Graças a presença de Luciana atrás de Sasha, nenhum membro da matilha ousou mexer com Sasha. Mas, a única coisa que a humana notou foram os olhares superiores que todos dirigiam a ela, e, mesmo assim, ela se manteve de cabeça erguida a cada passo deu. A cada corredor que limpou, mesmo quando algumas pessoas pisaram com os sapatos sujos de propósito. Sasha engoliu o orgulho e refez o trabalho.Agora ela está fazendo a segunda da lista de três tarefas.— Senhora Luciana — Sasha a chama, enquanto esfrega mais um dos degraus da escada. Luciana, que está parada ao pé da escada, observa calmamente.— Sim, Sasha? — Luciana responde, sua voz suave e atenta.Sasha hesita por um momento, buscando as palavras certas. Ela quer entender mais sobre o mundo que agora está refém.— Pode me contar mais sobre os lobi... — ela começa a dizer, mas rapidamente se corrige. — Os lycans?— Você já sabe de alguma coisa? — Luciana investiga, sondando o quanto Sasha já sabe.— Quando eu era pequena, minha mãe m
— Ponha-se no seu lugar, escrava — diz Lovetta, a voz fria e carregada de desdém, cada palavra proferida com a intenção de humilhar a fêmea humana.Sasha encara Lovetta com uma mistura de desafio e desgosto. Ela percebe a postura rígida de Lovetta, os olhos brilhando com uma possessividade crua, como se qualquer menção ao nome de Miguel fosse uma ofensa pessoal para ela.— A escrava ainda está se acostumando — pronuncia Luciana. — Explicar a nossa história...— Ela não tem que saber nada sobre nossa história — Lovetta interrompe. — Esse lixo não é digno. Ela tem que se pôr em seu lugar e obedecer aos superiores, sem questionar nada!— Meu lugar? — Sasha retruca, a voz carregada de sarcasmo.Lovetta dá um passo à frente, invadindo o espaço pessoal de Sasha, seus olhos brilhando com uma mistura de fúria e prazer.— Seu lugar é onde Miguel decidir que seja — responde Lovetta em voz baixa, a ameaça clara em seu tom. — Como a escrava que é, apostada pelo proprio pai — alfineta, saboreando
O rosnado parece vibrar através do chão, subindo por suas pernas até seu peito, fazendo seu coração bater descompassado. Lovetta, que momentos antes exalava uma confiança arrogante, agora parece encolher diante da presença que emana de Miguel, cuja aura de dominância preenche o corredor como uma tempestade prestes a explodir. Miguel avança, cada passo seu pesado e carregado de ameaça, seus olhos fixos em Lovetta, que não ousa se mover. O salão parece estreitar ao redor deles, o ar ficando mais denso, quase sufocante, à medida que a tensão aumenta. Sasha vê os olhos de Lovetta se arregalarem, o terror substituindo a raiva. Miguel não era alguém que tolerava insubordinação, e ela acabara de desafiar sua autoridade. Sem aviso, Miguel agarra os cabelos de Lovetta com uma força que faz a lycan soltar um grito abafado. Ele a obriga a se ajoelhar diante dele, sua dominância fluindo como uma onda avassaladora, pressionando Lovetta para baixo até que ela não possa fazer nada além de se subme
Lovetta sente o chão se abrir sob seus pés, a humilhação queimando em seu peito. A realidade de sua situação se instala, pesada e inescapável. Ela pensou que estava ganhando algum terreno, que poderia, finalmente, se tornar a companheira do Genuíno Alfa. Mas, de novo, ele a está repreendendo para favorecer a uma humana.Lovetta range os dentes, engolindo a raiva.— Acompanhe Lovetta até a toca, Lunae Luciana — Miguel ordena, seu olhar fixo em Sasha. Sua voz é firme e autoritária.Luciana assente com um breve movimento de cabeça e se aproxima de Lovetta. Sem dizer uma palavra, ela coloca a mão no braço da lycan, conduzindo-a pelo corredor.Lovetta lança um último olhar para Sasha por cima dos ombros, seus olhos faiscando com uma mistura de raiva e desprezo. Ela queria gritar, queria lutar contra a injustiça que sentia, mas sabia que, por enquanto, precisava se submeter.— Vamos, Lovetta — Luciana diz, a voz baixa, mas autoritária.Conforme as duas se afastam, o som dos passos ecoa pelo
Sasha termina de esfregar os degraus da escada, os joelhos e as mãos doloridos pelo trabalho repetitivo. Ela solta um suspiro cansado, levantando-se e alongando as costas. A sensação de desconforto e impotência ainda a acompanha após o encontro com Miguel, e a tensão no ar da mansão parece apenas intensificar seus medos e dúvidas.Com um suspiro, ela enxuga as mãos no avental e pega o balde e o pano sujo, e caminha pelo corredor. O som de seus passos é abafado pelo tapete macio, apesar de ser dia, não tem luz natural suficiente, então todas as lâmpadas estão acesas.Tentando manter seus pensamentos longe de teorias horríveis do que o seu pai deve estar passando, uma porta entre aberta chama sua atenção. A luz que emana do interior do quarto é fraca, quase inexistente, mas o suficiente para atiçar sua curiosidade. Ela hesita, a consciência lhe dizendo para seguir em frente e não bisbilhotar o que não é dá sua conta, mas a curiosidade é um veneno que ela não consegue resistir.Ela se ap
— Sasha Thompson — a voz familiar traz uma sensação de alívio imediato. Ela não estava enganada, é realmente o investigador Dante Campbell, o homem que dois anos atrás salvou sua vida e a de seu pai.O policial investigativo está parado bem na sua frente. Uma chama de esperança começa a brilhar em seu peito, mas, ao observá-lo mais de perto, Sasha nota algo diferente. A gentileza que ela lembrava em seus olhos não está mais lá. Ele parece inexpressivo, distante.— O senhor veio aqui para prender criminosos? O senhor sabe que não são huma... — ela começa, mas é interrompida.— Alfa Dante, não sabia que já havia chegado — a voz de Luciana ecoa pelo corredor, se aproximando rapidamente.Sasha sente um frio percorrer sua espinha ao ouvir aquela palavra.— A-alfa? — ela repete, a confusão tomando conta de sua mente. Ela olha de Dante para Luciana, tentando processar o que está acontecendo.Alfa Dante.A palavra se repete, Sasha sente o peso da verdade se abater sobre ela. Dante não é um hu
Sasha sente o sangue se esvair do rosto enquanto a sensação de que o chão está desaparecendo sob seus pés. O ar no corredor parece congelar ao redor de Sasha, sua respiração se torna mais difícil à medida que o olhar gélido de Miguel a perfura. Cada segundo que se passa é uma tortura silenciosa, enquanto ela processa o peso de suas palavras e a presença avassaladora do Genuíno Alfa diante dela.Miguel dá um passo à frente, seus olhos fixos nos dela, uma mistura de fúria contida e diversão perversa dançando em suas írises.— Continue, escrava — Miguel repete, seu tom suave, mas carregado de um perigo latente. — Vou adorar mostrar ao seu pai o quão assertiva é a filha dele.O coração de Sasha bate tão forte que ela tem certeza de que todos ao redor podem ouvi-lo. Sua mente grita para ela se desculpar, recuar, mas o orgulho e a raiva ainda queimam em seu peito.— Eu... — a voz dela falha, e ela engole em seco, tentando recuperar o controle. — Eu só disse a verdade.Miguel ergue uma sobra
O Genuíno Alfa corria pela floresta, suas patas poderosas afundavam na neve macia enquanto liderava sua matilha de volta para a mansão. A caçada havia sido bem-sucedida, e o sangue fresco da presa ainda manchava seus focinhos. O vento frio cortava entre as árvores, mas os corpos lupinos da matilha estavam adaptados ao clima severo, suas pelagens grossas protegendo-os do frio gélido.Miguel escutava as comemorações dos outros lycans pelas caças. Conseguiram apanhar dois alces adultos. Muita fartura.Ao saírem da floresta, o cheiro de sangue de uma lycan chegou em seus focinhos. Errado. Toxinas mortais manipuladas e misturada com pólvora, ferimento aberto.Humanos!Miguel para abruptamente, e rosnou alertando a matilha alguns metros atrás de si. Os outros também pararam, farejando o ar e captando o mesmo odor inquietante.Miguel sai completamente da floresta, sua matilha o acompanhou apenas com os olhos atentos. Com passos firmes e confiantes, sem medo de que tivesse algum humano armado