sua vida e a de seu pai.O policial investigativo está parado bem na sua frente. Uma chama de esperança começa a brilhar em seu peito, mas, ao observá-lo mais de perto, Sasha nota algo diferente. A gentileza que ela lembrava em seus olhos não está mais lá. Ele parece inexpressivo, distante.— O senhor veio aqui para prender criminosos? O senhor sabe que não são huma... — ela começa, mas é interrompida.— Alfa Dante, não sabia que já havia chegado — a voz de Luciana ecoa pelo corredor, se aproximando rapidamente.Sasha sente um frio percorrer sua espinha ao ouvir aquela palavra.— A-alfa? — ela repete, a confusão tomando conta de sua mente. Ela olha de Dante para Luciana, tentando processar o que está acontecendo.Alfa Dante.A palavra se repete, Sasha sente o peso da verdade se abater sobre ela. Dante não é um hu
Sasha sente o sangue se esvair do rosto enquanto a sensação de que o chão está desaparecendo sob seus pés. O ar no corredor parece congelar ao redor de Sasha, sua respiração se torna mais difícil à medida que o olhar gélido de Miguel a perfura. Cada segundo que se passa é uma tortura silenciosa, enquanto ela processa o peso de suas palavras e a presença avassaladora do Genuíno Alfa diante dela.Miguel dá um passo à frente, seus olhos fixos nos dela, uma mistura de fúria contida e diversão perversa dançando em suas írises.— Continue, escrava — Miguel repete, seu tom suave, mas carregado de um perigo latente. — Vou adorar mostrar ao seu pai o quão assertiva é a filha dele.O coração de Sasha bate tão forte que ela tem certeza de que todos ao redor podem ouvi-lo. Sua mente grita para ela se desculpar, recuar, mas o orgulho e a raiva ainda queimam em seu peito.— Eu... — a voz dela falha, e ela engole em seco, tentando recuperar o controle. — Eu só disse a verdade.Miguel ergue uma sobra
O Genuíno Alfa corria pela floresta, suas patas poderosas afundavam na neve macia enquanto liderava sua matilha de volta para a mansão. A caçada havia sido bem-sucedida, e o sangue fresco da presa ainda manchava seus focinhos. O vento frio cortava entre as árvores, mas os corpos lupinos da matilha estavam adaptados ao clima severo, suas pelagens grossas protegendo-os do frio gélido.Miguel escutava as comemorações dos outros lycans pelas caças. Conseguiram apanhar dois alces adultos. Muita fartura.Ao saírem da floresta, o cheiro de sangue de uma lycan chegou em seus focinhos. Errado. Toxinas mortais manipuladas e misturada com pólvora, ferimento aberto.Humanos!Miguel para abruptamente, e rosnou alertando a matilha alguns metros atrás de si. Os outros também pararam, farejando o ar e captando o mesmo odor inquietante.Miguel sai completamente da floresta, sua matilha o acompanhou apenas com os olhos atentos. Com passos firmes e confiantes, sem medo de que tivesse algum humano armado
Sasha sente as lágrimas escorrerem silenciosamente pelo rosto enquanto ouve as palavras de Luciana. Mesmo sem conhecer a mãe de Kesha, ela não pode deixar de se sentir profundamente tocada pela força e determinação que aquela loba solitária demonstrou para proteger seu filhote até o último suspiro.Enquanto Luciana explica a dinâmica entre as lobas férteis, Sasha absorve cada detalhe. Agora entende que as Lunas Cimexs só podem ter filhos se estiverem fora de uma alcateia dominada por uma Velut Luna, pois a Velut é a mãe de todos os membros da alcateia (responsável por gerar cada membro), enquanto o Alfa é o pai. Ao abandonar a segurança de uma alcateia, os úteros das Lunas Cimexs ficam férteis e podem gerar filhos, mas também enfrentam os perigos sozinhas e por causa da sua natureza submissa tanto dela quanto do macho ômega, a sobrevivência é muito baixa. Mas a mãe de Kesha fez essa escolha, e lutou com todas as forças para manter sua filha viva.Que mãezona — Sasha pensa, sentindo um
— Há dois anos, ele me salvou — Sasha começa, a voz um pouco trêmula ao relembrar aquele momento sombrio de sua vida.Luciana continua a encarar Sasha, a expectativa visível em seus olhos.Sasha respira fundo, decidindo compartilhar mais de sua história.— Quando eu tinha dezesseis anos — ela começa tentando encontrar palavras para resumir o acontecido. — Ao voltar para casa, vi meu pai caído no chão, desmaiado, mal dava para reconhecer o rosto dele — ela continua, sua voz ficando mais baixa.Sasha faz uma pausa, as lembranças dolorosas emergindo como uma maré.— Ele havia sido espancado por cinco homens que estavam dentro de casa. Quando me viram, me agarraram. Eu gritei para que me soltassem, mas eles apenas riam e se entreolhavam. Eles me jogaram no sofá e começaram a abrir os zíperes de suas calças, dizendo que me usariam para quitar a primeira parcela da dívida do meu pai.Sasha suspira profundamente, o peso da memória se refletindo em seus olhos. Luciana observa atentamente, seu
— Em todos os meus anos de vida, nunca fiquei tão surpreso como hoje — Dante comenta, com uma calma que contrasta com o peso de suas palavras.Ele se inclina levemente para trás, seu rosto inexpressivo.Miguel arqueia uma sobrancelha, analisando-o com cautela. Ele conhece Dante há mais de seis décadas, e sabe que o Alfa não costuma se deixar abalar facilmente.— O que quer dizer, Dante? — Ele pergunta, sua voz controlada.— Sua escrava — Dante responde, a voz firme, sem um traço de hesitação.Miguel sente a irritação crescer em seu peito com a menção de Sasha.— O que tem ela? — Ele pergunta, a paciência começando a se esgotar.— Não imaginei que seria justamente ela — Dante enfatiza, deixando claro que já conhecia a humana que agora é propriedade de Miguel, e que essa revelação não agradou a Miguel.Miguel segura a vontade de rosnar em desaprovação no tom de voz do alfa à sua frente. Ele se inclina para frente, apoiando-se nos cotovelos, os olhos fixos em Dante com uma intensidade fer